Políticos, 
                  todo 
                  cuidado 
                   
                  é pouco! 
                   
                  
                  Os 
                  escândalos 
                  de 
                  corrupção 
                  que vêm 
                  sendo 
                  desvelados 
                  nas 
                  últimas 
                  semanas 
                  em nosso 
                  país 
                  confirmam 
                  duas 
                  teses 
                  que nos 
                  obrigam 
                  a 
                  refletir 
                  seriamente 
                  a 
                  respeito 
                  dos 
                  políticos 
                  brasileiros 
                  e 
                  daquilo 
                  que 
                  deles 
                  podemos 
                  esperar. 
  
                  A 
                  primeira: 
                  o 
                  impeachment 
                  de um 
                  presidente 
                  da 
                  República 
                  e a 
                  condenação 
                  dos 
                  chamados 
                  mensaleiros 
                  em nada 
                  serviram 
                  como 
                  exemplo 
                  do que 
                  não se 
                  deve 
                  fazer no 
                  exercício 
                  de um 
                  mandato 
                  outorgado 
                  pelo 
                  povo. 
  
                  A 
                  segunda: 
                  muitos 
                  políticos, 
                  senão a 
                  maioria, 
                  pelo 
                  menos 
                  grande 
                  parte 
                  deles, 
                  não 
                  temem a 
                  justiça 
                  humana 
                  e, com 
                  toda a 
                  certeza, 
                  a 
                  justiça 
                  divina, 
                  como se 
                  a vida 
                  de uma 
                  pessoa 
                  se 
                  encerrasse 
                  com a 
                  inumação 
                  do seu 
                  corpo. 
  
                  A 
                  situação 
                  chegou a 
                  tal 
                  ponto no 
                  Brasil, 
                  que 
                  honestidade 
                  e 
                  idoneidade 
                  moral 
                  passaram 
                  a ser 
                  tidas 
                  como 
                  virtude, 
                  tal a 
                  sua 
                  escassez 
                  na vida 
                  política 
                  deste 
                  país. 
  
                  Com 
                  respeito 
                  à 
                  justiça 
                  dos 
                  homens, 
                  a 
                  certeza 
                  da 
                  impunidade 
                  é a base 
                  do 
                  destemor 
                  com que 
                  agem os 
                  políticos 
                  corruptos, 
                  um fato 
                  inquestionável 
                  porquanto, 
                  dentre 
                  eles, 
                  são 
                  pouquíssimas 
                  as 
                  pessoas 
                  que têm 
                  chegado 
                  às 
                  barras 
                  do 
                  tribunal. 
                  E quando 
                  isso se 
                  dá, os 
                  condenados 
                  recebem 
                  penas 
                  pífias, 
                  como 
                  vimos no 
                  processo 
                  do 
                  chamado
                  
                  mensalão, 
                  em que 
                  os 
                  operadores 
                  do 
                  esquema 
                  receberam 
                  penas 
                  altas e 
                  adequadas 
                  à 
                  gravidade 
                  dos seus 
                  crimes, 
                  não se 
                  verificando 
                  o mesmo 
                  com 
                  relação 
                  aos 
                  supostos 
                  mandantes 
                  e aos 
                  beneficiários 
                  dos 
                  recursos 
                  desviados. 
  
                  No 
                  tocante 
                  à 
                  justiça 
                  divina, 
                  quem se 
                  diz 
                  adepto 
                  do 
                  Cristianismo 
                  deveria 
                  ter mais 
                  cuidado. 
                  Todo 
                  aquele 
                  que 
                  matar 
                  com a 
                  espada, 
                  da 
                  espada 
                  será 
                  vítima. 
                  A cada 
                  um 
                  segundo 
                  as suas 
                  obras. A 
                  semeadura 
                  é livre, 
                  mas a 
                  colheita 
                  é 
                  compulsória. 
  
                  A 
                  chamada 
                  lei de 
                  causa e 
                  efeito, 
                  que era 
                  conhecida 
                  desde o 
                  tempo de 
                  Jeremias, 
                  constitui 
                  um dos 
                  princípios 
                  fundamentais 
                  da 
                  doutrina 
                  espírita 
                  e nada 
                  mais é 
                  que a 
                  confirmação 
                  do que 
                  Jesus 
                  nos 
                  ensinou. 
  
                  Não 
                  podemos 
                  brincar 
                  com 
                  coisas 
                  sérias. 
                  A 
                  passagem 
                  pela 
                  experiência 
                  da vida 
                  num 
                  plano 
                  material 
                  como 
                  este em 
                  que 
                  vivemos 
                  não tem 
                  por fim 
                  a 
                  curtição 
                  ou o 
                  gozo, 
                  como 
                  muitos 
                  imaginam, 
                  mas 
                  objetivos 
                  definidos 
                  que não 
                  é bom 
                  menosprezar.  
 
                   
                  Daquilo 
                  que 
                  fizermos 
                  aqui 
                  teremos 
                  de 
                  prestar 
                  contas 
                  e, 
                  queiramos 
                  ou não, 
                  esse 
                  momento 
                  do 
                  ajuste 
                  pode ser 
                  bem 
                  desagradável. 
  
                  Processa-se 
                  neste 
                  momento 
                  no 
                  Brasil a 
                  definição 
                  dos que 
                  vão 
                  estar à 
                  frente 
                  da 
                  administração 
                  pública 
                  da União 
                  e dos 
                  Estados, 
                  como se 
                  definiu 
                  no 
                  início 
                  do mês a 
                  composição 
                  de parte 
                  do 
                  Senado 
                  da 
                  República 
                  e das 
                  câmaras 
                  legislativas 
                  de 
                  âmbito 
                  estadual 
                  e 
                  federal. 
  
                  Nosso 
                  colaborador 
                  José 
                  Lucas 
                  relatou 
                  há 
                  pouco, 
                  em 
                  artigo 
                  publicado 
                  nesta 
                  revista, 
                  que o 
                  conhecido 
                  médium e 
                  orador 
                  José 
                  Raul 
                  Teixeira 
                  foi 
                  certa 
                  vez 
                  efetuar 
                  uma 
                  palestra 
                  numa 
                  importante 
                  cidade 
                  brasileira. 
                  Quando 
                  se 
                  dirigia, 
                  com seus 
                  anfitriões, 
                  ao 
                  restaurante 
                  onde 
                  iriam 
                  almoçar, 
                  enquanto 
                  esperavam 
                  que o 
                  semáforo 
                  abrisse 
                  para 
                  atravessarem 
                  larga 
                  avenida, 
                  ele viu 
                  uma 
                  mulher 
                  andrajosa 
                  perto 
                  dali, a 
                  procurar 
                  comida 
                  num 
                  cesto de 
                  lixo. A 
                  cena 
                  causou-lhe 
                  tamanha 
                  impressão 
                  que ele 
                  perdeu a 
                  vontade 
                  de 
                  almoçar, 
                  embora 
                  necessitasse 
                  fazê-lo.  
 
                   
                  Já no 
                  restaurante, 
                  enquanto 
                  tentava 
                  recompor-se 
                  mentalmente, 
                  pensando 
                  naquele 
                  ser que 
                  nada 
                  tinha, e 
                  ele ali 
                  num 
                  restaurante 
                  com seus 
                  amigos, 
                  apareceu-lhe 
                  um 
                  Espírito 
                  amigo 
                  que o 
                  acompanha 
                  nas 
                  tarefas 
                  doutrinárias. 
                  O 
                  benfeitor 
                  espiritual 
                  o 
                  acalmou, 
                  dizendo 
                  que 
                  mesmo 
                  que ele 
                  fosse 
                  dar 
                  comida 
                  limpa 
                  àquela 
                  senhora, 
                  ela 
                  recusaria. 
                  E, em 
                  breves 
                  pinceladas, 
                  narrou-lhe 
                  a 
                  história 
                  daquela 
                  mulher, 
                  que 
                  nesta 
                  existência 
                  era a 
                  reencarnação 
                  de um 
                  famoso 
                  político 
                  brasileiro, 
                  ainda 
                  hoje 
                  muito 
                  conceituado, 
                  que, por 
                  haver 
                  prejudicado 
                  tanto o 
                  povo, 
                  tinha 
                  reencarnado 
                  numa 
                  condição 
                  miserável, 
                  devido 
                  ao 
                  mecanismo 
                  do 
                  complexo 
                  de culpa 
                  que o 
                  acometeu 
                  após a 
                  morte do 
                  corpo. 
                  Voltara 
                  assim à 
                  existência 
                  corpórea 
                  numa 
                  condição 
                  miserável 
                  para 
                  aprender 
                  a 
                  valorizar 
                  aquilo 
                  que ele 
                  tanto 
                  desprezara 
                  na vida 
                  anterior: 
                  as 
                  dificuldades 
                  financeiras 
                  do 
                  próximo. 
                  Curiosamente, 
                  o nome 
                  do 
                  famoso 
                  político 
                  a que 
                  ele se 
                  referira 
                  estava 
                  afixado 
                  na 
                  esquina 
                  próxima, 
                  dando 
                  nome à 
                  avenida, 
                  motivo 
                  pelo 
                  qual 
                  aquela 
                  mulher, 
                  por um 
                  mecanismo 
                  de 
                  fixação 
                  inconsciente, 
                  não se 
                  afastava 
                  do 
                  local, 
                  onde 
                  outrora 
                  lhe 
                  prestaram 
                  grandes 
                  homenagens.  
 
                   
                  Não se 
                  tratava 
                  de um 
                  castigo 
                  divino, 
                  mas sim 
                  o 
                  cumprimento 
                  da lei 
                  de causa 
                  e 
                  efeito, 
                  segundo 
                  a qual 
                  cada 
                  pessoa 
                  colhe na 
                  vida 
                  aquilo 
                  que 
                  plantou 
                  na vida 
                  com seus 
                  atos, 
                  pensamentos 
                  e 
                  sentimentos. 
  
                  Em face 
                  desse e 
                  de 
                  tantos 
                  casos 
                  semelhantes 
                  que 
                  deparamos 
                  na 
                  literatura 
                  espírita, 
                  não nos 
                  custa 
                  lembrar 
                  aos 
                  políticos 
                  que 
                  assumirão 
                  em breve 
                  seus 
                  postos 
                  de 
                  trabalho: 
                  – 
                  Amigos, 
                  tomem 
                  tento: 
                  todo 
                  cuidado 
                  é pouco! 
  
  
Editorial extraído da Revista Eletrônica "O Consolador", que poderá ser acessada através do endereço: 
 http://www.oconsolador.com.br/ano8/385/editorial.html  
 
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