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quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Há esperança...

                                                                    Há esperança...

No final do ano os meios de comunicação fazem retrospectiva dos fatos ocorridos, dando ênfase ao que foi relevante em cada mês, em maior parte são fatos desastrosos e muito doloridos para muitos, enxameando a sociedade de lembranças que revivem sofrimentos de feridas ainda não cicatrizadas.

Olhando para o futuro, como alguém que está em mar revolto, tal como náufrago rodeado por entulhos que se movem ao sabor do turbilhão e vagas impedem a visão do continente que parece destacar-se ao longe, como notícia de provável salvação.

No tumulto governativo, que se alinha à perturbação da inconstância dos ventos que sopram furiosos, sem preocupação com o essencial que em parte soçobra incontinenti, aos estertores ouve-se à distância que existe possibilidade de salvamento, a vacina.

Sempre há esperança que algo se suceda quando as alternativas conhecidas parecem se esgotarem, intuitivamente todos sabem que sempre haverá um depois, embora nem todos acreditem, porque desconhecem de que são Espíritos e um de seus atributos é viver para sempre.

Mas não se está sozinho! O mundo não está à matroca! Todos os conscientes não querem morrer por um vírus e não desejam isso para outrem. Muitos corpos morreram e outros também sofrerão com esse mal, mas não a totalidade da população do mundo.

Cada época tem suas lições, mas que não são nem para os corpos vivos e menos ainda para os mortos, mas para os seus ocupantes, ou para os ex-ocupantes, são vivências para os Espíritos que passam ou passaram pela experiência, considerando que na atualidade, direta ou indiretamente, toda a população do planeta vive expectativa de contaminação, então a lição é geral e de amplo aspecto.

É momento de reflexão, como tudo neste mundo passa, essa pandemia também irá embora, em algum momento a vacina estará à disposição de todos em que pese as divergências governamentais, tecnológicas, interesses políticos ou particulares, o progresso da humanidade independe dos mortais, conquanto ofereçam resistência, má vontade, incompetência, insuficiência...  Como uma avalanche o Progresso sempre superará os impedimentos, não há força capaz de contê-lo em seus passos. É Lei Natural, atemporal.

Os sofrimentos, as aflições das mais variadas sociedades da Terra são grandes; pura verdade, mas toda mudança comportamental, reajuste das concepções morais, aprimoramento governamental nos diversos níveis não ocorre sem a quebra das estruturas estabelecidas, àquelas forjadas na corrupção e na imoralidade. A mudança para uma Era Nova da sociedade do Mundo passa pela mudança do estado espiritual de cada indivíduo que compõe os residentes do Planeta.

Assim é a razão de morrer e nascer, nascer e morrer. Tudo o que ocorre entre um ponto e outro, sair e entrar, entrar e sair da vida material são vivências do Espírito, que se educa, se corrige, faz novo planejamento para se tornar melhor. Na sociedade é como engrenagem de grande maquinismo evolutivo, oferece o seu contributo e sofre as consequências. “A cada um segundo as suas obras.”

Sucumbindo o corpo, o Espírito reingressa no mundo de que veio com a inteireza de suas condições, sendo que,  de acordo com os seus créditos morais, libera-se dos constrangimentos da vida que acaba de deixar; vem-lhe ao encontro aqueles que são afins, ajudando na adequação ao novo momento da existência. O Espírito é sempre um ser existente, jamais deixará de sê-lo.

O período entre a morte do corpo e o reingresso em nova experiência física é denominado pela Doutrina Espírita de erraticidade, ou vida errante. Nesse estado, o Espírito já recomposto à nova condição, sendo seu desejo, poderá estudar, trabalhar, conquistar novos conhecimentos, desenvolver projetos e compor equipe para executar planejamentos coletivos dentro do seu nível de competência, inclusive auxiliar os seus amigos e parentes que estão ainda no corpo carnal, ajudando-os no que puder. Outros, que não tiveram vida regular, que preferiram o caminho dos vícios, da criminalidade, alimentaram o ódio, a vingança, a inveja, que planejaram o mal em qualquer circunstância, certamente estarão lutando com o resultado de suas preferências, até que a misericórdia Divina entenda de reingressar esses sofredores em corpos de carne e ambientes sociais compatíveis com suas necessidades de restabelecimento.

