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segunda-feira, 30 de abril de 2018

O Casamento


O Casamento

O que é o casamento sob o enfoque espiritual? Não se pretende fazer análise sobre o aspecto religioso de nenhuma denominação e tão pouco sob o aspecto legal, mas somente sob o aspecto espiritual e suas consequências. 

Não será possível que alguém surja no Mundo sem a participação de um pai e uma mãe, portanto, uma união inevitável para a perpetuação da espécie e a oportunidade que se dá ao ser pensante, que é o Espírito, que se encontra no campo extrassensorial, o que corresponde estar sem um corpo físico.

Esse indivíduo que está na vida espiritual tem necessidades evolutivas de retornar a viver, por um certo tempo, nas lides materiais, para isto depende de se envolver com um equipamento carnal, que lhe permita a manifestação entre os que estão reencarnados, ou seja, na sociedade humana como se conhece.

As necessidades do Espírito são os avanços intelectuais e morais, mas para essa tarefa precisa do relacionamento social para a consecução de empreendimentos planejados antes de seu nascimento, que visam adquirir novos conhecimentos e o desenvolvimento moral, no entanto, experimentando os seus efeitos e consequências, sedimentando na alma os valores que interessam ao ser em evolução. 

Outro ponto, são os comprometimentos de existências anteriores que lhe pesam na consciência, porque quando na vida espiritual, livre da influência do corpo material, a percepção é mais ampla, tanto quanto o sofrimento é maior, quando se analisa as suas atitudes danosas e suas consequências em relação a si mesmo e a outros Espíritos que sofrem em virtude das suas iniciativas de outras épocas. 

O apaziguamento da consciência somente acontece com o arrependimento e a solução dos problemas encetados, seja na mesma vida ou aguardará oportunidade em outra, que poderá demorar, mas o sofrimento não dará trégua. 

Em conta disso, grande parte dos casamentos são de resgate de consciências aviltadas, recebendo em seus braços os renascentes, em que a união proporcionou-lhes o corpo físico para a sua manifestação em nova existência. Trata-se de oportunidade para os indivíduos que ressurgem na vida física e para os pais saudarem suas dívidas, entre si e com terceiros. Pendências  que agora no corpo não se lembram, mas delas se libertarão, e no regresso à vida espiritual saberão das causas e  dos fatos que com os esforços da vida presente superaram ou não. 

A união de um homem e uma mulher para o compromisso conjugal,  em primeiro lugar precisa estar embasada pelos sentimentos, sendo isto a interação espiritual dos cônjuges, que proporcionará o surgimento da prole, compreendendo-se que os seus elementos genéticos fundidos constituem-se na origem do corpo físico no qual se vinculará um ser espiritual, que ao nascer precisará de cuidados especiais para a sua constituição material, tanto quanto para o hospede espiritual que se manifesta em nova existência. 

Se, pelas hostes religiosas e civis o casamento está eivado de responsabilidades, consorciar-se com o conhecimento da existência de compromissos de vidas passadas e os desdobramentos após a vida presente, torna essa decisão de maior vulto, fazendo dos consortes cocriadores com Deus, não só de um corpo físico, mas na condução educacional do ser que recebeu como filho e que em tudo que ajudar corrigir, quando de manifestação negativa, e incentivar quando nos aprendizados positivos, proporcionando ao Espírito paz e felicidade, dará aos pais a alegria do dever cumprido, merecedores do reconhecimento Divino.

As vitórias da vida conjugal na Terra são conquistas para sempre, porque todos os envolvidos carregarão os resultados na alma, servindo de lastro para outras vivências, assim sucessivamente sem fim. 

                                                                  Dorival da Silva

quarta-feira, 1 de junho de 2016

AS FESTAS DE JUNHO


AS FESTAS DE JUNHO



Maria Helena Marcon




Com o mês de junho, chegam as comemorações festivas que envolvem, normalmente, Escolas, Clubes e, chegam, à conta de novidade, até as Casas Espíritas.



São as chamadas festas juninas, que iniciam no dia 13 de junho, dia de Antônio de Pádua, alcança o dia 24, festividade alusiva a João, o Batista e culmina a 29 do mesmo mês, com a festa a Pedro, o Apóstolo, em conformidade com o calendário católico.



