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sábado, 28 de julho de 2018

Depois da ressurreição

Depois da ressurreição

Irmão X (Espírito)

Contou-nos um amigo que, logo após a ressurreição do Cristo, houve grande movimentação popular em Jerusalém. O fato corria de boca em boca. Sacerdotes e patriarcas, negociantes e pastores, sapateiros e tecelões discutiam o acontecimento. Em algumas sinagogas, fizeram-se ouvir inflamados oradores, denunciando a “invasão galileia”.
– Imaginem – exclamava um deles da tribuna, diante das tábuas da lei –, imaginem que a mulher mais importante do grupo, a que se encarregou da chamada mensagem de ressurreição, é uma criatura que já foi possuída por sete demônios. Em Magdala, todos a conhecem. Seu nome rasteja no chão. Como aceitar um acontecimento espiritual, através de pessoa desse jaez? Os galileus são velhacos e impostores. Naturalmente cansados da pesca, que lhes rende parcos recursos, atiram-se, em Jerusalém, a uma aventura de imprevisíveis consequências. É indispensável reajustar impressões. Moisés, o maior de todos os profetas, o salvador de nosso povo, morreu no monte Nebo, contemplando a Terra da Promissão sem poder penetrá-la... Por que motivo um filho de carpinteiro, que não foi um doutor da lei, alcançaria semelhante glorificação? Acaso, não foi punido na cruz como vulgar malfeitor? Se os grandes profetas da raça, que se mantêm sepultados em túmulos honrosos, não se fazem ver nos céus, como esperar a divina demonstração de um homem comum, crucificado entre ladrões, na qualidade de embusteiro e mistificador?
A argumentação era sempre ardente e apaixonada.
Na sinagoga em que se congregavam os judeus da Bataneia, outro orador tomava a palavra e criticava, acerbamente:
– Onde chegaremos com a ilusão do regresso dos mortos? Estamos seguramente informados de que o caso do carpinteiro nazareno não passa dum embuste de mau gosto. Soldados e populares viram os pescadores galileus subtraindo o corpo ao túmulo, depois da meia-noite. Em seguida, como é de presumir-se, mandaram uma certa mulher sem classificação começar a farsa no jardim.
E, cerrando os punhos, bradava:
– Os criminosos, porém, pagarão! Serão perseguidos e exterminados! Sofrerão o suplício dos traidores, no átrio do Templo! Apenas lamentamos que José de Arimateia, ilustre homem do Sinédrio, esteja envolvido no desprezível assunto. Infelizmente, o túmulo execrável situa-se em terreno que lhe pertence. Não fora isso, iniciaríamos, hoje mesmo, a lapidação de todos os culpados. Lutaremos contra a mentira, puniremos os que insultam nossas tradições veneráveis, honraremos a lei de Israel!
E as opiniões chocavam-se, em toda parte, como fogos acesos.
Os discípulos, para receberem as visitas espirituais do Mestre e anotar-lhe as sugestões, reuniam-se, secretamente, a portas fechadas. Por vezes, escutavam as chufas e zombarias que vinham de fora; de outras, percebiam o apedrejamento do telhado, circunstâncias que os obrigaram a continuadas modificações. Não fixavam o ponto de serviço. Ora encontravam-se em casa de parentes de Filipe, ora se agrupavam na choupana de uma velha tia de Zebedeu, o pai de João e Tiago.
Num meio tão vasto de intrigas e vaidades sem conta, era necessário esconder a alegria de que se sentiam possuídos, cultivando a verdade ao calor da esperança em épocas melhores.
Simão Pedro e os demais voltaram à Galileia, para “vender o campo e seguir o Mestre”, como diziam na intimidade. Estavam tocados de fervor santo. A ressurreição enchera-lhes a alma de energias sublimes e até então desconhecidas. Que não fariam pelo Mestre ressuscitado? Iriam ao fim do mundo ensinar a Boa Nova, venceriam trevas e espinhos, pertenceriam a Ele para sempre.