Voltando à esperança, em que pese a miscelânea de desmandos governamentais, entendimentos divergentes sobre muitos fatos que levam o povo a sofrimentos diversos, não só pela pandemia existente, mas por tudo mais que se encontra em desequilíbrio na sociedade, prejudicando a possibilidade de vida harmônica, nada mais são que os resultados da própria desarmonia dos seus integrantes. Então, há esperança! Depende da conscientização de que sempre se encontrará, em qualquer época, a condição de vida que ajudou construir; pois, vai e volta, tanto no outro mundo, como aqui, sempre se deparará com a qualidade de suas próprias obras.

Não é difícil observar que num grupo nem todos sofrem o mesmo mal, do mesmo constrangimento de ordem econômico-financeira, nem os problemas sociais são idênticos, há sempre uma particularidade, o que corresponde à condição espiritual de cada indivíduo, mesmo na família consanguínea existe singularidade de toda ordem. 

Há esperança! Ninguém se extingue, apenas precisa vencer as suas mazelas, buscar o seu aprimoramento moral, espiritualizar-se. O Evangelho de Jesus mostra o caminho, embora não obrigue ninguém a segui-lo. O sofrimento, de qualquer ordem, é próprio do transeunte da vida, tanto como a paz e a felicidade são de sua conta, se para isso trabalhar.

Há esperança! Todos serão vencedores, quando se propuserem se vencer do egoísmo e do orgulho, da presunção e da ignorância, reconhecendo que pela sabedoria e a humildade serão reconhecidos senhores do Universo. Pandemias não existirão, pobreza, doenças e problemas sociais degradantes não se conhecerão, pois, somente as realizações nobres pulularão os pensamentos, divinizando cada vez em maior escala as consciências vencedoras de si mesmas.

Há esperança!...

                       Dorival da Silva

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Carrasco

 Carrasco

Reunião pública de 20/3/59
Questão nº 913

    Verdugo invisível, onde se lhe evidencie a influência, aparecem a rebeldia e o azedume, preparando a perturbação e a discórdia.

    Mostra-se na alma que lhe ouve as pérfidas sugestões, à maneira de fera oculta a atirar-se sobre a presa.

    Assimilando-lhe a faixa de treva, cai a mente em aflitiva cegueira, dentro da qual não mais enxerga senão a si mesma.

    E assim dominada, a criatura, ao pé dos outros, é a personificação da exigência, desmandando-se, a cada instante, em reclamações descabidas, incapaz de anotar os sofrimentos alheios. Pisa nas dores do próximo com a dureza do bronze e recebe-lhe as petições com a agressividade do espinheiro, expelindo pragas e maldições. Onde surge, pede os primeiros lugares e, se lhos negam, à face das tarefas que a previdência organiza, não se peja de evocar direitos imaginários, condenando, sem análise, tudo quanto se lhe expõe ao discernimento. Desatendida nos caprichos particulares com que se aproxima dos setores de luta que desconhece, mastiga a maledicência ou gargalha o sarcasmo, lançando lodo e veneno sobre nomes e circunstâncias que demandam respeito. Se alguém formula ponderações, buscando-lhe o ânimo à sensatez, grita, desesperada, contra tudo o que não seja adoração a si mesma, na falsa estimativa dos minguados valores que carrega no fardo de ignorância e bazófia.

    E, então, a pessoa, invigilante e infeliz, assim transformada em temível fantasma de incompreensão e de intransigência, enrodilha-se na própria sombra, como a tartaruga na carapaça, e, em lastimável isolamento de espírito, não sabe entender ou perdoar para ser também perdoada e entendida, enquistando-se na inconformação, que se lhe amplia no pensamento e na atitude, na palavra e nos atos, tiranizando-lhe a vida, como a enfermidade letal que se agiganta no corpo pela multiplicação indiscriminada de perigosos bacilos.

    Atingido esse estado d’alma, não adota outro rumo que não seja o da crueldade com que, muitas vezes, se arroja ao despenhadeiro da delinquência, associando-se a todos aqueles que se lhe afinam com as vibrações deprimentes, em largas simbioses de desumanidade e loucura, formando o pavoroso inferno do crime.

