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quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

A Reflexão Mental

 

Nota:  Esta página foi extraída da obra Vozes do Grande Além, capítulo 10, de psicografia de Francisco Cândido Xavier. Conforme a nota informativa da abertura do livro, informa que as mensagens que formaram a referida obra se davam por diversos espíritos, espontaneamente, após as  reuniões mediúnicas de desobsessão, como relata o Sr. Arnaldo Rocha, em 30 de maio de 1957, em Pedro Leopoldo (MG).

 

Entendemos que para os que estudam as relações humanas e desejam compreender as relações entre encarnados e desencarnados e vice-versa, além das questões mediúnicas conscientes ou inconscientes, relativamente às influenciações, têm aqui um bom material para análise.

 

Boas reflexões.   

 

                                                                    Dorival da Silva

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A Reflexão Mental

 

Alberto Seabra

 

Na noite de 7 de julho de 1955, fomos surpreendidos por imenso reconforto, porquanto, pela primeira vez, recolhemos a palavra do Dr. Alberto Seabra, abnegado médico e distinto escritor espiritista, que nos falou com respeito ao mundo mental.

* * *

 

Quando os Instrutores da Sabedoria preconizam o estudo, não desejam que o aprendiz se intelectualize em excesso, para a volúpia de humilhar os semelhantes com as cintilações da inteligência, e, quando recomendam a meditação, decerto não nos inclinam à ociosidade ou ao êxtase inútil.

Referem-se à necessidade de nosso aprimoramento interior para mais vasta integração com a Luz Infinita, porque o reflexo mental vibra em tudo.

Nossa alma pode ser comparada a espelho vivo com qualidades de absorção e exteriorização.

Recolhe a força da vida em ondas de pensamento a se expressarem através de palavras e atitudes, exemplos e fatos.

Refletimos, assim, constantemente, uns nos outros.

É pelo reflexo mental que se estabelece o fenômeno da afinidade, desde os reinos mais simples da Natureza.

Vemo-lo nos animais que se acasalam, no mesmo tom de simpatia, tanto quanto nas almas que se reúnem na mesma faixa de entendimento.

Quando se consolida a amizade entre um homem e um cão, podemos registrar o reflexo da mente superior da criatura humana sobre a mente fragmentária do ser inferior, que passa então a viver em regime de cativeiro espontâneo para servir ao dono e condutor, cuja projeção mental exerce sobre ele irresistível fascínio.

É desse modo que Espíritos encarnados podem influenciar entidades desencarnadas, e vice-versa, provocando obsessões e perturbações, tanto na esfera carnal como além-túmulo.

As almas que partem podem retratar as que ficam, assim como as almas que ficam podem retratar as que partem.

Quando pranteamos a memória de alguém que nos antecede, aí no mundo, na viagem da morte, atiramos nesse alguém o gelo de nossas lágrimas ou o fogo de nossa tortura, conturbando-lhe o coração, toda vez que esse Espírito não for suficientemente forte para sobrepor-se ao nosso infortúnio. E quando alguém se ausenta da carne, carreando aflições e pesares procedentes de nossa conduta, arremessará da vida espiritual sobre nossa alma os dardos magnéticos da lembrança infeliz que conserva a nosso respeito, prejudicando-nos o passo no mundo, caso não estejamos armados de arrependimento para renovar a situação, criando imagens de harmonia restauradora.

Em razão disso, convém meditar nos ideais, aspirações, pessoas e coisas que refletimos, porque todos nos subordinamos, pelo reflexo mental, ao fenômeno da conexão.

Estamos inevitavelmente ligados a tudo o que nos merece amor.

Essa lei é inderrogável em todos os planos do Universo.

Os mundos no Espaço refletem os sóis que os atraem, e a célula, quase inabordável do corpo humano, reflete o alimento que lhe garante a vida. Os planetas e os corpúsculos, porém, permanecem escravizados a leis cósmicas e organogênicas irrevogáveis.

O Espírito consciente, no entanto, embora submetido às leis que lhe presidem o destino, tem consigo a luz da razão que lhe faculta a escolha.

