Reencarnação!
O tema reencarnação precisa ser
reanalisado. Não é assunto que pertence a este ou aquele segmento religioso. É
da Natureza. É ciência. Allan Kardec cunhou essa expressão para diferenciar da
ressurreição, porque esta dá a ideia, pelo entendimento tradicional, de se
retornar a alma a reviver no mesmo corpo físico. O que a própria ciência e a
lógica dizem ser totalmente impossível, vez que os elementos constitutivos de um
organismo, com a decomposição após a morte, comporão outros organismos, tanto
de pessoas como de animais ou vegetais, assim inúmera vezes.
Diariamente convivemos com a
reencarnação, são nossos filhos, nossos parentes, nossos amigos e até nossos
inimigos que renascem em nossa casa ou ao nosso redor. Retornam próximo de nós
pela afinidade ou pelos laços da necessidade. Jesus mesmo fez referência a
isto, na conversa com Nicodemos: "Em verdade, em verdade, digo-te: Se um homem não
renasce da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. - O que é
nascido da carne é carne e o que é nascido do Espírito é Espírito. - Não te
admires de que eu te haja dito ser preciso que nasças de novo." (...) (S .JOÃO, cap. III, vv. 1 a 12.).
Como se explicaria os que nascem
com necessidades especiais, será que sofrem apenas das contingências da hereditariedade genética? Se nunca fizeram
nada de errado e não têm pendência em sua consciência, onde estaria a justiça? Se tudo é regido pela Lei Divina, que é
perfeita, como justificar esse desvio, porque alguém sofreria limitações sem
uma causa justa? Como admitir isto? E as doenças graves, nos nascituros? As
deformidades? As mortes logo após o nascimento? Os problemas neurológicos? As
doenças mentais?... Deus é justo!
Através da reencarnação, que quer
dizer: entrar na carne outra vez -- num novo corpo --, para nova oportunidade,
para refazer-se, reposicionar-se, aprender, provar, expiar o que de outra feita
não foi possível. Não aprendemos tudo de uma única oportunidade, precisamos de
muitas outras, é da Lei de Progresso, é o amor Divino em favor de suas
criaturas. Alcançarmos um dia o estado de plenitude, requer esforço. A
autoconstrução. Por isso a necessidade
de nascer de novo, de reencarnar –
muitas vezes.
Somos artífices de nós mesmos. Encontraremos o futuro nas condições que o
organizamos presentemente. Se rebeldes e viciosos, lá compareceremos com o
patrimônio que cultivamos e seus desdobramentos, porque toda semeadura dá
fruto e o multiplica. Continuaremos
depois da morte do corpo com a herança intelectual e moral que nos pertencem.
Neste caso, em sofrimento, sendo que não teremos o corpo de carne que mitiga as
ânsias dos vícios. Estaremos
possivelmente por décadas em conflitos íntimos contínuos vez que os hábitos
negativos não dão trégua, sempre exigindo do indivíduo o seu atendimento. Em se chegando à culminância do sofrimento,
roga a Deus uma nova oportunidade de retornar à matéria, através do
renascimento, caindo num estado de esquecimento, com a possibilidade de se
recompor das viciações através da educação, que os pais lhe podem dispensar. Fica sempre a expectativa de terminar a nova
jornada de maneira vitoriosa sobre si mesmo.
É a maior vitória.
Assim cada um encontrará paz e
felicidade ou não, de acordo com a sua condução na vida, nenhuma alma tem o
futuro igual, cada criatura humana é um mundo próprio, e de acordo com a Lei de
Justiça: a cada um de segundo as suas
obras.
Aceitar ou não aceitar a
reencarnação não altera em nada a nossa posição, é Lei Natural, ela sempre se
deu e continuará sempre, porque ninguém poderá impedir ou alterar o que não é
criação do Homem.
Dorival da Silva
Presidente
da 4ª União Regional
Espírita – Sede em Bandeirantes
Convidamos
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