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segunda-feira, 14 de agosto de 2023

Crianças! Quem são elas?

 Crianças! Quem são elas? 

    Todas as pessoas surgiram para este Mundo através da maternidade e na condição de criança. Uma parcela teve pais amorosos, independente da condição social; outra parte encontrou pais indiferentes e não foram amadas; ainda, àquela porção que abandonada ficou pelo caminho; sem contar àquelas que não chegaram a nascer ou tendo nascido foram trucidas.  

Dentre as que nascem, existe grande número de crianças que requerem cuidados especiais, sejam àquelas que apresentam problemas anatômicos ou de ordem mental, além de síndromes que serão percebidas no transcorrer do desenvolvimento, pela idade.  

Independente das condições do nascimento, não cessam as transformações orgânicas, o que ocorre desde a concepção, com o andar da cronologia, se desenvolve conforme as suas possibilidades, alcança as fases consequentes desse processo, podendo chegar à velhice do corpo.  

O corpo que nasce é um invólucro de algo perene e exclusivo, que não existe no Universo outro exatamente igual. É um Ser pensante, com vida indestrutível. Essa vida é o que se denomina alma, antes de estar no corpo, chama-se espírito. Então, quando se nasce, nasce o corpo, quando morre, morre o corpo, o espírito é pré-existente e pós-existe ao corpo, assim, nem nasce e nem morre. A intermitência do espírito no corpo é visível para todos. Por exemplo, quando se está dormindo, o espírito, embora conectado por filamentos energéticos, está distanciado do corpo, com a liberdade na intensidade que tinha antes. O que se denomina pela expressão: emancipação da alma.  

Jesus diz ao doutor da lei judaica, Nicodemos, que o corpo procede do corpo e o espírito do espírito...  Quando explicava que era preciso nascer de novo para entrar no reino dos Céus. Não sendo possível detalhar esse processo naquele momento, vez que era preciso que as Ciências avançassem para darem suporte a tal entendimento.  

É jargão popular, quando nasce uma criança em nossa família, bonita e apresentando boa saúde, dizer: é um "tesouro".  Mesmo que inconscientemente, disse uma grande verdade. É um ente que surge junto de nós vindo de passado distante, que pode ter convivido conosco na figura de pais, filho, esposos, amigo, pode ter sido inimigo ou desafeto de alguma ordem, considerando que desse ambiente também viemos e algum laço temos com essa criança que acaba de chegar. Simpatia ou antipatia com alguém, ou até de todos da atual família consanguínea, tem origem no passado, em outras vidas.  Deverão pela convivência e a prática da tolerância ajustarem tal animosidade. 

A criança que nasce em nossa casa é um mundo particular de experiências, portadora de inteligência, de virtudes e defeitos, hábitos ou viciações que certamente ressurgirão se não houver vigilância e correção de tendências demonstradas. Assim, também os pendores das coisas boas conquistadas nessas existências de outros tempos, mas que estão presentes em seus registros espirituais, estabelecidos no subconsciente. Estes que se apresentam na forma de pendores, seja por uma determinada profissão, uma arte, alguma facilidade mais destacada nas suas ações e interesses manifestados desde a infância.  

No entanto, como estamos num mundo classificado de provas e expiações, vez que existem mundos regenerados e mundos felizes, isto considerando o estado intelectual e moral dos espíritos que aí residem, que podem ser mundo material, que os espíritos se utilizam de um corpo material, compatível com tal ambiente, e, ainda, em mundo onde os seus habitantes alçaram o estado de perfeição e não precisam mais de corpos físicos.   

Voltando à criança, existem àquelas que apresentam boa inteligência e certas habilidades, no entanto, encontram desde o nascimento tantos empecilhos que são poucas que conseguem forças e persistência suficientes para romper com as barreiras que dificultam as suas realizações. Essas barreiras são o encontro com as dificuldades plantadas em existências anteriores. Tudo o que se faz tem consequência, tanto as realizações positivas, como as negativas. A chamada lei do retorno, ou ainda, causa e efeito.  Nascer, mesmo sendo em novo corpo, o espírito é o mesmo, goza das boas conquistas e arrasta as mazelas para sofrer seus efeitos e corrigir-se.  Assim, sempre depararemos com as nossas obras.  

Pensando nas crianças que nascem diariamente no mundo, com seus projetos e esperanças, existem uma legião de outras impedidas pelas mães ou seus pais, pelo processo do aborto. São números estarrecedores de casos pelo mundo, legais ou não. Isto não importa! A consciência dos envolvidos carregará a responsabilidade até que solucione tais pendências morais. As legalidades deste mundo não suplantam a Lei Divina! Existe uma exceção possível para a realização da interrupção da gravidez, quando a gestação coloca a vida da mãe em risco iminente de morte, situação que não serve de subterfúgio, vez que a consciência não se engana. 