Reorganizaram, pois, as atividades materiais e regressaram a Jerusalém, a fim de darem início à nova missão. Instalados na cidade, graças à generosa acolhida de alguns amigos que ofereceram a Simão Pedro o edifício destinado ao começo da obra, consolidou-se o movimento de evangelização.
Os aprendizes, depois do Pentecostes, haviam criado novo ânimo. Suas reuniões íntimas prosseguiam regulares e as assembleias de caráter público efetuavam-se sem impedimento.
As fileiras intermináveis de pobres e infelizes, procedentes dos “vales de imundos”, lhes batiam à porta, recebendo carinhosa atenção e esse espírito de serviço aos filhos do desamparo conquistou-lhes, pouco a pouco, valiosos títulos de respeitabilidade, reduzindo-se, de algum modo, o número dos escarnecedores, compelidos então a silenciar, pelo menos até quando as autoridades favorecessem novas perseguições.
Todavia, continuava o problema da ressurreição. Teria voltado o Cristo? Não teria voltado?
Prosseguiam os atritos da opinião pública, quando algumas pessoas respeitáveis lembraram ao Sinédrio que fosse designada uma comissão de três homens versados na lei, para solucionar a questão junto dos discípulos. Efetuariam um interrogatório e exigiriam provas cabais.
Aprazada a ocasião, houve rebuliço geral. Agravaram-se as divergências e surgiram os mais estranhos pareceres. Por isso, no momento determinado, grande massa popular reunia-se à frente da modesta casa, onde os apóstolos galileus atendiam os sofredores e ensinavam a nova doutrina.
Os três notáveis varões, todos filiados ao farisaísmo intransigente, penetraram a residência humilde, com extrema petulância. E Simão Pedro, humilde, simples e digno, veio recebê-los.
Efetuado o preâmbulo das apresentações, começou o inquérito verbal, observado por dois escribas do Templo. Jacob, filho de Berseba, o chefe do trio, começou a interrogar:
– É verdade que Jesus, o Nazareno, ressuscitou?
– É verdade – confirmou Pedro, em voz firme.
– Quem testemunhou?
– Nós, que o vimos várias vezes, depois da morte.
– Podem provar?
– Sim. Com a nossa dignidade pessoal, na afirmação do que presenciamos.
– Isso não basta – falou rudemente Jacob, sob forte irritação. – Exigimos que o ressuscitado nos apareça.
Pedro sorriu e replicou:
– O inferior não pode determinar ao superior. Somos simples subordinados do Mestre, a serviço de sua infinita bondade.
– Mas não podem provar o fenômeno da ressurreição?
– A fé, a confiança, a certeza, são predicados intransferíveis da alma – aduziu o apóstolo, com humildade. – Somos trabalhadores terrestres e estamos longe de atingir o convívio dos anjos.
Entreolharam-se os três fariseus, com expressão de ira, e Jacob exclamou, trovejante:
– Que recurso nos sugere, então, miserável pescador? Como solucionar o problema que provocaram no espírito do povo?
Simão Pedro, dando mostras de grande tolerância evangélica, manteve imperturbável serenidade e respondeu:
– Apenas conheço um recurso: morram os senhores como o Mestre morreu e vão procurá-lo no outro mundo e ouvir-lhe as explicações. Não sei se possuem bastante dignidade espiritual para merecerem o encontro divino, mas, sem dúvida, é o único meio que posso sugerir.
Calaram-se os notáveis do Sinédrio, sob enorme estupefação. No silêncio da sala, começaram a ecoar os gemidos dos tuberculosos e loucos mantidos lá dentro. Alguém chamava Pedro, com angústia.
O amoroso pescador fitou sem medo os interlocutores e pediu:
– Deem-me licença. Tenho mais que fazer.
Voltou a comissão sem resultado algum, e a discussão continua há quase vinte séculos...

