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                 Eurípedes 
                 Kühl 
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              O homem e a religião 
              Parte 1 
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              Trarei para os leitores 
              neste texto alguns 
              respingos históricos 
              sobre o Espiritismo. 
              Antes, farei uma rápida 
              reflexão sobre como e 
              quando se iniciou o 
              sentimento religioso na 
              humanidade, até 
              chegarmos à Codificação 
              da Doutrina dos 
              Espíritos, por Allan 
              Kardec, no século XIX.  
              
              8.000 a.C. – 
              
              Supõem os historiadores, 
              sem condições de 
              confirmá-lo, que a 
              crença no poder 
              celestial teria surgido 
              por volta do ano 8.000 
              a.C. A cada fenômeno da 
              natureza criava-se um 
              deus – via de regra 
              autoritário (poder 
              absoluto...), exigente 
              (holocaustos...) e 
              vingativo (causador até 
              de mortes...). 
              Igualmente, a cada 
              atividade humana; 
              depois, até mesmo os 
              animais passaram a ser 
              endeusados, sempre em 
              linguagem simbólica. 
              Por séculos e séculos a 
              humanidade viveu sob o 
              politeísmo original, 
              comandada por aqueles 
              “deuses”, os quais 
              seriam os responsáveis 
              por tudo o que acontecia 
              no mundo de então: 
              Deuses da natureza, um 
              para cada um dos 
              fenômenos geológicos, 
              tais como: 
              – o raio, o relâmpago, o 
              trovão, a chuva, o 
              vento, o vulcão, 
              inundações, terremotos 
              etc. 
              Deuses dos atos humanos, 
              de ação individualizada 
              também, para: 
              – a caça, a pesca, a 
              plantação, a colheita, a 
              guerra, a cura de 
              doenças, o nascimento, a 
              morte etc. 
              Mais deuses, sempre 
              individuais, para os 
              animais: 
              – a íbis, o crocodilo, o 
              gato, o boi etc. 
              Com o tempo, acoplando a 
              data e a hora do 
              nascimento à posição das 
              estrelas, estabeleceu-se 
              o horóscopo, 
              dividindo-se a 
              trajetória aparente do 
              Sol em doze partes, cada 
              uma com 30°. No 
              horóscopo, o interesse 
              pelo futuro era (como 
              ainda é) estritamente 
              individual.  
              
              Os Profetas – 
              
              
              Depois, vieram os 
              Profetas... Sobrepuseram 
              eles, às diversas 
              crenças, a comunicação 
              direta com Deus, segundo 
              acreditavam. As 
              profecias, todas, 
              visavam ao bem coletivo. 
              A seguir, Espíritos 
              missionários aportaram 
              no planeta, com a 
              incumbência de fundarem 
              as religiões, que se 
              reportariam (como se 
              reportaram) ao estágio 
              evolutivo de cada época. 
              Todos esses Espíritos, 
              sem exceção, trouxeram 
              luzes para o futuro dos 
              povos de então. 
              Focalizando agora nosso 
              olhar na história das 
              religiões, iremos sempre 
              encontrar uma hierarquia 
              social, induzindo os 
              adeptos (promovidos a 
              fiéis) – o povo, a rigor 
              – à disciplina e 
              submissão às classes 
              dominantes. Isso, desde 
              os imemoriais tempos do 
              Egito, da Babilônia 
              (país da Ásia antiga), 
              Assíria e Roma.  Assim, 
              unindo equivocadamente o 
              Céu à Terra, muitos 
              fiéis, desde há muito 
              tempo, creem poder 
              alcançar bens 
              individuais em troca de 
              sacrifícios, oferendas 
              ou promessas outras.  
              
              Jesus – 
              
              O Cristo (ungido) de 
              Deus, inegavelmente o 
              maior de todos os 
              missionários, legou à 
              Humanidade o tesouro da 
              Fé, por ter sido aquele 
              que mais concedeu o 
              Amor, de todos os 
              tempos. Falou ao mundo 
              do Reino de Deus, 
              intangível e intocável 
              na crença dos povos de 
              então, arrastando 
              milhões e milhões de 
              Espíritos ao patamar em 
              que reside a Esperança. 
              Suas palavras, de 
              duração eterna, tiveram, 
              têm e terão o 
              inigualável efeito de 
              iluminar trevas externas 
              e internas da mente. 
              Necessário, apenas, ter 
              “olhos para ver” e 
              “ouvidos para ouvir”. 
              Não criou nenhuma 
              religião. Não deixou 
              dogmas. A moral cristã, 
              da primeira à última 
              instância, fundamenta-se 
              na Lei do Amor – amor a 
              Deus e ao próximo. Por 
              isso, acredito que Jesus 
              é a maior de todas as 
              incontáveis benesses que 
              Deus, desde sempre, 
              dispensa à humanidade 
              inteira. 
              Darei agora rápido 
              mergulho no passado da 
              civilização, com o olhar 
              voltado para o 
              surgimento das 
              religiões. Meu objetivo 
              é chegar ao Espiritismo, 
              caracterizando-o e às 
              suas não poucas 
              diferenças com o 
              Candomblé e a Umbanda. 
              Respeitáveis os três. 
              Mas diferentes entre 
              si!  
              
