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terça-feira, 5 de outubro de 2021

Esperança e Vida Nova

                                               Esperança e Vida Nova 

Nos quase dois anos do início da pandemia da COVID-19, muita preocupação, medos, inseguranças, mortes em grande escala pelo Mundo; o desemprego, a fome, o desalojamento de famílias sem recursos. Em conta o adoecimento de muitas pessoas num curto período, levou-se ao colapso o atendimento da saúde em várias partes do Planeta, com o perecimento de muitas pessoas sem assistência médico-hospitalar, proporcionando desespero das famílias e pânico geral.  

Em diversos Países,  percebeu-se a dificuldade dos gestores públicos em lidar com a crise pandêmica que assolou como uma avalanche repentina, expondo as fragilidades no atendendimento às emergências sociais. Depois,  vieram  a segunda, a terceira ondas do mesmo mal, confirmando a incapacidade de combater o inimigo invisível. Exércitos, aviões supersônicos, armas de longo alcance...  nada disso serviu.   

Apenas a inteligência, os esforços enormes dos estudiosos e pesquisadores, através dos Institutos de Ciências, apresentaram as armas capazes ao enfrentamento do mal que aniquilava milhões de seres humanos pelo Planeta. A vacina surgida, ainda sem a comprovação de sua eficácia, trouxe batalhas dentro nos governos e entre Nações, expressaram as questões ideológicas, sugiram os altruístas, os egoístas, não faltaram as evidências de corrupções -- as mais esdrúxulas que se pode imaginar.  

As misérias humanas foram expostas, o cinismo, destacando o estado egoísta dos poderes instituídos que deveriam atender à urgência da saúde pública, suas necessidades inadiáveis como a fome, a dor, a falta de leitos hospitalares e do oxigênio para aqueles que urgentemente precisavam ser entubados -- a única possibilidade de sobrevivência. Além das demais carências sociais, preferiu-se o imediatismo de vantagens, oportunismo político, a indiferença com a dor do próximo.  

Ressalvadas as exceções, pois, existiram Governos e Países que souberam conduzir com habilidade os recursos escassos para o enfrentamento do mal de tal monta, reduzindo as consequências negativas que assolavam suas sociedades.  

No Mundo se contam quatro e meio milhões de pessoas que sucumbiram a COVID-19, o Brasil está bem próximo de seiscentos mil falecimentos por essa causa.  

A vacina, pelo menos no Brasil, está sendo distribuída gradualmente em todos os seus recantos, imunizando a população, e até mesmo disponibilizando uma terceira dose, o reforço vacinal, para certos grupos etários ou 'comorbidades'. 

E tudo o que se sucedeu até esse ponto, para que serve, considerando que todos somos seres espirituais, tanto os que morreram pela COVID e nós que até agora nos mantemos de pé, lidando com o emaranhado de normas, decretos, que se alteram de momento em momento, num caldo social com entendimentos ou desentendimentos e mesmo intenções ideológicas sabotadoras do que se tem por mais adequado conforme as orientações da Organização das Nações Unidas. 

No Mundo vive-se período especial e transformador do estado caótico existente, o que se inicia na segunda parte do século XIX, passando pelo século XX e ganha velocidade nesses dias que correm.  

São Chegados os Novos Tempos, capítulo XVIII, da obra: A Gênese, que Allan Kardec publicou em janeiro de 1868, no item A Geração Nova, registra: "-- Para que na Terra sejam felizes os homens, preciso é que somente a povoem Espíritos bons, encanados e desencarnados, que somente ao bem se dediquem. Havendo chegado o tempo, grande emigração se verifica dos que a habitam: a dos que praticam o mal pelo mal, ainda não tocados pelo sentimento do bem, os quais, já não sendo dignos do planeta transformado, serão excluídos, porque, senão, lhe ocasionariam de novo perturbação e confusão e constituiriam obstáculo ao progresso. Irão expiar o endurecimento de seus corações, uns em mundos inferiores, outros em raças terrestres ainda atrasadas, equivalentes a mundos daquela ordem, aos quais levarão os conhecimentos que hajam adquirido, tendo por missão fazê-las avançar. Substitui-los-ão Espíritos melhores, que farão reinem em seu seio a justiça, a paz e a fraternidade.".  

