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quinta-feira, 14 de agosto de 2014

O caminho da paz



O caminho da paz

Reunião pública de 8/6/59
Questão nº 743

Dos grandes flagelos do mundo antigo, salientavam-se dez que rebaixavam a vida humana:


A barbárie, que perpetuava os desregramentos do instinto.


A fome, que atormentava o grupo tribal.


A peste, que dizimava populações.


O primitivismo, que irmanava o engenho do homem e a habilidade do castor.


A ignorância, que alentava as trevas do espírito.


O insulamento, que favorecia as ilusões do feudalismo.


A ociosidade, que categorizava o trabalho à conta de humilhação e penitência.


O cativeiro, que vendia homens livres nos mercados da escravidão.


A imundície, que relegava a residência terrestre ao nível dos brutos.


A guerra, que suprime a paz e justifica a crueldade e o crime entre as criaturas.


*


Veio a política e, instituindo vários sistemas de governo, anulou a barbárie.


Apareceu o comércio e, multiplicando as vias de transporte, dissipou a fome.


Surgiu a ciência, e exterminou a peste.


Eclodiu a indústria, e desfez o primitivismo.


Brilhou a imprensa, e proscreveu-se a ignorância.


Criaram-se o telégrafo sem fio e a navegação aérea, e acabou-se o insulamento.


Progrediram os princípios morais, e o trabalho fulgiu como estrela na dignidade humana, desacreditando a ociosidade.


Cresceu a educação espiritual, e aboliu-se o cativeiro.


Agigantou-se a higiene, e removeu-se a imundície.


Mas nem a política, nem o comércio, nem a ciência, nem a indústria, nem a imprensa, nem a aproximação entre os povos, nem a exaltação do trabalho, nem a evolução do direito individual e nem a higiene conseguem resolver o problema da paz, porquanto a guerra – monstro de mil faces que começa no egoísmo de cada um, que se corporifica na discórdia do lar e se prolonga na intolerância da fé, na vaidade da inteligência e no orgulho das raças, alimentando-se de sangue e lágrimas, violência e desespero, ódio e rapina, tão cruel entre as nações supercivilizadas do século 20, quanto já o era na corte obscurantista de Ramsés 2º – somente desaparecerá quando o Evangelho de Jesus iluminar o coração humano, fazendo que os habitantes da Terra se amem como irmãos.


É por isso que a Doutrina Espírita no-lo revela, atualmente, sob a luz da Verdade, fiel ao próprio Cristo que nos advertiu, convincente: – “Conhecereis a Verdade e a Verdade vos fará livres.”

Mensagem extraída da obra: Religião dos Espíritos, capítulo 41, pelo espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier.


Para facilitar a leitura e o entendimento acrescentamos abaixo a questão 743 de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, conforme a referência inicial da página analisada por Emmanuel na reunião pública de 08.06.1959:

743. Da face da Terra, algum dia, a guerra desaparecerá?

“Sim, quando os homens compreenderem a justiça e praticarem a lei de Deus. Nessa época, todos os povos serão irmãos.”

sexta-feira, 22 de junho de 2012

HORA DA DIVULGAÇÃO ESPÍRITA



Na gênese dos males que afligem o homem e a Humanidade, permanece a ignorância.

Seja por desconhecimento da verdade ou se expresse em forma de desprezo por ela, a ocorrência é a mesma.

O único antídoto eficaz e mais imediato para esse mal é o ensino, que acende a luz do discernimento com que o homem descobre e adota os princípios hábeis para a felicidade, mediante os comportamentos coerentes em relação à vida.

A dor, irrompendo devastadora, no organismo individual ou social, é uma metodologia rápida para o despertamento da consciência, terapêutica promotora de revolução grave, que traduz a mudança de atitude, renovando as paisagens íntimas sob o clamor da afeição, linguagem de momentâneo efeito, que predispõe para o conhecimento libertador.

O amor, em doação espontânea, promove os fatores que ensejam a abertura do sentimento e da razão para o saber, através do qual se logram os valiosos tesouros para a conduta equilibrada.

A fome, a enfermidade, a carência de recursos financeiros sensibilizam, convidando-nos ao auxílio.

Na matriz, porém, dessas afligentes conjunturas, jaz a ignorância das Divinas Leis, desrespeitadas por precipitação ou má fé, nos vários estados de rebeldia galvanizadora.

Na etiopatogenia das alienações de natureza psiquiátrica ou por obsessão, está viva e atuante a ignorância, que aguarda a terapia do esclarecimento, como medida de socorro imediato para posterior ou simultâneo atendimento que favoreça a libertação.

