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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

Vida tempestuosa

                                                            Vida tempestuosa 

Ao acessar os meios de comunicação de massa, constantemente as referências são bombásticas, muitas são espetaculares e algumas mentirosas. Uma nuvem pessimista, de dor, de alarmismo, de indignação, de insegurança e medo paira no ambiente psicológico do espectador, afetando seu estado emocional e seu modo de vida.  

Parte são trabalhos bem realizados, apesar de noticiarem fatos negativos e, às vezes, horripilantes, tais como guerras, incêndios de grandes proporções, eventos climáticos de efeitos destrutivos e mortes, acidentes com muitas vítimas e outras ocorrências de consequências negativas.  

Por outro lado, há um amontoado de inutilidades transmitidas pelos meios de comunicação aos lares e demais ambientes, entorpecendo os aficionados por tais conteúdos que em nada acrescentam ao melhoramento de suas vidas.  Raramente se vê alguma publicação sobre algo realizado para a promoção do bem e a melhoria das condições de vida das pessoas.  

Com isso, dependendo do estado emocional e moral de certos indivíduos, a vida é constantemente uma tempestade de emoções, gerando inseguranças consigo mesmos, com o trabalho, com a vida familiar e, inclusive, com a saúde financeira.  

Quando se cultiva um hábito religioso, independentemente de qual seja a preferência, desde que praticado seriamente, existe um anteparo emocional capaz de neutralizar, em parte, tais influências perniciosas dessa onda de inutilidade perturbadora que alcança os indivíduos por diversos meios.  

Na passagem em que Jesus Cristo é questionado sobre se deveriam pagar os tributos ao imperador romano, Ele sabiamente se livra da armadilha engendrada para sua condenação pelas autoridades do Templo, dizendo: “Dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.” (Mateus, 22:21). Nos dias atuais, também devemos considerar essa sabedoria de Jesus diante das muitas armadilhas emocionais a que estamos sujeitos e que entram em nossas casas. Isso equivale a destinar consideração àquilo que realmente tem valor e acrescenta algo positivo às nossas vidas; e avaliar criticamente o que se apresentar apenas como artigos supérfluos, que muitas vezes se equiparam a “lixos emocionais” que nada acrescentam a nosso favor.  

Quando estamos cientes das razões de estarmos nesta vida material e confiantes de que, depois dela, continuaremos com os resultados emocionais do bem realizado, somos capazes de viver equilibradamente, mesmo que o ambiente onde vivemos seja tumultuado, desde que, em nossa intimidade, permaneçamos em paz.

Nessa vida tumultuosa que grassa por quase todas as partes do mundo, gerada por preocupações noticiadas que dizem respeito às expectativas de fatos que poderão acontecer, apontados por analistas ou órgãos governamentais, calcados geralmente em divergências políticas ou interesses econômicos que ocorrem nas esferas nacionais ou internacionais, além de muitas outras estimativas, como as variantes climáticas que poderão afetar a vida das pessoas e, ainda, o aumento, em certos lugares, da violência urbana, tudo, embora se trate de perspectivas, é entendido como real e generalizado, tumultuando presentemente a vida dos indivíduos.  

Existem muitos sofrimentos que se tornam doenças emocionais crônicas apenas porque o filtro de interpretação do que se lê, vê e ouve não funciona; falta a análise e a crítica de tudo o que chega. No dizer de Allan Kardec, o codificador da Doutrina Espírita: “É preciso passar tudo pelo crivo da razão.”   

Isso também ocorre, em grande parte, com os ensinamentos religiosos de todos os credos: aceita-se e acredita-se no que foi recebido, sem o trabalho da análise e da crítica.  

A vida tumultuada acontece por falta de ordem; não se sabe o que se está fazendo e qual o objetivo a alcançar. Veja que estamos tratando de questões emocionais, portanto, espirituais. 

O indivíduo precisa estar bem espiritualmente; para isso, ele precisa saber o que está fazendo nesta vida, que tem um período de existência finito e indefinido quanto ao tempo. Não adianta estar bem financeira e economicamente, ter poder e relevância social, se mantém uma vida tumultuada. As consequências danosas não tardam. O único remédio possível é buscar a harmonia consciente da vida.  

Vejam este ensinamento de Jesus: “Buscai primeiro o reino dos Céus e tudo o mais vos será acrescentado”.(Mateus, 6:33) É preciso entender o que é buscar o reino dos Céus! Podemos entender isso, mesmo que superficialmente, como: buscar a educação intelectual e moral; compreender a existência de Deus em tudo — já que nada pode ocorrer sem a sua permissão -- e praticar a Sua lei de amor e justiça, que foi revelada por Jesus Cristo.  Se em todas as nossas ações no mundo estiverem presentes os ensinamentos morais trazidos por Jesus, assim estamos buscando o reino dos Céus.  