Todos nós crianças que chegamos à fase adulta, ou à madureza, fomos trabalhadores, técnicos, engenheiros, operadores do direito, exercemos a medicina, a gestão pública, enfim, tivemos ações produtivas na sociedade, porque nos permitiram nascer, nos deram alguma educação e pudemos adquirir competências. E precisaremos retornar aqui outras vezes, sendo que nosso estado evolutivo ainda necessita dessas oportunidades, uma vez que não somos o corpo, mas o espírito que se desenvolve com as próprias vivências. E se nos impedirem? E se nos abortarem o nascimento!  

Todos precisamos estar cientes disso, principalmente os que lutam pela "legalização do aborto", certamente não escaparão à experiência, caso permaneçam na busca desse tal "direito", que não passa de irresponsabilidade e conveniência, frutos do egoísmo.  

Crianças todos fomos e seremos muitas vezes ainda, é a forma da perpetuação da espécie humana, o que equivale dizer, favorecimento à elevação espiritual da Humanidade da Terra.  

Assim, facilitar o nascimento da criança e auxiliar o desenvolvimento social para que todas tenham condições de desenvolvimento intelectual e moral é estabelecer ambiente favorável ao nosso retorno, com experiência reencarnatória proveitosa, num mundo com sistema de vida equilibrado e justo.  

Crianças! ... 

Dorival da Silva. 

 

Nota: O pensamento que dá base ao texto acima está na Doutrina Espírita, para isto fornecemos abaixo endereços onde se pode consultar e estudar todas as obras básicas do Espiritismo: 

Também podem ser baixadas no endereço:  

sexta-feira, 17 de junho de 2022

Aborto (III)

 Aborto (III)

        Considerando a atualidade, precisamos ter ciência de que é imprescindível nascermos de novo. Sem a existência do pai e da mãe não há como produzir corpos humanos. A equipagem reprodutiva feminina, que custodia a formação orgânica do ser humano até o nascimento e dispõe o recurso de aleitamento e os cuidados que garantem o início da jornada corporal, é intransferível por natureza e irrecusável contributo à Vida.

        A formação de um corpo no útero feminino constituindo-se um ser humano, funciona como um caminho de passagem, onde um ser espiritual integrará a população com a indumentária que aí se construirá pela sua influência, na qualidade de modelador da massa carnal, que nesse ambiente é formada pelas células sexuais que se fundiram.  

É necessário considerar que antes do corpo existe um ser espiritual que irá modelar tal estrutura em gestação, com os fatores que atenderão ao seu planejamento; em que pesem as características genéticas herdadas dos pais.  Assim, o corpo em formação não pertence à mãe e sim ao Espírito em retorno à vida carnal.  A mulher oferece o seu tributo à Vida, na condição de coautora com a Providência Divina, dando oportunidade transformadora do estado daquele que nascerá para o mundo, tirando a mãe o proveito evolutivo das experiências que se darão no transcorrer da existência.

        Na Lei Natural, sendo os Homens (a Humanidade) Criaturas, e sabendo que os atributos de Deus são: a perfeição, o amor e a justiça, dessa forma, todas as circunstâncias para se nascer estão sob a mais justa condição.

        A lei civil de nenhuma Nação pode derrogar a Lei Divina, sob nenhum aspecto; pode, no entanto, infringir a Lei Natural, o que cedo ou tarde apresentará a consequência para os responsáveis e a coletividade que enganosamente se “beneficiou” desse arranjo aos seus interesses imediatistas.

        Campanhas ideológicas para a interrupção da gravidez em qualquer fase da vida do nascituro, ou da vida cronológica da mãe, não encontram justificativa diante da consciência. Há, no entanto, uma situação em que se admite a realização do aborto, quando verdadeiramente as conclusões médicas testificam que a mãe tem risco de morte, em virtude da gestação, sendo preferível que a mãe continue a sua jornada. “Preferível é se sacrifique o ser que ainda não existe a sacrificar-se o que já existe.¹”

        A reencarnação é caminho evolutivo mais eficaz para aprendizado e solução de problemas estabelecidos pelo Espírito em outra vida.  O aborto é o obstáculo promovido pelo egoísmo, o desrespeito a si mesmo e desconsideração com a Divindade. Todos somos Espíritos e dependemos de renascer para continuarmos o caminho do progresso.

“Jesus respondeu (à Nicodemos): Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo²”.