Alerta-nos o Espírito André Luiz, pela psicografia de Waldo Vieira, no opúsculo Conduta Espírita que ao espírita compete dispensar sempre as fórmulas sociais criadas ou mantidas por convencionalismos ou tradições que estanquem o progresso, recordando ainda que o espírita não se prende a exterioridades.



Evocando, em rápido giro histórico, as origens das ditas festas, que têm no fogo o seu elemento mais representativo, vamos encontrá-las relacionadas às celebrações do solstício do verão na Europa e com os cultos devidos aos deuses da fecundação. Com ritos de fogo, comemorava-se a aproximação das colheitas, ao mesmo tempo em que se pedia aos deuses a proteção contra o demônio da peste, esterilidade e estiagem.



Todos os antigos povos da Terra celebravam, em meados de junho, os fogos em honra do Sol. Eram sempre dias festivos, quando os seres humanos cantavam hinos de louvor e faziam os seus pedidos. As pessoas jovens e crianças dançavam em volta das fogueiras, enquanto os mais velhos cantavam em coro canções de agradecimento.



Ainda não existiam os fogos de artifício mas as fogueiras representavam uma obrigação e tradição nas comemorações das festas juninas. Costumeiramente altas, elas serviam como termômetro para que os adivinhos pudessem dizer do tempo que faria durante o outono, a época das colheitas. Conforme a direção que o vento soprasse a fumaça das enormes fogueiras, o tempo futuro seria propício ou não para a boa colheita.


A Igreja, em determinado momento, decidiu por associar tais festejos aos seus feriados em homenagem a Santo Antônio, São João e São Pedro, passando a constarem do seu calendário.



No Brasil, as festividades juninas vieram juntamente com os portugueses e espanhóis católicos e sofreram influências também dos africanos, em especial dos moradores das Ilhas dos Açores, que incluíram muito de folclore nas comemorações religiosas de então.



Com as tradições europeias, as festas juninas assumiram algumas características próprias, no território nacional. Coincidentemente, nesta época do ano, as pinhas maduras dos pinheiros brasileiros deixam cair ao chão o pinhão, pronto para ser consumido. Isso foi aliado, ainda, à época da colheita da batata-doce, do milho e outros artigos que são consumidos ao redor das fogueiras.



O traje caipira e o casamento, tão comuns em qualquer festa junina, têm sua explicação. O primeiro, na tradição brasileira, copiando-se do caboclo o modo de vestir, andar e falar. Acrescentou-se a figura das sinhazinhas, numa rememoração aos dias das autênticas, que povoaram a História nacional, no auge dos engenhos e das fazendas, em dias não muito distantes.



A tradição do casamento vem de outros continentes, pois o mês de junho representava para os povos que emigraram para o nosso país, a abundância em época de início de colheita. Os pais podiam promover grandes festas nos casamentos, unindo os dois moços e homenageando, por sua vinculação ao Catolicismo, Santo Antônio, São João e São Pedro, com fogueiras, danças e outras características das festas juninas.



Entendendo que a Doutrina Espírita é eminentemente educativa e o templo Espírita é Escola de Espiritismo e é Hospital de Espíritos, tais comemorações não devem adentrar-lhe a intimidade.



Se o estudante comum tem compromissos com a Sociedade e o mestre-escola tem responsabilidade com as gerações que passam pelo seu gabinete, também o estudante espírita tem compromissos com o Mestre Divino, e o pregador tem deveres e responsabilidade com a alma dos alunos.



Negligenciar tais deveres é desrespeitar o salário da fé e paz interior que recebe para o honroso cumprimento das tarefas.

Por isso, honrar o templo espírita é preservar o Espiritismo contra os programas marginais, atraentes e aparentemente fraternistas, mas que nos desviam da rota legítima para as falsas veredas em que fulguram nomes pomposos e siglas variadas.



Honremos, pois, o templo espírita, fazendo dele a nossa escola de aprendizagem e renovação, para que o Espiritismo se honre conosco, felicitando-nos a vida!







Bibliografia:

Franco, Divaldo Pereira. Crestomatia da Imortalidade. Por Espíritos diversos. Salvador: LEAL, cap. 21.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Sexo antes do casamento

Crônicas e Artigos
Ano 7 - N° 347 - 26 de Janeiro de 2014



WELLINGTON BALBO
wellington_balbo@hotmail.com
Bauru, SP (Brasil)



Sexo antes do casamento

Certa vez alguém perguntou à inesquecível figura de Chico Xavier: – Chico, sexo antes do casamento é permitido?