A inteligência humana, encarnada ou desencarnada, pode contribuir, pelo poder da vontade, na educação ou na reeducação de si própria, selecionando os recursos capazes de lhe favorecerem o aperfeiçoamento.

A reflexão mental no homem pode, assim, crescer em amplitude e sublimar-se em beleza para absorver em si a projeção do Pensamento Superior.

Tudo dependerá de nosso propósito e decisão.

Enquanto nos comprazemos com a ignorância ou com a indiferença para com os princípios que nos governam, somos cercados sem defensiva por pensamentos de todos os tipos, muitas vezes na forma de monstruosidades e crimes, em quadros vivos que nos assaltam a imaginação ou em vozes inarticuladas que nos assomam à acústica do espírito, conduzindo-nos aos mais escuros ângulos da sugestão.

É por isso que notamos tanta gente ao sabor das circunstâncias, aceitando simultaneamente o bem e o mal, a verdade e a mentira, a esperança e a dúvida, a certeza e a negação, à maneira de folha volante na ventania.

Eduquemo-nos, estudando e meditando, para refletir a Divina Inspiração.

Lembremo-nos de que o impulso automático do braço que levanta a lâmina homicida pode ser perfeitamente igual, em movimento, ao daquele que ergue um livro enobrecedor.

A atitude mental é que faz a diferença.

Nosso pensamento tem sede de elevação, a fim de que a nossa existência se eleve.

Construamos em nós o equilíbrio e o discernimento.

Rendamos culto incessante à bondade e à compreensão.

Habitualmente contemplamos no espelho da alma alheia a nossa própria imagem, e, por esse motivo, recolhemos dos outros o reflexo de nós mesmos ou então aquela parte dos outros que se harmoniza com o nosso modo de ser.

Não bastam à nossa felicidade aquisições unilaterais de virtude ou valores incompletos.

Todos temos fome de plenitude.

O desejo é o imã da vida.

Desejando, sentimos, e, pelo sentimento, nossa alma assimila o que procura e transmite o que recebe.

Aprendamos, pois, a querer o melhor, para refletir o melhor em nossa ascensão para Deus.


(Mantida a página nas mesmas condições de sua publicação original, com regras ortográficas da época)


quinta-feira, 6 de junho de 2019

Consciência

Consciência 

“Guardando o mistério da fé numa consciência pura.”  
 Paulo. (I Timóteo, 3:9.) 

Curiosidade ou sofrimento oferecem portas à fé, mas não representam o vaso divino destinado à sua manutenção. 
Em todos os lugares, observamos pessoas que, em seguida a grandes calamidades da sorte, correm pressurosas aos templos ou aos oráculos novos, manifestando esperança no remédio das palavras. 
O fenômeno, entretanto, muitas vezes, é apenas verbal. O que lhes vibra no coração é o capricho insatisfeito ou ferido pelos azorragues de experiências cruéis... 
Claro que semelhante recurso pode constituir um caminho para a edificação da confiança, sem ser, contudo, a providência ideal. 
Paulo de Tarso, em suas recomendações a Timóteo. esclarece o problema com traço firme. 
É imprescindível guardar a fé e a crença em sentimentos puros. Sem isso, o homem oscilará, na intranquilidade, pela insegurança do mundo íntimo. 
A consciência obscura ou tisnada inclina-se, invariavelmente, para as retificações dolorosas, em cujo serviço podem nascer novos débitos, quando a criatura se caracteriza pela vontade frágil e enfermiça. 
Os aprendizes do Evangelho devem recordar o conselho paulino que se reveste de profunda importância para todas as escolas do Cristianismo. 
O divino mistério da fé viva é problema de consciência cristalina. Trabalhemos, portanto, por apresentarmos ao Pai a retidão e a pureza dos pensamentos. 

(Esta mensagem foi extraída da obra: Vinha de Luz, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, capítulo 131, ano 1951.) 


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Reflexão  -   Consciência pura! É o requisito para a fé viva. A qualidade da fé depende do estado da consciência. Buscando amparo em Leon Denis¹, que ensina: “A consciência é não somente a faculdade de perceber, mas também o sentimento que temos de viver, agir, pensar, querer. É una e indivisível (...)”.  