              As Religiões 
              – Vejamos o que a 
              História registrou e o 
              mundo de hoje nos 
              mostra, quanto à relação 
              criatura-Criador, 
              filho-Pai, homem-Deus: 
              
              Judaísmo: 
              Fundado no Oriente Médio 
              pelo patriarca Abraão, 
              por volta do séc. XVII 
              a.C. O legislador de 
              Israel foi Moisés. Para 
              os judeus a Bíblia é 
              formada unicamente pelos 
              livros hebraicos e 
              corresponde 
              essencialmente ao Antigo 
              Testamento dos cristãos. 
              O judaísmo se fortaleceu 
              ainda mais com a criação 
              do Estado de Israel, em 
              1948. Possui fortes 
              características étnicas, 
              nas quais nação e 
              religião se mesclam. O 
              judaísmo é reconhecido 
              como a primeira religião 
              monoteísta da humanidade 
              e cronologicamente a 
              primeira das três 
              religiões oriundas de 
              Abraão, com o 
              cristianismo e o 
              islamismo. Adeptos: 
              cerca de 14,8 milhões. 
              
              Hinduísmo (Bramanismo): 
              Principal religião da 
              Índia. Caracteriza-se 
              pelo sistema de castas. 
              Sucedeu ao vedismo 
              (religião primitiva 
              conhecida por quatro 
              coleções de hinos – os 
              Vedas –, entre 1.400 
              a.C. e o séc. VII a.C.). 
              Reconhece a autoridade 
              dos Vedas. O ser humano 
              está sujeito ao sansara 
              (sucessão de vidas e 
              renascimento), regido 
              pela lei do karma (ação 
              e reação de toda ação, 
              boa ou má). 
              Posteriormente, 
              incorporou o ideal de 
              renúncia do budismo. 
              Adeptos: 949 milhões. 
              
              Confucionismo: 
              Data do séc. V a.C. Foi 
              uma tentativa de 
              estabelecer regras de 
              comportamento, numa 
              agitada época do mundo 
              chinês, onde vários 
              principados se destruíam 
              mutuamente. Respeito aos 
              mais velhos, amor ao 
              trabalho bem executado, 
              moral severa – eis os 
              traços do Confucionismo. 
              Adeptos: cerca de 8,1 
              milhões. 
              
              Budismo: 
              Religião nascida na 
              Ásia, fundada pelo 
              príncipe hindu Sidarta 
              Gautama, o Buda (560 e 
              480 a.C.).  
              Ensinamentos: tudo é 
              transitório; a realidade 
              é mutável; não existe 
              nada em nós de realidade 
              metafísica, nada de 
              indestrutível. O ser 
              está submetido ao ciclo 
              de nascimentos e mortes, 
              enquanto a consequência 
              da ação (karma) não for 
              interrompida. A 
              existência está sujeita 
              ao infortúnio, que se 
              manifesta pelo 
              sofrimento, doença e 
              morte. Tem por ideal a 
              renúncia. É na Ásia que 
              se concentra a maioria 
              dos seus adeptos (cerca 
              de 494,9 milhões). 
              
              Xintoísmo: 
              Religião do Japão, na 
              qual os deuses são a 
              personificação das 
              forças naturais e os 
              espíritos dos 
              antepassados são 
              igualmente considerados 
              como deuses. A partir do 
              séc. VI os budistas 
              anexaram as divindades 
              xintoístas ao seu 
              panteão e pouco a pouco 
              se formou um 
              sincretismo. No séc. 
              XVII novas seitas 
              xintoístas recusaram 
              qualquer compromisso com 
              religiões estrangeiras. 
              No séc. XIX tornou-se 
              uma espécie de religião 
              do Estado (adoração do 
              imperador-deus). 
              Adeptos: 2,7 milhões. 
              
              Cristianismo: 
              Conjunto das religiões 
              organizadas com base na 
              pessoa de Jesus Cristo e 
              nos escritos que relatam 
              suas palavras e seus 
              pensamentos. O 
              Cristianismo, nascido na 
              Judeia e difundido 
              inicialmente no Oriente, 
              foi pregado no mundo 
              mediterrâneo pelos 
              Apóstolos, depois da 
              morte de Jesus. O 
              Cristianismo, em sua 
              origem uma seita surgida 
              do judaísmo, afirma-se 
              como religião revelada,  
              isto é, de origem 
              divina, mas com a 
              particularidade de que 
              Jesus, seu fundador, não 
              era um simples 
              intermediário entre Deus 
              e a humanidade, mas o 
              próprio Deus. 
              São 2,3 bilhões de 
              cristãos no planeta. 
              Assim, o Cristianismo é 
              a religião que conta com 
              o maior número de fiéis 
              no mundo. No decorrer da 
              história, o Cristianismo 
              dividiu-se em três 
              correntes principais: 
              Igreja Católica, 
              Protestantismo e Igreja 
              Ortodoxa, além de outras 
              linhas como a Igreja 
              Anglicana e os credos 
              chamados de 
              “cristianismo de 
              fronteira” (grupos que 
              estão na intersecção 
              entre o Cristianismo e 
              outra doutrina, como por 
              exemplo, a Igreja 
              Adventista, Mórmons e 
              Testemunhas de Jeová). 
              
