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quinta-feira, 24 de junho de 2021

Construção feliz

Construção feliz

Ao ler uma página que comentava uma passagem do Evangelho de Jesus¹, deparei-me com a descrição de uma cidade construída sobre um monte, visível a todos. Portanto, era impossível que ficasse escondida.

Após a leitura dessa página, um amigo espiritual abordou o tema com grande profundidade de entendimento.  

A abordagem dele sobre essa cidade, em paralelo com a alma de cada criatura, fala da visibilidade da cidade pelas suas luzes, que todos podem observar e conhecer sua localização à distância. É referência, não há como se enganar quanto a sua beleza e qualidade. Assim, inspiramo-nos para tratar do tema com as nossas palavras, longe do mesmo alcance do Amigo Espiritual,  como segue.

A alma humana, assim como tal cidade, precisa ser construída, alcançar autonomia e se iluminar. Jesus, o Cristo, no Seu projeto geral para a Terra trouxe os roteiros para que cada pessoa realize a sua cidade interior.   O Senhor apresentou os elementos, mas o arquiteto dessa obra portentosa é cada um de nós, os encarnados.

O terreno apresenta tortuosidades, defeitos de muitas formas, partes ainda pouco acessíveis, resistências endurecidas de difícil remoção. Os recursos disponíveis são escassos, as perspectivas são de receio, medo e incerteza...

O projeto se apresenta, e o roteiro indica que, sem esforços, dedicação e persistência, a obra não se estabelece. O construtor e as mãos que trabalham são o proprietário, ou seja, nós mesmos. É preciso iniciar a obra, a expectativa é a de trabalho duro. Não há dúvida. O prazo tem limite. A atmosfera se apresenta carrancuda. Muitos poderão ajudar, nem sempre acontece, e isso não é garantia do êxito. Todos têm sua própria cidade a construir.

O Guia da Humanidade aguarda as construções, não de qualquer jeito, mas com qualidade, a melhor, porque elas deverão ter aparadas todas as imperfeições e que suas bases estejam sólidas, alicerçando altura inimaginável de virtudes e sentimentos nobres.

Todas as fraquezas inicialmente detectadas deverão se transformar em fortificações, onde as tempestades, por mais intensas que sejam, não encontrarão brechas para abalá-las.

A grande construção, a maior que é possível realizar, é o aprimoramento da própria Alma. Ter luz própria. Não para exaltação de orgulho, pois, já não carregará mais esse pejo. Mesmo porque todos deverão ter luz própria. Isto que o Mestre aguarda -- “Faça-se a vossa luz”.

Novo tempo, nova era, circunstância que é sonho ainda, mas se tornará realidade. Está no Projeto Geral do Senhor. Os Seus esforços vêm há milênios, empenhando-se em fixar verdades para a Humanidade. Realizando renúncia ingente, embrenhou-se num corpo falível para apresentar pessoalmente ensinamentos e exemplos do que espera de cada um dos Seus tutelados.

Jesus não é um personagem mítico, é uma Realidade, existe tal como eu e você... apenas que num estágio evolutivo que somente em futuro distante poderemos compreender melhor, porque precisamos crescer muito espiritualmente para isso.

Ele, o Senhor, veio desse futuro para onde estamos indo, para nos indicar o caminho.  Tendo percebido as Suas pegadas, precisamos também marcar o caminho com as nossas, mesmo que sejam pouco aparentes ou quase não notadas.

No contexto das construções iluminadas, desaparecerão as desconfianças, as traições, os crimes e as doenças... Reinarão a paz, a felicidade e o amor ao próximo. Não serão necessários cuidados em relação à sua segurança, vez que existirá uma verdadeira fraternidade.

A luz do amor, do respeito e da moral elevada estará em toda parte. A convergência de esforços será para ações a favor da coletividade, atendendo à justiça da consciência iluminada, sem outra intenção que não seja o bem pelo bem.

Esta é a construção feliz. Todos nós somos as construções mais importantes desse empreendimento espiritual, pois não existe outra razão. Se houvesse outra razão, Jesus teria falado. Tudo depende apenas de nós!

                                                   Dorival da Silva

1 – Mateus, 5:14

Caminho, Verdade e Vida, cap. 76,

Emmanuel, Francisco Cândido Xavier



domingo, 17 de junho de 2012

Construção de si mesmo!



Embora pareça fantasia a ideia de que somos responsáveis pela própria construção espiritual,  no entanto,  é realidade incontestável.  Esse entendimento somente alcança sustentação se compreendermos a lei da reencarnação, a lei das vidas sucessivas, a continuidade sempre da vida espiritual.  A reencarnação, por se tratar de lei da Natureza, não é condição de crença, ela existe independentemente de aceitarmos ou não, estamos sofrendo a sua aplicabilidade naturalmente, não depende do homem. 

Abre-se assim uma perspectiva grandiosa de esperança, há possibilidades de retornarmos em nova vida no mundo material, poderemos rever situações, consertar trajetórias, concluir projetos inacabados, reatar laços interrompidos, dar aplicação aos nossos aperfeiçoamentos.    

Podendo retornar depois de uma terminada vida terrena,  no intervalo de uma e outra existência física  estaremos em algum lugar; se não retornamos imediatamente, deveremos estar agindo de algum modo.  Então encontramos razão para a existência da vida fora do plano físico, porque a inteligência e os demais valores adquiridos não podem ficar estagnados – é o que nos diz o bom senso  --, compreendemos que neste mecanismo de “ir e vir ou vir e ir”, na verdade viemos para retornar ao campo espiritual, por isso a vida na matéria é temporária, mas a vida do Espírito é infinita, ela não sofre interrupção nem quando entra na matéria e nem quando sai. 

O Espírito só teve um início, porque foi criado, não terá fim, será um ser em aprimoramento permanente.  “Deus é a  inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas.” (1)  Deus é o criador dos Espíritos e os criou simples e ignorantes, jamais aniquilará a criatura, dará oportunidades evolutivas, não fará o que deveremos fazer por nós mesmos, por isso deu-nos a inteligência e todas as demais virtudes em potencial para que as desenvolvamos e encontremos a paz e a felicidade meritoriamente, nessa construção que somos o principal construtor.

Tal construção é lenta na esteira dos séculos, enquanto não temos consciência de nós mesmos somos conduzidos, como os pais conduzem suas crianças, na proporção que a lucidez vai se instalando no ser libera-o dos cuidados dos orientadores da Humanidade e o indivíduo  assume as rédeas da condução da vida conforme as suas possibilidades. 

Agora, a nossa construção está mais avançada, temos mais inteligência e o potencial de discernimento está mais desenvolvido, também as responsabilidades existem maiores, e seremos cobrados na mesma intensidade das disponibilidades da consciência. Esta construção se apresentará feliz ou infeliz por conta do construtor. 

A construção é nossa...

(1)   –O Livro dos Espíritos, questão nº 1, Allan Kardec.

                                                                                                                                     Dorival da Silva