Do livro Lázaro Redivivo, obra mediúnica psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.

Página extraída do endereço:
https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2018/07/depois-da-ressurreicao-irmao-x-espirito.html

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Orar é preciso. Sabes orar?

Felicidade que a prece proporciona

 

Vinde, vós que desejais crer. Os Espíritos celestes acorrem a vos anunciar grandes coisas. Deus, meus filhos, abre os seus tesouros, para vos outorgar todos os benefícios. Homens incrédulos! Se soubésseis quão grande bem faz a fé ao coração e como induz a alma ao arrependimento e à prece! A prece! ah!... como são tocantes as palavras que saem da boca daquele que ora! A prece é o orvalho divino que aplaca o calor excessivo das paixões. Filha primogênita da fé, ela nos encaminha para a senda que conduz a Deus. No recolhimento e na solidão, estais com Deus. Para vós, já não há mistérios; eles se vos desvendam. Apóstolos do pensamento, é Pedi e obtereis para vós a vida. Vossa alma se desprende da matéria e rola por esses mundos infinitos e etéreos, que os pobres humanos desconhecem.

Avançai, avançai pelas veredas da prece e ouvireis as vozes dos anjos. Que harmonia! Já não são o ruído confuso e os sons estrídulos da Terra; são as liras dos arcanjos; são as vozes brandas e suaves dos serafins, mais delicadas do que as brisas matinais, quando brincam na folhagem dos vossos bosques. Por entre que delícias não caminhareis! A vossa linguagem não poderá exprimir essa ventura, tão rápida entra ela por todos os vossos poros, tão vivo e refrigerante é o manancial em que, orando, se bebe. Dulçorosas vozes, inebriantes perfumes, que a alma ouve e aspira, quando se lança a essas esferas desconhecidas e habitadas pela prece! Sem mescla de desejos carnais, são divinas todas as aspirações. Também vós, orai como o Cristo, levando a sua cruz ao Gólgota, ao Calvário. Carregai a vossa cruz e sentireis as doces emoções que lhe perpassavam na alma, se bem que vergado ao peso de um madeiro infamante. Ele ia morrer, mas para viver a vida celestial na morada de seu Pai. – Santo Agostinho. (Paris, 1861.)

Página extraída de O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo XXVII, item 23, Allan Kardec


Crer em vão

“Pelo qual também sois salvos se o retiverdes tal como vo-lo tenho anunciado, se não é que crestes em vão.” – Paulo. (1ª Epístola aos Coríntios, 15:2.)

Qual acontece a muitas flores que não atingirão a frutescência na estação adequada, existem inúmeras almas, nos serviços da crença, que não alcançam em longos períodos de luta terrestre a iluminação de si mesmas, por haverem crido em vão nos trilhos da vida.

Paulo de Tarso foi muito explícito quando asseverou aos coríntios que eles seriam salvos se retivessem o Evangelho.

A revelação de Jesus é campo extenso onde há lugar para todos os homens, em nos referindo aos serviços diversos.

Muitos chegam à obra, todavia, não passam além da letra, cooperando nas organizações puramente intelectuais; uns improvisam sistemas teológicos, outros contribuem na estatística e outros ainda se preocupam com a localização histórica do Senhor.

É imperioso reconhecer que toda tarefa digna se reveste de utilidade a seu tempo, de conformidade com os sentimentos do colaborador; contudo, no que condiz com a vida eterna que o Cristianismo nos desdobra ao olhar, é imprescindível retermos em nós o ensinamento do Mestre, com vistas à necessária aplicação.

Cada aprendiz há de ser uma página viva do livro que Jesus está escrevendo com o material evolutivo da Terra. O discípulo gravará o Evangelho na própria existência ou então se preparará ao recomeço do aprendizado, porquanto, sem fixar em si mesmo a luz da lição, debalde terá crido.

Mensagem extraída da obra: O Pão Nosso, capítulo 149, ditado pelo Espírito Emmanuel, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, ano 1950.


Reflexão: Aproveitamos as duas páginas acima, lidas na nossa reunião mediúnica de 11.04.2017, que ensejou comunicação de um Orientador Espiritual, que fez abordagem bastante elucidativa para os presentes na sessão. Não anotaremos exatamente o que o Benfeitor ensinou, pois, a comunicação não foi gravada, no entanto, inspirado nos seus ensinamentos traçaremos alguns apontamentos a respeito.

A prece é a expansão da alma, é um esquecer-se por um instante, e singrar o oceano sideral, não se percebendo nenhuma resistência ou limite. Percebendo-se singularidades que não se poderia notar enquanto encrustado no organismo carnal, pois, a sensibilidade é a espiritual, captando recursos espirituais, puramente.

Avançai, avançai pelas veredas da prece e ouvireis as vozes dos anjos. Que harmonia! Já não são o ruído confuso e os sons estrídulos da Terra; são as liras dos arcanjos; são as vozes brandas e suaves dos serafins, mais delicadas do que as brisas matinais, quando brincam na folhagem dos vossos bosques. (...). Também vós, orai como o Cristo, levando a sua cruz ao Gólgota, ao Calvário. Carregai a vossa cruz e sentireis as doces emoções que lhe perpassavam na alma, se bem que vergado ao peso de um madeiro infamante.”  Santo Agostinho fala da grandiosidade de quem sabe e informa que para essa condição se faz necessário carregar a cruz, a nossa cruz, não mais a de madeira, como àquela imposta a Jesus, que nada devia, mas foi a exemplificação material de algo espiritual, para que entendêssemos que somente se alcançará a plenitude se cumprirmos com os nossos deveres. Irmos até que vençamos os reflexos de nossas atitudes infamantes, que viajam conosco, até que livremos do seu peso, soltando as amarras que não nos permitem avanço além dos limites da matéria.

