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sábado, 16 de outubro de 2021

MISSÃO DOS ESPÍRITAS

 

MISSÃO DOS ESPÍRITAS

Não escutais já o ruído da tempestade que há de arrebatar o velho mundo e abismar no nada o conjunto das iniquidades terrenas? Ah! Bendizei o Senhor, vós que haveis posto a vossa fé na sua soberana justiça e que, novos apóstolos da crença revelada pelas proféticas vozes superiores, ides pregar o novo dogma da reencarnação e da elevação dos Espíritos, conforme tenham cumprido, bem ou mal, suas missões e suportado suas provas terrestres.

Não mais vos assusteis! As línguas de fogo estão sobre as vossas cabeças. Ó verdadeiros adeptos do Espiritismo!... sois os escolhidos de Deus! Ide e pregai a palavra divina. É chegada a hora em que deveis sacrificar à sua propagação os vossos hábitos, os vossos trabalhos, as vossas ocupações fúteis. Ide e pregai. Convosco estão os Espíritos elevados. Certamente falareis a criaturas que não quererão escutar a voz de Deus, porque essa voz as exorta incessantemente à abnegação. Pregareis o desinteresse aos avaros, a abstinência aos dissolutos, a mansidão aos tiranos domésticos, como aos déspotas!

Palavras perdidas, eu o sei; mas não importa. Faz-se mister regueis com os vossos suores o terreno onde tendes de semear, porquanto ele não frutificará e não produzirá senão sob os reiterados golpes da enxada e da charrua evangélicas. Ide e pregai!

Ó todos vós, homens de boa-fé, conscientes da vossa inferioridade em face dos mundos disseminados pelo Infinito!... lançai-vos em cruzada contra a injustiça e a iniquidade. Ide e proscrevei esse culto do bezerro de ouro, que cada dia mais se alastra. Ide, Deus vos guia! Homens simples e ignorantes, vossas línguas se soltarão e falareis como nenhum orador fala. Ide e pregai, que as populações atentas recolherão ditosas as vossas palavras de consolação, de fraternidade, de esperança e de paz.

Que importam as emboscadas que vos armem pelo caminho! Somente lobos caem em armadilhas para lobos, porquanto o pastor saberá defender suas ovelhas das fogueiras imoladoras.

Ide, homens, que, grandes diante de Deus, mais ditosos do que Tomé, credes sem fazerdes questão de ver e aceitais os fatos da mediunidade, mesmo quando não tenhais conseguido obtê-los por vós mesmos; ide, o Espírito de Deus vos conduz.

Marcha, pois, avante, falange imponente pela tua fé! Diante de ti os grandes batalhões dos incrédulos se dissiparão, como a bruma da manhã aos primeiros raios do Sol nascente.

A fé é a virtude que desloca montanhas, disse Jesus. Todavia, mais pesados do que as maiores montanhas, jazem depositados nos corações dos homens a impureza e todos os vícios que derivam da impureza. Parti, então, cheios de coragem, para removerdes essa montanha de iniquidades que as futuras gerações só deverão conhecer como lenda, do mesmo modo que vós, que só muito imperfeitamente conheceis os tempos que antecederam a civilização pagã.

Sim, em todos os pontos do Globo vão produzir-se as subversões morais e filosóficas; aproxima-se a hora em que a luz divina se espargirá sobre os dois mundos.

Ide, pois, e levai a palavra divina: aos grandes que a desprezarão, aos eruditos que exigirão provas, aos pequenos e simples que a aceitarão; porque, principalmente entre os mártires do trabalho, desta provação terrena, encontrareis fervor e fé. Ide; estes receberão, com hinos de gratidão e louvores a Deus, a santa consolação que lhes levareis, e baixarão a fronte, rendendo-lhe graças pelas aflições que a Terra lhes destina.

Arme-se a vossa falange de decisão e coragem! Mãos à obra! o arado está pronto; a terra espera; arai!

Ide e agradecei a Deus a gloriosa tarefa que Ele vos confiou; mas, atenção! entre os chamados para o Espiritismo, muitos se transviaram; reparai, pois, vosso caminho e segui a verdade.

Pergunta – Se, entre os chamados para o Espiritismo, muitos se transviaram, quais os sinais pelos quais reconheceremos os que se acham no bom caminho?

Resposta. – Reconhecê-los-eis pelos princípios da verdadeira caridade que eles ensinarão e praticarão. Reconhecê-los-eis pelo número de aflitos a que levem consolo; reconhecê-los-eis pelo seu amor ao próximo, pela sua abnegação, pelo seu desinteresse pessoal; reconhecê-los-eis, finalmente, pelo triunfo de seus princípios, porque Deus quer o triunfo de Sua lei; os que seguem Sua lei, esses são os escolhidos e Ele lhes dará a vitória; mas Ele destruirá aqueles que falseiam o espírito dessa lei e fazem dela degrau para contentar sua vaidade e sua ambição.

 – Erasto, anjo da guarda do médium (Paris, 1863).1

 

1 KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Trad. Guillon Ribeiro. 131. ed. 13.

Imp. Brasília: FEB, 2019, cap. 20, it. 4. 

Nota: Página extraída do livro Orientação ao Centro Espírita, do Conselho Federativa Nacional, da Federação Espírita Brasileira.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Jesus expulsa uma legião de demônios e estes entram numa manada de porcos.

