sexta-feira, 30 de novembro de 2018

... Quem!

... Quem! 

Alguém grandioso existe, 
Está na alma e no Universo, 
Liga o homem e a mulher, 
Multiplicam-se os filhos. 

Equilibra os Planetas, 
Organiza os Sóis, 
Ilumina os Astros, 
Multiplicam-se as Vidas. 

Constelações, 
Plêiades luminosas, 
Caracóis luminares sem fim, 
Multiplicam-se as moradas. 

Crianças, 
Pais e mães, 
Almas incontáveis, 
Multiplicam-se as grandes jornadas. 

Ingenuidade, 
Conhecimento, 
Sabedoria, 
Multiplicam-se angelitudes. 

Crença, 
Confiança, 
Revelações, 
Multiplicam-se espíritos do bem. 

... Deus! 

                                                           Dorival da Silva

domingo, 25 de novembro de 2018

Casa espiritual

 Casa espiritual 

“Vós, também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual.” - Pedro. (I Pedro, 2:5.) 

Cada homem é uma casa espiritual que deve estar, por deliberação e esforço do morador, em contínua modificação para melhor. 
Valendo-nos do símbolo, recordamos que existem casas ao abandono, caminhando para a ruína, e outras que se revelam sufocadas pela hera entrelaçada ou transformadas em redutos de seres traiçoeiros e venenosos da sombra; aparecem, de quando em quando, edificações relaxadas, cujos inquilinos jamais se animam a remover o lixo desprezível e observam-se as moradias fantasiosas, que ostentam fachada soberba com indisfarçável desorganização interior, tanto quanto as que se encontram penhoradas por hipotecas de grande vulto, sendo justo acrescentar que são raras as residências completamente livres, em constante renovação para melhor. 
O aprendiz do Evangelho precisa, pois, refletir nas palavras de Simão Pedro, porque a lição de Jesus não deve ser tomada apenas como carícia embaladora e, sim, por material de construção e reconstrução da reforma integral da casa íntima. 
Muita vez, é imprescindível que os alicerces de nosso santuário interior sejam abalados e renovados. 
Cristo não é somente uma figuração filosófica ou religiosa nos altiplanos do pensamento universal. É também o restaurador da casa espiritual dos homens. 
O cristão sem reforma interna dispõe apenas das plantas do serviço. O discípulo sincero, porém, é o trabalhador devotado que atinge a luz do Senhor, não em benefício de Jesus, mas, sobretudo, em favor de si mesmo. 


Mensagem extraída da obra: Vinha de Luz, capítulo 133, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier – Ano: 1951 

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Reflexão:  
Nesse exercício reflexivo sobre a página acima notamos de início a grandiosidade do texto, neste fragmento: “(...), por deliberação e esforço do morador, em contínua modificação para melhor.” As letras dizem sem nenhuma sombra de dúvida o que se precisa fazer. Somos casa espiritual, teremos a beleza ou não do próprio esforço.  
Não há proibição na conservação da casa material que habitamos, nem do cultivo do corpo físico na sua exterioridade, nem de usufruir das coisas que o Mundo dispõe, desde que não haja abuso, tendo sempre presente a consciência de que quem participa de todos os feitos da vida é o ser pensante (a alma) que se manifesta e age através de um organismo de carne, que lhe obedece. Dessa forma, todas as experiências geram registros na alma, pois são recursos intelectuais e emocionais que lhe pertencem e modificam a casa espiritual (o estado espiritual).  Como ensina o apóstolo Pedro, no verso à epígrafe, “(...), como pedras vivas, sois edificados casa espiritual.”  
Reproduzimos parte do texto inicial, considerando a precisão com que se correlaciona a imagem gerada pela escrita entre o que se pode observar no campo das construções materiais com o estado espiritual gerados pela miscelânea de comportamentos da vida neste Mundo, vejamos: “Valendo-nos do símbolo, recordamos que existem casas ao abandono, caminhando para a ruína, e outras que se revelam sufocadas pela hera entrelaçada ou transformadas em redutos de seres traiçoeiros e venenosos da sombra; aparecem, de quando em quando, edificações relaxadas, cujos inquilinos jamais se animam a remover o lixo desprezível e observam-se as moradias fantasiosas, que ostentam fachada soberba com indisfarçável desorganização interior, tanto quanto as que se encontram penhoradas por hipotecas de grande vulto, sendo justo acrescentar que são raras as residências completamente livres, em constante renovação para melhor.”  
  Não podemos esquecer que compareceremos na vida espiritual, após a morte do corpo, com aquilo que cultivamos e não com um estado espiritual ideal que imaginamos. Isto é um estado de ilusão que causará grande frustração. 
As figuras imaginárias para nós trazidas pelo Orientador Espiritual são na verdade, como deduzimos, anotações reais de quem observa de um plano espiritual mais elevado, sendo generoso em nos informar de maneira comparativa uma realidade nossa, que se generaliza com maior ou menor coloração de realidade, dada a diversidade natural de Espíritos encarnados. Observemos que no final de sua página ainda frisa: “(...), sendo justo acrescentar que são raras as residências completamente livres, em constante renovação para melhor.”  Poucos chegam à vida espiritual em condições ideais de paz e felicidade. A morte do corpo material ocorre a qualquer hora, independente da vontade de quem quer que seja, assim a casa espiritual precisa estar em constante renovação para melhor.  Com ela, que somos nós mesmos, retornaremos à vida normal do Espírito e estaremos felizes ou não. A qualidade da Casa que dirá! 

