Felicidade que a prece proporciona
Vinde, vós que desejais crer. Os Espíritos celestes
acorrem a vos anunciar grandes coisas. Deus, meus filhos, abre os seus
tesouros, para vos outorgar todos os benefícios. Homens incrédulos! Se
soubésseis quão grande bem faz a fé ao coração e como induz a alma ao
arrependimento e à prece! A prece! ah!... como são tocantes as palavras que
saem da boca daquele que ora! A prece é o orvalho divino que aplaca o calor
excessivo das paixões. Filha primogênita da fé, ela nos encaminha para a senda
que conduz a Deus. No recolhimento e na solidão, estais com Deus. Para vós, já
não há mistérios; eles se vos desvendam. Apóstolos do pensamento, é Pedi e
obtereis para vós a vida. Vossa alma se desprende da matéria e rola por esses
mundos infinitos e etéreos, que os pobres humanos desconhecem.
Avançai, avançai pelas veredas da prece e ouvireis
as vozes dos anjos. Que harmonia! Já não são o ruído confuso e os sons
estrídulos da Terra; são as liras dos arcanjos; são as vozes brandas e suaves
dos serafins, mais delicadas do que as brisas matinais, quando brincam na
folhagem dos vossos bosques. Por entre que delícias não caminhareis! A vossa
linguagem não poderá exprimir essa ventura, tão rápida entra ela por todos os
vossos poros, tão vivo e refrigerante é o manancial em que, orando, se bebe.
Dulçorosas vozes, inebriantes perfumes, que a alma ouve e aspira, quando se
lança a essas esferas desconhecidas e habitadas pela prece! Sem mescla de
desejos carnais, são divinas todas as aspirações. Também vós, orai como o
Cristo, levando a sua cruz ao Gólgota, ao Calvário. Carregai a vossa cruz e
sentireis as doces emoções que lhe perpassavam na alma, se bem que vergado ao
peso de um madeiro infamante. Ele ia morrer, mas para viver a vida celestial na
morada de seu Pai. – Santo Agostinho. (Paris, 1861.)
Página extraída de O Evangelho Segundo o
Espiritismo, capítulo XXVII, item 23, Allan Kardec
Crer em vão
“Pelo qual também sois salvos se
o retiverdes tal como vo-lo tenho anunciado, se não é que crestes em vão.” – Paulo. (1ª Epístola aos Coríntios,
15:2.)
Qual
acontece a muitas flores que não atingirão a frutescência na estação adequada,
existem inúmeras almas, nos serviços da crença, que não alcançam em longos
períodos de luta terrestre a iluminação de si mesmas, por haverem crido em vão nos
trilhos da vida.
Paulo
de Tarso foi muito explícito quando asseverou aos coríntios que eles seriam
salvos se retivessem o Evangelho.
A
revelação de Jesus é campo extenso onde há lugar para todos os homens, em nos
referindo aos serviços diversos.
Muitos
chegam à obra, todavia, não passam além da letra, cooperando nas organizações
puramente intelectuais; uns improvisam sistemas teológicos, outros contribuem
na estatística e outros ainda se preocupam com a localização histórica do
Senhor.
É
imperioso reconhecer que toda tarefa digna se reveste de utilidade a seu tempo,
de conformidade com os sentimentos do colaborador; contudo, no que condiz com a
vida eterna que o Cristianismo nos desdobra ao olhar, é imprescindível retermos
em nós o ensinamento do Mestre, com vistas à necessária aplicação.
Cada
aprendiz há de ser uma página viva do livro que Jesus está escrevendo com o
material evolutivo da Terra. O discípulo gravará o Evangelho na própria
existência ou então se preparará ao recomeço do aprendizado, porquanto, sem
fixar em si mesmo a luz da lição, debalde terá crido.
Mensagem extraída da obra: O Pão Nosso,
capítulo 149, ditado pelo Espírito Emmanuel, pela psicografia de Francisco
Cândido Xavier, ano 1950.
Reflexão: Aproveitamos
as duas páginas acima, lidas na nossa reunião mediúnica de 11.04.2017, que
ensejou comunicação de um Orientador Espiritual, que fez abordagem bastante
elucidativa para os presentes na sessão. Não anotaremos exatamente o que o Benfeitor
ensinou, pois, a comunicação não foi gravada, no entanto, inspirado nos seus
ensinamentos traçaremos alguns apontamentos a respeito.
A prece é a expansão da
alma, é um esquecer-se por um instante, e singrar o oceano sideral, não se
percebendo nenhuma resistência ou limite. Percebendo-se singularidades que não
se poderia notar enquanto encrustado no organismo carnal, pois, a sensibilidade
é a espiritual, captando recursos espirituais, puramente.
“Avançai, avançai pelas veredas da prece e ouvireis as vozes dos anjos.
Que harmonia! Já não são o ruído confuso e os sons estrídulos da Terra; são as
liras dos arcanjos; são as vozes brandas e suaves dos serafins, mais delicadas
do que as brisas matinais, quando brincam na folhagem dos vossos bosques.
(...). Também vós, orai como o Cristo, levando a sua cruz ao Gólgota, ao
Calvário. Carregai a vossa cruz e sentireis as doces emoções que lhe
perpassavam na alma, se bem que vergado ao peso de um madeiro infamante.” Santo Agostinho fala da grandiosidade de
quem sabe e informa que para essa condição se faz necessário carregar a cruz, a
nossa cruz, não mais a de madeira, como àquela imposta a Jesus, que nada devia,
mas foi a exemplificação material de algo espiritual, para que entendêssemos
que somente se alcançará a plenitude se cumprirmos com os nossos deveres. Irmos
até que vençamos os reflexos de nossas atitudes infamantes, que viajam conosco,
até que livremos do seu peso, soltando as amarras que não nos permitem avanço
além dos limites da matéria.
“Paulo de Tarso foi muito explícito quando
asseverou aos coríntios que eles seriam salvos se retivessem o Evangelho.” Emmanuel no seu apontamento reforça a lição do
Apóstolo: “Pelo qual também sois salvos se o retiverdes tal como vo-lo tenho
anunciado, se não é que crestes em vão.” A crença cega, a mesmice, a
ausência da reflexão, o sofrer por sofrer, sem que nenhuma consequência
espiritual se retira do cristianismo que apenas existe nas letras, nos volumes
desgastados, na recitação inócua de versos e versículos dos Livros Sagrados.
“Cada
aprendiz há de ser uma página viva do livro que Jesus está escrevendo com o
material evolutivo da Terra. O discípulo gravará o Evangelho na própria
existência ou então se preparará ao recomeço do aprendizado, porquanto, sem
fixar em si mesmo a luz da lição, debalde terá crido.” O Benfeitor esclarece que: O discípulo gravará o Evangelho na própria
existência, portanto, não será
Jesus e nem Deus que fará esse trabalho, somos nós mesmos, de consciência
desperta e trabalho incessante, que o faremos.
Caso isso não ocorra: “(...) ou então se preparará ao recomeço do
aprendizado”. “(...), sem fixar em si mesmo a luz da lição, debalde terá
crido.” Vejamos a sentença: sem a internalização da mensagem do Evangelho
de Jesus em nossa alma e a sua vivência, a crença será inútil, vez que teremos
que recomeçar o aprendizado em outro momento, possivelmente em circunstâncias
adversas das que presenciamos na presente existência.
Analisando a prece,
vemos que não é um fato isolado, é o alçar da alma com todos os seus recursos,
vivências e entendimentos, carregando em si a clareza e a potência de suas
conquistas, assim: “Pedis e obtereis”.
Dorival da Silva.
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