        O aborto é impedimento ao retorno de nossos amores, que vêm do mundo espiritual, e, possivelmente, de alguns desafetos. Estes estariam juntos de nós para aprender a amar. Por nossa vez, aprenderíamos a amá-los.  Impedir que o Espírito renasça é criar dificuldade para o nosso retorno, quando estivermos na espiritualidade necessitados da reencarnação. O progresso espiritual é obra da solidariedade entre as Criaturas. Hoje somos pais, ocorrendo a morte deste corpo, poderemos renascer como netos, bisnetos, tetranetos, ou em outra geração. Mas, se barrarmos essa possibilidade não haverá porta para o retorno entre os que amamos.  Assim, renasceremos entre estranhos que nenhum afeto guarda por nós e nos abandonarão em qualquer lugar, deixando-nos na dependência da boa vontade de outros estranhos que, possivelmente, nos criarão, ou seremos cuidados em algum estabelecimento de apoio à criança desamparada.

        O marido, o companheiro, o parceiro assume responsabilidade severa diante da consciência se incentivar ou ser indiferente ao aborto do feto que se encontra em desenvolvimento no ventre da esposa, da companheira, da parceira, em qualquer estágio.  O pai assume idêntico compromisso ao da mãe para salvaguardar a vida do filho concebido. Não importa o estado civil, não adianta alegar que o ato sexual se deu em encontro fortuito ou casual, porque no campo da vida não cabe a inconsequência e o descomprometimento, sempre se precisará fazer o ajuste com a consciência, os fatos não se apagam. 

                Ninguém, que por opinião, sugestão, procedimento e facilitação ao aborto fique sem responsabilidade diante da Consciência Cósmica.  Tudo é registrado na Alma, segundo a interferência e intenção no caso. Assume as consequências do que disso resultar. Terá que se ressarcir à própria consciência, que não se calará.

Caso a consciência esteja adormecida ou insensível, não tardará despertar, mesmo que após o térmico da vida deste corpo, quando o Espírito estiver no campo espiritual, onde não há engano e nem subterfúgios a títulos de ilusórias justificativas. 

        Vê-se na imprensa instantânea deste tempo moderno, notícias de legisladores que propõem a legalização do aborto, governos que permitem e outros que impedem, embora a decisão de manutenção da gravidez ou sua interrupção é por conta da mulher, ou desta e seu cônjuge. Cientes, porém, que nada fica encoberto aos olhos de Deus.

        Uma das razões de estarmos no mundo é aproveitarmos a oportunidade evolutiva de existirmos num corpo. A outra, tão importante como esta, é oportunizar o nascimento de outros Espíritos para as experiências adequadas às suas condições e necessidades espirituais. Futuramente através de seus corpos ou de seus descendentes nos proporcionarão o retorno em nova existência terrena para a caminhada evolutiva imprescindível.

        Todos os Espíritos no estágio evolutivo que nos encontramos na Terra necessariamente terão que reencarnar vezes sem conta até que adquiram elevação espiritual que os desobriguem de retornar à vida material. Assim, todos precisam respeitar a Lei de Progresso, lei inderrogável, pois, é Divina, portanto, imutável. 

        Nascer, viver, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei.³”

        Preferência à Vida, sempre!  Aborto nunca!

                                    Dorival da Silva

        

 

1.     O Livro dos Espíritos, questão 359

2.    João 3:5-7

3.    Dólmen de Allan Kardec,  livro “Allan Kardec” vol. III, cap. 3, item 2. “A desencarnação” – Zêus Wantueil e Francisco Thiesen

 

Outras páginas que tratam desse tema publicadas neste “blog”:       

https://draft.blogger.com/u/1/blog/posts/6111272247005520446?pli=1&q=Aborto%20na%20Argentina

https://espiritismoatualidade.blogspot.com/2018/08/aborto-em-debate-publico-o-que.html

https://espiritismoatualidade.blogspot.com/2017/03/microcefalia-nao-e-pena-de-morte.html

https://espiritismoatualidade.blogspot.com/2016/09/aborto-criminoso_23.html

https://espiritismoatualidade.blogspot.com/2016/09/proposta-para-legalizacao-da.html

https://espiritismoatualidade.blogspot.com/2014/05/aborto-delituoso.html

https://espiritismoatualidade.blogspot.com/2012/06/aborto.html

https://espiritismoatualidade.blogspot.com/2012/08/aborto-ii.html

https://espiritismoatualidade.blogspot.com/2012/04/voce-gostaria-de-ser-abortado.html

quinta-feira, 9 de julho de 2020

Criança. O que define uma criança?


Criança. O que define uma criança?

