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domingo, 22 de março de 2020

Coronavírus (Covid-19)


Coronavírus (Covid-19)

Estamos em quarentena por conta de um ser minúsculo, que não bate em nossa porta, mas entra, não pede licença e não se apresenta, apenas toma conta e nos submete impiedosamente se formos idosos, se temos alguma deficiência cardíaca, pulmonar ou uma fraqueza imunológica, não há comiseração, arrasa. Na sua voragem também abala crianças, jovens e adultos saudáveis.

As informações vindas através da imprensa são importantes e ajudam a salvar muitas vidas, no entanto, os excessos também causam o seu mal, são um martelamento insistente, como uma tortura globalizada, oferecendo perturbação de etiologias diversas.

Para as pessoas que não têm um nível de entendimento mais amplo da vida, aquele transcendente dos limites da vida no corpo, que têm plena consciência que o seu instrumento de carne é finito em qualquer circunstância, porque a sua morte independe de doença, esta ou aquela, pode se dar a qualquer momento, mas que se trata apenas da morte do equipamento e não de si mesmo, o sofrimento, o pavor, a angústia, a apreensão, o desespero e a ideia de solidão são insuportáveis.

Temos o dever de conservar o equipamento carnal que possuímos, sob todos os aspectos, arregimentando meios e recursos, colaborando com quem tem menos força ou conhecimento; preocupar-nos com os nossos familiares, é natural, pois, quem ama cuida, são as responsabilidades de um para com o outro, trata-se da solidariedade que é lei que rege os indivíduos e os mundos.

Há um movimento mundial que altera o modo de vida das sociedades, dos mais diferentes comportamentos, obrigando o retorno para casa, ficar aquartelado, ao mesmo tempo que  prevenindo-se contra um inimigo que não se vê, com risco iminente, sem prever de que direção surgirá, e se surgirá, no entanto, com o tempo disponível para pensar, principalmente em si mesmo, pois não adianta pensar em nenhuma outra coisa material, que por hora não servirá de nada, não importando que valor tem, ou para que servia até ontem.

O pensar em si mesmo não elimina o pensar nos outros, pois, eles podem trazer o vírus que não vemos, mas também podemos levar o micróbio devastador, tal como os demais, sem sabermos que estamos contaminados, sendo contaminadores.

Precisamos pensar, é hora do exercício de uma educação diferente, cuidar do próximo indistintamente, cuidando-se.

A doença provocada pelo Covid-19 tem sua gradação desde o pequeno incômodo até o desfecho com a morte do padecente. Nesse périplo, deixa um rastro de sofrimento que se irradia. Por onde passa e se estaciona, deixa disseminados miasmas atormentadores.

A escola, o comércio, o shopping, o templo, a festa, o ajuntamento de gente estão suspensos, agora somos nós, dois ou três de nossas casas, ou sozinhos, que mais nos resta? A fé? Qual fé? Publicação de frases e textos bonitos?  Rezas inumeráveis? O que, verdadeiramente, nos consola, encoraja, dá alento e esperança no momento em que tudo ao redor está suspenso? 

Existe uma ferramenta, a mais importante do ser humano, que é o pensamento, pouco conhecido dos indivíduos, embora sem ele não existiríamos. Esse atributo da alma é capaz de percorrer todos os pontos do Universo e através dele se fala com Deus, com Jesus, com os Santos, com os Espíritos de Escol, com qualquer nome que queiram denominá-los.

Não se faz necessário que estejamos num templo, igreja, centro espírita, isso não importa, sendo que estamos chegando num momento em que o templo, a igreja, a casa espírita precisará transladar-se para o nosso coração, onde alcemos ao Criador a partir de nossa vontade através do pensamento que como um raio contata as forças superiores diretamente.  É o momento do reencontro.

Estar num corpo ou sem ele não importa, quem pensa é o Espírito, não é o corpo, a vontade é do Espírito, e o que permanece para sempre é o Espírito; então, é uma questão de entendimento.