O orientador espiritual Emmanuel, no início da sua página acima, explana: “Curiosidade ou sofrimento oferecem portas à fé, mas não representam o vaso divino destinado à sua manutenção. 
Em todos os lugares, observamos pessoas que, em seguida a grandes calamidades da sorte, correm pressurosas aos templos ou aos oráculos novos, manifestando esperança no remédio das palavras. 
O fenômeno, entretantomuitas vezes, é apenas verbal. O que lhes vibra no coração é o capricho insatisfeito ou ferido pelos azorragues de experiências cruéis...  Não bastam uma situação inopinada, uma emergência emocional, uma orientação fortuita, por mais que abalizada, que farão uma consciência pura capaz de produzir uma fé viva.   Recurso espiritual que todos procuramos, sem, no entanto, compreender direito o que seja, pois temos pressa, a ansiedade é exigente, a nossa pobre capacidade de reflexão sobre a essencialidade da vida, que é a ferramenta de interiorização para nos conhecermos, não nos permite clarear a consciência, pois temos dúvida, medo para  dar passos no rumo do desconhecido.  

O Mentor espiritual refere-se ao “vaso divino”, do que fala?  Da “consciência pura”. E como se chegar a esse estado de consciência? Nestes dias de tumulto! Não dá para esperar que alguém ou a coletividade resolva a situação. O problema é particular. Cada indivíduo é um mundo singular. “A consciência é não somente a faculdade de perceber, mas também o sentimento que temos de viver, agir, pensar, querer. É una e indivisível (...)” -- reinserimos. É indispensável pensarmos em nós mesmos dentro de um contexto de vida complexo, onde temos vontades, lidamos com vontades alheias, sofremos influências de nossas próprias vivências desta e de outras vidas, vez que estão todas em nós mesmos, sendo que nos pertencem (causas e consequências), além de sofrermos as influências dos que nos rodeiam na família e na sociedade, que têm seus passados, sofrem da mesma forma que nós suas próprias influências e a dos demais, gerando retroalimentação de emoções, sensações, relembranças, intuições, que ora são causa e ora são consequências geralmente de suas dores, suas aflições, mágoas, ressentimentos, doenças, poucas vezes são reflexos de paz e felicidades. A nossa consciência ainda não é “vaso divino”, quando isso se der, não sofreremos a influência de passado negativo, que se apresenta por várias formas no presente e no futuro, mas o reflexo da conquista de nós mesmos para o bem e com o bem, que se potencializará com a influência de outros que também chegaram no mesmo patamar, quando se alcançará a fé viva, a paz e a felicidade que ainda não somos capazes de perceber.  

A influência negativa dos outros nos atinge porque encontra em nós um traço de ligação de forças que interage pela qualidade, gerando elo de influência, que se alimenta com o combustível de mesmo viés, que somente uma força de vontade maior, no rumo do bem, constituído pelo pensamento do bem, numa luta ingente para não ceder à força atrativa existente, o que  se denomina tentação, que nos leva preferir a situação em que nos encontramos.  Ainda, assim, apresenta algum conforto, alguma satisfação, comodidade, em relação ao esforço em sentido contrário que nos traz cansaço, incomodo... Cabe ainda nos perguntar: O que viemos fazer aqui na Terra, suportar um organismo de carne que nos pesa, causa constrangimento para a locomoção, para pensar, para conservá-lo, que envelhece e cada vez mais nos limitam as ações, por quê? O propósito Divino é que o Espírito em evolução precisa de oportunidades para o seu aprimoramento, vez que com o livre-arbítrio precisa aprender a utilizá-lo a seu favor, de maneira consciente, pela sua vontade, superar as deficiências, conquistar virtudes, clarear a mente, purificar-se com as experiências de suas vidas em diversas reencarnações, porque a vida do Espírito fora da matéria é sempre uma única, mas com muitas viagens através de veículos de carne, onde junta as experiências e tira o resultado de seus esforços.  