       Como comumente se pensa, a criança é a construção da família, a perpetuação da espécie, algo muito esperado, uma novidade…

       Ter um filho é uma necessidade orgânica e emocional, portanto, é uma parte natural da raça humana. É muito desejado pela maioria dos casais que se unem no amor e na responsabilidade pela vida. Eles se esforçam para criar um homem ou uma mulher capaz de influenciar positivamente o meio social em que estão inseridos com seus valores intelectuais e morais. 

       Por outro lado, há crianças que surgem da irresponsabilidade, que não foram desejadas, que são o resultado de atos inconsequentes, mas ainda assim, elas chegam ao mundo. Por quê?

       Nem todas as crianças que nasceram em um ambiente amoroso, apesar de todos os esforços e da educação proporcionada, se tornam indivíduos moralmente retos, que possam inspirar confiança naqueles que convivem com eles. Isso acontece em detrimento de irmãos que tiveram as mesmas oportunidades e seguem um caminho comportamental regular. 

       A Criança que nasceu de encontro fortuito de seus pais, muitas vezes criada na pobreza e até mesmo por terceiros, em situação extremamente pobre, superando todo tipo de carência, nem sempre se desviará e se perderá na vida, tornando-se um adulto responsável e produtivo. Por que será isso?

       Concebida com amor ou de forma inconsequente, a criança surge para a vida, muitas vezes com problemas difíceis de resolver ou mesmo irreversíveis. Doenças congênitas, como o câncer de várias etiologias, deformações e degenerações neurológicas e psicológicas que requerem tratamento de longo prazo e sem solução definitiva, exceto casos excepcionais. Por que isso acontece?

       Mesmo os casais metódicos, que planejam ter filhos e fazem pré-natal, não apresentam nenhuma evidência que indique qualquer possibilidade de complicações durante a gravidez. No entanto, um fato inesperado pode surgir no desenvolvimento de um dos nascituros, que pode não ser percebido até algum tempo após o nascimento, ou mesmo durante a infância ou adolescência. Por que isso acontece?

       A Ciência, por meio dos profissionais de saúde, com algumas exceções, mas em uma proporção considerável, dada a prevalência do materialismo, sugere a interrupção da gravidez quando é notada alguma malformação fetal que não possa ser corrigida por intervenção intrauterina. No entanto, do ponto de vista espiritual, isso é considerado um grande erro, que compromete os pais, os intervenientes e os influenciadores que colaboram para tal ação. Por quê?

       E quais são as razões para isso?

       Antes de mais nada, precisamos definir o que é uma criança. É um ser que surge no mundo com a contribuição genética dos pais, que se unem para gerar uma estrutura física que nasce após nove meses de gestação. É um Espírito. O Espírito existia antes da concepção, tem experiências milenares, muitos acertos e muitos erros guardados na memória espiritual. Ele precisa de ajuda para se preparar adequadamente para assumir as responsabilidades da vida quando chegar à fase adulta nesta existência. Em alguns casos, o recém-chegado pode superar os Espíritos dos pais em sabedoria, porque espiritualmente é mais velho que eles. Isso significa que o renascido já viveu muitas vezes, assim como seus pais, e provavelmente conviveu de perto com eles, como parentes, amigos, inimigos... em inúmeras ocasiões. No entanto, não se pode descartar a possibilidade de ser totalmente desconhecido para eles.

       Lembramos que pais, avós e todas as gerações anteriores surgiram no mundo como crianças. Cada indivíduo possui sua particularidade exclusiva, demonstrada desde os primeiros movimentos no berço, seja com generosidade ou agressividade. A personalidade autêntica de cada um se revelará quando a organização física estiver mais desenvolvida e os recursos cerebrais permitirem uma expressão espiritual plena.

       Ressaltamos que todas as informações registradas nesta página são baseadas na Doutrina Espírita e as obras complementares. Optamos por não fazer referências detalhadas para que a leitura não se torne pesada, mas garantimos que nada aqui está sem fundamentação espiritual. 

       “Que seria de nós, se fôssemos obrigados a viver sob o tropel das pungentes recordações de antigos e medonhos erros?¹”. Por essa razão, renascemos como crianças, mantendo o passado resguardado no inconsciente e proporcionando a cada indivíduo a oportunidade de recomeçar. 

       Apesar do esquecimento das experiências das vidas passadas, manifestamos com os valores que possuímos. Estes estão armazenados e fluem diante das circunstâncias e desafios da existência atual, juntamente com as afinidades e familiaridades existentes no próprio espírito. Não é difícil verificar isso, observando-se as tendências das crianças desde muito pequenas. Algumas são dóceis e calmas, outras agressivas e irritadiças. Algumas têm facilidade com as ciências exatas ou com as humanas, outras com os esportes… As tendências refletem as vivências de vidas passadas.