Necessário é que ocorra o desenvolvimento do ser humano em todos os sentidos, considerando que é preciso saber que a população da Terra não é somente os que estão vivos, mas também os que morreram, porque, como seres espirituais, todos estão vivos; o ser pensante continua a existir, estando num corpo ou sem ele, o ser inteligente é a alma, que tem um corpo, após deixá-lo continua vivendo normalmente no campo espiritual, com seus valores intelectuais e morais.  

O ambiente de uma residência corresponde aos que ali moram, considerando como vivem, seus comportamentos e hábitos, como pensam, como agem e reagem às necessidades da vida, o relacionamento familiar, o respeito de uns para com os outros, ou não. Cada indivíduo tem uma ambiência vibratória particular que corresponde a como pensa e suas intenções, que compõe com os outros que vivem sob o mesmo teto, ou caso destoe do padrão ressente a falta de afinidade, gerando os embates e consequências várias.  Em se tratando do Planeta, é a mesma coisa, mas em aspecto amplo, a sua psicosfera é a mescla da ambiência vibratória de cada indivíduo e dos grupos afins da população, aqueles que são belicosos, atormentadores, imorais, irresponsáveis e indiferentes destoam e causam tumultos à vida regular.  

Cada indivíduo é um mundo próprio, que participa de um mundo coletivo, cada parte constribui com o que oferece de si; sendo que a maior parte busca a harmonia, a paz. Aqueles cujo comportamento diverge desse padrão causam tumulto ao todo, impedindo que o progresso aconteça; então, a Lei Natural, que rege o Universo, sendo a Lei de Afinidade, exerce suas prerrogativas.   

A Lei de Afinidade permite que os iguais se atraiam, então, a separação ocorre lentamente. As vibrações aglutinam-se pelas qualidades, em infinitas faixas de sintonia.  Aqueles indivíduos que, pelas suas vivências imorais, crimes e intenções nefastas, vão muito à porção negativa, distanciam dos que caminham pela moralidade, pelos valores do amor, da compaixão. Como 'Os mansos herdarão a Terra', os demais que se excluem por sua conta própria dessa herança, serão naturalmente atraídos para outro ambiente compatível com o seu estágio vibratório, o que poderá ser outro planeta de vibrações correspondentes.   Assim, devagar a Terra vai sendo limpa daqueles que fizeram por não a merecer, sendo que os que ficarem terão um ambiente compatível com o seu modo de ser. "A cada um segundo as suas obras." 

O que estamos registrando nesta página não apresenta nenhuma novidade, pois tudo consta dos Evangelhos de Jesus, dos Livros Sagrados da Bíblia e da Doutrina Espírita.  Essa doutrina vem avivar esses ensinamentos e nos propor a refletir sobre a nossa existência, oferecendo-nos numerosas informações sobre as necessidades da reencarnação,  as questões sobre a comunicabilidade com os Espíritos dos chamados mortos, através da mediunidade, e nos dá a certeza da continuidade da vida após o encerramento da etapa física. Ela também apresenta as consequências no outro mundo  das nossas vivências aqui no corpo.  

Dessa forma, com tudo que anotamos acima, não cabe dúvida sobre a limpeza que está ocorrendo no Planeta e, logo mais, quem merecer viverá num Planeta com atmosfera equilibrada e estado ambiental harmonioso, em função dos habitantes que permanecerão, porque também equilibrados e harmoniosos com os seus pensamentos e suas ações. Isso não se dará nesta nossa existência e ninguém diz a que tempo, pois depende dos esforços que a Humanidade imprimir para o progresso moral de cada um de seus membros, visando chegar até lá. Ainda, precisa-se considerar que o progresso se dá gradativamente, e as claridades do porvir almejado vão se ampliando com a evolução de todos os integrantes que compõem a população dos Espíritos que transitam na matéria e os que estejam no campo espiritual vinculados a Terra.  

A esperança nasce quando temos o olhar no futuro. A vida nova começa hoje!  