A vida tumultuada dos dias atuais é causa das doenças emocionais, físicas e comportamentais reinantes. Seu antídoto é a ordem, a disciplina moral, o respeito a si mesmo e ao próximo, à natureza, a religiosidade e a consciência de que somos espiritualmente imortais.  

Para reforçar as argumentações acima, incluo um fragmento de mensagem do espírito Emmanuel, constante no capítulo 155 — “Entre os cristãos” -- da obra “Caminho, Verdade e Vida”, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, publicada em 02/09/1948, como segue: (…). “Cristo, porém, inaugurou uma nova época. A humildade foi o seu caminho; o amor e o trabalho, o seu exemplo; o martírio, a sua palma de vitória. Deixou a compreensão de que, entre os seus discípulos, o princípio de fé jamais será o da conquista fácil de favores do céu, mas o de esforço ativo pela iluminação própria e pela execução dos desígnios de Deus, através das horas calmas ou tempestuosas da vida.” (…). 

                                      Dorival da Silva 

 

Nota: As obras básicas da Doutrina Espírita (O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno, e A Gênese) podem ser baixadas gratuitamente do sítio da Federação Espírita Brasileira (FEB), através do endereço eletrônico abaixo:  

 

terça-feira, 14 de janeiro de 2025

Fé, sentimento inato

                                               Fé, sentimento inato 

Nas grandes realizações da alma humana, um dos pontos de relevância é a fé. No entanto, esse sentimento precisa ser compreendido. Trata-se de uma força intrínseca da alma, que proporciona grandes avanços de progresso em todos os rumos quando vivenciada com a razão.  

Existiram e existem pessoas que têm fé em si mesmas e conseguem realizar os seus objetivos. Porém, essa fé exclusivista pode levar a realizações equivocadas, muitas vezes causando prejuízos àqueles que não fazem parte de seus interesses imediatos. Pode-se dizer que, nesse caso, prevalece o egoísmo.  

Porém, aqueles que guardam uma fé raciocinada, agem e realizam com uma ideia de responsabilidade diante da Vida, da Natureza e dos seus semelhantes e, com certeza, pensam em Deus.  

Quem caminha pela vida com uma fé raciocinada analisa o passado, observa o presente, vislumbra o futuro de suas ações e, ainda, reflete sobre as consequências espirituais de suas iniciativas. Compreende que todos os empreendimentos afetam, de algum modo, o estado presente e toda a sociedade, onde os reflexos de seus feitos têm influência.  

Com a confiança em Deus e de acordo com a abrangência de suas análises sobre a vida, onde mantém influência, realiza o que pretende como um instrumento de transformação e progresso da sociedade em que opera. Faz isso com a lucidez de que todos os beneficiários de suas proposições são Espíritos, tal como ele mesmo. Assim, respeita o seu próximo, conhecido ou não, da sua ou das futuras gerações, porque respeita Deus. Tem a certeza de que retornará à vida neste mundo, nas gerações futuras, e encontrará a ambiência social com os reflexos da sociedade que ajudou a criar.  

Aquele que traz consigo a fé raciocinada sabe que as responsabilidades de suas atuações no campo material são grandes. No entanto, estão normatizadas nas regras e leis que regem as atividades. Ele também sabe que as responsabilidades morais são muito maiores e não estão circunscritas em normas escritas, mas sim num estado de consciência. É essa consciência que regerá a sua condição de ser feliz ou infeliz. Poucos idealizadores pensam nas consequências morais de suas iniciativas, que podem até ser boas sob a   ótica financeira, mas, muitas vezes, desastrosas em termos de responsabilidades morais. Certamente aplaudidos pelos seus seguidores, por atenderem interesses imediatistas e até gananciosos, esses idealizadores geram consequências danosas, arruinando a vida de indivíduos ou de populações em grandes regiões. Além disso, tudo que tem um início também se multiplica, gerando grandes responsabilidades que ultrapassam as leis cíveis e alcançam a lei que impõe a obrigatoriedade do reajuste e conserto, ínsita na consciência: a Lei de Deus. 

A fé raciocinada é aquela que compreende as minúcias da vida material e espiritual, reconhecendo que todos que estão neste mundo são Espíritos. Esses carregam em si um patrimônio de vivências, acumulado de muitas vidas, e agora têm mais uma oportunidade de aprendizagem e ajustes de fatos e realizações que não atenderam à lei de amor e justiça. Assim, veem-se obrigados a refazer aquilo em que falharam em outros tempos.  

Sem nenhum descrédito a outros credos, filosofias e demais ciências, que realizaram e realizam suas contribuições, vemos na Doutrina Espírita uma excelência para aqueles que a estudam e compreendem profundamente os seus princípios. Dessa forma, constroem em si uma fé raciocinada.  

Essa Doutrina, com seu estudo e prática, comprova a verdade que a teoria ensina. Mostra vividamente os efeitos e as consequências dos modos de vida. Os reflexos desses modos geram dificuldades para alguns Espíritos que não se mostram felizes depois da vida física, porque foram despreocupados com as questões espirituais.  Por outro lado, outros estão contentes e alegres, pois se dedicaram a analisar as consequências espirituais antes de realizar suas atitudes, quando estavam na vida material. Souberam se conter em uma vida de moral equilibrada. 