              Islamismo: 
              Religião e civilização 
              dos mulçumanos, fundada 
              por Maomé, tendo surgido 
              no séc. VII, na 
              península arábica, é a 
              última das religiões 
              monoteístas. Maomé 
              recebeu de Deus a 
              revelação corânica [O 
              Corão ou Alcorão e o 
              hadith (tradição do 
              Profeta) formam a 
              tradição, verdadeira 
              constituição que serve 
              de modelo imperativo 
              para os mulçumanos]. Não 
              existe um clero 
              mulçumano. Dogma 
              principal do Islã: a 
              existência de Deus 
              (Alá), ser supremo 
              único, infinitamente 
              perfeito, criador do 
              universo e juiz soberano 
              dos homens. Para os 
              mulçumanos, Maomé é o 
              enviado de Alá. Adeptos: 
              1,5 bilhão. 
              
              Religiões populares 
              chinesas: 
              Crenças e práticas que 
              podem incluir divindades 
              locais e elementos 
              budistas, confucionistas 
              e taoistas. Adeptos: 
              434,6 milhões. 
              
              Animismo e Xamanismo: 
              Crença de que tudo o que 
              existe – seres vivos, 
              objetos inanimados, 
              lugares e até fenômenos 
              naturais – tem alma. 
              Adeptos: 242,5 milhões. 
              
              Siquismo: 
              Religião monoteísta 
              criada no século XV, na 
              Índia. Surge como uma 
              dissidência do 
              Hinduísmo. Adeptos: 24 
              milhões. 
              Há no mundo os que não 
              seguem nenhuma religião: 
              perfazem eles cerca de 
              813 milhões de pessoas. 
              Quanto ao ateísmo – 
              doutrina que nega a 
              existência de qualquer 
              divindade e dispensa a 
              ideia de uma 
              justificativa divina 
              para a vida – seus 
              adeptos somam 136,6 
              milhões. Um dos 
              argumentos utilizados 
              pelos ateus para 
              sustentar sua posição é 
              a suposta 
              incompatibilidade da 
              coexistência de Deus e 
              do sofrimento humano.(1)  
              
              Organização da Terra 
              – Como assinalei 
              anteriormente nestes 
              meus comentários, de 
              tempos em tempos aportam 
              no planeta Espíritos 
              missionários, com a 
              tarefa específica de 
              erigir colunas mestras 
              da religação do homem a 
              Deus. Todos, sem 
              exceção, esclarecem que 
              o comportamento humano – 
              bom ou mau – terá sempre 
              como resultante, 
              respectivamente, 
              aproximação ou 
              afastamento da 
              felicidade. 
              Invariavelmente esses 
              tarefeiros do Bem, 
              prepostos de Jesus – 
              tanto os que vieram 
              antes quanto depois d’Ele 
              – empunharam a bandeira 
              do amor a Deus e ao 
              próximo como principal 
              via de acesso ao Reino 
              Celestial. 
              Jesus, falando a um povo 
              seguidor da religião 
              dogmática da recuada 
              época em que o Império 
              Romano era o “dono do 
              mundo”, não poderia 
              dizer a esse povo coisas 
              que naquele tempo não 
              fariam sentido. 
              Exemplos? Vejamos 
              alguns. Antes, 
              lembremo-nos do registro 
              sobre o Mestre dos 
              mestres feito pelo 
              Espírito Emmanuel em “A 
              Caminho da Luz”, Cap. I, 
              p.17/18, 13ª Ed., 1985, 
              FEB, RJ/RJ: Jesus 
              participou da 
              organização da Terra, 
              desde quando o planeta 
              ainda não existia. Com 
              efeito, a Terra, há 
              cerca de 4,5 bilhões de 
              anos, nasceu de uma 
              nuvem solar. De início 
              não tinha forma regular. 
              À proporção que atraiu 
              maior quantidade de 
              matéria, começou a tomar 
              a forma esférica. 
              Isto posto, é de se 
              perguntar:  
              – Será que Jesus, quando 
              aqui esteve, encarnado, 
              desconhecia a existência 
              do continente americano, 
              que só seria descoberto 
              dali a 15 séculos, 
              passando a ser lar de 
              milhões de Espíritos?
              