       Desde os primeiros dias de vida, os pais podem ajudar o Espírito a corrigir ou diminuir a intensidade de suas tendências negativas. Eles podem auxiliar na reeducação de hábitos de outros tempos, como a tendência à violência, à viciação, à maldade, ao sensualismo… A postura positiva dos pais é de extrema importância para o espírito que busca se aprimorar, conquistando experiências nobres e modificando aquelas que perturbaram sua consciência espiritual antes de reingressar no novo corpo. 

        Há alguns anos, assistido a um filme sobre a vida de uma personalidade artística que teve muitos altos e baixos em sua vida, considerando as facilidades sociais oferecidas pela cidade em que vivia e também familiares que lhe permitiram isso, vindo a desencarnar muito cedo.  Fiquei pensativo sobre as condições daquele Espírito, que, com suas capacidades intelectuais e os meios de vida abundantes demonstrados, não encontrou condições favoráveis à sua presente reencarnação, tanto que morreu por seus excessos. Passados alguns dias, o Espírito do artista manifestou-se voluntariamente em nossa reunião mediúnica. Quando o identifiquei, travamos um diálogo, em certo ponto, lhe disse: agora que está ciente de que os excessos vividos e a liberdade desenfreada não foram favoráveis à melhor condução de sua vida no corpo, certamente procurará, quando for oportuno, o renascimento em uma família onde tenha pais enérgicos e lhe deem limites. Ele humildemente me respondeu que reconhecia a sua condição e que sabia que tinha perdido o direito de ter uma família. Na sua próxima jornada, iria nascer em uma condição paupérrima e seria abandonado, sendo criado em alguma instituição de acolhimento, em uma vida contida e mais favorável ao aprimoramento espiritual (diálogo nesse sentido, mas com outras palavras). 

       Essa lembrança corrobora o que as sérias obras mediúnicas comprovam, através de inúmeras narrações de experiências na vida de reencarnado e, posteriormente, no mundo dos espíritos, ou vice-versa. Elas mostram os modos de vida e suas consequências, que não são ficções, são realidades vividas. Se existe algum vislumbre de felicidade, também existem tempestades de lágrimas, que poderiam ser evitadas se a educação fosse adequada para o desenvolvimento da alma, e não apenas para atender às convenções do mundo material e às efêmeras conveniências do meio social contemporâneo.

       Sobre aleijões, síndromes mentais, demência, cegueira, surdez, mudez e outras deformações presentes nos nascimentos, são resultados do estado de consciência do Espírito, consequências de suas atitudes contra terceiros ou contra si mesmo.  Crimes hediondos, traição, vingança, ódio alimentado por muito tempo, suicídio… têm terríveis desdobramentos espirituais. Eles maculam a consciência, ou seja, ferem a Lei Universal, a Lei de Deus. Portanto, é necessário expiar o mal que perturba o espírito, e a passagem por um corpo desequilibrado é o melhor remédio para libertar a alma do sofrimento. No entanto, é preciso sofrer com resignação e extrair o melhor aprendizado do sofrimento; a revolta, a mágoa, o ressentimento agrava a aflição e não produz efeito favorável para o sofredor.

  Pode-se perguntar: o que os pais têm a ver com isto? É difícil dizer, mas não podemos fugir à verdade: nós, os pais, estamos comprometidos com a situação que se apresenta em nosso lar, porque participamos do fato, influenciamos atitudes ignóbeis ou fomos omissos diante do mal que poderíamos ter evitado. Sempre seremos herdeiros de nós mesmos. Trazemos para a reencarnação o nosso patrimônio que há milênios estamos construindo, temos o bem e o mal que realizamos. O bem não exige justificativa, o mal impõe correção, em qualquer época, porque a vida do Espírito é infinita.  Existem exceções, casais ou mães que assumem situações complexas por amor ao próximo, porque são altruístas.  

 

       Todos nós fomos crianças inúmeras vezes e teremos inúmeras oportunidades de ser crianças novamente. Vamos educar bem os filhos de hoje, pois podemos vir a ser filhos dos filhos deles e receberemos o reflexo da educação que lhes demos.  

 

       A criança traz em seus registros espirituais uma grande história de verdades, na qual a história de cada um dos pais se entrelaça, embora cada um saiba o que lhe pertence, espiritualmente falando. 

 

       Criança! Quem a conhece? 

      

                                 Dorival da Silva.

 1.                           1.   Obra: Diálogo com as sombras, escritor: Hermínio C. Miranda, pág. 253, 13.ª edição.