O médium, com sua peculiar mineirice, respondeu: – Tudo é permitido, porém, sem amor nada vale a pena, nem sexo nem casamento.

A resposta de Chico é colossal, abrangente, pode ser aplicada tranquilamente em nossa vida nos mais variados assuntos.

Aliás, a resposta de Chico cabe perfeitamente aos pais cujo objetivo de vida principal se resume em galgar degraus na carreira profissional, conquistando pontos com a sociedade, mas perdendo pontos com a família e negligenciando deveres fundamentais pertinentes à educação dos filhos.

Ora, a atividade profissional e a dedicação do indivíduo a ela é fundamental, porquanto, lembrando Maslow, trabalho, a depender do ponto de vista, enquadra-se dentro das necessidades básicas da criatura humana. Sem o dividendo advindo dos labores de nossa profissão, como manter família, ou vulgarmente dizendo: Como trazer o pão de cada dia ao lar? E a alimentação é uma necessidade básica de todos. Por isso, afirmamos a importância da dedicação do profissional aos labores profissionais, contudo, sem exageros.

A propósito, interessante lembrar que as intensas vontades de consumir superestimadas pelas propagandas, pelo marketing e pela mídia de forma geral, ajudaram a construir os workaholics, as pessoas viciadas em trabalho.

Acrescente-se a isso o intenso clima de competição vigente no mundo atual, e pronto. Está formado o cenário perfeito para os malucos modernos! Viciados em trabalho, alucinados por competir, insaciáveis para mostrar suas qualidades, ou melhor, suas conquistas no âmbito puramente material, aos seus colegas ou, melhor dizendo, rivais.

Logo, com todos esses afazeres, naturalmente a família e os filhos são negligenciados. Com valores esquecidos e a educação dos filhos relegada a terceiros, quartos e quintos, a desorganização instala-se em toda a sociedade.

Sem valores como respeito, companheirismo, amizade e, principalmente, amor ao próximo, a violência em suas mais variadas vertentes - como o sentimento de posse, cobranças descabidas, pressões psicológicas e abusos de autoridade - infiltra-se na sociedade, trazendo consigo a desconfiança, o medo, as aflições e angústias que caracterizam criaturas perdidas, sem objetivos mais ousados no campo de seu desenvolvimento como seres humanos.

Em conversa com uma de minhas professoras, tomei nota de uma pesquisa elaborada por ela e realizada com crianças de 8 a 15 anos, matriculadas no ensino público e privado. Uma das perguntas da pesquisa:

– Trabalhar é legal? Justifique.

Oitenta por cento das respostas dos alunos fez corar, porque afirmavam que trabalhar não é legal, ocupa muito tempo, não deixando espaço para os filhos. 
Veja, caro leitor, a mensagem que os pais estão transmitindo aos seus filhos é negativa. O garoto quer o pai ao seu lado, soltando pipa, brincando de carrinho, contando histórias, sendo criança com ele, mas repreendendo na hora certa, ensinando, instruindo, orientando...

Importante, pois, refletir no que estamos ofertando aos nossos familiares e filhos. Será que queremos vê-los crescer e considerar natural ser, por exemplo, um workaholic?

Será que queremos instalar nos pequenos corações de nossos filhos a ideia de que o trabalho se resume apenas à atividade profissional, e é algo chato, que ocupa tempo e desagrega a família?

Por isso, lembrando o inesquecível Chico, pode-se afirmar que, sem amor nada vale a pena, nem mesmo trabalhar.

Página extraída da Revista Eletrônica "O Consolador", no endereço:
http://www.oconsolador.com.br/ano7/347/wellington_balbo.html

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Casamento e divórcio

PAULO ARTUR GONÇALVES
pauloarturgoncalves@gmail.com
Paraisópolis, MG (Brasil)
Paulo Artur Gonçalves
Casamento e divórcio 
Segundo o "mito", não é certo o divórcio, a separação, perante Deus; mas, segundo entendemos, o que não é certo perante
Deus é a infelicidade