              
              (2) 
              – A imprensa, a 
              eletricidade, a 
              aeronáutica, a 
              eletrônica, a energia 
              atômica, a informática, 
              a biogenética e tantos 
              outros avanços 
              científicos: eram ou 
              seriam desconhecidos de 
              Jesus?... 
              De forma alguma! Todas 
              essas questões, 
              necessariamente, eram do 
              conhecimento do Cristo. 
              Mas como anunciá-las 
              àquela época e àquele 
              povo? Como? E quanto ao 
              Espiritismo?  
              Com a previsibilidade 
              própria de quem, do 
              alto, descortina a 
              paisagem à sua frente (o 
              futuro), Jesus noticiou 
              sim sobre o Espiritismo, 
              por ele pedagogicamente 
              denominado e avalizado 
              como o futuro 
              “consolador”, segundo 
              João registrou 
              (14:15,16,17 e 26). 
              No tempo (século XIX) e 
              lugar (França) 
              adequados, surge Allan 
              Kardec, pseudônimo 
              adotado por Hippolyte 
              Léon Denizard Rivail, 
              eminente pedagogo que 
              não desejava fazer 
              prevalecer a força de 
              seu nome sobre o 
              conteúdo da obra que 
              lançava a público, fruto 
              de uma meticulosa 
              codificação das 
              informações vindas dos 
              Espíritos: sendo o 
              primeiro, “O Livro dos 
              Espíritos”, pedra 
              fundamental da Doutrina 
              dos Espíritos – seguido 
              das outras obras. 
              O Espiritismo demonstra 
              o Amor de Deus com a 
              lógica irretorquível da 
              reencarnação e da Lei 
              Divina de Ação e Reação: 
              sofrimentos, hoje, são 
              frutos amargos de 
              equivocada plantação, 
              ontem. Aí, o sofredor 
              compreende a razão do 
              sofrer. E mais: 
              sabendo-se em temporário 
              resgate, consola-se e 
              parte para reconstrução 
              moral. Tal o aspecto 
              consolador da Doutrina 
              dos Espíritos! 
              Com Kardec cumpriu-se a 
              previsão-promessa do 
              Cristo! “O Consolador” 
              aportou no plano 
              terreno. Com efeito, em 
              “O Evangelho segundo o 
              Espiritismo”, no sexto 
              capítulo – O Cristo 
              Consolador –, item 3, 
              encontramos: “O 
              Espiritismo vem, no 
              tempo previsto, realizar 
              a promessa do Cristo e o 
              Espírito da Verdade 
              preside ao seu 
              estabelecimento”. 
               Em “O Que é o 
              Espiritismo” (no 
              “Preâmbulo”) Allan 
              Kardec definiu o 
              Espiritismo e comentou: 
              – O Espiritismo é uma 
              ciência que trata da 
              natureza, origem e 
              destino dos Espíritos, 
              bem como de suas 
              relações com o mundo 
              corporal; 
              – (...) o Espiritismo é, 
              ao mesmo tempo, ciência 
              de observação e doutrina 
              filosófica. Como ciência 
              prática, tem a sua 
              essência nas relações 
              que se podem estabelecer 
              com os Espíritos; como 
              filosofia, compreende 
              todas as consequências 
              morais decorrentes 
              dessas relações; 
              Na “Revista Espírita” de 
              dezembro/1868, num longo 
              discurso de abertura 
              sobre o tema “O 
              Espiritismo é uma 
              religião?”, Allan Kardec 
              explanou sua opinião, da 
              qual pinçamos pequenas 
              notas, extraídas das 
              páginas 358 e 359: 
              – o Espiritismo não pode 
              ser considerado 
              “religião”, por não ter 
              culto, casta sacerdotal, 
              cerimônias e 
              privilégios; todavia há 
              nele o sentido 
              nitidamente religioso 
              quando estabelece um 
              laço moral entre os 
              homens, quando os une, 
              como consequência da 
              comunidade de vistas e 
              de sentimentos, a 
              fraternidade e a 
              solidariedade, a 
              indulgência e a 
              benevolência mútuas. 
              Em “Obras Póstumas” (no 
              capítulo “Ligeira 
              Resposta aos Detratores 
              do Espiritismo”) anotou: 
              – o Espiritismo é uma 
              doutrina filosófica de 
              efeitos religiosos (...) 
              vai às bases de todas as 
              religiões: Deus, a alma 
              e a vida futura. Mas não 
              é uma religião 
              constituída, visto que 
              não tem culto, nem rito, 
              nem templos e que, entre 
              seus adeptos, nenhum 
              tomou, nem recebeu o 
              título de sacerdote ou 
              de sumo sacerdote. 
              Apenas por essas 
              premissas já se vê como 
              o Espiritismo não pode 
              ser confundido com 
              quaisquer outras 
              correntes religiosas, 
              conquanto todas as 
              religiões (Judaísmo, 
              Catolicismo, 
              Confucionismo, 
              Protestantismo, 
              Teosofismo, Esoterismo, 
              Budismo, Bramanismo 
              etc.) sejam 
              espiritualistas, isto é, 
              aceitam a imortalidade 
              do Espírito e a 
              existência de Deus. 
              Também não pode ser 
              confundido nem mesmo 
              entre aquelas que: a.) 
              aceitam a reencarnação; 
              b.) em suas práticas, 
              marcadas pelo 
              sincretismo, exercitam o 
              mediunismo. 
              Tão logo o Brasil foi 
              descoberto iniciou-se 
              sua colonização. No 
              caso, “colonizar” 
              significou a vinda de 
              portugueses, 
              mandatários. E como quem 
              manda precisa de quem 
              obedeça, Portugal sequer 
              pensou duas vezes: por 
              três séculos 
              providenciou a criminosa 
              importação de 
              “obedientes” criaturas, 
              buscadas à força, na 
              África.  Está em 
              “Estatísticas Históricas 
              do Brasil”/IBGE: vieram 
              para o Brasil 4.009.400 
              escravos, entre 1531 a 
              1855.  Estarrecedor!
              
              
              (Continua na próxima 
              edição desta revista.) 
              
              Notas:  
               
              
              
              (1) 
              
              Os números de adeptos 
              das diferentes 
              religiões, com dados de 
              2010, foram extraídos do 
              ALMANAQUE ABRIL-2013, 
              p.130, Ano 39, Editora 
              Abril, SP/SP; à p. 132 
              consta o número de 
              espíritas no Brasil: 
              3.848.876, segundo o 
              Censo Demográfico 
              2010/IBGE.  
               
              
              
              (2) 
              
              Nas Américas, hoje, 
              estão cerca de 948,3 
              milhões de Espíritos 
              encarnados (dados à p. 
              344 do ALMANAQUE ABRIL, 
              já citado).  
  