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    Irmãos, precatai-vos contra semelhante perseguidor, vestindo o coração na túnica da humildade que tudo compreende e a todos serve, sem cogitar de si mesma, porque esse estranho carrasco, que nos alenta o egoísmo, em toda parte chama-se orgulho.

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       Página extraída da obra: Religião dos Espíritos, pelos Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, capítulo 20, 1960, FEB (Trata de assunto relativo à questão 913 – que será transcrita na parte final da reflexão --, de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, publicado em 18.04.1857)

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REFLEXÃO: A página acima de Emmanuel tem mais de sessenta anos e suas verdades são atuais, mas precisamos verificar que os usos e costumes desta época proporcionam ampliar os entendimentos, ou, pelos menos, análise dos novos comportamentos. 

O contexto atual nas questões comportamentais, econômicas, políticas, sociais, psicológicas, tecnológicas, educacionais… são muito diferentes, embora tenha suas raízes fincadas no meado do século passado.  Há uma distensão dos segmentos daquela geração, com progresso nos diversos setores: o transporte e a comunicação ficaram mais rápidos, o setor da saúde evoluiu grandiosamente, a assistência social multiplicou em muito sua contribuição, a política se sofisticou, a educação -- num aspecto amplo, que envolve a educação de família -- , conquanto a sua evolução, permitiu mescla  personalística, exacerbando comportamentos inadequados, tais como: a violência, o desrespeito aos mais velhos e aos “diferentes”, ênfase aos modos viciantes... 

Apesar de evolução significativa notada em todos os setores da vida, existe um em particular, que embora tenha se ampliado, não foi na melhor direção, o que precisaria rumar para a verticalização moral, ou seja, buscar a harmonização com as regras de bem viver trazidas ao mundo por Jesus, o Nazareno. 

Ele, o Senhor, ensina bem viver na existência em que está posto na vida de um corpo, e bem viver sem a existência deste, porque a vida na sua essência não sofre interrupção, mas as consequências boas ou não permanecerão com toda força, sendo que cada individualidade não poderá, em tempo algum, fugir de sofrer os resultados de si mesmo, por isso o ensinamento: “a cada uma segundo as suas obras”.

O Mentor de Chico Xavier, na mensagem inicial fala de um determinado carrasco, a lição é abrangente, sendo atemporal e alcança todos os tipos comportamentais, pois, trata do espírito humano, e aponta a sua pedra de tropeço evolutivo. 

A base inspirativa do tema, foi o estudo da questão 913 de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, em reunião na sede da Comunhão Espírita Cristã, de Uberaba (MG), em 23-03-1959, transcrita adiante: Dentre os vícios, qual o que se pode considerar radical? ‘Temo-lo dito muitas vezes: o egoísmo. Daí deriva todo mal. Estudai todos os vícios e vereis que no fundo de todos há egoísmo. Por mais que lhes deis combate, não chegareis a extirpá-los, enquanto não atacardes o mal pela raiz, enquanto não lhe houverdes destruído a causa. Tendam, pois, todos os esforços para esse efeito, porquanto aí é que está a verdadeira chaga da sociedade. Quem quiser, desde esta vida, ir aproximando-se da perfeição moral, deve expurgar o seu coração de todo sentimento de egoísmo, visto ser o egoísmo incompatível com a justiça, o amor e a caridade.   Ele neutraliza todas as outras qualidades’”.

Com os recursos que anotamos acima, deixamos ao leitor a liberdade de sua reflexão sobre si mesmo, o meio onde vive, ainda, sobre as relações sociais, políticas, religiosas e científicas sob seu interesse, considerando que cada um tem a liberdade de olhar para a direção que mais condiz com o seu estado de interesse, no entanto, não deveremos esquecer a máxima do Cristo: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”, resumidamente.

