Ressuscitará
“Disse-lhe
Jesus: Teu irmão há de ressuscitar.” - (João, 11:23.)
Há muitos
séculos, as escolas religiosas do Cristianismo revestiram o fenômeno da morte
de paisagens deprimentes.
Padres que
assumem atitudes hieráticas, ministros que comentam as flagelações do inferno,
catafalcos negros e panos de luto.
Que poderia
criar tudo isso senão o pavor instintivo e o constrangimento obrigatório?
Ninguém nega o
sofrimento da separação, espírito algum se furtará ao plantio da saudade no
jardim interior. O próprio Cristo emocionou-se junto ao sepulcro de Lázaro.
Entretanto, a comoção do Celeste Amigo edificava-se na esperança, acordando a
fé viva nos companheiros que o ouviam. A promessa dEle, ao carinho fraternal de
Marta, é bastante significativa.
“Teu irmão há de
ressuscitar” - asseverou o Mestre.
Daí a instantes,
Lázaro era restituído à experiência terrestre, surpreendendo os observadores do
inesperado acontecimento.
Gesto que se
transformou em vigoroso símbolo, sabemos hoje que o Senhor nos reergue, em toda
parte, nas esferas variadas da vida. Há ressurreição vitoriosa e sublime nas
zonas carnais e nos círculos diferentes que se dilatam ao infinito.
O espírito mais
ensombrado no sepulcro do mal e o coração mais duro são arrancados das trevas
psíquicas para a luz da vida eterna.
O Senhor não se
sensibilizou tão-somente por Lázaro. Amigo Divino, a sua mão carinhosa se
estende a nós todos.
Reponhamos a
morte em seu lugar de processo renovador e enchei-vos de confiança no futuro,
multiplicando as sementeiras de afeições e serviços santificantes.
Quando perderdes
temporariamente a companhia direta de um ente amado, recordai as palavras do
Cristo; aquela reduzida família de Betânia é a miniatura da imensa família da
Humanidade.
Mensagem extraída da
obra: Vinha de Luz, ditada pelo Espírito Emmanuel, pela psicografia de
Francisco Cândido Xavier, capítulo 151, em 1951.
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Reflexão: Jesus trouxe para a
Humanidade, de forma atemporal, mensagem de esperança e renovação. Seus ensinamentos não envelhecem e quanto
mais se lhe compreende mais brilhante a Boa Nova se torna.
O Espírito Emmanuel, generosamente comenta o
versículo registrado por João,
11:23 – “Disse-lhe Jesus: Teu irmão há de ressuscitar.”, na parte que
destacamos: “Gesto que se transformou em vigoroso símbolo, sabemos hoje que o
Senhor nos reergue, em toda parte, nas esferas variadas da vida. Há
ressurreição vitoriosa e sublime nas zonas carnais e nos círculos diferentes
que se dilatam ao infinito.”, traz-nos o Senhor fato modificador de
entendimento para quem deseja analisar com seriedade.
Seria morrer de
fato se não houvesse a possibilidade de ressurgir, mas Jesus coloca para o
mundo o reaparecimento de Lázaro, grandioso que transpôs os séculos, no
entanto, somente agora, se consegue entender que o retorno do irmão de Marta
era correspondente ao ressurgir de todos nós de nosso estado de morte
espiritual transitório.
Sempre que
colocamos todas as nossas forças para a conquista de bens materiais, poder,
evidência social, esquecidos que estamos apenas vivendo uma experiência, com
término em momento imprevisto, estamos mortos espiritualmente. É preciso
ressuscitar, retornar ao compromisso que assumimos com a nossa consciência
antes de reentrarmos no novo corpo físico, este que estamos agora utilizando
(isto é a reencarnação).
Ressuscitar é tornar
a condição anterior à ilusão de um período que deliberamos viver pela ganância,
vaidade, orgulho, egoísmo...
Ressuscitar é,
também, retornar à condição anterior do estado de depressão, pânico e tantos
outros problemas psicológicos e psiquiátricos.
Ressurgir é voltar
ao estado de normalidade espiritual, conquanto poderemos receber ajuda
medicamentosa, profissional, amorosa, até que fiquemos novamente em pé, mas
será a nossa vontade que nos fará andar, superando com clareza e coragem as
nossas inferioridades naturais de quem está no caminho evolutivo. Embrenhar-se
novamente nas ilusões e fantasias é morrer outra vez espiritualmente, embora
fisicamente possa-se parecer normal.
Jesus nos trouxe a
mensagem essencial, os Benfeitores Espirituais aclararam o entendimento, e cabe
a cada um de nós o próprio salvamento das mazelas que cultivamos, utilizando-se
das claridades que o Mundo Espiritual esparge sobre os homens. Onde estaria o
mérito do aprendiz. Como chegaríamos a ser mestres se ainda não aprendemos a
ser alunos?
Dorival da Silva
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