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terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Aborto na Argentina

 Aborto na Argentina

     Na quarta-feira, 30 de dezembro de 2020, o Senado Argentino aprova a legalização do aborto. Através da imprensa televisiva, viu-se que parte dos manifestantes vibrava com a notícia, com explosão de alegria, enquanto outros manifestantes lamentavam efusivamente e alguns apresentavam lágrimas e rostos inchados de indignação.

     Já publicamos outras páginas sobre o aborto, deixaremos os endereços abaixo para análise dos leitores.

     O aborto forçado e outros crimes, como tortura, mutilação e morte, sempre existiram. Em muitos lugares, foram legalizados, no entanto, isso não os torna menos criminosos.

     Moisés, o profeta, estabeleceu leis civis severas para conter o estado embrutecido do povo que guiava no deserto. Essas leis serviram ao seu propósito naquela época, mas foram superadas pela evolução do estado de consciência das pessoas, tornando-se obsoletas e sem aplicabilidade. A severidade se atinha em conter a maldade renitente, a impossibilidade de outros meios educativos, pois, era povo nômade, sempre em mudança de lugares, não se construía edificações que servissem de prisões ou outros meios de contenção e educação dos rebeldes. A finalidade da lei severa era a educação, a ordem social e a preparação das gerações futuras. Apesar da intenção divina do Profeta, que teve seus efeitos práticos naquele momento para as condições daquele povo, leis dessa ordem não se aplicam nos dias atuais, diante dos progressos e conquistas da própria humanidade. Isso já vai há mais de 3.500 anos.

     Mas, nesse tempo moderno, cheio de recursos tecnológicos, como a Medicina avançada -- capaz de transplantes de órgãos vitais  --,e a Academia de estudos avançados em todas as áreas do conhecimento – quando se cogita de viagem a outros planetas do sistema solar --,  a liberdade de expressão é realçada em grande parte do Planeta. Com isso e muito mais, que seria desnecessário registrar aqui, somente o respeito a si mesmo não pôde prosperar o suficiente para a grandeza da própria consciência.

     A única maneira de surgir um ser humano na Terra é com a junção dos gametas feminino e masculino, dando origem a um organismo de carne, tal como são os do pai e da mãe. A singularidade é que o ressurgente não é nem o pai e nem a mãe, nem lhes pertence, porque o seu possuidor é um “Ser” distinto, denominado filho, proveniente do óvulo e o fecundante ofertados voluntariamente. No entanto, a vida vibrante que surge já existia, é o Espírito, muitas vezes mais antigo que os Espíritos dos que agora são seus pais.

    É preciso saber que os que estamos num corpo existimos porque não nos impediram de nascer, não nos abortaram, e como nos vemos diante de nós mesmos, da nossa trajetória, das conquistas grandiosas que obtivemos em diversas circunstâncias, o trabalho que prestamos para a sociedade, iniciando-se na própria família, apoiando os pais, os sustentando na velhice, amando e sendo amados, constituindo a própria família... 

     Moisés, como referido anteriormente, primeiro colheu com a sua mediunidade os Dez Mandamentos, sendo um deles: “Não Matar.”  Depois de 1.500 anos, Jesus, o Cristo, resumiu todas as Leis e também os ensinamentos dos Profetas de todos os tempos no seguinte: “Amar a Deus sobre todas as coisas; e, semelhante a este (mandamento), amar ao próximo como a si mesmo.”  O que pode ser mais próximo de uma mãe, que um “Ser” nas suas próprias entranhas? 

     1.857 anos depois de Jesus, surge para o Mundo, a Doutrina dos Espíritos, que foi organizada pelo insigne senhor Allan Kardec. Embora muitas manifestações de Espíritos tenham se apresentado notórias em muitos países, o trabalho de compreensão dos fenômenos e a aglutinação dos resultados se deram na França, fulcro de maior expressão do conhecimento na época, no Mundo. A partir de pesquisas e estudos, foram produzidas cinco obras básicas do Espiritismo, além da Revista Espírita, que foi elaborada por Allan Kardec, de 1858 a 1869.  Além disso, muitas obras de outros autores de grande expressão intelectual e acadêmica surgiram, contribuindo significativamente para o entendimento dessa nova ciência. Posteriormente, vem o trabalho de psicografia de Francisco Cândido Xavier (Chico Xavier), que abrange aspectos das Obras Básicas e amplia os focos:   científico, filosófico e religioso. Além disso, de outros autores e médiuns de reconhecida notoriedade também contribuíram significativamente.  