Extraída da Revista Eletrônica "O Consolador", que pode ser acessada no endereço: 
              http://www.oconsolador.com.br/ano7/354/especial.html 
   
 
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              EURÍPEDES 
              KUHL  
              
              euripedes.kuhl@terra.com.br 
              Ribeirão Preto, SP 
              (Brasil) 
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                 Eurípedes 
                 Kühl 
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              O homem e a religião 
              Parte 
              
              2 e final 
 | 
               
 
                
                 
                
                
                  
                
                
                
                
                    
                
                
              Em face do poder da 
              Igreja Católica, 
              representantes das suas 
              várias ordens religiosas 
              vieram de Portugal, com 
              a missão “oficial” de 
              dar assistência 
              religiosa aos 
              colonizadores, além de 
              catequizar e “salvar” os 
              índios. Mas, 
              aventureiros europeus, 
              por vezes também em 
              caráter oficial, para 
              aqui vieram, com 
              interesses... 
               
              Não é difícil depreender 
              que no Brasil-criança 
              passaram a conviver 
              criaturas de costumes e 
              sentimentos religiosos 
              diferentes. E não só 
              diferentes: 
              conflitantes...  O 
              caldeamento de raças foi 
              inevitável... 
              Assim, durante e por 
              cerca dos três primeiros 
              séculos da nossa 
              história, conviveram 
              aqui no Brasil: 
              - colonizadores europeus 
              (não apenas portugueses, 
              mas também franceses, 
              holandeses, espanhóis); 
              - padres (de várias 
              ordens religiosas); 
              - indígenas (de várias 
              tribos) e  
              - escravos africanos (de 
              várias partes do grande 
              continente). 
              Detentores do poder, os 
              europeus impuseram sua 
              religião (o Catolicismo) 
              e isso explica porque o 
              Brasil ainda hoje é 
              majoritariamente um país 
              católico. 
              Lendo sobre o Censo 2002 
              na Internet, no item 
              “Religiões”, deparei-me 
              com a informação de que 
              nos censos do 
              Brasil-colônia, todos os 
              escravos africanos eram 
              tidos como “católicos”. 
              Os escravos (bantos, 
              sudaneses, nagôs e 
              iorubanos) que mais 
              tempo conviveram com 
              seus senhores, à força 
              assistiam e participavam 
              dos cultos católicos, 
              imposição gerando 
              obediência... Mas tal 
              obediência era por 
              obrigação, não 
              professavam aquela 
              crença por devoção, já 
              que na intimidade da 
              senzala, às ocultas, é 
              que extravasavam sua 
              fé... E ali, o 
              mediunismo, entre eles, 
              era um antigo e singelo 
              exercício espiritual 
              aprendido e praticado 
              desde os tempos na 
              terra-mãe, agora lhes 
              aliviando a cruel 
              realidade — a 
              escravidão.  
              
              O Brasil-candomblé 
              – Por acomodação 
              parcial, a pouco e pouco 
              os rituais, sacramentos, 
              paramentos, imagens, 
              altares etc. do 
              Catolicismo foram 
              agregados ao seu culto, 
              porém sob roupagem 
              própria, adequada, isto 
              é, africana. Essa, a 
              origem do chamado 
              Brasil-candomblé. 
               
              Com a abolição da 
              escravatura e com a 
              liberdade constitucional 
              de credo religioso, 
              parte das pessoas que se 
              identificavam com o 
              Candomblé, no início do 
              séc. XX, sem deixar 
              parte dos seus 
              fundamentos, a ele 
              incorporaram novas 
              práticas. Muitas dessas 
              pessoas, tomando 
              conhecimento da obra de 
              Allan Kardec, passaram a 
              frequentar Centros 
              Espíritas, então 
              emergentes no Brasil. 
              Dentre esses, logo 
              porém, houve quem se 
              desligasse, indo fundar 
              uma religião, agora, 
              genuinamente brasileira: 
              a Umbanda. E em 1941, no 
              Rio de Janeiro, 
              realizou-se o Primeiro 
              Congresso Umbandista, 
              visando estruturar uma 
              prática religiosa já de 
              trinta anos. Ali foram 
              delimitados os elementos 
              de cujo sincretismo 
              surgiu a Umbanda nas 
              suas diversas 
              apresentações, sendo o 
              imediatismo (a 
              possibilidade do crente 
              resolver seus problemas 
              em curto prazo) uma 
              delas. 
              O desligamento que citei 
              talvez tenha decorrido 
              da dificuldade ou 
              desinteresse em seguir 
              as recomendações 
              espíritas de estudo 
              permanente, mudança de 
              comportamento (melhoria 
              moral), ausência de 
              quaisquer rituais, 
              adereços, hierarquia, 
              promessas etc. Mas, 
              principalmente, porque o 
              Espiritismo não se 
              aplica a resolver 
              problemas materiais, 
              senão sim, educar, 
              esclarecer e fortalecer 
              ao Espírito, para que 
              ele se renove e, apoiado 
              na fé em Deus, cujo 
              amparo é permanente, 
              encontre, ele próprio, a 
              buscada solução.  
              