                                                   Dorival da Silva

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Governo interno


Governo interno

“Antes subjugo o meu corpo e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de algum modo a ficar reprovado.” – Paulo. (1ª Epístola aos Coríntios, 9:27.)

Efetivamente, o corpo é miniatura do Universo.

É imprescindível, portanto, saber governá-lo. Representação em material terrestre da personalidade espiritual, é razoável esteja cada um atento às suas disposições. Não é que a substância passiva haja adquirido poder superior ao da vontade humana, todavia, é imperioso reconhecer que as tendências inferiores procuram subtrair-nos o poder de domínio.

É indispensável esteja cada homem em dia com o governo de si mesmo.

A vida interior, de alguma sorte, assemelha-se à vida de um Estado. O espírito assume a auto chefia, auxiliado por vários ministérios, quais os da reflexão, do conhecimento, da compreensão, do respeito e da ordem. As ideias diversas e simultâneas constituem apelos bons ou maus do parlamento íntimo. Existem, no fundo de cada mente, extensas potencialidades de progresso e sublimação, reclamando trabalho.

Quem espera vida sã, sem autodisciplina, não se distancia muito do desequilíbrio ruinoso ou total.

É necessário instalar o governo de nós mesmos em qualquer posição da vida. O problema fundamental é de vontade forte para conosco, e de boa-vontade para com os nossos irmãos.

Mensagem extraída da obra: Pão Nosso, psicografia de Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Emmanuel, capítulo 158, ano 1950.


REFLEXÃO: Não é comum nesses tempos modernos falar-se de governo interno, uma vez que grande parte das pessoas coloca seus interesses em tudo o que está fora de si. Observa-se. Comenta-se. Julga-se. Reproduz e divulga. Expõe os feitos e defeitos de outrem. Parte considerável de indivíduos não se importa com a reputação de si mesmo e nem dos outros. Há um excesso de cuidados com futilidades, não há preocupação com o respeito, perante si e o próximo.

      O apóstolo Paulo, no versículo lançado no início deste estudo, demonstra a responsabilidade com que ensinava, para que a verdade que colhera com a sua inteligência e que integrava os valores morais de sua alma não viesse contradizer-se com a sua vivência junto a sociedade de seu tempo.

Emmanuel coloca no início de sua análise: Efetivamente, o corpo é miniatura do Universo.

“É imprescindível, portanto, saber governá-lo. Representação em material terrestre da personalidade espiritual, é razoável esteja cada um atento às suas disposições. Não é que a substância passiva haja adquirido poder superior ao da vontade humana, todavia, é imperioso reconhecer que as tendências inferiores procuram subtrair-nos o poder de domínio.”

O Ser pensante não é o corpo, no entanto ele é exigente sob muitos aspectos, o desgaste de suas energias proporciona a fome, atendido na sua necessidade quieta e proporciona conforto ao espírito que o governa, entretanto, se o governante quer mais satisfação com o prazer da comida, avança os limites da necessidade, buscando sempre meios de ampliar as satisfações, com variedades e quantidades, viciando o organismo, que por sua vez sentirá a necessidade de se saciar. O desejo crescente de comer é prazer da alma e exigência do organismo. Construindo-se um círculo vicioso. É problema de governança. A alma é o governo e o corpo é a estrutura de sua manifestação material.

A analogia pode ser considerada em todas as situações em que o indivíduo está se manifestando, seja nos usos e costumes, atividades físicas, intelectuais e morais, sempre será a manifestação do governo (alma) através do corpo (universo celular).

O Orientador Espiritual avança seus ensinamentos: É indispensável esteja cada homem em dia com o governo de si mesmo.