O conhecimento é luz acesa na noite da ignorância, clareando os rumos.

A Doutrina Espírita, porque representa a mais completa expressão do divino pensamento, que pode ser examinado e vivido pela razão, não deve enclausurar-se em chavões ultrapassados, aprisionando-se em limites que atendam a paixões e “pontos de vista”, por mais respeitáveis se apresentam.

Doutrina de livre exame, também o é de livre ação, convidando cada consciência a assumir responsabilidades, após iluminada pelo ensino espírita, de cujos resultados responderá, hoje ou depois, sem mecanismos de evasão, nem justificações urdidas por meio de maquiavelismo de qualquer natureza.

Há muita angústia aguardando a contribuição espírita, e muita loucura necessitando de socorro espírita.

Todos os nobres contributos lavrados na Codificação Kardequiana – viga mestra, inconfundível e indispensável, do edifício do Espiritismo – independentes da ação de grupos ou consensos humanos, são de valiosa e urgente necessidade de aplicação.

Obviamente, a ação em grupo, o trabalho em equipe, resultando da permuta de experiência como dos estudos bem dirigidos, torna-se de alto significado.

Todavia, não somente através de tal metodologia, senão, também, pela atividade individual, abnegada e rica de devotamento de cada espírita.

O apóstolo Paulo encontrou Jesus, e, não obstante sofrendo as suspeitas da grei, doou-se à tarefa do esclarecimento e da iluminação de consciência, até a morte, já então amado pelos companheiros, escrevendo com sabedoria e renúncia a história da doutrina cristã nas paisagens ermas dos corações e das terras que percorreu...

Pedro levantou-se do delíquio moral da negação, saindo a ensinar e a viver o Cristo, tornando-se o maior exemplo de fé viva do colégio Galileu, que conheceu e viveu com o Mestre...

Allan Kardec, sofrendo calúnias, e acusações indébitas, permaneceu fiel aos ditames da “Vozes dos Céus”, trazendo à Terra o Consolador , sem excogitar da conveniência de pessoas ou de grupos que o apedrejaram e feriram com todas as armas da covardia e da inveja, fazendo o legado do Pentateuco insuperável e sempre atual, porque elaborando com os metais da verdade, trabalhados no fogo da dedicação e do sacrifício integral.  

Não há, portando, por que malbaratar-se recursos nem desperdiçar tempo, enquanto os desafios permanecem vitimando e destruindo vidas.

Todos os espíritas sinceros, estudiosos e afeiçoados ao bem, encontram-se convocados para o ministério do auxílio, através da difusão dos postulados espíritas, que, propiciando perfeito entendimento das lições evangélicas, representam a medicação oportuna e urgente para a massa desesperada, o homem aturdido...

Sem complexidades nem estruturações estapafúrdias, trabalhemos na sã divulgação do Espiritismo.

Não basta apontar erros. Indispensável saná-los. 

Muito cômodo é estabelecer e impor diretrizes para os outros. Urgente, no entanto, vivê-las.

Fácil é condenar e agredir. O desafio, porém, é mudar a situação.

O conhecimento espírita objetiva reformular as atuais conceituações e transformar as estruturas vigentes, facultando felicidade às criaturas, sem o que perde a finalidade.

Esta é, por consequência, hora de decisão espírita.

Uma página espírita breve é carta de alento ao homem em depressão.

Uma palestra espírita é classe de otimismo e ensino para a ignorância em predomínio.

Um livro espírita é curso de profundidade para despertamento e conduta dos que se atêm no desconhecimento dos valores e da oportunidade da vida.

Uma conferência espírita é fecundo veio aurífero de informação e roteiro, ao alcance de quem pensa.

Um debate espírita é intercâmbio  de esclarecimentos com que se reformulam conceitos.

A ação espírita, em qualquer lugar, é vida nova, atraente, chamando a atenção para a liberdade e a saúde.

Firmar-se no contexto da revelação espírita para ensinar e informar é fundamental, nos momentos que vivemos.

Na hora da Informática com os seus valiosos recursos, o espírita não se pode marginalizar, sob pretexto pueris, em que disfarça a timidez, o desamor causa ou a indiferença pela divulgação, porquanto o único antídoto à má Imprensa, na sua vária expressão, é a aplicação dos postulados espíritas, hoje ainda ignorados e confundidos com as superstições, crendices, sofrendo as velhas  conotações infelizes com que o caluniaram no passado, aguardando ser despojado das mazelas que lhe atiraram os frívolos e os déspotas, os fanáticos e os de má fé, quanto os que se apoiavam nos interesses subalternos inconfessáveis...