“Paulo de Tarso foi muito explícito quando asseverou aos coríntios que eles seriam salvos se retivessem o Evangelho.” Emmanuel no seu apontamento reforça a lição do Apóstolo:  “Pelo qual também sois salvos se o retiverdes tal como vo-lo tenho anunciado, se não é que crestes em vão.” A crença cega, a mesmice, a ausência da reflexão, o sofrer por sofrer, sem que nenhuma consequência espiritual se retira do cristianismo que apenas existe nas letras, nos volumes desgastados, na recitação inócua de versos e versículos dos Livros Sagrados.

 “Cada aprendiz há de ser uma página viva do livro que Jesus está escrevendo com o material evolutivo da Terra. O discípulo gravará o Evangelho na própria existência ou então se preparará ao recomeço do aprendizado, porquanto, sem fixar em si mesmo a luz da lição, debalde terá crido.”  O Benfeitor esclarece que: O discípulo gravará o Evangelho na própria existência, portanto, não será Jesus e nem Deus que fará esse trabalho, somos nós mesmos, de consciência desperta e trabalho incessante, que  o faremos. Caso isso não ocorra: “(...)  ou então se preparará ao recomeço do aprendizado”. “(...), sem fixar em si mesmo a luz da lição, debalde terá crido.” Vejamos a sentença: sem a internalização da mensagem do Evangelho de Jesus em nossa alma e a sua vivência, a crença será inútil, vez que teremos que recomeçar o aprendizado em outro momento, possivelmente em circunstâncias adversas das que presenciamos na presente existência.

Analisando a prece, vemos que não é um fato isolado, é o alçar da alma com todos os seus recursos, vivências e entendimentos, carregando em si a clareza e a potência de suas conquistas, assim: “Pedis e obtereis”.


                                                     Dorival da Silva.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Nem todos os que dizem: “Senhor! Senhor!”

Nem todos os que dizem: “Senhor! Senhor!” — entrarão no Reino dos Céus

            Aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica, será comparado a um homem prudente que construiu sobre a rocha a sua casa. Quando caiu a chuva, os rios transbordaram, sopraram os ventos sobre a casa; ela não ruiu, por estar edificada na rocha. Mas aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica, se assemelha a um homem insensato que construiu sua casa na areia. Quando a chuva caiu, os rios transbordaram, os ventos sopraram e a vieram açoitar, ela foi derribada; grande foi a sua ruína.
                                                           -- Jesus (Mateus, 7:24 a 27; Lucas, 6:46 a 49.)
                                                               Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo XVIII, item 7

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Reflexão

         O Grande Pedagogo, Jesus, utilizava das figuras e ideias comuns da vida cotidiana para que houvesse acolhimento pelas pessoas comuns do povo e fosse base de assentamento de verdades que transformariam a humanidade no transcurso dos tempos.
         A casa sobre a rocha, tratava-se de figura forte e levava as pessoas uma verdade fácil de se constatar pela observação e a experiência normal da vida. Uma lógica irrefutável.
         Com o andar dos séculos, com a ampliação do entendimento trazida pela Doutrina Espírita, fácil é perceber que Jesus falava da alma humana, do ser essencial. Toda a sua atenção é voltada para o foco de maior importância no Universo, o Espírito. Todo ser pensante é um Espírito. O máximo da criação Divina. O aprimoramento consciente desse foco essência era e continua sendo o objetivo de todos os Seus esforços.
         A figura da casa sobre a pedra ou areia mostra a questão das escolhas, da lucidez ou insensatez, da criatura que transita pela vida.  A forma de construção corresponde à condição espiritual de que se porta, sendo o Espírito livre para suas decisões. A lição é orientação límpida para quem quer ver. Faça-se como quiser, mas as ocorrências da vida apresentarão e demonstrarão a qualidade das deliberações. Não faltarão as tempestades e ventos na vida de cada um, se a sua casa estiver bem edificada com bases sólidas na grandeza moral, no exercício da caridade, na tolerância, na paciência e demais virtudes, aquelas provarão a firmeza da construção e passarão, deixando a “bonança”.
           Caso a mansão tenha sido edificada na areia: da insensatez, da imoralidade de toda ordem, da fé vacilante e do egoísmo e orgulho acerbos, os ventos também soprarão e as águas dos tempos novos sobre ela abaterão e sobrará ruína. Ruína é a alma esfacelada pelo sofrimento por ter perdido todas as oportunidades que estiveram ao seu alcance. Não terá do que reclamar, a não ser de si mesma.
            Jesus, o Grande Mestre, jamais desiste do aluno renitente no mal, surdo aos conselhos, no entanto não deixará de permitir os Anjos da dor, que oferecerão o medicamento adequado para os cegos que não querem ver a verdade tão claramente apresentada.
             A paz interior, o reino dos céus, é conquista individual.
                                                                    
                                                                 Dorival da Silva