     Esses fatos históricos, têm por objetivo situar o tempo em que estamos e o cabedal de informações trazido através do tempo a respeito da condução da vida. Assim, não podemos ignorar as consequências dessa trajetória, “a quem mais foi dado mais será exigido”.

     A estrutura orgânica de reprodução feminina é um ninho de preparo do veículo carnal de um “Ser” que fará uma viagem. Os fundamentos dessa oportunidade Divina são o amor, pois, será uma doação de grande monta de energias e sendo componente de suma importância: os melhores sentimentos. Aí inclui-se toda afetividade do pai, o seu contributo em todos os aspectos favorecedores do empreendimento daquele que surgirá.

     Certamente dirão que isso é uma utopia, possivelmente um sonho, que a realidade é bem outra. Não duvidamos desse antagonismo no entendimento de algo tão sério, fato mais grave da vida de qualquer ser humano, porque trata das forças criadoras a favor da Criação Divina, que são os Espíritos. Portanto, cuidamos de nós mesmos, ou nos descuidamos.

     Com o aparecimento do Espiritismo, abriram-se os horizontes, vez que as antenas perceptíveis do ser inteligente avançam sobre os limites da matéria e alcançam realidades, mesmo que ainda acanhadas, do mundo espiritual. Obras mediúnicas que narram fatos e experiências por espíritos lúcidos que viveram num corpo e que retornaram à espiritualidade, revelando as consequências de sua trajetória, anotando vitórias, mas, também, frustrações, dores, arrependimentos, desejo de refazerem os caminhos percorridos entre os encarnados com outros olhares...

     Ninguém pode fugir à responsabilidade de suas atitudes maléficas, o aborto é uma delas, muito grave, macula a consciência, demonstra indiferença ao nascituro, demonstra rebeldia à Lei Divina e desrespeito a si mesmo.

     A lei civil nada mais é que convenção de um grupo social, para atender seus interesses, nortear conflitos, por algum tempo; mas, não apazígua a consciência.  A Lei que rege a harmonia do Universo, portanto, de todas as consciências, é a Lei Natural, também chamada Lei de Deus, imutável.

     Alguém já se perguntou por que existem doenças de tratamento complexo que surgem nas regiões do corpo relacionadas aos órgãos reprodutores masculinos e femininos? A Ciência tem explicações fundamentadas nas pesquisas no campo material e até emocional, mas os desarranjos energéticos existiam antes, as máculas da consciência que eclodem em doenças quando menos se espera. O abortamento criminoso poderá ser uma das suas causas, pois se trata de fato grave contra as forças da vida. Essa situação nem sempre surge na mesma existência em que ocorreu o aborto, mesmo porque os implicados na circunstância somente posteriormente à morte que tomarão consciência do que fizeram e os prejuízos que causaram a si mesmos e a outrem, àquele que iria nascer. Daí surge o remorso, o arrependimento e a necessidade de reparar o erro para aliviar o Espírito.

     Mesmo que a lei dos homens permita, o aborto é um crime; com uma atenuante, quando verdadeiramente o risco de morte da mãe é iminente.

     As justificativas alegadas de problemas de saúde pública, pobreza, procedimento em clínica clandestina que causa a morte, a gravidez indesejada, direito sobre o corpo… tudo são subterfúgios que servem ao imediatismo, atendem à  fraqueza moral dos indivíduos e  da organização social medíocre, a incompetência da administração pública, o empanamento da corrupção, que corrói os recursos para a educação, escasseando o trabalho digno, o desfazer da estrutura respeitosa da família para que tenha vida harmônica, a cultura de liberdade deformada que não passa de libertinagem... 

Existe uma lei inderrogável, e Ela está inscrita na consciência de cada indivíduo -- a Lei Divina³ --,  é o juiz das causas individuais, implacável, que exigirá o pagamento da dívida ceitil por ceitil, sendo o único recurso de apelação a caridade, àquela disposta pelo Apóstolo Pedro, “que cobre uma multidão de pecados”

A partir da concepção, todo um processo complexo se conecta entre o que é espiritual e o que é material, sentimentos se entrelaçam, esperanças de transformação do estado anterior vislumbram grandes vitórias, superações de pendências consigo mesmo e com aqueles do grupo social onde estaria vivendo, alegrias e entusiasmos são sobrestados por atitude irresponsável de todos que se envolvem no processo abortivo, daqueles que influenciam, ou mesmo aplaudem essa atitude de crime bárbaro. 

Existem mais possíveis consequências a enumerar, que não são de difíceis deduções, para quem tem um pouco de conhecimento das relações entre o mundo espiritual e a vida no campo material, ou apenas reflete sobre a vida e suas razões, além de prestar atenção na própria consciência que intuitivamente traz o discernimento do certo e do errado. 