Hora de mentalidades abertas às informações de toda ordem, este é o nosso momento de programar tarefas, fomentar a divulgação por todos os meios, tornando-se cada companheiro honesto e dedicado, nova “carta-via” para a estruturação de um homem melhor, portanto, de uma sociedade mais justa, uma humanidade mais feliz.

Caridade para com o Espiritismo é dever de todos que nele haurem paz e vigor, sendo nossa maneira de exercê-la, divulgá-lo, levá-lo à ignorância e àqueles que sofrem a férrea prisão, sem desânimo e  nem tergiversação de nossa parte. (*)


(*) A presente mensagem foi escrita com a participação do espírito Hugo Reis. Nota do médium.


Extraído da obra mediúnica Reflexões Espíritas, capítulo 28, pelo espírito Vianna de Carvalho, psicografia de Divaldo Pereira Franco. 

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Carências

            O homem ainda está afeito às carências das mais diversas ordens.  Carências são necessidades não atendidas. Como a fome, a ausência de alimento adequado -- da carência nutricional advém insuficiência orgânica -- traz a doença.  A complexidade do homem que se amplia infinitamente, quando além das necessidades do corpo percebemos a alma que na ânsia de descobrir e  progredir gera outras mais instigantes que almeja fluí-las, gerando novas e ampliadas carências. Atendidas umas, outras surgem. Existe, em decorrência disto a deturpação de necessidades, que produzem efeitos devastadores, os desequilíbrios, os vícios, que levam à insensatez.

            Os que se envolvem por esse caminho da loucura sofrerão graves consequências -- considerando os que engendraram a dependência viciosa pelo exemplo, ou interesse financeiro, ou de poder... Quando foi enunciado: “o plantio é livre, no entanto, a colheita é obrigatória”, a escolha ficou por conta de cada um, o indivíduo é o seu próprio juiz. E esse juízo quando julga e estabelece os meios de corrigenda é implacável, não aceita atenuante e justificativa. Não coloca o infrator dentro de grades, mas enjaula-lhe na sua intimidade, perturba-lhe até a loucura, infunde-lhe dores morais intensas, somente solucionáveis com o exsudar dos pesares da consciência pelo sofrimento. Muitas vezes por várias vidas físicas de busca incessante no atendimento de carência intensa que não sabe identificar exatamente, que somente é atendida com o amor a si mesmo e ao próximo, no exercício grandioso da autodescoberta e do autoperdão.

            Na busca frenética de novidades a ausência da crítica e da autocrítica, leva o indivíduo a despertar em si necessidades descabidas, impróprias à harmonização da vida, à saúde física e emocional. Na verdade são decisões irresponsáveis. A indiferença para com as implicações, desde que esteja gozando ou pressagiando gozo, quase sempre fugaz no seu intento imediatista, fugidio, mas que deixa rastro profundo na alma. O único cirurgião capaz de extirpar as consequências é o tempo, que não existirá sem aflição.

            As perturbações mentais e emocionais têm geralmente sua origem nas ações irresponsáveis e irrefletidas. O que requer especialização médica para a amenização dos seus efeitos, com eficácias individualizadas. O que é excelente para um não serve para outro, mesmo as pendências sendo similares, de características próximas.  Por quê?  As pessoas são diferentes, as consciências são exclusivas, é “a cada um segundo as suas obras”.

            O sofrimento alcança o infrator na intensidade do plantio, na potência da intenção, com o impacto dos efeitos produzidos em si mesmo e nos outros, e perdurará enquanto não cesse os desdobramentos de tais iniciativas. As carências das mais variadas formas encontradas no mundo, em grande parte, não são resultados de feitos de agora, mas têm suas raízes em épocas recuadas, em vidas passadas.

            Por isso, os casos de desajustes mais graves requerem cuidados médicos especializados, os medicamentos e os procedimentos outros são necessários. São colaboradores dos ajustes. Considerando-se que quando as cobranças da consciência não são remissíveis naquele momento servem de paliativos, são como água fria na fervura da alma, minora o sofrimento. É a misericórdia Divina atuando através da ciência e dos homens. O cuidado espiritual, o cultivo da fé e a ação no bem não podem ser esquecidos, porque potencializam os meios profissionais a favor do convalescente da alma.

Dorival da Silva