                                         Dorival da Silva


Nota 2: As obras de Allan Kardec estão disponíveis para consulta no endereço:  https://kardecpedia.com/

sexta-feira, 10 de abril de 2020

"EU" CONTRA "EU"


"EU" CONTRA "EU"

       Quando o Homem, ainda jovem, desejou cometer o primeiro desatino, aproximou-se o Bom Senso e observou-lhe.
 -- Detém-te! Por que te confias assim ao mal?
 O interpelado, porém, respondeu, orgulhoso:
 -- Eu quero.
 Passando, mais tarde, à condição de perdulário e adotando a extravagância e a loucura por normas de viver, apareceu a Ponderação e aconselhou-o:
       -- Para! Por que te consagras, desse modo, ao gasto inconsequente?
 Ele, contudo, esclareceu jactancioso:
       -- Eu posso.
 Mais tarde, mobilizando os outros a serviço da própria insensatez, recebeu a visita da Humildade, que lhe rogou, piedosa:
       -- Reflete! Por que te não compadeces dos mais fracos e dos mais ignorantes?
       O infeliz, todavia, redarguiu colérico.
       -- Eu mando.
       Absorvendo imensos recursos, inutilmente, quando poderia beneficiar a coletividade, abeirou-se dele o Amor e pediu:
-- Modifica-te! Sê caridoso! Como podes reter o rio das oportunidades sem socorrer o campo das necessidades alheias?
 E o mísero informou:
       -- Eu ordeno.
 Praticando atos condenáveis, que o levaram ao pelourinho da desaprovação pública, a Justiça acercou-se dele e recomendou?
       -- Não prossigas! Não te dói ferir tanta gente?
 O infortunado, entretanto, acentuou implacável:
 -- Eu exijo.
       E assim viveu o Homem, acreditando-se o centro do Universo, reclamando, oprimindo e dominando, sem ouvir as sugestões das virtudes que iluminam a Terra, até que, um dia, a Morte o procurou e lhe impôs a entrega do corpo físico.
       O desditoso entendeu a gravidade do acontecimento, prosternou-se diante dela e considerou:
       -- Morte, por que me buscas?
       -- Eu quero -- disse ela.
       -- Por que me constranges a aceitar-te?  -- gemeu, triste.
-- Eu posso  -- retrucou a visitante.
       -- Como podes atacar-me deste modo?
       -- Eu mando.
       -- Que poderes te movem?
       -- Eu ordeno.
       -- Defender-me-ei contra ti -- clamou o Homem, desesperado --, duelarei e receberás a minha maldição!...
       Mas a Morte sorriu, imperturbável, e afirmou:
 --Eu exijo.
       E, na luta do "eu", contra "eu", conduziu-o à casa da Verdade para maiores lições.
                                                         Irmão X

Página extraída da obra: Contos e Apólogos, capítulo 5, psicografada pelo Espírito Irmão X, através de Francisco Cândido Xavier, 1957.


quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Na intimidade do ser


Na intimidade do ser

“Vós, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, revesti-vos de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade.” - Paulo. (Colossenses, 3:12.)

Indubitavelmente, não basta apreciar os sentimentos sublimes que o Cristianismo inspira.
É indispensável revestirmo-nos deles.
O apóstolo não se refere a raciocínios.
Fala de profundidades.
O problema não é de pura cerebração.
É de intimidade do ser.
Alguém que possua roteiro certo do caminho a seguir, entre multidões que o desconhecem, é naturalmente eleito para administrar a orientação.
Detendo tão copiosa bagagem de conhecimentos, acerca da eternidade, o cristão legítimo é pessoa indicada a proteger os interesses espirituais de seus irmãos na jornada evolutiva; no entanto, é preciso encarecer o testemunho, que não se limita à fraseologia brilhante.
Imprescindível é que estejamos revestidos de “entranhas de misericórdia” para enfrentarmos, com êxito, os perigos crescentes do caminho.
O mal, para ceder terreno, compreende apenas a linguagem do verdadeiro bem; o orgulho, a fim de renunciar aos seus propósitos infelizes, não entende senão a humildade. Sem espírito fraternal, é impossível quebrar o escuro estilete do egoísmo. É necessário dilatar sempre as reservas de sentimento superior, de modo a avançarmos, vitoriosamente, na senda da ascensão.
Os espiritistas sinceros encontrarão luminoso estímulo nas palavras de Paulo. Alguns companheiros por certo observarão em nossa lembrança mero problema de fé religiosa, segundo o seu modo de entender; todavia, entre fazer psiquismo por alguns dias e solucionar questões para a vida eterna, há sempre considerável diferença.