                                 Dorival da Silva 

sábado, 18 de julho de 2020

O Anjo da dor

      O Anjo da dor 


A maioria das pessoas em todos os recantos da Terra está sofrendo, pois há uma parcela da população que parece indiferente ao sofrimento alheio e à sua própria segurança.  

 

        O mundo enfrenta uma pandemia de vírus COVID-19. Apesar de identificado, ainda não se conhece um medicamento, vacina, ou qualquer outro tratamento que possa detê-lo. Ele ataca vorazmente os organismos mais frágeis, minando todas as resistências e exigindo grande aparato de cuidados. Infelizmente, muitos não resistem à sua sanha.  

 

        As autoridades de saúde globais concordam que o distanciamento social, o uso de máscaras e a higienização das mãos são as medidas mais eficazes para prevenir o contágio. Se contaminado pelo vírus, três cenários são possíveis: o indivíduo pode ser assintomático, mas transmitir o vírus; pode apresentar sintomas leves, que podem ser tratados em casa; ou pode precisar de hospitalização e cuidados intensivos, caso o vírus comprometa o sistema respiratório e outros órgãos vitais.  

 

        As observações acima são apenas um preâmbulo para um novo modo de vida, o que está sendo chamado de 'novo normal'. Será mesmo? Enquanto a Ciência não descobre uma vacina ou medicamento capaz de conter a pandemia, torna-se necessário o exercício das virtudes. Para aqueles que não as possuem, é imprescindível adquiri-las. Onde as têm? Quem as disponibilizam? A quais preços? 

 

       O conhecimento e a vivência do Evangelho de Jesus fazem muita falta, pois iluminam os homens, ensinando-lhes a responsabilidade consigo mesmo e para com o próximo. Mostra que nossas ações, além de seus feitos imediatos, também têm consequências a longo prazo, conforme a chamada Lei de Retorno¹, como registra o apóstolo João, 5:29: “E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação.”.  O versículo refere-se a reencarnação, o que ocorrerá no futuro como consequência do presente. Hoje, estamos vivendo reencarnação com reflexos das vidas passas. Portanto, é importante estar ciente de nossas ações, nosso modo de vida e nossas preocupações com o meio ambiente e com os outros. A grande síntese do Evangelho é o amor: “Amarás a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo.”.  

 

        As virtudes são um estado de sentir os efeitos de nossas atitudes, assim como a atitudes dos outros e os efeitos das circunstâncias da vida. Com a pandemia todos estamos dentro de contexto favorável a observarmos esses sentires. Quem pretende se conhecer não prescinde de se analisar, o que pede reflexão. Posso estar irritado, raivoso, com medo, inseguro… ou confortável, confiante, calmo… E esses são os meus sentimentos em relação aos vizinhos, aos colegas de trabalho, e todas as outras pessoas, conhecidas ou não, que compartilham o mesmo ambiente que eu. Todos têm sentimentos, têm familiares, têm pessoas que amam, têm suas próprias vidas.  

 

       Nos noticiários e imagens que inundam nosso dia a dia, encontramos principalmente publicidade de maus exemplos, inclusive de pessoas em posições de autoridade que não possuem autoridade moral. Eles são partidários de uma coisa ou de outra e não conseguem demonstrar justiça sem interesse pessoal. Razão pelo descrédito de suas ações, exceto pelos seus acólitos, cegos pelos seus interesses egoísticos que lhes beneficiem.  

 

       Portanto, será no mundo interior, como barco intacto em mar tempestuoso, que teremos que enfrentar desafios e dificuldades, mas mantendo-nos íntegros, com um Espírito que analisa, reflete, absorve o que o fortalece e descarta o que não contribui para o seu bem.  

 

        Precisamos renascer das ruínas de nós mesmos, em melhores condições, seja no dia a dia ou de tempos em tempos, e principalmente no final desta vida. Porque depois disso ressurgiremos para um estágio maior, para uma avaliação mais ampla, sem a possibilidade de erro no julgamento de nossas ações ao longo do caminho percorrido.  As luzes serão mais claras, a consciência se verá cruamente e a razão não terá razão que não mereça.  

