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sexta-feira, 1 de junho de 2018

Dias de caos


Dias de caos

Democracia constitui o mais audacioso e nobre estado de liberdade para a governança de um povo. Acostumadas as criaturas aos regimes arbitrários e violentos, acreditam que o direito da força é capaz de substituir a força do direito, e normalmente derrapam no cerceamento das liberdades de pensar, de agir, de contribuir em favor da coletividade.

De igual maneira os regimes totalitários utilizam-se da fragilidade e ignorância do povo para instalar-se, mediante promessas de suborno das consciências e de falsa igualdade de direitos, estimulando as classes menos favorecidas para a fidelidade, oferecendo-lhes migalhas, enquanto se locupletam no abuso do poder e da indignidade, mantendo a miséria moral, social e econômica.

A comodidade, fruto inevitável do desconhecimento dos direitos à cidadania, acredita-se feliz com os parcos recursos que lhe são fornecidos pelo Estado delinquente, e homenageia os seus ditadores como sendo salvadores dos seus problemas.

É muito mais fácil oferecer-se pão e circo às massas do que dignidade aos indivíduos.

A situação lamentável em que se encontra a sociedade brasileira neste momento, resulta, sem dúvida, da negligência dos governantes anteriores que estabeleceram leis injustas e inadequadas para manter-se no poder, pensando somente nos seus e nos interesses dos partidos aos quais pertencem.

Esses administradores infiéis contam com o apoio dos enganados que se fanatizam e somente pensam nas miseráveis compensações que recebem, levando a nação ao caos da desordem e do sofrimento. Nesse clima de instabilidade e desconforto encontram-se os vírus das desoladoras revoluções e desastrosas soluções para pior.

Este é um momento muito grave, talvez dos mais difíceis para a nacionalidade brasileira.

Não é momento para humor, mas para a busca de soluções legais, a fim de que se voltem a instalar a serenidade e o respeito aos códigos que vigem em toda sociedade democrática.

Quando, porém, o desprezo pelas leis e a corrupção se instalam nas altas cortes da administração, que deveriam pautar a sua conduta pelos estatutos da dignidade, o problema faz-se mais grave, exigindo que o povo venha às ruas impor o cumprimento dos deveres por aqueles que devem zelar pela honradez da sociedade.
Não foram outros os motivos que derrubaram a Bastilha em 14 de julho de 1789 e deram início à Revolução Francesa, que também derrapou nos tremendos crimes do denominado período do terror.

O Brasil, que possui tradições cristãs arraigadas e que sempre se caracterizou pelos valores da paz, deve repetir neste momento o gesto corajoso de enfrentar os dislates da corrupção e exigir imediata reforma nacional para restabelecer a paz e o progresso.

Divaldo Pereira Franco.
Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 31.5.2018.
Em 4.6.2018.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

A Lei de Amor

A Lei de Amor

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Fazei aos homens tudo o que queirais que eles vos façam, pois é nisto que consistem a lei e os profetas.  (Mateus, 7:12.) 
- O Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo XI -Itens 8 e 9
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O amor não dá para racionalizar.
O amor não dá para medir.
O amor não dá para pesar.
O amor não dá para prender.
O amor não dá para dar.
O amor não dá para fazer.

O que se pode é amar, simplesmente.

O amor não tem cor, mas pode ter todas as cores.
O amor não tem perfume, mas pode ter todos os aromas.
O amor não tem tamanho, mas pode abranger o Universo.

Jesus demonstrou como amar o próximo, mas poucos O compreenderam.
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Reflexão: Aqui não é o amor no sentido vulgar do termo, mas esse sol interior que condensa e reúne em seu ardente foco todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas (1).

Quando Jesus pronunciou a divina palavra — amor —, os povos sobressaltaram-se e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo (2).

Chamo homem vicioso a esse amante vulgar, que mais ama o corpo do que a alma (3).

O amor está por toda parte em a Natureza, que nos convida ao exercício da nossa inteligência; até no movimento dos astros o encontramos. É o amor que orna a Natureza de seus ricos tapetes; ele se enfeita e fixa morada onde se lhe deparem flores e perfumes. É ainda o amor que dá paz aos homens, calma ao mar, silêncio aos ventos e sono à dor (3).

Entretanto, por mais que façam [os homens], não logram sufocar o gérmen vivaz que Deus lhes depositou nos corações ao criá-los. Esse gérmen se desenvolve e cresce com a moralidade e a inteligência e, embora comprimido amiúde pelo egoísmo, torna-se a fonte das santas e doces virtudes que geram as afeições sinceras e duráveis e ajudam a criatura a transpor o caminho escarpado e árido da existência humana (4).

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Quanto tempo precisaremos ainda para compreender o que está exposto deste a antiguidade longínqua, Sócrates, Platão, Jesus, a Doutrina Espírita, a Ciência Moderna, a Tecnologia, as experiências atuais esmiuçadas pela imprensa – positivas e negativas, que somente o amor, aquele da Lei de Amor, poderá apaziguar a volúpia dos corações e mentes egoístas da sanha de poder?

É certo que o Planeta tem governança espiritual, mas a humanidade tem o direito ao livre-arbítrio, o que se espera dos homens é o aprimoramento intelectual e moral.  O que diz adiantamento intelectual caminhou significativamente, no entanto, compromete-se no campo moral em grande monta, relevando-se parcela de exceção, que evolui no anonimato, eliminando de si mazelas de outras épocas, embora sofrendo as consequências do desgoverno, da violência, da escassez de tudo, compondo as misérias que os portentosos do poder não desejam ver e examinar, porque lhes traz incômodo, não lhes é produtivo, não lhes é alvissareiro.

Ilusão alimentada pelo egoísmo exacerbado, de duração ínfima na vida terrena, que trará sofrimentos inenarráveis quando despertar, após a morte física, no mundo espiritual, onde a ilusão deixa sua máscara e terá que encarar a consciência, o juiz implacável. Examinará as minúcias da existência passada no corpo físico e suas consequências, dará crédito no que for de direito e exigirá correção naquilo em que se desviou, qualificando-se a gravidade.
 
Nova oportunidade se clamará. Será nas mesmas condições como na vida anterior? Será no mesmo local? Com as mesmas pessoas? O mesmo círculo social? Certamente não! A reencarnação é recurso evolutivo. Precisa que o Espírito encontre as circunstâncias necessárias e justas para a sua condição. Normalmente encontrará as adversidades como colheita do plantio que realizou na vida anterior se a consciência carrega o traço da irresponsabilidade conveniente. Assim, não poderá reclamar de seu próprio veredito, porque não há na Lei Divina vingança, mas justiça, exatamente de acordo com cada necessidade.

Deus é amor (Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.), como sintetizou com grandeza o apóstolo João.  (1 João 4:8)

A Lei de Amor está em toda a Natureza. É a vibração permanente do próprio Criador de Todas as Coisas.  Ficar distante dela é estar em sofrimento. Harmonizar-se com ela é encontrar a paz e a felicidade.
                                                                   Dorival da Silva

1)- O Evangelho Segundo Espiritismo. Capítulo XI, item 8.
2)- Idem.
3)- Idem, Introdução, Resumo da Doutrina de Sócrates e Platão, item XVI.

4)- Idem, capítulo XI, item 9, pelos Espírito Fénelon (Bordeaux, 1861)