O Casamento
O
que é o casamento sob o enfoque espiritual? Não se pretende fazer análise sobre
o aspecto religioso de nenhuma denominação e tão pouco sob o aspecto legal, mas
somente sob o aspecto espiritual e suas consequências.
Não
será possível que alguém surja no Mundo sem a participação de um pai e uma mãe,
portanto, uma união inevitável para a perpetuação da espécie e a oportunidade
que se dá ao ser pensante, que é o Espírito, que se encontra no campo extrassensorial,
o que corresponde estar sem um corpo físico.
Esse
indivíduo que está na vida espiritual tem necessidades evolutivas de retornar a
viver, por um certo tempo, nas lides materiais, para isto depende de se
envolver com um equipamento carnal, que lhe permita a manifestação entre os que
estão reencarnados, ou seja, na sociedade humana como se conhece.
As
necessidades do Espírito são os avanços intelectuais e morais, mas para essa
tarefa precisa do relacionamento social para a consecução de empreendimentos
planejados antes de seu nascimento, que visam adquirir novos conhecimentos e o
desenvolvimento moral, no entanto, experimentando os seus efeitos e
consequências, sedimentando na alma os valores que interessam ao ser em
evolução.
Outro
ponto, são os comprometimentos de existências anteriores que lhe pesam na
consciência, porque quando na vida espiritual, livre da influência do corpo
material, a percepção é mais ampla, tanto quanto o sofrimento é maior, quando
se analisa as suas atitudes danosas e suas consequências em relação a si mesmo
e a outros Espíritos que sofrem em virtude das suas iniciativas de outras
épocas.
O
apaziguamento da consciência somente acontece com o arrependimento e a solução dos
problemas encetados, seja na mesma vida ou aguardará oportunidade em outra, que
poderá demorar, mas o sofrimento não dará trégua.
Em
conta disso, grande parte dos casamentos são de resgate de consciências
aviltadas, recebendo em seus braços os renascentes, em que a união
proporcionou-lhes o corpo físico para a sua manifestação em nova existência. Trata-se de oportunidade para os indivíduos que ressurgem na vida
física e para os pais saudarem suas dívidas, entre si e com terceiros. Pendências que agora no corpo não se lembram,
mas delas se libertarão, e no regresso à vida espiritual saberão das causas e dos fatos
que com os esforços da vida presente superaram ou não.
A
união de um homem e uma mulher para o compromisso conjugal, em primeiro lugar precisa estar embasada
pelos sentimentos, sendo isto a interação espiritual dos cônjuges, que
proporcionará o surgimento da prole, compreendendo-se que os seus elementos
genéticos fundidos constituem-se na origem do corpo físico no qual se vinculará
um ser espiritual, que ao nascer precisará de cuidados especiais para a sua
constituição material, tanto quanto para o hospede espiritual que se manifesta
em nova existência.
Se, pelas hostes religiosas e civis o casamento está eivado de
responsabilidades, consorciar-se com o conhecimento da existência de
compromissos de vidas passadas e os desdobramentos após a vida presente, torna
essa decisão de maior vulto, fazendo dos consortes cocriadores com Deus, não só
de um corpo físico, mas na condução educacional do ser que recebeu como filho e
que em tudo que ajudar corrigir, quando de manifestação negativa, e incentivar
quando nos aprendizados positivos, proporcionando ao Espírito paz e felicidade,
dará aos pais a alegria do dever cumprido, merecedores do reconhecimento
Divino.
As vitórias da vida conjugal na Terra são conquistas para sempre,
porque todos os envolvidos carregarão os resultados na alma, servindo de lastro
para outras vivências, assim sucessivamente sem fim.