“A vida interior, de alguma sorte, assemelha-se à vida de um Estado. O espírito assume a auto chefia, auxiliado por vários ministérios, quais os da reflexão, do conhecimento, da compreensão, do respeito e da ordem. As ideias diversas e simultâneas constituem apelos bons ou maus do parlamento íntimo. Existem, no fundo de cada mente, extensas potencialidades de progresso e sublimação, reclamando trabalho.”

Considerando o Espírito viajor da vida pela eternidade, nesses tempos novos o homem precisa ter ciência de que deve governar-se em seu benefício, objetivando a grande meta, que não é um lugar e nem o fim de aonde se chegar, mas um estado de espírito, ou seja, um estado de plenitude, requisito para outros voos evolutivos, pois que a evolução é infinita.

O aprofundamento do ensino do Mentor, precisa encontrar eco em quem o examina com interesse as questões da vida espiritual, mesmo estando num corpo de carne, fragilíssimo e finito, embora a sua complexidade, pois se trata analogicamente de miniatura do Universo”. No entanto, é o instrumento material mais perfeito capaz de permitir a manifestação do “Ser Pensante”, por algum tempo, para a experiência de intensivo aprendizado. Exige manutenção, equilíbrio, sobriedade e higidez a serem proporcionados pelo seu governador, que deveria ser o mais interessado na eficácia desse processo de vida, que não se trata de outra coisa que não a melhoria de sua própria vida espiritual.

O Orientador elucida: “É indispensável esteja cada homem em dia com o governo de si mesmo.

“A vida interior, de alguma sorte, assemelha-se à vida de um Estado. O espírito assume a auto chefia, auxiliado por vários ministérios, quais os da reflexão, do conhecimento, da compreensão, do respeito e da ordem. As ideias diversas e simultâneas constituem apelos bons ou maus do parlamento íntimo. Existem, no fundo de cada mente, extensas potencialidades de progresso e sublimação, reclamando trabalho.

“Quem espera vida sã, sem autodisciplina, não se distancia muito do desequilíbrio ruinoso ou total.”

Se se pensar numa vida exclusivamente material fica difícil de entender o pensamento que flui de Alta Paragem espiritual através de mensageiros designados pelo Criador em favor das Criaturas na Terra; no entanto, convicto da continuidade da Vida após o cessar da vida do corpo físico, num mundo não material, aonde a plenitude do Espírito que se conta como patrimônio indestrutível, porque são intelectuais e morais, então reina no indivíduo a paz e a felicidade, nada mais que o Reino dos Céus até onde permite o seu estado evolutivo.

Concluindo o ensinamento Emmanuel anota: É necessário instalar o governo de nós mesmos em qualquer posição da vida. O problema fundamental é de vontade forte para conosco, e de boa-vontade para com os nossos irmãos.”

O indivíduo é “bonzinho” consigo, justifica suas derrapadas para satisfazer necessidades orgânicas que ele engendra além daquelas normais de manutenção de seu instrumento de carne. O que não se pode esquecer é que a vida no corpo também é vida espiritual, embora transitória, e como ela continuará ininterruptamente, apesar da morte, leva como bagagem todos desequilíbrios que viveu no corpo, que exigirão atendimentos como se o “Ser Pensante” estivesse na vida material. É sofrimento perturbador no outro lado desta vida.

“A cada um segundo as suas obras.”

                                                                      Dorival da Silva

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Cultiva a paz


Cultiva a paz

“E, se ali houver algum filho da paz, repousará sobre ele a vossa paz; e, se não, ela voltará para vós.” - Jesus. (Lucas, 10:6.)
Em verdade, há muitos desesperados na vida humana. Mas quantos se apegam, voluptuosamente, à própria desesperação? quantos revoltados fogem à luz da paciência? quantos criminosos choram de dor por lhes ser impossível a consumação de novos delitos? quantos tristes escapam, voluntariamente, às bênçãos da esperança?

Para que um homem seja filho da paz, é imprescindível trabalhe intensamente no mundo íntimo, cessando as vozes da inadaptação à Vontade Divina e evitando as manifestações de desarmonia, perante as leis eternas.

Todos rogam a paz no Planeta atormentado de horríveis discórdias, mas raros se fazem dignos dela.

Exigem que a tranquilidade resida no mesmo apartamento onde mora o ódio gratuito aos vizinhos, reclamam que a esperança tome assento com a inconformação e rogam à fé lhes aprove a ociosidade, no campo da necessária preparação espiritual.

Para esmagadora maioria dessas criaturas comodistas a paz legítima é realização muito distante.

Em todos os setores da vida, a preparação e o mérito devem anteceder o benefício.