Pergunta-se o que exatamente Jesus quis dizer com “Não separe, pois, o homem o que Deus juntou” se os israelenses daquela época praticavam a poligamia em alta escala e uma mulher podia ser dispensada segundo regras de Moisés.
Mesmo entre os cristãos a poligamia persistiu parcialmente até o século V quando, segundo Santo Agostinho, a Igreja Católica Romana a proibiu para adequar-se à lei greco-romana, que prescrevia uma só esposa legal, tolerando concubinas e prostituição.
O tempo e a evolução dos costumes cuidaram para que a monogamia se estabelecesse, mesmo assim só em pouco mais de 2/3 (dois terços) da humanidade, visto que exclui o Islã, que tolera até 4 esposas.
Nos dois terços que adotam o casamento monogâmico as relações extraconjugais ainda são praticadas por pura sensualidade ou até mesmo por afinidade.
Para entender melhor o assunto, está transcrito a seguir o único trecho do Evangelho (Mateus, cap. XIX, vv. 3 a 9.) em que Jesus supostamente tratou do assunto, não por iniciativa própria, mas porque foi provocado:
“Também os fariseus vieram ter com ele, para o tentarem, e lhe disseram: Será permitido a um homem despedir sua mulher, por qualquer motivo? Ele respondeu: – Não lestes que aquele que criou o homem desde o princípio os criou macho e fêmea e disse: Por esta razão, o homem deixará seu pai e sua mãe e se ligará à sua mulher e não farão os dois senão uma só carne? Assim, já não serão duas, mas uma só carne. Não separe, pois, o homem o que Deus juntou.
 
Mas, por que então, retrucaram eles, ordenava Moisés que o marido desse à sua mulher um escrito de separação e a despedisse? Jesus respondeu: – Foi por causa da dureza do vosso coração que Moisés permitiu despedísseis vossas mulheres; mas, no começo, não foi assim. Por isso eu vos declaro que aquele que despede sua mulher, a não ser em caso de adultério, e desposa outra, comete adultério; e que aquele que desposa a mulher que outro despediu também comete adultério”.

Na segunda declaração grifada, Jesus diz ser lícito o divórcio em caso de adultério, o que é conflitante com a indissolubilidade da união dita na primeira.
Assim, nem mesmo Jesus consagrou a indissolubilidade absoluta do casamento. Não disse ele: “Foi por causa da dureza dos vossos corações que Moisés permitiu despedísseis vossas mulheres”?