Mensagem extraída da obra: Vinha de Luz, Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, capítulo 89.

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(Reescrito com algumas correções)

Reflexão: Dos vários ensinamentos que Emmanuel registra no capítulo acima, um deles precisamos, nesta oportunidade, dar ênfase: "(...), entre fazer psiquismo por alguns dias e solucionar questões para a vida eterna, há sempre considerável diferença."

O verdadeiro cristão sabe que aquilo que é nobre modifica a alma para melhor, que são os conhecimentos e as ações construtivos. Estes permanecerão para sempre, farão parte do edifício de si mesmo. Também sabe que tudo o que é dispensável é como a impureza do metal precioso que deverá ser expungida através do calor do cadinho, ou conscientemente revendo os próprios defeitos corrigindo-os voluntariamente. Ninguém alcançará as alturas evolutivas sem a purificação da alma. 

Não é possível saltar etapas. É preciso vivenciar cada instante. A edificação que perpetuará é erigida gradativamente. Trabalha-se a aquisição de conhecimentos, vive-se as experiências. Os resultados negativos serão expiados e provados.  Os positivos acumulados para forrar a sustentação de novas etapas evolutivas mais complexas e de maior responsabilidade.
Sem estudar e compreender as Leis Naturais da Reencarnação e do Progresso fica difícil vislumbrar o caminho da eternidade. Como as almas não morrem e precisam evoluir constantemente, para alcançar a tão desejada felicidade plena, a melhor escolha é evoluir, simplesmente. 

Independentemente de aceitar a existência da reencarnação e as demais Leis Naturais, elas sempre existiram, são as Leis de Deus, não dependem da criatura saber que existem, elas sempre estarão cumprindo as suas funções. No entanto, com o conhecimento delas, o passo evolutivo fica mais veloz, tornando o andar consciente. Existe assim uma meta conhecida. Não se anda em círculo. Embora sempre fomos guiados de alguma forma. Nunca estivemos sozinhos. Apesar disto temos o livre-arbítrio, é uma Lei da Natureza, que por questão de hábito nos leva a repetir o que estamos acostumados. "A educação é uma soma de hábitos", que poderão ser positivos ou não.

Conhecendo-se as Leis Naturais temos as rédeas da vida em nossas próprias mãos e sabendo o rumo chegaremos mais rapidamente. 

Estudar sempre! Meditar também.
                                                   Dorival da Silva


quinta-feira, 30 de junho de 2016

A inspiração pode ser um recurso precioso

Editorial                                                                                                                                                         
Ano 10 - N° 471 - 26 de Junho de 2016






 
 
A inspiração pode ser um recurso precioso

A inspiração faz de todos os homens médiuns. Allan Kardec, n´O Livro dos Médiuns, estabelece a diferença entre intuição e inspiração. Diz que esta é uma variedade da intuição, mas sem uma imposição por parte do comunicante. Sua característica é a espontaneidade, ou seja, sua manifestação é livre, sem constrangimento; o médium responde com suas próprias palavras, apenas estimulado por uma ideia, por uma percepção ou por um sentimento. Assim, é realmente muito difícil distinguir se o pensamento provém de si mesmo ou de uma inteligência comunicante.

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A inspiração é o principal meio de comunicação dos Espíritos protetores; e essa manifestação constitui aquilo que denominamos a voz da consciência. Não há nenhuma utilidade em buscar discernir pensamentos próprios dos alheios. O que ocorre é a opção por esse ou aquele raciocínio, resguardando a capacidade de escolha.

“Os Espíritos exercem alguma influência nos acontecimentos da vida? Certamente, pois que vos aconselham.” (O Livro dos Espíritos, questão 525.)
Kardec diz que, de ordinário, a inspiração é um meio utilizado pelos bons Espíritos, mas, como qualquer mediunidade, pode servir a um Espírito impuro. Nossos pensamentos podem ser dirigidos para determinado fim, com ou sem acréscimo de novas ideias do Espírito comunicante. Com o mecanismo das associações, o próprio cérebro do encarnado pode produzir novas ideias. Neste caso, um mesmo conteúdo pode manifestar-se por arranjos diferentes. Manipulando esse mecanismo, o Espírito comunicante pode fazer surgir ideias que não participavam da memória do médium, sem que seja tolhido seu livre-arbítrio.

