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quinta-feira, 2 de novembro de 2023

Morte!

 

Morte! 

 

O que pensar sobre a morte? O que de verdade morre? A morte orgânica é a extinção do combustível, da energia vital, que mantinha toda a organização biológica em funcionamento.   

Entendo, também, que a organização que morreu não era o sujeito!  Tal como o carro acidentado, que ficou imprestável, não era o seu condutor. 

No velório, quem os familiares e amigos choram? Certamente aquele que deixou o corpo, sendo que seus restos ainda o representa, mas o titular vai tomando outro rumo sem o seu equipamento que está exposto à visitação, depois este será inumado e desaparecerá. 

Depois da morte, neste lado da vida, quase tudo vai retornando à rotina, o morto vai ficando na lembrança e até mesmo esquecido.  

Do outro lado desta vida há recomeço ou continuidade? Creio que ambas as coisas acontecem. 

Sempre haverá trabalho, o aprendizado nunca cessa, novas realidades surgem, despertamentos para verdades que apenas tínhamos notícias, ou mesmo não imaginávamos existissem. 

Quando nascemos, chegamos de algum lugar em algum lugar; quando morremos, saímos de um certo lugar, para a amplidão da vida.  

Assim, nasce-se da vida e morre-se para a vida. Para o ser pensante, sempre será vida.  

Vida, vida sempre! Morte, nunca! 

 

Dorival da Silva. 

segunda-feira, 23 de março de 2020

Pandemia

Pandemia 

 

 

Dores que percorrem o tempo. 

Valores equivocados que a humanidade se atribui, 

Inconscientemente, usufruem de prazeres que trazem infelicidade. 

Esqueceu-se da essência da vida. 

 

A crença cega de que alguém dará solução às aflições 

É motivo de mais sofrimento, 

Expectativa do impossível desvia-se do compromisso; 

Somos a solução dos próprios infortúnios. 

 

Há liberdade para realizar, usar e desfrutar, 

Alimentar ilusões é plantar desastre nos próprios passos. 

A colheita é de frutos do que se plantou, 

Ninguém ignora a sua semeadura. 

 

Coletivamente caminhamos como manada, 

Lidera-se inconsequência à guisa de verdade. 

Interesses ignóbeis a pretexto de produção lídima; 

Culpas retardatárias que fluem diante de catástrofe anunciada. 

 

Sempre é tempo de mudar as ânsias da alma, 

Parada abrupta na desenfreada correria desperta do sono, 

A vida existe e pede mudança de rumo. 

O interesse maior é a vida que não finda. 

 

Tudo que palpamos é importante, se soubermos avaliar; 

Torna-se tormento, caso venhamos abusar; 

O que é moral tem que prevalecer, 

A lucidez se faz aguardar. 

 

Sofrer por sofrer não altera o nosso estado de ignorância, 

A clareza do entendimento é resultado do pensamento, da meditação; 

A escuridão por séculos nos invadiu, somente interesses materializantes importavam; 

Agora, a alavanca do progresso nos impõe a dor que atormenta. 

 

Voluntariamente o incauto se aprisiona; 

O condenado que se penaliza. 

Aturdido, sem saber por onde atacará a criatura desconhecida, 

Criação inconsciente do próprio apenado. 

 

Há esperança. 

Alguém há mais de dois mil anos a trouxe, 

Ninguém está desamparado, a vida não se extinguirá; 

Somente se aguarda o despertar da consciência. 

 

O mal não durará mais do que o combustível que o alimenta; 

A fé que permite o raciocínio altera o estado de sofrimento; 

“Conhecereis a verdade e ela vos libertará.” 

Embora o sofrimento, a meta é a felicidade.


Dorival da Silva