A máquina divina 
 
  Meu amigo, 
O corpo físico é a máquina divina que
  o Senhor nos empresta para a confecção de nossa felicidade na Terra. 
Os vizinhos do bruto precipitam-na ao
  sorvedouro da animalidade. 
Os maus empregam-na criando o
  sofrimento dos semelhantes. 
Os egoístas valem-se dela para
  esgotarem a taça de prazeres fictícios. 
Os orgulhosos isolam-na sem proveito. 
Os vaidosos cobrem-na de adornos
  efêmeros para reclamarem o incenso da multidão. 
Os intemperantes destroem-na. 
Os levianos mobilizam-na para
  menosprezar o tempo. 
Os tolos usam-na inconsideradamente,
  incentivando as sombras do mundo. 
Os perversos movimentam-lhe as peças
  na consecução de desordens e crimes. 
Os viciados de todos os matizes
  aproveitam-lhe o temporário concurso na manutenção da desventura de si
  mesmos. 
Os indisciplinados acionam-lhe os
  valores estimulando o ruído inútil em atividades improdutivas. 
O espírito prudente, todavia, recebe
  essa máquina valiosa e sublime para tecer, através do próprio esforço, com os
  fios da caridade e da fé, da verdade e da esperança, do amor e da sabedoria,
  a túnica de sua felicidade para sempre na Vida Eterna. 
  
Da obra
  intitulada Nosso Livro, psicografada pelo médium Francisco
  Cândido Xavier, publicado em 1950. 
 
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
Reflexão: Nos
  dias atuais em que há um endeusamento de si mesmo, visando a exuberância
  física, com os excessos musculares, com adornamentos metálicos e outros
  materiais, com enfeites pictóricos, intervenções plásticas alteradoras da
  estrutura original, entre outros fazeres excepcionais, quando a “máquina
  divina” não pede nada disso.  
  
O Espírito
  Emmanuel, com a lucidez que lhe é característica, com visão que transcende os
  limites da materialidade, mostra que o instrumento corporal tem outra
  finalidade. “O corpo físico é a máquina divina que
  o Senhor nos empresta para a confecção de nossa felicidade na Terra.”  O Benfeitor diz que o Senhor empresta a Máquina Divina...  Essa informação leva à meditação: Embora o
  corpo sirva
  exclusivamente a um indivíduo, ele não lhe pertence definitivamente. Poderá
  sê-lo retirado a qualquer momento, restituindo-lhe à Natureza de onde veio,
  desintegrando-se definitivamente para integrar outras construções orgânicas
  ou não. 
  
“...
  empresta a máquina divina para a confecção da nossa felicidade na Terra.”  Trata-se de equipamento fungível. O “Ser
  pensante”, a Alma, precisa de tal máquina para sua vida temporária no mundo material na busca das experiências espirituais. Toda a alquimia com as coisas da Terra
  é visando o aprimoramento da Alma, intelectual e moralmente.  
  
Tudo o que
  se valoriza intensamente no corpo implementa-se com as mesmas colorações no envoltório
  da Alma, o que se denomina na Doutrina Espírita por perispírito, corpo sutil
  que envolve o "Ser Pensante" - a Alma - e permanece após a morte do corpo físico.  Com essa apresentação permanece-se durante a erraticidade (período entre a desencarnação e a próxima
  reencarnação), com exceções e graduações próprias de cada situação.  
  
“O Senhor nos empresta (o corpo
  físico) para a confecção de nossa felicidade na Terra.”  Há que se entender que o Mentor faz referência a felicidade que se
  construirá na Alma, portanto, patrimônio infungível, terá continuidade após a
  morte. Assim não limita a confecção de felicidade para gozo apenas enquanto
  na vida material, mas para sempre. Dessa forma, transferir a condição de
  usufruir felicidade com os elementos da matéria é pura ilusão, mesmo porque a
  matéria nada poderá perceber, sendo o sentir um atributo da Alma.  
  
A vida no
  ambiente da Terra flui em dois planos, sendo o plano espiritual, a condição
  primeira, -- pois de lá veio para lá retornará --; o plano no corpo físico é
  uma viagem de oportunidades para aprendizado e aprimoramento da Alma.  Numa análise mais profunda a Alma vive os
  dois planos ao mesmo tempo, embora quem está na indumentária física não
  perceba. 
  
Emmanuel,
  o Espírito benfeitor, faz correlação entre a condição moral e a
  empregabilidade da máquina divina, que foi emprestada pela Divindade para a
  confecção da felicidade, mas, o homem, pela Lei Natural tem o livre-arbítrio,
  confecciona o sofrimento, para si, se não ocorre imediatamente virá no
  futuro, e para os outros proporciona dificuldades, tornando para si dívidas a
  serem sanadas em algum tempo. Abaixo tornamos aos registros do Benfeitor:  
  
“Os vizinhos do bruto precipitam-na
  ao sorvedouro da animalidade. 
“Os maus empregam-na criando o
  sofrimento dos semelhantes. 
“Os egoístas valem-se dela para
  esgotarem a taça de prazeres fictícios. 
“Os orgulhosos isolam-na sem
  proveito. 
“Os vaidosos cobrem-na de adornos
  efêmeros para reclamarem o incenso da multidão. 
“Os intemperantes destroem-na. 
“Os levianos mobilizam-na para
  menosprezar o tempo. 
“Os tolos usam-na inconsideradamente,
  incentivando as sombras do mundo. 
“Os perversos movimentam-lhe as peças
  na consecução de desordens e crimes. 
“Os viciados de todos os matizes
  aproveitam-lhe o temporário concurso na manutenção da desventura de si
  mesmos. 
“Os indisciplinados acionam-lhe os
  valores estimulando o ruído inútil em atividades improdutivas.” 
 
Fechando o
  texto de orientação, Emmanuel, resumidamente fala de como bem utilizar a
  máquina divina e os resultados a se alcançar, que transcende os limites desta
  existência material e segue o caminho da eternidade: 
“O espírito prudente, todavia, recebe
  essa máquina valiosa e sublime para tecer, através do próprio esforço, com os
  fios da caridade e da fé, da verdade e da esperança, do amor e da sabedoria,
  a túnica de sua felicidade para sempre na Vida Eterna.” 
  
                                                  
        Dorival da Silva 
 |