 

        As gerações vão e vêm do mundo dos espíritos, que é a sua origem. Eles experimentam a vida corporal como uma oportunidade de aprendizado, expiação e provação. No entretanto, cada indivíduo é um mundo próprio, enfrentando a morte do corpo e entrando num novo organismo sozinho com a sua consciência.  Relembrando o ensinamento de Jesus: “E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação.”. 

 

        A lição de Cristo é universal, pois se aplica em todas as partes do Cosmo Infinito. No entanto, ainda estamos limitados à Terra – devido ao nosso estado de inferioridade -- como ensina a Doutrina Espírita. Este planeta se apresenta de acordo com as necessidades do Espírito em evolução, servindo como lar, escola, hospital, prisão, asilo…  “A cada um segundo as suas obras.”.  

 

        As novas gerações chegam para substituir as que retornam, um processo que ocorre gradualmente ao longo do tempo. Cada Espírito traz consigo o seu próprio mundo e a sua própria herança, mas ainda sente o eco do progresso ou do desastre que sua geração anterior ajudou a criar. 

 

        Em todos os tempos da Terra, sempre houve muitas dores de todas as ordens, pois somos da classe de provas e expiações. Embora tenhamos feito algum progresso, ainda falta muito para o aprimoramento do Espírito se concluir, até chegarmos ao ponto de nos libertarmos e passarmos para a próxima classe, a dos regenerados. 

 

       Nos apegamos ao sofrimento porque hesitamos em resolver o egoísmo que, como visgo, nos prende a interesses mesquinhos que, embora proporcionem prazer e sensação, não resultam em felicidades. Muito apego ao que é material, com o embotamento dos valores espirituais. 

 

No endurecimento de nosso coração, na rebeldia viciada de contrariar a razão e ignorar a consciência, só resta o recurso extremo para ajudar os incautos viajantes sem rumo. Então, a Lei de Deus faz a sua parte em favor dos endurecidos, encaminha o Anjo da Dor, cuidando para que as lições do Evangelho de Jesus sejam ouvidas, entendidas e vivenciadas; com a agravante de que permanecerá até que os beneficiários se salvem de si mesmos, vencendo-se o egoísmo que os iludem. 

   

Será que a pandemia, que está causando milhares de mortes diariamente, será resolvida sem que exista um estado de humanidade em que cada indivíduo assuma a sua responsabilidade, tornando-se consciente de que a morte não visita apenas as famílias dos outros? O COVID-19 não conhece bandeira, nem raça, muito menos condição social, não reconhece nem moços e nem velhos, todos são terrenos alcançáveis.  

 

As autoridades e líderes de todas as esferas precisam exercer a humildade, deixando claro que ninguém tem o poder de repelir a pandemia e garantir a segurança de qualquer pessoa, apesar de todas as precauções que a ciência tem orientado. 

 

Chegou o tempo da fraternidade, do amor ao próximo, seja conhecido ou desconhecido, o momento da conscientização de que cada um é cidadão do mundo, independentemente de ser rico ou pobre, instruído ou não; independentemente de alinhamentos políticos à direita, esquerda ou cento.  

 

Allan Kardec, o notável codificador da Doutrina Espírita, no Livro dos Espíritos², na questão 740, fez a seguinte pergunta aos Espíritos nobres que trabalharam na terceira revelação das Leis de Deus:  “Para os homens, os flagelos seriam também provações morais, ao fazerem que ele se defronte com as mais aflitivas necessidades?”, obtendo a resposta: “Os flagelos são provas que dão ao homem oportunidade de exercitar a sua inteligência, de demonstrar paciência e resignação ante a vontade de Deus, permitindo-lhe manifestar seus sentimentos de abnegação, de desinteresse e de amor ao próximo, caso o egoísmo não o domine.”.  O que nos relembra que os flagelos aconteceram em todos os séculos passados, levando as gerações a impulsos de melhoramentos.  

 

A dor está presente em todos os lugares. Será que o Anjo da Dor veio nos apoiar em nossa inércia espiritual?  O que pensamos sobre isso?

Dorival da Silva 

 

1.      1.Obra: Pão Nosso, Francisco Cândido Xavier, Espírito Emmanuel, capítulo 127, publicação 1950. 

2.     2. Obra: O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, lançado em 18.04.1857, tradução utilizada de Evandro Noleto Bezerra, FEB.