Não há como se iludir, o aborto provocado é crime.


                                       Dorival da Silva


     

1. As obras básicas da Doutrina Espírita são:  O Livro dos Espíritos, O livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e O Inferno e A Gênese, todas essas obras e a Revista Espírita podem ser consultadas gratuitamente no site: https://kardecpedia.com/

2.    Alguns estudiosos que também realizaram pesquisas de assuntos referentes à Doutrina Espírita: Léon Denis, Gabriel Delanne, Camille Flammarion, Ernesto Bozzano e outros.

3. O Livro dos Espíritos - Allan Kardec, questões: 

     621. Onde está escrita a lei de Deus?      “Na consciência.” 

  621-a) — Visto que o homem traz em sua consciência a lei de Deus, que necessidade havia de lhe ser ela revelada? “Ele a esquecera e desprezara. Quis então Deus lhe fosse lembrada.”  

Páginas sobre o tema aborto:

https://espiritismoatualidade.blogspot.com/2018/08/aborto-em-debate-publico-o-que.html

https://espiritismoatualidade.blogspot.com/2017/03/microcefalia-nao-e-pena-de-morte.html

https://espiritismoatualidade.blogspot.com/2016/09/aborto-criminoso_23.html

https://espiritismoatualidade.blogspot.com/2016/09/proposta-para-legalizacao-da.html

https://espiritismoatualidade.blogspot.com/2014/05/aborto-delituoso.html

https://espiritismoatualidade.blogspot.com/2012/06/aborto.html

https://espiritismoatualidade.blogspot.com/2012/08/aborto-ii.html

https://espiritismoatualidade.blogspot.com/2012/04/voce-gostaria-de-ser-abortado.html


segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Atenção nas sinalizações Divinas

 

Atenção nas sinalizações Divinas

 

“O mundo está repleto de mensagens e emissários, há milênios. O grande problema, no entanto, não está em requisitar-se a verdade para atender ao círculo exclusivista de cada criatura, mas na deliberação de cada homem, quanto a caminhar com o próprio valor, na direção das realidades eternas.”

 Trecho extraído da mensagem “Ouça-nos” da obra: Pão Nosso, capítulo 116, pelo Espírito Emmanuel, através da psicografia de Francisco Cândido Xavier, ano 1950, Editora FEB

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REFLEXÃO - Muitos estão indo para algum lugar. Outros estão andando em círculo. Ainda outros pisam no mesmo lugar. Poucos têm direção no rumo da plenitude espiritual. 

        Como informa o Espírito Emmanuel no trecho motivador deste escrito, “O mundo está repleto de mensagens e emissários, há milênios.”; como esses prepostos do Céu não podem fazer o que se precisa pela Criatura, todos os seus esforços são de sinalizações, para que haja a percepção, para isso exige a atenção do caminhante. 

Na antiguidade acreditava-se em muitos deuses, um deus para cada coisa ou circunstância; Moisés apresenta os Dez Mandamentos e firma a existência de um Deus único e diz à Humanidade tudo o que não se deve fazer (não matar, não cobiçar…); posteriormente Jesus, reafirma o Decálogo e revela o amor ao próximo, e ensina tudo o que se deve fazer para alcançar-se o reino dos Céus. O Mestre Nazareno, antevendo que o mundo não compreenderia de imediato a suas indicações, mesmo que, muitos as esqueceriam, além da possibilidade de as desvirtuarem na sua essência,  no interesse individual ou coletivo, fez promessa aos seus Apóstolos, representantes, naquele momento, da Humanidade dos tempos futuros, que rogaria ao Pai e Ele mandaria outro Consolador, para relembrar tudo o que ensinara, esclarecer o que não pôde ficar bem entendido e acrescentar o que Ele não teve condições de ensinar. Reconhecidamente: A Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec é o cumprimento de Sua promessa.  Já não se trata da contribuição de uma única fonte, mas sim de instruções vazadas da espiritualidade para a sociedade terrena através da mediunidade de número grande de mensageiros prepostos do próprio Cristo. 

Quem vive com lucidez, planejando viagem a lugar distante e desconhecido colherá informações, estará certo da direção e tem objetivo a se cumprir; conquanto os riscos de percurso, no entanto, há clareza no que se pretende, certamente atingirá a pretensão.  No desenvolvimento da viagem não foram desprezadas as sinalizações das estradas, ou das cidades, dos aeroportos, hotéis, etc.  