No final da página objeto desta reflexão, Emmanuel realça: O divino mistério da fé viva é problema de consciência cristalina. Trabalhemos, portanto, por apresentarmos ao Pai a retidão e a pureza dos pensamentos. Aí está o que buscamos na vida, através das diversas vidas, a consciência cristalina, não existe outra razão, isto depende de inteligência educada, de mansidão dos sentimentos, para alcançarmos a retidão e a pureza dos pensamentos. É o que o Criador espera de nós. “Somos o que pensamos.” 

Consciência! 
                                      
                                                        Dorival da Silva 
¹. Obra: O Problema  do ser, do destino e da dor 
   Autor: Léon Denis 
     Página 323, 15ª edição   
     XXI – A consciência. O sentido íntimo. 

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Aflições! Quem não as têm?



Aflições! Quem não as têm?

No Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, no capítulo V, das “causas atuais das aflições”, que nos leva a indagação colocada no título desta página, em conta a grandeza dos esclarecimentos ali anotados pelos Espíritos orientadores da Humanidade, que por se tratar de verdades inquestionáveis transcendem os tempos, pois a base é a Lei Divina que não sofre alternância, considerando a fonte perfeita que produziu norma definitiva que jamais será objeto de reparo.

Atualmente se verifica uma necessidade fictícia de usufruir de tudo, num imediatismo avassalador, levando os indivíduos a um estado estapafúrdio de comportamento, que a vida se torna uma constante aflição, geradora de aflições, pois tudo se multiplica quando cultivado.

Os meios de comunicação, por onde chegam às pessoas o “marketing” de produtos objeto das indústrias e que o comércio quer vender vislumbrando o lucro, na variedade e utilidade nem sempre ao alcance financeiros da maioria, no entanto, gera necessidade aonde não existia, tornando uma aflição a muitos dentro da massa insistentemente bombardeada pela propaganda, agravando quando o produto é da área infantojuvenil, ampliando a ansiedade por possuir e equiparar-se àqueles que têm disponibilidade financeira para adquirir e exibirem as suas conquistas nem sempre necessárias. 

Os meios de transporte público não atende a contento as necessidades da população, gerando aflições de toda ordem: atrasos ao trabalho, a compromissos, a insegurança na lotação e com o próprio veículo, situações imprevistas no transcurso de casa até o local objetivado da viagem. Quando de veículo próprio, o risco se mostra grande com a irresponsabilidade de alguns, a imperícia de outros, produzindo mortes, ferimentos e perdas materiais, promovendo aflições a muitos, multiplicando-se nos familiares. 

Além dessas situações existe o consumismo injustificável do que poderia ser evitado, tais como: compras por impulso, por outras razões emocionais, de roupas, calçados, eletrônicos e outras coisas. Como tudo o que seria dispensável, portanto, desnecessário, além do problema financeiro, gera desconforto emocional, um estado de culpa, logo se aflige, prejudicando a vida do indivíduo, desarmonizando, quando não comprometendo a harmonia da família toda.

Acrescenta-se nessa fieira o alcoolismo, as drogas ilícitas e as lícitas, conquanto nocivas à saúde, além da viciação medicamentosa, que servem de muleta emocional para tudo o que se pretende justificar, embora injustificável, porque ninguém consegue ludibriar a consciência e quanto mais demora em tomar resolução firme de reversão de hábitos e viciações  para o trabalho regenerador através do bem em favor de si mesmo e do próximo, mais se afundará num estado espiritual pernicioso, que exigirá grandíssimo esforço para retornar ao um estado de normalidade.

Assim, muitas outras situações que são nascedouro de aflições, cabendo a cada um a análise, principalmente, no ambiente em que se situa a sua convivência. 

O Evangelho de Jesus ensina: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Ninguém poderá duvidar dessa assertiva do Mestre, no entanto, seus efeitos não ocorrem sem o esforço da análise, da reflexão, da observação e da vivência da verdade extraída desse processo evolutivo. 

No estado atual da Humanidade a aflição é mecanismo de evolução, sofre-se menos quem tem fé que permite o raciocínio, a compreensão dos fatos e deles, das consequências que percebe, adquire aprendizado e valores que o liberta dos medos e das fantasias.

                                                            Dorival da Silva