Ninguém atinge o bem-estar em Cristo, sem esforço no bem, sem disciplina elevada de sentimentos, sem iluminação do raciocínio. Antes da sublime edificação, poderão registrar os mais belos discursos, vislumbrar as mais altas perspectivas do plano superior, conviver com os grandes apóstolos da Causa da Redenção, mas poderão igualmente viver longe da harmonia interior, que constitui a fonte divina e inesgotável da verdadeira felicidade, porque se o homem ouve a lição da paz cristã sem o propósito firme de se lhe afeiçoar, é da própria recomendação do Senhor que esse bem celestial volte ao núcleo de origem como intransferível conquista de cada um.

Mensagem extraída da obra: Vinha de Luz, capítulo 65, Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier (1951).

Reflexão: Quem no mundo não deseja a paz. O desejo da paz transita desde o indivíduo, às coletividades e às nações.  Situação que vem desde a antiguidade e os milênios se contam, e o desejo da paz é permanente. Surgiram nos diversos tempos: Profetas, missionários, gurus, reveladores, guerreiros, conquistadores, líderes Políticos, religiosos... Aonde se encontra a paz?

Por ausência de entendimento mais profundo, busca-se a paz no fortalecimento de exército capaz de conter ou destruir o inimigo; procura-se proteção, no afã de encontrar a paz, cercando-se de defesa protetora tida por intransponível para os inimigos e quem se aventar contra o seu interesse.

Esses arranjos tentados há milênios podem temporariamente silenciar os ruídos lá fora, dando uma falsa sensação de paz, sendo que na intimidade das massas há burburinhos abafados, porque na alma de cada indivíduo que compõe a massa há uma usina de força alimentada pelo combustível de medo, de insegurança, de dúvida e o desconhecimento da realidade da vida espiritual, não sabe que a paz que busca ainda é uma intenção que está voltada para o exterior, que espera ou supõe a ação ou reação dos outros. Há dependência crônica de que a solução da aflição, da insegurança e tudo que impede a paz desejada virá de fora, alguém se apresentará com a solução! Uma entidade, um governo? Quem? Se os milênios de tentativas não solucionaram.

O Benfeitor Emmanuel vem recobrar ensinamento de Jesus esclarecendo: Para que um homem seja filho da paz, é imprescindível trabalhe intensamente no mundo íntimo, cessando as vozes da inadaptação à Vontade Divina e evitando as manifestações de desarmonia, perante as leis eternas.” E amplia: Todos rogam a paz no Planeta atormentado de horríveis discórdias, mas raros se fazem dignos dela.”

Num ponto posterior o Mentor exemplifica em que contexto os indivíduos pretendem encontrar a paz: Exigem que a tranquilidade resida no mesmo apartamento onde mora o ódio gratuito aos vizinhos, reclamam que a esperança tome assento com a inconformação e rogam à fé lhes aprove a ociosidade, no campo da necessária preparação espiritual.
Para esmagadora maioria dessas criaturas comodistas a paz legítima é realização muito distante.”

Leciona o digno Instrutor: Ninguém atinge o bem-estar em Cristo, sem esforço no bem, sem disciplina elevada de sentimentos, sem iluminação do raciocínio. (...)”

Precisa-se entender que Espírito orientador, tal como o autor da página em referência, não faz registro com palavras que não apresentam a precisão necessária do que se quer ensinar, portanto, a inserção anterior deixa muito claro que a paz se dá na intimidade de cada pessoa, o que corresponde dizer que na intimidade de cada espírito, que por ora está investido de um corpo de carne.

Na parte conclusiva do texto, Emmanuel deixa claro que não adianta somente estar informado, ter acompanhado alguns detentores de paz, e nem ter intelectualizado todas as formas de se chegar à paz, é preciso verdadeiramente investir-se do sentimento de paz, conquista inalienável, como aponta: “(...) Antes da sublime edificação, poderão registrar os mais belos discursos, vislumbrar as mais altas perspectivas do plano superior, conviver com os grandes apóstolos da Causa da Redenção, mas poderão igualmente viver longe da harmonia interior, que constitui a fonte divina e inesgotável da verdadeira felicidade, porque se o homem ouve a lição da paz cristã sem o propósito firme de se lhe afeiçoar, é da própria recomendação do Senhor que esse bem celestial volte ao núcleo de origem como intransferível conquista de cada um.

O homem com humildade pode aprender com as clarezas de sua inteligência e através da vivência, da meditação, da análise e compreensão dos resultados encharcar-se de sentimentos de paz, pois faz justiça aos seus esforços. Todo cultivo exige esforço e em se tratando da paz de si mesmo, que servirá de chave para ingresso na paz Universal, por que não trabalhar para tal conquista.

                                                            Dorival da Silva.