Aquele que conquista a fé raciocinada não precisa de intermediário para se comunicar com a Divindade. É autônomo para isso e conhece o mecanismo dessa comunicação. Essa é uma das razões pelas quais a Doutrina Espírita não possui estrutura constituída em hierarquia formal. Se alguns cargos são preenchidos formalmente, é apenas para atender às regras das organizações civis. Ademais, o respeito e as considerações entre os seus membros se dão pela elevação moral, conquistada e vivida em uma vida de trabalho no bem. Assim também ocorre no mundo espiritual. 

A fé é um sentimento inato. A fé que raciocina é própria do desenvolvimento da alma humana. Jesus Cristo é o maior exemplo. Nenhum de seus atos existiu sem que estivesse presente Sua fé raciocinada, de potência extraordinária. Ele tinha confiança absoluta em Si e em Deus e conhecia todas as ciências, até mesmo aquelas que o mundo ainda nem sonha que possam existir.  

                                                   Dorival da Silva. 

Nota: As obras básicas da Doutrina Espírita (O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno, e A Gênese) podem ser baixadas gratuitamente do sítio da Federação Espírita Brasileira (FEB), através do endereço eletrônico abaixo:  

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Aflições! Quem não as têm?



Aflições! Quem não as têm?

No Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, no capítulo V, das “causas atuais das aflições”, que nos leva a indagação colocada no título desta página, em conta a grandeza dos esclarecimentos ali anotados pelos Espíritos orientadores da Humanidade, que por se tratar de verdades inquestionáveis transcendem os tempos, pois a base é a Lei Divina que não sofre alternância, considerando a fonte perfeita que produziu norma definitiva que jamais será objeto de reparo.

Atualmente se verifica uma necessidade fictícia de usufruir de tudo, num imediatismo avassalador, levando os indivíduos a um estado estapafúrdio de comportamento, que a vida se torna uma constante aflição, geradora de aflições, pois tudo se multiplica quando cultivado.

Os meios de comunicação, por onde chegam às pessoas o “marketing” de produtos objeto das indústrias e que o comércio quer vender vislumbrando o lucro, na variedade e utilidade nem sempre ao alcance financeiros da maioria, no entanto, gera necessidade aonde não existia, tornando uma aflição a muitos dentro da massa insistentemente bombardeada pela propaganda, agravando quando o produto é da área infantojuvenil, ampliando a ansiedade por possuir e equiparar-se àqueles que têm disponibilidade financeira para adquirir e exibirem as suas conquistas nem sempre necessárias. 

Os meios de transporte público não atende a contento as necessidades da população, gerando aflições de toda ordem: atrasos ao trabalho, a compromissos, a insegurança na lotação e com o próprio veículo, situações imprevistas no transcurso de casa até o local objetivado da viagem. Quando de veículo próprio, o risco se mostra grande com a irresponsabilidade de alguns, a imperícia de outros, produzindo mortes, ferimentos e perdas materiais, promovendo aflições a muitos, multiplicando-se nos familiares. 

Além dessas situações existe o consumismo injustificável do que poderia ser evitado, tais como: compras por impulso, por outras razões emocionais, de roupas, calçados, eletrônicos e outras coisas. Como tudo o que seria dispensável, portanto, desnecessário, além do problema financeiro, gera desconforto emocional, um estado de culpa, logo se aflige, prejudicando a vida do indivíduo, desarmonizando, quando não comprometendo a harmonia da família toda.

Acrescenta-se nessa fieira o alcoolismo, as drogas ilícitas e as lícitas, conquanto nocivas à saúde, além da viciação medicamentosa, que servem de muleta emocional para tudo o que se pretende justificar, embora injustificável, porque ninguém consegue ludibriar a consciência e quanto mais demora em tomar resolução firme de reversão de hábitos e viciações  para o trabalho regenerador através do bem em favor de si mesmo e do próximo, mais se afundará num estado espiritual pernicioso, que exigirá grandíssimo esforço para retornar ao um estado de normalidade.

Assim, muitas outras situações que são nascedouro de aflições, cabendo a cada um a análise, principalmente, no ambiente em que se situa a sua convivência. 

O Evangelho de Jesus ensina: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Ninguém poderá duvidar dessa assertiva do Mestre, no entanto, seus efeitos não ocorrem sem o esforço da análise, da reflexão, da observação e da vivência da verdade extraída desse processo evolutivo. 

No estado atual da Humanidade a aflição é mecanismo de evolução, sofre-se menos quem tem fé que permite o raciocínio, a compreensão dos fatos e deles, das consequências que percebe, adquire aprendizado e valores que o liberta dos medos e das fantasias.

                                                            Dorival da Silva