Postamos a página abaixo considerando que os apontamentos e os argumentos formam a resposta mais precisa sobre o tema narrado no Evangelho de Mateus, 8:28 a 8:34, de nosso conhecimento.  Entendemos que muitas pessoas gostariam de encontrar elucidação tão lógica, calcada em argumentação lúcida. Pelo que agradecemos ao Diretor de Redação da Revista Eletrônica "O Consolador", Sr. Astolfo O. de Oliveira Filho, que, com grande fidelidade aos Postulados Espíritas, elabora as respostas em esclarecimentos aos seus leitores. 
Dorival da Silva
http://www.oconsolador.com.br/ano6/294/oespiritismoresponde.html
O Espiritismo responde
Ano 6 - N° 294 - 13 de Janeiro de 2013
ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
BLOG
ESPIRITISMO SÉCULO XXI

 Uma leitora nos pergunta se nos estudos publicados em nossa revista já foi editada alguma matéria que tenha abordado a passagem em que Jesus expulsa uma legião de demônios e estes entram numa manada de porcos. “Gostaria de entender melhor essa citação”, diz-nos a leitora.

O relato bíblico é narrado no Evangelho de Mateus, 8:28 a 8:34. Ei-lo de forma resumida:
Dois endemoninhados, saindo dos túmulos, vieram ao encontro de Jesus e protestaram, em altos gritos: “Que temos nós contigo, Filho de Deus? vieste aqui atormentar-nos antes do tempo?” Perto dali, pastava uma grande manada de porcos. Os demônios rogavam-lhe: “Se nos expeles, envia-nos para a manada de porcos”. Disse-lhes Jesus: “Ide”. Tendo eles saído, passaram para os porcos. Toda a manada precipitou-se pelo declive no mar e, então, os porcos se afogaram. Os pastores fugiram e foram à cidade, onde contaram o que havia acontecido. Então a cidade toda saiu ao encontro de Jesus e, ao vê-lo, o povo rogou-lhe que se retirasse de suas terras.

No livro A Gênese, cap. XV, item 34, Kardec fez ligeiras observações sobre o assunto. Eis o que ele escreveu:
“O fato de serem alguns maus Espíritos mandados meter-se em corpos de porcos é o que pode haver de menos provável. Aliás, seria difícil explicar a existência de tão numeroso rebanho de porcos num país onde esse animal era tido em horror e nenhuma utilidade oferecia para a alimentação. Um Espírito, porque mau, não deixa de ser um Espírito humano, embora tão imperfeito que continue a fazer mal, depois de desencarnar, como o fazia antes, e é contra todas as leis da Natureza que lhe seja possível fazer morada no corpo de um animal. No fato, pois, a que nos referimos, temos que reconhecer a existência de uma dessas ampliações tão comuns nos tempos de ignorância e de superstição; ou, então, será uma alegoria destinada a caracterizar os pendores imundos de certos Espíritos”.

Corroborando o pensamento de que os Espíritos “não entraram” efetivamente nos corpos dos porcos, mas simplesmente os assustaram, fato que os levou a precipitar-se no mar, Irvênia Prada, em palestra realizada no dia 10 de setembro de 2011 em São Bernardo do Campo-SP, ao tratar do tema percepções anímicas dos animais, reproduziu o seguinte comentário assinado pelo Espírito de Erasto:
"É certo que os Espíritos podem tornar-se visíveis e tangíveis aos animais e, muitas vezes, o terror súbito que eles denotam, sem que lhe percebais a causa, é determinado pela visão de um ou de muitos Espíritos, mal-intencionados com relação aos indivíduos presentes, ou com relação aos donos dos animais. Ainda com mais frequência vedes cavalos que se negam a avançar ou a recuar, ou  que empinam diante de um obstáculo imaginário. Pois bem! tende como certo que o obstáculo imaginário é quase sempre um Espírito ou um grupo de Espíritos que se comprazem em impedi-los de mover-se. Lembrai-vos da mula de Balaão que, vendo um anjo diante de si e temendo-lhe a espada flamejante, se obstinava em não dar um passo. É que, antes de se manifestar visivelmente a Balaão, o anjo quisera tornar-se visível somente para o animal”. (O Livro dos Médiuns, cap. XXII, item 236.)

Na sequência da palestra, Irvênia Prada disse que por este relato de Erasto e pela observação de muitas pessoas quanto ao comportamento sugestivo de seus animais é possível concluir que os animais têm, sim, a capacidade de perceber a presença espiritual, como certamente se deu no caso da manada de porcos que se precipitou no mar e se afogou. Dessa forma, é provável que, no mencionado episódio, os chamados “demônios” (Espíritos muito necessitados) não propriamente “entraram” nos porcos, mas a eles dirigiram sua necessidade de vampirização de fluido vital, de modo que os animais “perceberam”, “sentiram” as características de suas pesadas vibrações e se "descontrolaram”.

A palestra de Irvênia Prada a que nos referimos é mencionada na reportagemEvidências científicas da vida espiritual publicada em nossa revista no dia 18/9/2011. Eis o link que remete o leitor ao seu conteúdo:http://www.oconsolador.com.br/ano5/227/especial2.html