“Os Espíritos influem em nossos pensamentos e em nossos atos? Muito mais do que imaginais, pois frequentemente são eles que vos dirigem.” (O Livro dos Espíritos, questão 459.) 
                                                    
O livre-arbítrio consiste nas opções que fazemos reiteradamente num caminho pleno de alternativas. Nós podemos rejeitar a influência. Ninguém está fadado a seguir determinada inspiração. Somos livres. Mas, dependendo da afinidade e do grau do conúbio entre o encarnado e os Espíritos, pode dizer-se que o médium se comporta como um fantoche, tendo reduzido drasticamente seu livre-arbítrio.

“Não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus.” (2 Cor 3:5.) 
                                                    
Referindo-se às ideias cristãs, e a todo conteúdo elevado, Paulo afirma-se incapaz de gerar os pensamentos que constituem sua pregação, cuja fonte está em Deus. Sua humildade não permite que se considere uma pessoa capaz de engendrar o conteúdo da boa nova. De certa forma ele está com a razão, porque a doutrina cristã é uma fonte de água cristalina que fecunda nossos vasos de barro, ressentindo-se das impurezas que trazemos conosco. Por outro lado, sua humildade o impede de considerar-se capaz de ser um instrumento adequado para a transmissão da boa nova. E talvez esteja com a razão  quando considera sermos incapazes, por nós mesmos, de produzirmos algo de bom, pois é em Deus que está nossa capacidade. Diz Emmanuel: “De Deus vêm a semente, o solo, o clima, a seiva e a orientação para o desenvolvimento da árvore, como também dimanam de Deus a inteligência, a saúde, a coragem e o discernimento do cultivador, mas somos obrigados a reconhecer que alguém deve plantar.” (Ceifa de Luz, cap. 39.)

Há, todavia, pessoas mais maleáveis pela sua humildade e seus conhecimentos e, portanto, mais aptas a desenvolverem os recursos da palavra e do comportamento, que merecem a simpatia dos mensageiros, e se tornam instrumentos adequados ao trabalho no bem. 
                                  
Mesmo com as limitações inerentes, a inspiração pode ser um recurso precioso nas mãos dos protetores, se eles encontram médiuns suficientemente humildes e, portanto, capazes de ser bons instrumentos.


O original poderá ser acessado na Revista Eletrônica "O consolador", através do endereço:
http://www.oconsolador.com.br/ano10/471/editorial.html

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

MANSOS DE CORAÇÃO

MANSOS DE CORAÇÃO

Quando Jesus proclamou a felicidade nos mansos de coração, não se propunha, de certo, exaltar a ociosidade, a hesitação e a fraqueza.

Muita gente, a pretexto de merecer o elogio evangélico, foge aos mais altos deveres da vida e abandona-se à preguiça e à fé inoperante, acreditando cultivar a humildade.

O Mestre desejava destacar as almas equilibradas, os homens compreensivos e as criaturas de boa vontade que, alcançando o valor do tempo, sabem plantar o bem e esperar-lhe a colheita, sem desespero e sem violência.

A cortesia é o primeiro passo da caridade.

A gentileza é o princípio do amor.

Ninguém precisa, pois, aguardar o futuro, a fim de possuir a Terra. É possível orientá-la hoje mesmo, detendo-lhe os favores e talentos, entre os nossos semelhantes, cultuando a bondade fraternal.

As melhores oportunidades de cada dia no mundo pertencem àqueles que melhores se fazem para quantos lhes rodeiam os passos. E ninguém se faz melhor, arremessando pedras de irritação ou espinhos de amargura na senda dos companheiros.

A sabedoria é calma e operosa, humilde e confiante.

O espírito de quem ara a Terra com Jesus compreende que o pântano pede socorro, que a planta frágil espera defesa, que o mato inculto reclama cuidado e que os detritos do temporal podem ser convertidos em valioso adubo, no silêncio do chão.

