Aflições! Quem não as têm?
No
Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, no capítulo V, das “causas
atuais das aflições”, que nos leva a indagação colocada no título desta página,
em conta a grandeza dos esclarecimentos ali anotados pelos Espíritos
orientadores da Humanidade, que por se tratar de verdades inquestionáveis
transcendem os tempos, pois a base é a Lei Divina que não sofre alternância,
considerando a fonte perfeita que produziu norma definitiva que jamais será
objeto de reparo.
Atualmente
se verifica uma necessidade fictícia de usufruir de tudo, num imediatismo
avassalador, levando os indivíduos a um estado estapafúrdio de comportamento,
que a vida se torna uma constante aflição, geradora de aflições, pois tudo se
multiplica quando cultivado.
Os
meios de comunicação, por onde chegam às pessoas o “marketing” de produtos
objeto das indústrias e que o comércio quer vender vislumbrando o lucro, na variedade
e utilidade nem sempre ao alcance financeiros da maioria, no entanto, gera
necessidade aonde não existia, tornando uma aflição a muitos dentro da massa
insistentemente bombardeada pela propaganda, agravando quando o produto é da
área infantojuvenil, ampliando a ansiedade por possuir e equiparar-se àqueles
que têm disponibilidade financeira para adquirir e exibirem as suas conquistas
nem sempre necessárias.
Os
meios de transporte público não atende a contento as necessidades da população,
gerando aflições de toda ordem: atrasos ao trabalho, a compromissos, a
insegurança na lotação e com o próprio veículo, situações imprevistas no
transcurso de casa até o local objetivado da viagem. Quando de veículo próprio,
o risco se mostra grande com a irresponsabilidade de alguns, a imperícia de
outros, produzindo mortes, ferimentos e perdas materiais, promovendo aflições a
muitos, multiplicando-se nos familiares.
Além
dessas situações existe o consumismo injustificável do que poderia ser evitado,
tais como: compras por impulso, por outras razões emocionais, de roupas,
calçados, eletrônicos e outras coisas. Como tudo o que seria dispensável,
portanto, desnecessário, além do problema financeiro, gera desconforto
emocional, um estado de culpa, logo se aflige, prejudicando a vida do
indivíduo, desarmonizando, quando não comprometendo a harmonia da família toda.
Acrescenta-se
nessa fieira o alcoolismo, as drogas ilícitas e as lícitas, conquanto nocivas à
saúde, além da viciação medicamentosa, que servem de muleta emocional para tudo
o que se pretende justificar, embora injustificável, porque ninguém consegue
ludibriar a consciência e quanto mais demora em tomar resolução firme de
reversão de hábitos e viciações para o trabalho regenerador através do
bem em favor de si mesmo e do próximo, mais se afundará num estado espiritual
pernicioso, que exigirá grandíssimo esforço para retornar ao um estado de
normalidade.
Assim, muitas
outras situações que são nascedouro de aflições, cabendo a cada um a análise, principalmente,
no ambiente em que se situa a sua convivência.
O
Evangelho de Jesus ensina: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”.
Ninguém poderá duvidar dessa assertiva do Mestre, no entanto, seus efeitos não
ocorrem sem o esforço da análise, da reflexão, da observação e da vivência da
verdade extraída desse processo evolutivo.
No
estado atual da Humanidade a aflição é mecanismo de evolução, sofre-se menos quem
tem fé que permite o raciocínio, a compreensão dos fatos e deles, das
consequências que percebe, adquire aprendizado e valores que o liberta dos
medos e das fantasias.
Dorival da Silva