O adultério era o grande mal da época de Moisés

Isso significa que, não sendo a afeição mútua a única determinante do casamento, a separação podia tornar-se necessária. Nesta segunda declaração, Jesus ampliou o conceito de adultério em relação à lei de Iahweh ditada a Moisés.
O adultério era o grande mal da época. Em Deuteronômio, 22:22, está: “Se um homem é encontrado dormindo com uma mulher casada, ambos devem morrer. Deve-se expurgar o mal de Israel!”. A título de exemplo, Salomão teve 700 esposas e 300 concubinas (Reis, 11:13). Davi teve muitas esposas e concubinas (Samuel, 5:13).
Isto se deve ao primitivismo daquele povo, em que o instinto sexual era ainda predominante, incluindo-se aí o homossexualismo e as relações com animais. Por este motivo, Iahweh, Espírito-guia do povo de Israel, e na Bíblia qualificado como deus único de Israel (não confundir com Deus, “Inteligência Suprema do Universo e causa primária de todas as coisas”), estabeleceu restrições de relacionamento sexual que estão em Levítico, capítulo 20, de 7 a 21, como está transcrito a seguir:
7        “Dediquem-se completamente a mim e sejam santos, pois eu sou o SENHOR, o deus de vocês.
8        Obedeçam às minhas leis. Eu sou o SENHOR, e eu os separei dos outros povos para que vocês sejam somente meus.
10      Se um homem cometer adultério com a mulher de outro, ele e a mulher deverão ser mortos.
11      Se um homem tiver relações com uma das mulheres do pai, ele estará desonrando o pai, e ele e a mulher deverão ser mortos; eles serão responsáveis pela sua própria morte.
12      Se um homem tiver relações com a nora, os dois deverão ser mortos por causa desse ato imoral; eles serão responsáveis pela sua própria morte.
13      Se um homem tiver relações com outro homem, os dois deverão ser mortos por causa desse ato nojento; eles serão responsáveis pela sua própria morte.
14      Se um homem casar(*) com uma mulher e também com a mãe dela, isso é uma imoralidade grave, e os três deverão ser queimados vivos; essa imoralidade precisa ser eliminada do meio do povo.
15      Se um homem tiver relações com um animal, os dois deverão ser mortos.
16      Se uma mulher tiver relações com um animal, os dois deverão ser mortos; eles serão responsáveis pela sua própria morte. 
Moisés pôs limites nos relacionamentos sexuais 
17      Se um homem casar(*) com a irmã, seja por parte só de pai ou por parte de pai e mãe, os dois deverão ser expulsos publicamente do meio do povo. É uma vergonha um homem casar com a irmã; ele merece castigo.
18      Se um homem tiver relações com uma mulher durante a menstruação, os dois deverão ser expulsos do meio do povo. Os dois ficaram impuros, pois quebraram as leis da pureza a respeito da menstruação.
19      Se um homem tiver relações com a tia, os dois merecem castigo, pois são parentes.
20      E o homem que tiver relações com a tia envergonha o tio. O homem e a tia merecem castigo; eles nunca terão filhos.
21      Se um homem tiver relações com a cunhada, ele envergonha o irmão. É uma imoralidade, e os dois morrerão sem terem filhos”.
Com isto, Iahweh, através de Moisés, tão-somente estabeleceu limites nos relacionamentos sexuais praticados, bem como na formação do harém de cada um.
Jesus veio, colocou sua doutrina muito bem resumida no sermão da montanha, e certamente não se preocupou com o assunto poligamia, harém etc., porque sabia que o tempo e os costumes cuidariam disto.
Para finalizar e esclarecer bem o assunto, a seguir está parte do trabalho publicado pelo Grupo de Estudos Allan Kardec, que pode ser encontrado emwww.luzdoespiritismo.com:      
“O ser humano é uma criatura sociável que necessita do convívio com outros seres para desenvolver-se e pôr em prática os ensinamentos adquiridos. A sociedade como a conhecemos é composta de várias outras sociedades menores que são as famílias. Uma sociedade sadia só existe com famílias sadias. E as famílias principiam no casamento.
No princípio da relação afetiva, o amor-paixão é muito forte, suplantando os demais. À medida que o tempo passa, vai perdendo a sua força, embora permaneça. É quando surge então o amor-companheirismo, aquele amor que se alegra com a alegria do outro, onde nos sentimos bem em privar da sua presença, é quando fazemos o bem sem esperar retribuição.
No futuro, restará apenas o amor-companheirismo que se chamará, então, Amor Universal.
O casamento representa um alto estágio de evolução do ser, quando se reveste de respeito e consideração pelo cônjuge, firmando-se na fidelidade. Naturalmente, o casamento civil é um dever a ser cumprido pelos espíritas, porque legitima a união perante as leis vigentes, que asseguram ao homem e à mulher direitos e deveres.” 
Há cinco tipos distintos de casamento   
“Martins Peralva [Estudando a Mediunidade] apresenta uma divisão didática dos diferentes tipos de casamento, em 5 tipos distintos:
Transcendentais: São casamentos afins entre almas enobrecidas que, juntas, vão dedicar-se a obras de grande valor para a Humanidade. Raros os casos aqui na Terra.
Afins: São aqueles formados por parceiros simpáticos, afins, onde há uma verdadeira afeição da alma. Geralmente, eles sobrevivem à morte do corpo e mantém-se a afeição em encarnações diversas. Pouco comuns na Terra.