Se pretendes, pois, a subida evangélica, aprende a auxiliar sem distinção.

A pretexto de venerar a verdade, não aniquiles as promessas do amor. Abraça o teu roteiro, com a alegria de quem trabalha por fidelidade ao Sumo Bem, estendendo a graça da esperança, a benefício de todos, e, um dia, todos os que te cercam e te acompanham entoarão o cântico de bem-aventurança que o teu coração escreveu e compôs nos teus atos, aparentemente pequeninos de fraternidade e sacrifício, em favor dos outros, em tua jornada de ascensão à Divina Luz.


Mensagem extraída da obra O Evangelho por Emmanuel, psicografia, de Francisco Cândido Xavier, página 60, também consta da Obra: Escrínio de Luz, editada pelo O Clarim.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Requisitos para o Médium Seguro - João Cleofas


A fim de colimar êxito no empreendimento das comunicações espirituais inteligentes, deve o médium que se candidata ao ministério socorrista preencher, no mínimo, as seguintes condições:

Equilíbrio – Sem uma perfeita harmonia entre a mente e as emoções, dificilmente conseguem, os filtros psíquicos, coar a mensagem que provém do Mundo Maior.

Conduta – Não fundamentada a vida em uma conduta de austeridades morais, só mui raramente logra, o intermediário dos Espíritos, uma sintonia com os Mentores Elevados.

Concentração – Após aprender a técnica de isolar-se do mundo externo para ouvir interiormente, e sentir a mensagem que flui através das suas faculdades mediúnicas, poderá conseguir, o trabalhador honesto, registrá-la com fidelidade.

Oração – Não exercitando o cultivo da prece como clima de serenidade interior, ser-lhe-á difícil abandonar o círculo vicioso das comunicações vulgares, para ascender e alcançar uma perfeita identificação com os Instrutores da Vida Melhor.

Disposição – Não se afeiçoando à valorização do serviço em plena sintonia com o ideal espírita, compreensivelmente, torna-se improvável a colheita de resultados satisfatórios no intercâmbio medianímico.

Humildade – Escasseando o autoconhecimento, bem poucas possibilidades o médium disporá para uma completa assimilação do ditado espiritual, porquanto, nos temperamentos rebeldes e irascíveis a supremacia da vontade do próprio instrumento anula a interferência das mentes nobres desencarnadas.

Amor – Não estando o Espírito encarnado aclimatado à compreensão dos deveres fraternos em nome do amor que desculpa, do amor que ajuda, do amor que perdoa, do amor que edifica, torna-se, invariavelmente, medianeiro de Entidades perniciosas com as quais se compraz afinar.

O ministério do intercâmbio mediúnico é, sobretudo, um labor de auto-burilamento, no qual o encarnado mais se beneficia.

Quem não pretende domar-se, não consegue ajudar os que se debatem na indocilidade, sob as vergastadas da frustração e do equilíbrio.

Aquele que se recusa ascender por esta ou aquela razão, na teimosia das paixões em que se demora, sincroniza mentalmente com os Espíritos rebelados que o martirizam, e cuja companhia se lhe torna habitual.

Mediunidade é faculdade psíquica que se pode considerar meio, instrumento, ponte que faculta o intercâmbio entre duas situações vibratórias.

Aquele que não prepara este meio convenientemente, jamais logra sair de si mesmo, tão vencido se encontra pela predominância da personalidade em desalinho.

Ofertemos as nossas disposições a Jesus Cristo, o Amigo Operante, que soube transformar-se no excelente Médium de Deus, deixando que a suprema vontade do Pai se lhe fizesse a própria vontade, até o momento do holocausto por amor a todos nós.

Se não formos capazes de manter o nosso concurso mediúnico em forma de testemunho de amor pelo nosso próximo, na esfera física, não teremos condição de abrir a alma em flor ao sol da misericórdia divina, em benefício dos nossos irmãos infelizes do Mundo Espiritual, que esperam por nós.

Pelo Espírito de: João Cléofas
Psicografado por: Divaldo Pereira Franco
Livro: Intercâmbio Mediúnico – Salvador, BA: LEAL, 1986, cap. 12

Mensagem copiada do endereço: http://mediunato.com.br/