              Práticas estranhas ao 
              Espiritismo 
              – Fiel a Kardec, a 
              Federação Espírita 
              Brasileira, em reunião 
              do Conselho Federativo 
              Nacional de 02/05/1953 
              (Espiritismo Prático, 
              Pedro F.Barbosa, p. 13 e 
              14, 4ª Ed., 1995, FEB, 
              RJ/RJ), recomenda aos 
              Centros Espíritas, para 
              a prática espírita e em 
              suas reuniões, a total 
              ausência de: 
              - paramentos, ou 
              quaisquer vestes 
              especiais; 
              - vinho, ou qualquer 
              bebida alcoólica; 
              - incenso, mirra, fumo, 
              ou substâncias outras 
              que produzam fumaça; 
              - altares, imagens, 
              andores, velas e 
              quaisquer objetos 
              materiais como 
              auxiliares de atração do 
              público; 
              - hinos ou cantos em 
              línguas mortas ou 
              exóticas, só os 
              admitindo, na língua do 
              país, exclusivamente em 
              reuniões festivas 
              realizadas pela infância 
              e pela juventude e em 
              sessões ditas de efeitos 
              físicos; 
              - danças, procissões e 
              atos análogos; 
              - atender a interesses 
              materiais terra-a-terra, 
              rasteiros ou mundanos; 
              - pagamento por toda e 
              qualquer graça 
              conseguida para o 
              próximo; 
              - talismãs, amuletos, 
              orações miraculosas, 
              bentinhos, escapulários 
              ou quaisquer objetos e 
              coisas semelhantes; 
              - administração de 
              sacramentos, concessão 
              de indulgências, 
              distribuição de títulos 
              nobiliárquicos; 
              - confeccionar 
              horóscopos, exercer a 
              cartomancia, a 
              quiromancia, a 
              astromancia e outras “mancias”; 
              - rituais e encenações 
              extravagantes de modo a 
              impressionar o público; 
              - termos exóticos ou 
              excêntricos para a 
              designação de seres e 
              coisas; 
              - fazer promessas e 
              despachos, riscar cruzes 
              e pontos, praticar, 
              enfim, a longa série de 
              atos materiais oriundos 
              das velhas e primitivas 
              concepções religiosas. 
              A partir dessas 
              recomendações, que nos 
              reportam a práticas 
              contrárias à Doutrina 
              Espírita, entendemos 
              quanto a Umbanda e o 
              Candomblé – religiões 
              espiritualistas e 
              praticantes do 
              mediunismo – diferem 
              substancialmente do 
              Espiritismo. 
              E mais: no Candomblé há 
              sacrifício de animais. 
              Na Umbanda, não: ela 
              contempla os banhos de 
              ervas e orações. Por 
              tudo isso bem se vê que, 
              embora espiritualistas, 
              Candomblé e Umbanda não 
              podem ser consideradas 
              espíritas. E isso sem 
              qualquer demérito, pois 
              o Espiritismo – doutrina 
              dos Espíritos – enaltece 
              o livre-arbítrio, 
              respeita e considera a 
              autonomia de todas as 
              religiões, jamais se 
              julgando superior a 
              qualquer delas.  
              
              Metapsíquica e 
              Parapsicologia 
              – Estabelecidas as bases 
              fundamentais que 
              diferenciam o 
              Espiritismo das sempre 
              respeitáveis religiões 
              do Candomblé e da 
              Umbanda (como 
              assinalei), passarei de 
              agora em diante a 
              caracterizar a Doutrina 
              dos Espíritos. Antes, 
              porém, permitam-me os 
              leitores, se faz 
              necessária uma pequena 
              exposição sobre outras 
              duas correntes “quase” 
              religiosas do pensamento 
              humano, as quais, de 
              alguma forma, se 
              aproximam do 
              Espiritismo. Refiro-me à 
              Metapsíquica e à 
              Parapsicologia. Os 
              leitores certamente hão 
              de compreender que o 
              espaço me induz à 
              síntese, motivo pelo 
              qual, em linhas gerais, 
              referentes a ambas, 
              apenas registro que: 
              a. Metapsíquica 
              - fundada por Charles 
              Robert Richet 
              (1850-1935), notável 
              cientista francês, 
              ganhador do Prêmio Nobel 
              de Medicina/1913 
              (Fisiologia). Visava à 
              pesquisa e análise 
              científica dos fenômenos 
              mecânicos ou 
              psicológicos de todos os 
              tempos, ditos 
              paranormais 
              (mediunidade), devidos a 
              forças que parecem ser 
              inteligentes ou a 
              poderes desconhecidos 
              latentes na inteligência 
              humana; 
              - assim, metapsíquica 
              não é Espiritismo — é 
              ciência puramente 
              investigativa; 
              - o termo metapsíquica 
              não foi bem aceito pelos 
              pesquisadores; hoje, 
              quase não é mais usado. 
              b. Parapsicologia 
              - impulsionada por 
              Joseph Banks Rhine 
              (1895-1980), teólogo e 
              cientista 
              norte-americano, que a 
              atrelou ao campo das 
              ciências e 
              particularmente à 
              Psicologia; 
              - dedicou-se Rhine, em 
              particular, ao estudo do 
              transe anímico na 
              telepatia e na 
              clarividência; pesquisou 
              a “ESP” (extra sensory 
              perception = percepção 
              extrassensorial), termo 
              que criou em 1935 e que 
              é mundialmente empregado 
              nos tratados sobre 
              Parapsicologia; 
              - o termo parapsicologia 
              é mais usado nos países 
              anglo-saxônicos e 
              germânicos; 
              - talvez seja possível 
              dizer que a 
              Parapsicologia procede 
              como a Metapsíquica, 
              sendo-lhe herdeira em 
              vários aspectos. 
              c. Considerações gerais 
              sobre a Metapsíquica e a 
              Parapsicologia 
              - tanto uma quanto a 
              outra, enquanto Ciência, 
              seguiram os mesmos 
              passos de todas as 
              demais ciências, isto é, 
              buscaram pelo método 
              experimental definir 
              leis de acontecimentos 
              que observaram na 
              natureza; 
              - deixaram de ser 
              exponenciais porque o 
              cientista só aceita um 
              fenômeno como verdadeiro 
              se puder explicá-lo e 
              reproduzi-lo, desde que 
              ofertadas as mesmas 
              condições ambientais em 
              que ele se deu — não 
              conseguiram... 
              - surgiu-lhes 
              intransponível barreira 
              pelo fato de que a 
              maioria dos fenômenos 
              analisados 
              caracterizam-se como 
              mediúnicos, isto é, têm 
              origem no Plano 
              Espiritual (ação de 
              Espíritos 
              desencarnados), com 
              manifestação no plano 
              material, por meio da 
              intermediação de médiuns 
              (Espíritos encarnados). 
              Ora, ação espiritual é 
              algo que a ciência não 
              consegue manipular numa 
              proveta... 
              A mim, espírita, o que 
              me causa pena é 
              verificar que tais 
              pesquisadores (poucos, 
              hoje em dia) não se 
              deram ou não se dão 
              conta de que, na 
              verdade, apenas se 
              apropriaram de termos 
              científicos para 
              substituir a 
              nomenclatura tão bem 
              delineada, 
              pioneiramente, por Allan 
              Kardec. E mais: somente 
              encontrarão o que 
              procuram quando, com bom 
              senso, se convencerem da 
              impotência humana para 
              explicar in vitro 
              aquelas ocorrências que 
              se originam in 
              spiritus.  Aí, sem 
              abandonar seus cuidados, 
              irão ao humilde Centro 
              Espírita, onde poderão 
              verificar que ali há 
              outra espécie de 
              laboratório, ofertando 
              novos aprendizados, 
              àqueles que têm olhos 
              para ver e ouvidos para 
              ouvir.  
              
