Por que “Amar o próximo como a si mesmo”?
Nos
dias que se correm observando os meios culturais através da música popular, das
novelas televisivas, vídeos e textos espalhados pela internet, filmes e outros, certamente com exceções, denota-se que o
substantivo amor é colocado como algo a ser exigido de alguém, o coletivo me
deve amor, devo ser amado a todo custo, sou credor de todo amor, sou infeliz
porque não me amam. É o egoísmo exacerbado e o orgulho ditando normas de
comportamento. Distancia-se velozmente da humildade.
Grande
parte da população do Mundo se diz cristã, portanto, seguidora da mensagem de
Jesus, o Cristo, e Ele por solicitação do próprio homem, que se fazia
representar pelos Fariseus, à época, que um de seus doutores, em nome da
plêiade religiosa dominante, questiona, embora, não para aprender, mas com o
intuito de condenar o intruso que incomodava por portar sabedoria contundente
que não atendia aos interesses daquele poder mandatário, quando questiona: “Mestre, qual o mandamento maior da lei?” —
Jesus respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e
de todo o teu espírito; este o maior e o primeiro mandamento. E aqui tendes o
segundo, semelhante a esse: Amarás o teu próximo, como a ti mesmo. Toda a lei e
os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos. (Mateus, 22:34 a 40.). ” Jesus
não deixa nenhuma dúvida quanto à maior Lei e não se referia à lei do Mundo,
mas à Lei de Deus, sendo ela perfeita e imutável.
Em
conta a exatidão do ensinamento do Mestre Divino, é de muita impropriedade, nos
tempos chamados modernos, o desvirtuamento da palavra amor, para representar
comportamento desregrado, dando a ideia de uso do próximo, na busca de
sensações insaciáveis, abrindo na alma um grande campo de vazio impreenchível
nesse rumo comportamental.
Situação
que se dá nas relações afetivas, tanto como nos meios empresariais,
governamentais, outras organizações, sempre ressalvadas exceções, porque sempre
o bom senso existirá, mesmo momentaneamente em proporções menores.
Grassam
a ansiedade, a depressão, o pânico e outras patologias emocionais nas mais
variadas classes sociais -- a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta a depressão como o mal que atingirá grande parte da população mundial nas próximas décadas.
Os melhores especialistas e os mais modernos medicamentos não são capazes de
contornar esses males, conquanto a necessidade deles para a sua amenização, até
que decisão particular, íntima e decisiva possa modificar no espírito a ideia
de amar, amando, amando-se, aos moldes de Jesus, curando-se definitivamente.
Qual a
importância de amar o próximo? É ampliar a compreensão do sentido da vida. É
enxergar no próximo o espelho de si mesmo, buscando a compreensão de suas dificuldades,
as percebidas, porque com a reflexão se reconhecerá que as dificuldades do
próximo são as mesmas que se possui, e por vezes piores. Corrigindo em si mesmo
as mazelas percebidas é amar-se, aperfeiçoar-se, crescer espiritualmente,
harmonizar-se com a Lei Divina, ser feliz.
Jesus
não ditou norma, apenas revelou o que não se compreendia, embora existisse, por
que a Lei Divina sempre existiu, e é a mesma sempre. Existindo o
desvirtuamento, por qualquer interesse, por mais se tente justificar,
encontrará os efeitos contendores do seu desvio. Assim as dores morais, os sofrimentos,
não cessarão enquanto o infrator não se corrigir, conscientizando de que é a
criatura que precisará crescer para Deus, aperfeiçoando-se, jamais a
imperfeição imperará, tal é a Lei.
Dorival da Silva