No Evangelho, há uma interessante passagem
conhecida como A parábola do rico insensato.
Trata-se de um homem que havia trabalhado
muito para ajuntar bens.
Quando finalmente se deu por satisfeito,
propôs-se a gozar de sua fortuna.
Contudo, o Senhor da vida deliberou nessa
mesma noite promover o regresso do rico ao plano espiritual.
Daí se colocou a questão: Para quem seria
tudo o que ele tinha ajuntado?
* * *
Essa lição não poderia ser mais atual.
Em todos os agrupamentos humanos, palpita a
preocupação de ganhar.
O espírito de lucro alcança os setores mais
singelos.
Meninos, mal saídos da primeira infância,
mostram-se interessados em amontoar egoisticamente alguma coisa.
Mães numerosas abandonam seu lar a
desconhecidos, a fim de experimentarem a mina lucrativa.
Pais deixam de dar atenção a sua família,
enquanto multiplicam ao extremo as horas de trabalho.
Nesse sentido, a maioria das criaturas
converte a marcha evolutiva em corrida inquietante.
No entanto, por trás do sepulcro, ponto de
chegada de todos os que saíram do berço, a verdade aguarda o homem e interroga:
O que você trouxe?
O infeliz tende a responder que reuniu
vantagens materiais.
Diz que se esforçou para assegurar a posição
tranquila de si mesmo e dos seus.
Examinada, porém, a sua bagagem, quase sempre
as pretensas vitórias são derrotas fragorosas.
Elas não constituem valores da alma, nem
trazem o selo dos bens eternos.
Atingida semelhante equação, o viajor olha
para trás e sente frio.
Prende-se, de maneira inexplicável, aos
resultados de tudo o que amontoou na crosta da Terra.
A sua consciência se enche de sombrias
nuvens.
E a voz do Evangelho lhe soa aos ouvidos:
Pobre de você, porque seus lucros foram perdas desastrosas.
E o que tem ajuntado, para quem será?
É importante meditar sobre essa lição
enquanto se está a caminho.
Os bens do mundo são preciosos enquanto
instrumentos de realização da paz.
O trabalho é um meio de vida e não de morte.
A título de enriquecer ou ter mais conforto
não compensa esquecer o essencial.
É inútil brindar os filhos com coisas e não
se fazer presente em suas vidas, com palavras e exemplos dignos.
As posições tão cobiçadas no mundo sempre
terminam por trocar de mãos.
Constitui loucura convertê-las no objetivo da
existência.
É preciso viver no mundo, sem ser do mundo.
Fazer os sacrifícios necessários à vida na
Terra.
Mas jamais esquecer que se está apenas de
passagem por ela, com destino ao infinito.
Pense nisso.
Redação
do Momento Espírita, com base no cap. 56 do livro
Caminho, verdade e vida, pelo Espírito
Emmanuel,
psicografia
de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.
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