              O Espiritismo 
              – Passo agora a falar 
              plenamente do 
              Espiritismo, cujos 
              códigos de moral, de 
              ciência e de filosofia 
              foram tão bem 
              estruturados por Allan 
              Kardec, em cinco obras: 
              “O Livro dos 
              Espíritos”/1857, “O 
              Livro dos Médiuns”/1861, 
              “O Evangelho segundo o 
              Espiritismo”/1864, “O 
              Céu e o Inferno”/1865 e 
              “A Gênese”/1868. 
              Nós, espíritas, 
              certamente devemos 
              gratidão ao fenomenal 
              trabalho kardequiano em 
              estabelecer contato com 
              médiuns de vários 
              países, para deles 
              receber as lições do 
              Plano Espiritual, as 
              quais eram 
              meticulosamente 
              filtradas e 
              selecionadas, gerando a 
              Codificação. Por isso é 
              que se diz que Kardec 
              codificou o Espiritismo. 
              Tais mensagens foram os 
              tijolos, com os quais o 
              “grande edifício” 
              Espiritismo foi erguido, 
              qual farol, para 
              permanentemente clarear 
              caminhos.  
              Kardec era pedagogo por 
              excelência, 
              comprovando-se que o 
              acaso não existe, eis 
              que tão importante 
              cometimento teria mesmo 
              que aportar no plano 
              material via uma 
              inteligência invulgar, 
              fluindo de inspiração 
              celestial. E apenas com 
              cinco livros! 
              (Atualmente, a 
              Literatura Espírita já 
              editou cerca de dez mil 
              títulos – sendo cerca de 
              412 via Chico Xavier e 
              202, por intermédio de 
              Divaldo Pereira Franco, 
              além de vários outros 
              médiuns e escritores.) 
              Para melhor entendermos 
              o conteúdo moral 
              (revelações e ensinos) 
              da Doutrina dos 
              Espíritos — o 
              Espiritismo —, nada 
              melhor do que alinhavar 
              suas premissas e 
              abrangência. Em primeiro 
              lugar, não como 
              definição, mas apenas 
              conceituando-o, podemos 
              dizer que: 
              “O Espiritismo é o 
              conjunto de princípios e 
              leis, revelados pelos 
              Espíritos Superiores, 
              contidos nas obras de 
              Allan Kardec, 
              constituindo tais obras 
              o que se denomina 
              Codificação Espírita”. 
              Uma vez conceituado, 
              genericamente, vejamos 
              suas particularidades 
              morais: 
              
              Revelação 
              – Revela o que somos, de 
              onde viemos, para onde 
              vamos, qual o objetivo 
              da nossa existência e 
              qual a justificada razão 
              da dor e do sofrimento. 
              E oferta à análise e 
              reflexão, expondo 
              consequências, conceitos 
              novos e mais 
              aprofundados a respeito 
              de Deus, do Universo, 
              dos Homens, dos 
              Espíritos e das Leis que 
              regem a vida.  
              
