Encontrando Caminho
Aqui, neste mundo, até um certo tempo, somos guiados porque não sabemos caminhar. Somos direcionados para os caminhos que parecem ser os melhores, quase sempre o possível, diante dos costumes, da cultura, da formação e da tradição daqueles que cuidam de nós. São nossos pais, ou tutores, ou certa entidade assistencial, conforme a situação social de cada indivíduo.
Acontecem nesses caminhares, às vezes excessos para alguns e escassez para outros, desde recursos básicos de sobrevivência, escolaridade, lazeres, condições de saúde, padrões sociais que vão da opulência até a miséria; para uma parte muito mais que o necessário, para outra quase nada do indispensável à sobrevivência.
São caminhos e descaminhos que percorremos ao longo do tempo. Temos o livre-arbítrio, que é um poder muito grande que não sabemos como utilizar para nosso melhor proveito, e o utilizamos de maneira aleatoria, gerando transtornos para a própria vida.
Como podemos aprender se não conhecemos as consequências do direito de errar? No entanto, junto ao livre-arbítrio, existe a inteligência, mas ela não consegue discernir se não adquiriu conhecimentos e vivências suficientes para isso. Ainda existem os elementos de orgulho e egoísmo, sem se esquecer da presunção de poder. Não se trata de poder temporal, mas de um poder ilusório que invade o íntimo, muito particular, com a magnitude que se permite, até encontrar os contrapontos das vivências com os semelhantes de mesma natureza, enchendo-se de frustrações e loucuras.
Todos nós carregamos isso com algum grau de controle ou de descontrole, considerando o estado de desenvolvimento moral particular, adquirido ao longo do tempo, não somente na presente vida. Assim, não podemos dispensar a reflexão sobre o que sentimos diante das circunstâncias que nos afetam, seja em relaçao aos fatos positivos ou negativos. A exacerbação de um ou de outro sempre traz algum prejuízo e arrependimento.
O que precisa ser analisado é o poder que cada indivíduo tem sobre si mesmo. Como um ponto ativo no Universo, quando consciente disso, o indivíduo tem dois contextos infinitos a considerar: 1.º, a amplidão cósmica incomensurável a contemplar e analisar, com os infindáveis mundos particulares das criaturas de todos os Mundos; e 2.º, o universo íntimo de si mesmo.
A compreensão do Cosmo exterior é feita com a inteligência e as tecnologias desenvolvidas até o limite das potencialidades alcançadas. Medem-se, pesam-se, avaliam-se a distância, velocidade, constituição de cada elemento que se consegue conhecer no infinito cósmico. No universo particular somente o próprio indivíduo pode varrer e aprofundar pesquisa de acordo com as antenas morais construídas a partir de valores conquistados com muitos esforços. Da mesma forma que o infinito existe para o Cosmo exterior existe também para o cosmo íntimo.
Dentro desse universo particular tem-se os poderes, em todas as intensidades, tanto quanto em qualidades.
Tudo o que se apresenta no Universo exterior é passível de exaustão, de implosão, de desfazimento, embora nada se perca. Isso dependerá de universos íntimos construídos de inteligência e senso moral altamente desenvolvidos, ávidos de sentimentos nobres e virtudes consagradas para novas construções universais sob o comando da Força Irresistível, o Poder Divino.
O centro de força particular aprimorado, que corresponde ao Espírito perfeito, é a alavanca que move o Universo, pois é preciso que se interpretem as forças da Natureza, ou seja, que se comungue do pensamento Divino e trabalhe sem cessar, consciente da corresponsabilidade universal.
Em razão disso, a presença de bilhões de Espíritos em diversos níveis evolutivos no Planeta Terra -- além da infinidade de outros Planetas com a mesma finalidade -- é notória. Uma multidão se arrasta, outros andam, alguns alçam voos na escala do progresso; são os estágios dos universos particulares que formam as plêiades dos seus correspondentes. No entanto, todos chegarão ao estado de perfeição. Os esforços e os tempos são por conta de cada individualidade. Aqueles que trabalham nas grandes construções universais outrora surgiram do átomo, se arrastaram, andaram e voaram até a perfeição. Agora, constroem novos mundos na Casa do Pai, com a matéria universal, utilizando a força do Espírito, para dar oportunidade àqueles que estão na esteira evolutiva do tempo sem fim.
Qual o caminho a seguir?
Dorival da Silva