 Viagem rumo a espiritualidade não pode descurar-se das sinalizações Divinas; colhendo, no fragmento de texto referido inicialmente: “O grande problema, no entanto, não está em requisitar-se a verdade para atender ao círculo exclusivista de cada criatura, mas na deliberação de cada homem, quanto a caminhar com o próprio valor, na direção das realidades eternas.”, de longo tempo o que se precisa para seguir para o maior objetivo é atentar para o que se sinaliza e é de conhecimento comum, pois, está colocado para o mundo há todo tempo. 

Não é possível que os emissários de Jesus venham ofertar verdades exclusivas ou revelar coisas excepcionais para esse ou aquele, em detrimento dos demais, no afã de salvação personalizada, trata-se, quem assim pensa, de presunção egoísta e orgulhosa, desse modo, permanecerá na escuridão da própria ignorância.  

As sinalizações para a espiritualidade melhor estão colocadas com ênfase no Evangelho de Jesus, no conjunto as mensagens anotadas pelos Evangelistas, no entanto, num ponto qualquer dos ensinamentos mostra que é indispensável que cada caminheiro faça por si a sua parte, o que chama a atenção para a sinalização, observando: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á.¹”, são ações, com respostas afirmativas, no entanto, não se trata do convencionalismo simplório de pretender algo e imediatamente ser atendido. Trata-se de forças da vida, como a semente que germinada mostra a árvore que surge e se presume os frutos que dará. O homem é o ser pensante e consciente, semente possuidora de vontade e liberdade de agir, precisa nortear os seus interesses espirituais, pois, somente ele poderá fazê-lo, porque tem recursos para se colocar na direção do próprio aprimoramento -- “Ajuda-te e o Céu te ajudará.”. 

Todo o caminho para a tal salvação tem sinalizações, a dificuldade está em ter “olhos de ver” e “ouvidos de ouvir”, como frisou o Mestre Nazareno. Se não realizar o trajeto da vida com os seus esforços e percepções, e a autopercepção, o reconhecimento do contributo das próprias conquistas, que mérito existirá. Plenitude de Espírito é soma de valores enobrecedores e um conglomerado de virtudes que levam o Ser aproximar-se da Fonte de Tudo, Deus. 

O trajeto evolutivo do Espírito com um corpo de carne, por tempo limitado, é um projeto, possuindo as sinalizações próprias e com capacidade para reconhecer àquelas que são comuns, importantes e indispensáveis, mas de senso a contemplar a todos os transeuntes desse Universo. 

Ninguém vem a este Mundo sem os recursos norteadores da vida, mas como tem autonomia para guiar-se, poderá andar nos passos da vaidade, do orgulho, da presunção… e não levantar os sentidos da Alma para ver as pegadas d’Aquele que conhece o caminho mais curto para Sua pátria de paz e felicidades. 

As sinalizações Divinas fazem a diferença! Atenção!

                       Dorival da Silva

 

1.    Mateus, VII: 7-11; e O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XXV. 

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Leis…

                                                                              Leis… 


Neste texto abordaremos as leis, não o faremos como uma questão técnica de Direito, não é a finalidade, mas num pensamento livre, numa lógica natural, longe do apego à legislação de qualquer viés, apenas a liberdade de pensar.  

A Natureza tem suas leis, nada além destas seria necessário para conduzir a vida, não fosse o surgimento de um elemento chamado homem. Um ser do reino animal em estágio hominal, significando um animal com capacidade de pensamento contínuo e consciência de si mesmo. Por isso sobrepõe os demais reinos. Suas ações são intencionais, premeditadas, visam um resultado, têm consequências positivas ou não, para si mesmo ou para o seu grupo, podendo representar vantagem ou desvantagem para um ou outros demais grupos da organização social.  

Os atributos do ser humano incluem o livre-arbítrio, o direito de experimentar, de conhecer os resultados de suas ações, se é bom ou não, e suportar as consequências de suas atitudes. Foi através dos acertos e erros que se descobriu o que era útil para a vida, avançou-se e houve a necessidade de disciplinar as experiências, catalogar os passos e os resultados, iniciando-se a Ciência, metodizando os fatos.  

No entanto, existem fatores comportamentais que, em um estágio da existência, foram essenciais para a sua manutenção, como o instinto de conservação, a força bruta, a capacidade de adaptação ao meio ambiente…  No contar dos séculos, a inteligência humana se desenvolveu, a Ciência subdividiu-se em especialidades, a tecnologia trouxe comodidade às suas ações, nos diversos setores da vida.  

E as Leis?...   

As leis naturais estavam latentes no homem quando ele surgiu. Elas foram evidenciando-se conforme as ações empreendidas, sentindo-se seus efeitos, com as repetições foram sendo conhecidas.  