Jesus Cristo, na sua passagem pelo Mundo, deixou essas questões enunciadas:

·        Respondendo a Pilatos: “O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, certo que os meus ministros haviam de pelejar para que eu não fosse entregue aos judeus; mas por agora o meu reino não é daqui.” (João, cap. XVIII, 33-37) 

O reino de Jesus é o do Espírito, a conquista é moral, não precisa de peleja como no mundo da matéria, portanto, o corpo material nesse reino não terá nenhuma importância.

·        “Há muitas moradas na casa de meu Pai. Se assim não fosse, eu vo-lo teria dito; pois vou preparar-vos o lugar. (...).” (João, cap. XIV: 1/3)

“A Casa do Pai é o Universo. As diferentes moradas são os mundos que circulam no espaço infinito, oferecendo aos Espíritos desencarnados estações apropriadas ao seu adiantamento.”

“Independentemente da diversidade dos mundos, essas palavras podem também ser interpretadas pelo estado feliz ou infeliz dos Espíritos na erraticidade¹.”

(Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo III, 1 e 2)

·        “E havia um homem dentre os Fariseus, por nome Nicodemos, senador dos Judeus. Este, uma noite, veio buscar a Jesus, e disse-lhe: Rabi, sabemos que és mestre, vindo da parte de Deus, porque ninguém pode fazer estes milagres, que tu fazes, se Deus não estiver com ele. Jesus respondeu e lhe disse: Na verdade, na verdade te digo que não pode ver o Reino de Deus, senão aquele que renascer de novo. Nicodemos lhe disse: Como pode um homem nascer, sendo velho?  Porventura pode entrar no ventre de sua mãe e nascer outra vez? (...)”   (João, cap. III: 1:12)

Neste ponto Jesus anota para os habitantes da Terra o ensinamento sobre a reencarnação², que mais tarde com a Doutrina Espírita estendeu explicação modificando grandemente a relação entre a vida do plano material e espiritual.

¹) Erraticidade [do francês erraticité] - Estado dos Espíritos desencarnados, durante os intervalos de suas existências corporais. Deixando o corpo físico, a alma reentra no Mundo dos Espíritos, permanecendo um lapso de tempo mais ou menos longo na situação de Espírito errante, até retomar uma nova existência material.

²) Reencarnação [do latim re + incarnatione] - 1. Retorno do Espírito à vida corpórea, em um novo corpo especialmente formado para ele. É progressiva ou estacionária, nunca é retrógrada. 2. Uma das personalidades do Espírito dentro da pluralidade das suas existências.

www.portalkardec.com.br/Livros/Dicionario%20Espirita.htm

A pandemia do Coronavírus que está sufocando o Mundo neste momento, demonstra uma grande virtude, está conseguindo fazer o homem moderno, cheio de conhecimentos e de tecnologias, olhar para o mais essencial para todos os seres humanos: a vida, aquela que permanecerá. 

Até agora a multidão da era moderna teve os seus olhares voltados para o que está fora ao seu redor ou até mesmo distante no Mundo, ou, ainda, fora dele. Com o aparecimento do vírus atormentador desses dias, os indivíduos de todas as classes sociais, raças, credos e continentes estão voltando para casa, preocupados com o que é de maior importância, a sua vida, o que corresponde à vida de seu corpo, instrumento de sua manifestação nessa sociedade da Terra.

Certamente, o ser humano iniciará uma viagem introspectiva com avaliação de si mesmo, buscando uma razão maior para os seus dias, entendendo que a sua existência é a eternidade.

O nosso corpo de carne é um companheiro que deixaremos pelo caminho, como tantos outros que ficaram, para que espiritualmente pudéssemos chegar até o presente estágio evolutivo.

A Lei de Progresso através de algo tão pequeno e invisível nos faz meditar sobre a nossa própria insignificância diante de uma infinidade de coisas que nem fazemos ideia.

Por que tanto orgulho e egoísmo?

Tenhamos coragem. Que Deus e Jesus nos abençoem.

                                                     Dorival da Silva

quinta-feira, 9 de março de 2017

No serviço cristão

No serviço cristão

“Nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho.” - (I Pedro, 5:3.)

Aos companheiros de Espiritismo cristão cabem tarefas de enormes proporções, junto das almas.

Preocupam-nos profundos problemas da fé, transcendentes questões da dor.