Provacionais: São uniões entre almas mutuamente comprometidas, que estão juntas para pacificarem as consciências ante erros graves perpetrados no passado, e simultaneamente desenvolverem os valores da paciência, da tolerância e da resignação. São os mais comuns.
Sacrificiais: São aqueles que se caracterizam por uma grande diferença evolutiva entre os cônjuges.  Um Espírito de mais alta envergadura que aceita o consórcio com outro menos adiantado para ajudá-lo em seu progresso espiritual.
Acidentais: São os casamentos que não foram programados no mundo espiritual. Obedecem apenas à afeição física, sem raízes na afetividade sincera.
Não sabemos em qual categoria nos achamos, mas não existe o acaso, ninguém se acha sob o mesmo teto por mera casualidade. ‘Deus permite, nas famílias, encarnações de Espíritos antipáticos ou estranhos com o duplo fim de servir de prova a uns e de avanço aos outros’.”  
É clara a posição espírita ante o divórcio 
“A posição espírita ante o divórcio está plenamente estabelecida nas duas obras mais conhecidas da codificação espírita: O Livro dos Espíritos e O Evangelho segundo o Espiritismo.
Em L.E., questão 697, Kardec pergunta se a indissolubilidade do casamento pertence à Lei de Deus ou se é apenas uma lei humana. Os Espíritos responderam: ‘A indissolubilidade do casamento é uma lei humana muito contrária à lei natural’.”
Os casamentos transcendentais e afins, que são poucos, se caracterizam pela estabilidade total, por imperar a lei do amor. Neles a preocupação com divórcio e ligações extraconjugais inexiste. O mesmo se pode dizer do cônjuge de alta envergadura nos casamentos sacrificiais.
A preocupação com divórcio e ligações extraconjugais cabe nos demais tipos de casamento. Por se tratar de ligações provacionais, a probabilidade de falha existe e, dependendo das desavenças ocorridas, é melhor que haja a separação que em muitos casos preserva a amizade criada, o que já é um avanço. Além disso, existem os casos em que a relação se esgotou e ambos ficam juntos, como amigos, por mera conveniência.
Neste caso, uma relação de afeto fora do casamento poderia ser até aceitável se não houvesse o risco de azedar tudo e fazer a relação de amizade desandar.
Para terminar, está transcrita a instrução contida em O Evangelho segundo o Espiritismo:
Na união dos sexos, a par da lei divina material, comum a todos os seres vivos, há outra lei divina, imutável como todas as leis de Deus, exclusivamente moral: a lei de amor. Quis Deus que os seres se unissem não só pelos laços da carne, mas também pelos da alma, a fim de que a afeição mútua dos esposos se lhes transmitisse aos filhos e que fossem dois, e não um somente, a amá-los, a cuidar deles e a fazê-los progredir.
À medida que avançamos no caminho da evolução, os tipos de casamento tendem a ser transcendentais e afins e aí a afirmativa de que “não separe, pois, o homem o que Deus juntou” passa a ser uma verdade absoluta, porque o amor impera.  
O casamento acidental, uma das maiores causas de divórcio 
Não objetiva este artigo a defender o divórcio nem a infidelidade. A infidelidade é uma das grandes causas das desuniões. Ela pode e deve ser evitada. O sexo nos é altamente salutar, porém, para tal, basta um homem e uma mulher.
Hoje, diferentemente do passado, se podem fazer testes. Testar não é sair ficando com qualquer um. É namorar e, assim, o namoro deve ser um teste também para a fidelidade.
O casamento provacional, por ser uma prova, é sinônimo de problemas futuros que só podem ser vencidos sem egoísmo. É o egoísmo que nos leva a querer resolver os problemas querendo que o parceiro mude. Errado. A gente só pode mudar a gente mesmo. Entretanto, se pelo egoísmo as relações se tornarem um inferno, é melhor que se separe e se preserve, no mínimo, a amizade.
Um dos maiores causadores do divórcio é o casamento acidental. Nesses não há o compromisso de provas ou ajuste e não há laços do carma. Casamentosvapt vupt, via de regra, são acidentais, e na maioria das vezes nascem com o ficar indiscriminado e também com objetivos vazios.
Tanto os casamentos provacionais como os acidentais que desandaram podem ser chamados de casamentos de fachada. Em alguns casos os cônjuges respeitam e se tornam amigos, em outros só se toleram, e em outros mais chegam a odiar-se. Aí vem o lado da fidelidade, do companheirismo. Como ser fiel e companheiro de alguém que não se suporta ou odeia? Impossível isso. É união "sem união". Isso acarreta desajustes que, pela lei de causa e efeito, deverão ser ajustados, mais provavelmente em vidas futuras, pois, quando dois seres se unem, são responsáveis pela felicidade um do outro. É um comprometimento.
Agora vem o lado do "mito": não é certo o divórcio, a separação, perante Deus. O que não é certo perante Deus é a infelicidade. A maioria destes desajustes pode ser evitada com o namoro longo, onde se testa também a fidelidade.
Se no tempo de Moisés as uniões se davam dos 13 aos 15 anos, era porque a expectativa de vida era curta, por volta dos 40 anos. Hoje a expectativa de vida já passa dos 70 anos. Assim, sobra tempo para um namoro responsável. O namoro é a base sólida para qualquer união e uma duração maior do mesmo reduz a ação da paixão, deixando as partes se conhecerem melhor. 
(*) O verbo casar é usado aí no sentido de tomar a mulher para seu harém. 


Extraída da Revista Eletrônica "O Consolador", no endereço: