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segunda-feira, 19 de março de 2018

O desânimo



O desânimo

Tóxico imobilizador, o desânimo se insinua suavemente, dominando as reservas da coragem e submetendo o combatente à sua ação perturbadora.
Instala-se, a pouco e pouco, inspirando pessimismo e mal-estar, que se agrava, qual invasor que conquista passo a passo os espaços abandonados à sua frente.
O desânimo é inimigo covarde que ceifa mais vidas do que o câncer, pelos resultados que logra na economia do comportamento humano.
*

Quando sintas a insinuação do desânimo, ciciando-te falsos motivos para que abandones a peleja, ou a postergues, ou a desconsideres, tem cuidado. Usa a razão e expulsa-o da casa mental.
Às vezes se te apresenta na condição de mágoa defluente de qualquer incompreensão sofrida e, noutras ocasiões, em forma de exaustão de forças, que deves superar, mediante mudança de atitude mental e de atividade física.
A marcha do tempo é inexorável.
De qualquer forma, as horas se sucedem. Utiliza-as de maneira condigna, mesmo que, a peso de sacrifícios.
Quando transponhas a barreira da dificuldade, constatarás a vantagem de haver perseverado, descobrindo-te rico de paz, face aos tesouros de amor e realização que adquiriste.
Motivo algum deve servir de apoio para o desânimo. Tudo, na vida, constitui convite para o avanço e a conquista de valores, na harmonia e na glória do bem.                                                                                                                             
                                              Joanna de Ângelis

Do livro Episódios Diários, obra mediúnica psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, Espírito: Joanna de Ângelis.

Mensagem extraída da Revista Eletrônica "O Consolador", que poderá ser acessada através do endereço: http://www.oconsolador.com.br/ano11/559/correiomediunico.html

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Caracteres do verdadeiro profeta

Caracteres do verdadeiro profeta

Desconfiai dos falsos profetas. É útil em todos os tempos essa recomendação, mas, sobretudo, nos momentos de transição em que, como no atual, se elabora uma transformação da Humanidade, porque, então, uma multidão de ambiciosos e intrigantes se arvoram em reformadores e messias. É contra esses impostores que se deve estar em guarda, correndo a todo homem honesto o dever de os desmascarar. Perguntareis, sem dúvida, como reconhecê-los. Aqui tendes o que os assinala:  Somente a um hábil general, capaz de o dirigir, se confia o comando de um exército. Julgais que Deus seja menos prudente do que os homens? Ficai certos de que só confia missões importantes aos que Ele sabe capazes de as cumprir, porquanto as grandes missões são fardos pesados que esmagariam o homem carente de forças para carregá-los. Em todas as coisas, o mestre há de sempre saber mais do que o discípulo; para fazer que a Humanidade avance moralmente e intelectualmente, são precisos homens superiores em inteligência e em moralidade. Por isso, para essas missões são sempre escolhidos Espíritos já adiantados, que fizeram suas provas noutras existências, visto que, se não fossem superiores ao meio em que têm de atuar, nula lhes resultaria a ação.

Isto posto, haveis de concluir que o verdadeiro missionário de Deus tem de justificar, pela sua superioridade, pelas suas virtudes, pela grandeza, pelo resultado e pela influência moralizadora de suas obras, a missão de que se diz portador. Tirai também esta outra consequência: se, pelo seu caráter, pelas suas virtudes, pela sua inteligência, ele se mostra abaixo do papel com que se apresente, ou da personagem sob cujo nome se coloca, mais não é do que um histrião de baixo estofo, que nem sequer sabe imitar o modelo que escolheu.

Outra consideração: os verdadeiros missionários de Deus ignoram-se a si mesmos, em sua maior parte; desempenham a missão a que foram chamados pela força do gênio que possuem, secundado pelo poder oculto que os inspira e dirige a seu mau grado, mas sem desígnio premeditado. Numa palavra: os verdadeiros profetas se revelam por seus atos, são adivinhados, ao passo que os falsos profetas se dão, eles próprios, como enviados de Deus. O primeiro é humilde e modesto; o segundo, orgulhoso e cheio de si, fala com altivez e, como todos os mendazes, parece sempre temeroso de que não lhe deem crédito.

Alguns desses impostores têm havido, pretendendo passar por apóstolos do Cristo, outros pelo próprio Cristo, e, para vergonha da Humanidade, hão encontrado pessoas assaz crédulas que lhes creem nas torpezas. Entretanto, uma ponderação bem simples seria bastante a abrir os olhos do mais cego, a de que se o Cristo reencarnasse na Terra, viria com todo o seu poder e todas as suas virtudes, a menos se admitisse, o que fora absurdo, que houvesse degenerado. Ora, do mesmo modo que, se tirardes a Deus um só de seus atributos, já não tereis Deus, se tirardes uma só de suas virtudes ao Cristo, já não mais o tereis. Possuem todas as suas virtudes os que se dão como o Cristo? Essa a questão. Observai-os, perscrutai-lhes as ideias e os atos e reconhecereis que, acima de tudo, lhes faltam as qualidades distintivas do Cristo: a humildade e a caridade, sobejando-lhes as que o Cristo não tinha: a cupidez e o orgulho. Notai, ademais, que neste momento há, em vários países, muitos pretensos Cristos, como há muitos pretensos Elias, muitos João ou Pedro e que não é absolutamente possível sejam verdadeiros todos. Tende como certo que são apenas criaturas que exploram a credulidade dos outros e acham cômodo viver à custa dos que lhes prestam ouvidos.

Desconfiai, pois, dos falsos profetas, máxime numa época de renovação, qual a presente, porque muitos impostores se dirão enviados de Deus. Eles procuram satisfazer na Terra à sua vaidade; mas uma terrível justiça os espera, podeis estar certos.


 – Erasto. (Paris, 1862.)

Extraído de O Evangelho Segundo o Espíritismo, item 9, capítulo XXI

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Profeta era como se chamava na antiguidade àquele que possuía a mediunidade, que após a codificação da Doutrina Espírita ficou conhecido como médium. As mensagens, a que está acima e a que vem adiante, têm contato elucidativos em vários pontos, principalmente sobre as questões da mediunidade. Em conta disto, agrupamos as duas para melhor análise de quem pretende aprofundamento dos conhecimentos espíritas.

                                                                                        Dorival da Silva

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Dissertações Espíritas, capítulo XXXI, mensagem  XV, de O Livro dos Médiuns -  Sobre os Médiuns


Todos os médiuns são, incontestavelmente, chamados a servir à causa do Espiritismo, na medida de suas faculdades, mas bem poucos há que não se deixem prender nas armadilhas do amor-próprio. É uma pedra de toque, que raramente deixa de produzir efeito. Assim é que, sobre cem médiuns, um, se tanto, encontrareis que, por muito ínfimo que seja, não se tenha julgado, nos primeiros tempos da sua mediunidade, fadado a obter coisas superiores e predestinado a grandes missões. Os que sucumbem a essa vaidosa esperança, e grande é o número deles, se tornam inevitavelmente presas de Espíritos obsessores, que não tardam a subjugá-los, lisonjeando-lhes o orgulho e apanhando-os pelo seu fraco. Quanto mais pretenderem eles elevar-se, tanto mais ridícula lhes será a queda, quando não desastrosa.

As grandes missões só aos homens de escol são confiadas e Deus mesmo os coloca, sem que eles o procurem, no meio e na posição em que possam prestar concurso eficaz. Nunca será demais eu recomende aos médiuns inexperientes que desconfiem do que lhes podem certos Espíritos dizer, com relação ao suposto papel que eles são chamados a desempenhar, porquanto, se o tomarem a sério, só desapontamentos colherão nesse mundo, e, no outro, severo castigo.


Persuadam-se bem de que, na esfera modesta e obscura onde se acham colocados, podem prestar grandes serviços, auxiliando a conversão dos incrédulos, prodigalizando consolação aos aflitos. Se daí deverem sair, serão conduzidos por mão invisível, que lhes preparará os caminhos, e serão postos em evidência, por assim dizer, a seu mau grado.


Lembrem-se sempre destas palavras: “Aquele que se exalçar será humilhado e o que se humilhar será exalçado.”

O Espírito de Verdade.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O Tormento do Poder

           Falsos conceitos sobre a felicidade na Terra induzem os seres humanos a comportamentos opostos à bênção pela qual anelam.

            Dominados pelo hedonismo imediatista, acreditam que a plenitude é um estado que se alcança mediante o poder defluente de qualquer circunstância: político, religioso, monetário, social, artístico ou de todos eles reunidos, enfeixado nas mãos tirânicas da supremacia em relação às demais criaturas.

            Todo tipo de poder humano converte-se em tormento psicológico, sendo em si mesmo um conflito de insegurança que propele o indivíduo à ambição de lograr maior domínio do que tem em mente, levando-o quase sempre a posições e condutas arbitrárias.

            Esse poder buscado ansiosamente é herança infeliz da força bruta predominante nas faixas mais primitivas da evolução.

            Alcançando o nível da inteligência, mas não da consciência de si mesmo e do seu significado existencial, o indivíduo acredita  que deve ser temido de alguma forma, porque se sente incapaz de inspirar amor, subjugando os demais em razão de não conseguir submeter-se aos limites que lhe assinalam a existência.

            Nas relações sociais primitivas são celebradas as conquistas da violência e da arbitrariedade, dando lugar ao surgimento de governantes temidos e detestados, que se tornam cada vez mais arrogantes e perversos, sempre temerosos de perder a posição de dominadores.

            Na razão direta em que houve o processo lento e doloroso da civilização com o surgimento dos primeiros códigos de leis e de ética, o poder foi adaptando-se às novas conquistas alterando a sua maneira de liderança pelo medo, embora ainda permaneçam os atavismos ancestrais em nossa hodierna cultura.

            As intermináveis guerras, às quais se atiraram os grupos humanos, na vã expectativa de submeter os outros povos, deixaram marcas sangrentas das aberrações praticadas durante e depois dos combates selvagens.

            Com a aquisição da razão, o pensamento filosófico passou a divulgar a necessidade dos direitos humanos, porque a quase totalidade dos seres humanos sempre se encontrou em posição subalterna, dominados e sem quaisquer instrumentos que lhes facultassem a dignificação.

            Complôs e intrigas, traições, conluios e armadilhas covardes, calúnias e desacatos em nome da honra têm sido utilizados para a manutenção do enganoso poder que logo passa de mãos, porque a vida física, por mais longa se apresente,  é candidata inapelável à degenerescência dos seus órgãos, coroando-se pela desencarnação que a ninguém poupa e a todos iguala na fossa em que são atirados...

            O rastro dos poderosos que se impuseram pelos ardis da indignidade em qualquer área humana é sempre assinalado pelo ódio dos coevos, assim como da posteridade que lhes fazem justiça mediante o desprezo a que os relegam.

            Esses títeres de memória abominável são responsáveis pelos períodos de obscurantismo cultural e moral, por temerem os camartelos vigorosos do progresso que os desapeiam dos ilusórios tronos de onde governam e gostariam que fossem permanentes.   

            O ser humano porém avança, mesmo que pelos caminhos mais ásperos, da ignorância para o conhecimento, da selvageria para a educação, da violência para a paz.


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      O poder, que é fascinante pelos favores que proporciona ao seu factoto, é de grave responsabilidade para quem o exerce.

            Nos mais variados campos do comportamento humano destacam-se indivíduos exponenciais que, amados ou invejados, passam, queiram ou não, a exercer influência em relação aos demais que os tomam como líderes e exemplos. 

            As garantias para o exercício consciente ou não desse destaque são a estrutura moral, a capacidade de discernimento, a fim de não se permitirem a bajulação que envilece o caráter nem entrarem em competições que corrompem.

            A sã consciência dos valores que os caracterizam dá-lhes robustez para prosseguirem no rumo elegido, sem tornar-se presunçoso ou temerário, reconhecendo os limites que possuem e grande necessidade de mais desenvolverem a capacidade que lhe confere os títulos de enobrecimento.

            Quando isso não ocorre, é exercido o poder que submete os outros e os amesquinham, que os necessitam e os desconsideram, que se nutre das suas energias e admiração enquanto os subestimam...