Porque dão de graça o que por graça recebem, contam com a animosidade dos que vendem os dons divinos; porque procuram a sabedoria espiritual, recebem a gratuita aversão dos que se cristalizam na pequena ciência; porque se preparam em face da vida eterna, desligando-se do egoísmo destruidor, são categorizados como loucos, pelos que se satisfazem na fantasia transitória.

Quanto maior, porém, a incompreensão do mundo, mais se deverá intensificar naqueles as noções da responsabilidade.

Não falamos aqui dos estudiosos, dos investigadores ou dos observadores simplesmente. Referimo-nos aos que já entenderam a grandeza do auxílio fraternal e a ele se entregaram, de coração voltado para o Cristo. Encontram-se nos círculos de uma experiência nobre demais para ser comentada, mas a responsabilidade que lhes compete é igualmente muito grande para ser definida.

A ti, pois, meu irmão, que guardas contigo os interesses de muitas almas, repito as palavras do grande apóstolo, para que jamais te envaideças, nem procedas “como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho”

Mensagem extraída da obra: Vinha de Luz, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, capítulo 69.

*   *   *

REFLEXÃO: Quantos pretendem locupletar-se do que não lhe pertence. Como o livre arbítrio é uma Lei Natural, que, nem sempre, exerce a cobrança das consequências dos desvios imediatamente, mas, aguarda o reposicionamento do próprio infrator, dando tempo ao tempo.

Em se tratando das questões da fé, tanto os enganadores como os enganados são responsáveis pelo que advier desse processo de venda do que se recebe de graça, que deveria ser dado de graça.

A fé com ou sem a organização religiosa não serve de recurso de sobrevivência, nem meio de enriquecimento material, a qualquer pretexto. Para isto existem as profissões, as transações comerciais e empresariais com suas leis norteadoras, que exercidas de forma justa proporcionam o suficiente para atender as exigências da vida.

Jesus tinha profissão, era como o seu pai José, carpinteiro, não cobrava para ensinar as Primícias do Reino, apresentava essas verdades sem pompas, sem luxo, sem aparato desconcertantes. O seu templo era a Natureza, à luz do Sol, o som era o marulhar do mar, seus instrumentos, os apetrechos de trabalho: o barco, a enxada, a pá, o arado, a candeia...

Suas revelações eram espargidas, como a chuva suave que cala devagarinho as entranhas da terra ressequida. Tocavam os corações ansiosos por algo que não conheciam, mas que necessitavam de alento e esperança. Algo norteador das mentes, que pudessem estabelecer consciências clarificadas naquilo de essencial para a Vida, porque só conheciam desolação, desrespeito, abusos e a morte.

Jesus, arauto da esperança, da iluminação, do amor, apresenta a grandiosidade de Deus, apazigua a dor, modifica o estado moral reinante no mundo, abre a clareira da paz, mostra o rumo para a felicidade, franqueia o conhecimento da existência das muitas moradas na Casa do Pai e que iria à frente para preparar o lugar, para que seus irmãos pudessem encontrá-Lo, na sequência desta vida na outra Vida.

Ele, o Cristo, não precisou de ambiente suntuoso, não exigiu tapete de honorabilidade, não exigiu moedas, não condicionou o acesso à verdade sob nenhuma forma, não teatralizou nenhuma circunstância para chamar a atenção, não disse o que faria ou que alguém faria isto ou aquilo acontecer.  Apenas realizou com humildade e singeleza os fatos mais extraordinários, com o objetivo de ensinar, porque era Mestre.

A luz espiritual resplandece daquele que a conquistou, não é existente naquele que apenas almeja, imita, falseia ou engana.  A verdade surgirá em momento inopinado e as máscaras dos vendilhões cairão, restando a frustração, o arrependimento, a aflição de muitos, e longo caminho para o refazimento do plantio de árvores de frutos amargosos que darão colheitas arrasadoras.

Não fazer comércio daquilo que foi dado de graça para que de graça seja distribuído, sob pena de sofrimento intenso, em virtude do aviltamento de consciência.

Jesus é: “O Caminho, a verdade e a vida.”

                                                             Dorival da Silva.