Construção feliz
Ao ler uma página que comentava uma passagem do
Evangelho de Jesus¹, deparei-me com a descrição de uma cidade construída sobre um monte, visível a todos. Portanto, era impossível que ficasse escondida.
Após a leitura dessa página, um amigo espiritual abordou o tema com grande profundidade de entendimento.
A abordagem dele sobre essa cidade, em paralelo
com a alma de cada criatura, fala da visibilidade da cidade pelas suas luzes, que todos podem observar e conhecer sua localização à distância. É referência,
não há como se enganar quanto a sua beleza e qualidade. Assim, inspiramo-nos
para tratar do tema com as nossas palavras, longe do mesmo alcance do Amigo Espiritual, como segue.
A alma humana, assim como tal cidade, precisa ser
construída, alcançar autonomia e se iluminar. Jesus, o Cristo, no Seu projeto
geral para a Terra trouxe os roteiros para que cada pessoa realize a sua cidade
interior. O Senhor apresentou os
elementos, mas o arquiteto dessa obra portentosa é cada um de nós, os encarnados.
O terreno apresenta tortuosidades, defeitos
de muitas formas, partes ainda pouco acessíveis, resistências endurecidas de
difícil remoção. Os recursos disponíveis são escassos, as perspectivas são de
receio, medo e incerteza...
O projeto se apresenta, e o roteiro indica que, sem
esforços, dedicação e persistência, a obra não se estabelece. O construtor e as
mãos que trabalham são o proprietário, ou seja, nós mesmos. É preciso iniciar a obra, a expectativa é
a de trabalho duro. Não há dúvida. O prazo tem limite. A atmosfera se apresenta
carrancuda. Muitos poderão ajudar, nem sempre acontece, e isso não é garantia
do êxito. Todos têm sua própria cidade a construir.
O Guia da Humanidade aguarda as construções, não
de qualquer jeito, mas com qualidade, a melhor, porque elas deverão ter
aparadas todas as imperfeições e que suas bases estejam sólidas, alicerçando
altura inimaginável de virtudes e sentimentos nobres.
Todas as fraquezas inicialmente detectadas deverão se transformar em fortificações, onde as tempestades, por mais intensas que sejam, não
encontrarão brechas para abalá-las.
A grande construção, a maior que é possível
realizar, é o aprimoramento da própria Alma. Ter luz própria. Não para
exaltação de orgulho, pois já não carregará mais esse pejo. Mesmo porque todos
deverão ter luz própria. Isto que o Mestre aguarda --
“Faça-se a vossa luz”.
Novo tempo, nova era, circunstância que é sonho
ainda, mas se tornará realidade. Está no Projeto Geral do Senhor. Os Seus
esforços vêm há milênios, empenhando-se em fixar verdades para a Humanidade. Realizando renúncia ingente, embrenhou-se num corpo falível para apresentar pessoalmente ensinamentos e exemplos do que espera de cada um dos Seus tutelados.
Jesus não é um personagem mítico, é uma Realidade, existe tal como eu e você... apenas que num estágio evolutivo
que somente em futuro distante poderemos compreender melhor, porque precisamos
crescer muito espiritualmente para isso.
Ele, o Senhor, veio desse futuro para onde
estamos indo, para nos indicar o caminho. Tendo percebido as Suas pegadas, precisamos também marcar o caminho com as
nossas, mesmo que sejam pouco aparentes ou quase não notadas.
No contexto das construções iluminadas, desaparecerão as desconfianças, as traições, os crimes e as doenças... Reinarão a paz, a felicidade e o amor ao
próximo. Não serão necessários cuidados em relação à sua segurança, vez que
existirá uma verdadeira fraternidade.
A luz do amor, do respeito e da
moral elevada estará em toda parte. A convergência de esforços será para ações a favor
da coletividade, atendendo à justiça da consciência iluminada, sem outra
intenção que não seja o bem pelo bem.
Esta é a construção feliz. Todos nós somos as construções mais importantes desse empreendimento espiritual, pois não existe outra razão.
Se houvesse outra razão, Jesus teria falado. Tudo depende apenas de nós!
Dorival da Silva
1 – Mateus, 5:14
Caminho, Verdade e Vida, cap. 76,
Emmanuel, Francisco Cândido Xavier
Nenhum comentário:
Postar um comentário