            Encontramos essa infeliz conduta naqueles que, despreparados para as vitórias nas áreas  em que se movimentam, ao alcançá-las fazem-se prepotentes, avaros, déspotas, tornando-se novos Golias que sucumbirão nos confrontos com os Davis existenciais, que embora desconsiderados os alcançam e os suplantam...

            Cientistas e religiosos, pensadores e artistas presunçosos, apesar das façanhas grandiosas que realizam, não sabendo conduzir-se no poder natural que a vida lhes oferece, são vencidos pelo tempo que a tudo ilusório dilui na inexorável marcha da realidade.

            Onde se encontram Pilatos, que humilhou Jesus, os sediciosos membros do Sinédrio que se fizeram responsáveis pela sua crucificação, os reis pomposos e construtores de impérios que foram consumidos, soterrados ou cobertos pelas águas dos oceanos, os hábeis cabos de guerra que semearam o terror no mundo, os intelectuais zombeteiros e os artistas desvairados, os religiosos insensíveis e os políticos que governaram com crueldade?...

            A morte a todos os venceu, no entanto o Mártir da Cruz, as vítimas das guerras de toda expressão, os vencidos pelas artimanhas e pela astúcia dos instintos ferozes e das inteligências desenfreadas permanecem na memória da Terra como exemplos a serem seguidos, verdadeiros heróis que se glorificaram pela coragem de lutar, perseverando nos seus ideais.

            Não é fácil superar a tendência para o poder, para o domínio, para a submissão dos outros aos ditames das suas paixões inferiores.

            Pessoas simples, idealistas e lutadores dedicados logo se tornaram conhecidos ou destacados no meio em que se encontram, infelizmente sem as resistências morais para as circunstâncias, derreiam na aceitação do falso poder que supõem agora dispor, e modificam-se, agindo com a mesma insensatez daqueles que antes combateram.

            Assim, muitos regimes e credos que, perseguidos, são fielmente exercidos, mas logo que aceitos, adotam os infelizes comportamentos e artifícios daqueles dos quais se afastaram.

            O exemplo mais crucial é o do cristianismo antes, quando odiado pelo poder romano, e depois, quando aceito pelo mesmo decadente poder, que nele encontrou as forças para sobreviver por mais um pouco, desaparecendo na razão direta em que ascendeu aos tronos vazios dos antigos perseguidores para a lamentável governança terrestre...


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            Quando Jesus enviou os setenta da Galileia para anunciar a Era Nova, deu-lhes o poder de curar os enfermos, ressuscitar os mortos, limpar os leprosos, expulsar os demônios, de graça havendo recebido, de graça oferecerem, e recomendando que não se munissem dos valores da Terra que aparentam segurança... (Mt 10:8)

            O verdadeiro poder vem do alto, qual o que foi conferido ao Mestre pelo Pai que o enviou.

            Infelizes, portanto, as lutas pelo poder, mesmo nos pequenos grupos onde proliferam a presunção, a disputa doentia, a exorbitância da vaidade.

            Ademais, os Espíritos perversos, quando não conseguem desviar os discípulos sinceros de Jesus do serviço, inspiram-nos, sorrateiros e cruéis, às covardes contendas e combates pelo poder...
                        Joanna de Ângelis
 Psicografia de: Divaldo Pereira Franco, extraído do
livro Entrega-te a Deus, capítulo 28

Anelar: desejar intensamente
Hedonismo: prazer como bem supremo; busca incessante do prazer
Propelir: empurrar, impulsionar
Atavismo: herança de caracteres de existências anteriores
Hodierno: atual
Conluio: trama; ajuste maléfico
Coevo: coetâneo (contemporâneo)
Títere: governante que representa interesses alheios
Camartelo: instrumento usado para quebrar; demolir
Desapear: destituir
Factoto: aquele que se julga capaz de solucionar tudo
Envilecer: tornar vil, desprezível
Avaro: avarento; que não é generoso
Inexorável: inflexível; inelutável
Sedicioso: revoltoso, insurgente
Sinédrio: corte suprema judia
Derrear: curvar
Exorbitância: excesso
Contenda: luta