Com o crescimento da inteligência, que precede o desenvolvimento moral -- este último seria o freio equilibrador das ações do homem --; descobriu-se que o poder governa, manda, exige, acumula e cria um estado de “respeito-temor” sobre aqueles de menor poder, gerando ilusória sensação de segurança, seja individual, ou coletiva.  

O que era instinto de conservação tornou-se egoísta, centralizador, pessoal ou social, somando-se ao orgulho do poder, duas forças ilusórias que se unem; que perduram enquanto o combustível da ilusão suportar.    

A lei que rege toda a vida não está escrita nem em pedra, nem em papel, pois está inerente ao próprio ser, é a lei natural, a Lei de Deus, inscrita na consciência. No entanto, ela está latente, é preciso que a consciência se faça lúcida, crescida, esteja forrada na inteligência e na moral avançadas, coroadas de virtudes, conquistas de grandes lutas interiores.  

Para apoiar o estado evolutivo incipiente do ser humano,  no transcorrer dos séculos, houve o auxílio das instâncias espirituais  responsáveis pela humanidade da Terra, com o estabelecimento de normas de conduta e o apontamento de que não se estava só, como as orientações lançadas ao mundo pela voz direta, surgida no ar, posteriormente com registro tátil, como exemplifica o código de Hamurábi, e mais tarde o que marcou com mais expressividade, a recepção por Moisés, do Decálogo, até esses dias, normativo indiscutível.  

Desde os Profetas, que orientavam o povo para a vida presente e antecipavam os acontecimentos que ocorreriam no futuro, mostrando que a existência não era finita e que os seres não eram o corpo, mas sim algo que perduraria no tempo, pois seria sem propósito revelar o futuro para quem não chegaria lá. Não era possível explicar como se chegaria lá, o que posteriormente Jesus começou a esclarecer nessa Ciência no diálogo com Nicodemos, tratando do renascimento. Como hoje entendemos o mecanismo da reencarnação, e a evolução constante da alma humana.  

As leis civis existiram desde as mais rudimentares, as patriarcais, depois pelas de grupos sociais, as de estado, e as nacionais, com as regras modernas ordenadoras da ordem social no mundo.  Todas essas são relativas, sofrem alterações constantes para aperfeiçoamento e se adaptam de acordo com as necessidades do estado evolutivo de cada sociedade; acompanham a evolução dos povos.  

Nos tempos modernos, principalmente após o advento da Doutrina Espírita (1857), o homem está ciente de que é um Espírito, uma individualidade autônoma, que não terá fim; no entanto, transitou desde o estado evolutivo mais insignificante, aperfeiçoa-se todos os dias, caminha pela eternidade e alcançará o estado de perfeição, porque existe uma lei inexorável e atrativa que é a Lei de Progresso, que rege todo o Universo, pois se trata de Lei Divina. 

A Lei de Progresso, embora governe tanto o mundo material e o espiritual, sendo que o primeiro tem suas próprias normas físico-químicas, que são exercidas automaticamente; o segundo, tem a lei imutável inscrita na consciência, e a exerce de acordo com o seu estado evolutivo, pois, tem vontade e é livre para decidir, vive a sua experiência, e assume as suas consequências.  

As Leis Naturais que regem a matéria se cumprem dentro de uma ordem constante, que a multidão incontável de mundos e astros do Universo seguem cortejos em movimentos harmônicos pelo tempo sem fim, sem a ocorrência de fatos acidentais. Sendo que serve ao desenvolvimento da vida em todos os planos, fora disso não haveria razão para existir. Quem criaria tanta grandeza sem finalidade? 

Aquelas que cuidam da vida espiritual são dinâmicas e, em profundidade, fogem da possibilidade de julgamento pelos homens, pois, as facetas motivadoras de quaisquer fatos têm concepções inatingíveis no presente estágio evolutivo. Considerando que a alma humana percorre o caminho do tempo em inúmeras experiências, estas estão compondo o seu patrimônio espiritual, que reflete influência inconsciente sobre si mesmo, exercendo força para a repetição de circunstâncias anteriormente habituadas, que precisam encontrar na vida presente discernimento para conter e neutralizar ou dar vazão, advindo os resultados bons ou depreciativos. A educação moral e a espiritualização do indivíduo são o grande divisor de águas entre os desastres, que causam sofrimentos que transcendem os tempos da própria vida corporal, e o estado de paz e felicidade que se perpetuam.  

Não há mundo, não há vida sem ordem e sem lei. Mundo material e mundo espiritual têm a mesma Fonte, no entanto, aquele serve a este, e existe em razão deste.  

Lei, ordem, disciplina… 

                                                                         

 

                                                                         Dorival da Silva