              Ensinamentos 
              – Deus (em primeiríssimo 
              lugar das considerações) 
              é a inteligência 
              suprema, causa primeira 
              de todas as coisas. É 
              eterno, imutável, 
              imaterial, único, 
              onipotente, 
              soberanamente justo e 
              bom. 
              E mais:  
              - o Universo: é criação 
              de Deus. Abrange todos 
              os seres racionais e 
              irracionais, animados e 
              inanimados, materiais e 
              imateriais; 
              - Leis Divinas: todas as 
              leis da Natureza são 
              leis divinas, pois que 
              Deus é o seu autor. 
              Abrangem tanto as leis 
              físicas como as leis 
              morais; são 
              inalteráveis, perfeitas, 
              imutáveis no Universo 
              todo; 
              - os mundos: além do 
              mundo corporal, 
              habitação dos Espíritos 
              encarnados, que são os 
              homens, existe o mundo 
              espiritual, habitação 
              dos Espíritos 
              desencarnados; 
              - Jesus: é o guia e 
              modelo para toda a 
              Humanidade — a Doutrina 
              que ensinou e 
              exemplificou é a 
              expressão mais pura da 
              Lei de Deus; 
              - a moral do Cristo, 
              contida no Evangelho, é 
              o roteiro para a 
              evolução segura de todos 
              os homens, e a sua 
              prática a solução para 
              todos os problemas 
              humanos e o objetivo a 
              ser atingido pela 
              Humanidade; 
              - evolução: no Universo 
              há outros mundos 
              habitados, com seres de 
              diferentes graus de 
              evolução: iguais, mais 
              evoluídos e menos 
              evoluídos que os homens;
               
              - os Espíritos: são os 
              seres inteligentes da 
              criação. Constituem o 
              mundo dos Espíritos, que 
              preexiste e sobrevive a 
              tudo: 
              a. são criados simples e 
              ignorantes, como já 
              citei (questão 115 de “O 
              Livro dos Espíritos). 
              Evoluem intelectual e 
              moralmente, passando de 
              uma ordem inferior para 
              outra mais elevada, até 
              a perfeição, onde gozam 
              de inalterável 
              felicidade; 
              b. preservam sua 
              individualidade, antes, 
              durante e depois de cada 
              encarnação; 
              c. reencarnam tantas 
              vezes quantas forem 
              necessárias ao seu 
              próprio aprimoramento; 
              d. evoluem sempre: em 
              suas múltiplas 
              existências corpóreas 
              (reencarnações) podem 
              estacionar, mas nunca 
              regridem; a rapidez do 
              seu progresso 
              intelectual e moral 
              depende dos esforços que 
              façam para chegar à 
              perfeição; 
              e. os bons Espíritos nos 
              atraem para o bem, 
              sustentam-nos nas provas 
              da vida e nos ajudam a 
              suportá-las com coragem 
              e resignação; os 
              imperfeitos nos induzem 
              ao erro; 
              - o perispírito: é o 
              corpo semimaterial que 
              reveste o Espírito e 
              une-o ao corpo material; 
              - o homem: é um Espírito 
              (revestido de 
              perispírito) encarnado 
              em um corpo material: 
              a. tem o livre-arbítrio 
              para agir, mas responde 
              pelas consequências de 
              suas ações; 
              b. a vida lhe reserva 
              penas e gozos 
              compatíveis com o 
              procedimento de respeito 
              ou não à Lei de Deus 
              (Lei de Justiça, nesse 
              caso caracterizando 
              causa e efeito, ação e 
              reação); 
              - a prece: é um ato de 
              adoração a Deus. Torna 
              melhor o homem. Está na 
              lei natural e é o 
              resultado de um 
              sentimento inato no 
              homem, assim como é 
              inata a ideia da 
              existência do Criador. 
              Ao pedido feito com 
              sinceridade Deus envia 
              sempre a assistência dos 
              bons Espíritos; 
               
              - mediunidade: o 
              intercâmbio dos 
              Espíritos com os homens 
              sempre existiu. 
              Apenas por essas 
              revelações e 
              ensinamentos já se deduz 
              que o Espiritismo abre 
              uma nova era para a 
              regeneração, primeiro, 
              de uma minoria, mas, a 
              seguir, da Humanidade 
              inteira. 
              Há muito mais. O estudo 
              das obras de Allan 
              Kardec é fundamental 
              para o correto 
              conhecimento e a prática 
              da Doutrina Espírita, 
              dentro do princípio 
              cristão de que Deus deve 
              ser adorado em espírito 
              e verdade.  
              
              Conclusão 
              
              – O Espiritismo não 
              impõe os seus princípios 
              e respeita, 
              incondicionalmente, 
              todas as religiões e 
              seus adeptos. 
              Convida os interessados 
              em conhecê-lo a 
              submeterem os seus 
              ensinos ao crivo da 
              razão, antes de 
              aceitá-los. Aí, 
              entendendo o porquê de 
              tudo que o cerca, em 
              todas as suas 
              atividades, o indivíduo 
              se capacita a 
              administrar com bom 
              senso, compreensão e 
              resignação as naturais 
              dificuldades que se lhe 
              apresentam 
              – 
              as provações ou 
              expiações que o visitam 
              na presente existência 
              terrena.  
 
Extraída da Revista Eletrônica "O Consolador", que pode ser acessada no endereço: 
http://www.oconsolador.com.br/ano7/355/especial.html 
 
  
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