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domingo, 22 de dezembro de 2024

Ano Novo, 2025

                                                     Ano Novo, 2025 

Como é bom ter esperança de um novo tempo. É uma oportunidade para que as coisas preocupantes fiquem no passado e tudo se renove com perspectivas felizes. Quem não deseja que o Ano Novo seja um oásis para a nossa redenção? 

Quando pensamos bem, começamos perceber que é apenas um período do calendário que termina, iniciando-se outro. Um passado que escorre para o futuro, como uma via que se alonga.  

É certo que, na contagem anual dos tempos, a idade -- contagem do tempo de vida, nesta existência -- vai registrando uma história verdadeira de cada indivíduo, que somente o próprio poderá um dia fazer a sua leitura. Isso exige autoconhecimento, que pode ocorrer a qualquer tempo. No entanto, quase sempre não acontece nesta existência.   

Pode-se imaginar o que as pessoas sentem, sofrem e as expectativas que trazem. Embora tenhamos muita proximidade com elas, pouco sabemos de verdade. Apenas criamos impressões que, possivelmente, refletem as nossas ansiedades e certos desejos que achamos bons ou ruins. No entanto, as realidades pessoais mais profundas estão fora das percepções de um observador, sendo que os próprios indivíduos não se conhecem plenamente. 

A mudança do ano no calendário é algo da mecânica natural das horas, ao andamento do tempo dos dias que vão sendo contados, e à trajetória de todos os ciclos dos reinos mineral, vegetal e animal.   

Nós, os humanos, estamos nesse contexto. Diferentemente dos demais reinos, carregamos uma consciência e sabemos que somos uma individualidade pensante. Podemos tomar decisões e assumir as responsabilidades inerentes às suas consequências. 

As atividades no ano que se inicia sempre são a continuidade dos processos existentes anteriormente. Pode-se refazer programas, reformular projetos e até mesmo iniciar novas coisas, mas essas estarão sempre calcadas em algo que já existia.  Os conhecimentos e as experiências conquistadas em outras iniciativas -- todo o passado -- são a base para o que vier a ser.  

Esses pontos demarcatórios de início e final de ano têm finalidade pedagógica para a educação espiritual de cada habitante. Seria catastrófico caso não houvesse as sinalizações de tempo, que funcionam como uma partitura musical, aplicando à vida ritmo e melodia. A vida oferece tudo em harmonia; os desajustes são por nossa conta, assim como os reajustes.  

Como ensina Jesus, na casa do Pai (Deus) há muitas moradas. A Terra é uma delas. Tudo em sua natureza, no estado de princípio, é harmônico. Todo desalinho à sua harmonia exigirá do infrator a reorganização do que foi desajustado, harmonizando a sua consciência com a Consciência Cósmica.  

Assim, seria de se questionar: o que acontecerá com os grandes criminosos, os responsáveis pelas guerras que fazem incontáveis vítimas, impondo terríveis sofrimentos a muitos e, às vezes, gerações? Como compreender tanta hediondez, como se vê diariamente nos meios de comunicação? Apesar de lamentáveis essas ocorrências nos dias atuais, nada ficará sem solução, já que existe uma Lei Divina de amor e justiça. Ainda restaria indagar: como solucionar tantos crimes, sejam eles individuais ou coletivos?  

Em um certo dia, numa reunião de estudos na Casa Espírita que frequentamos, alguém fez indagação nesse mesmo sentido, e um Amigo Espiritual prontamente esclareceu: “Para os grandes erros, Deus oferece as grandes soluções.” É preciso considerar que o tempo de Deus é infinito, que os indivíduos têm o seu estado de consciência a ajustar. O mal e o sofrimento não deixam de estar com quem vibra em baixas frequências. Os mais preparados, que cometeram erros deliberados, serão mais exigidos.  

Quando os grandes criminosos se arrependerem de suas atrocidades e resgatarem a sua própria consciência do estado criminoso, poderão pleitear ao Criador uma oportunidade de solucionar as consequências dos grandes crimes, conquistando para si, novamente, um estado de paz. Conforme a literatura mediúnica espírita, isso pode demorar séculos. Aqui estamos considerando uma trajetória espiritual que inclui reencarnações dolorosas, que se repetirão sucessivamente até que a consciência permita o arrependimento.  

O Ano Novo é uma grande esperança para os que estão neste mundo e para os que estão no outro lado da vida e dependem dessas experiências. Sem esse processo, que flui no compasso de nossas necessidades, não alcançaríamos os resultados indispensáveis na busca da plenitude espiritual.  

A Terra, uma das moradas divinas oferecidas à evolução de uma porção de Seus filhos -- que somos nós mesmos -- é harmoniosa, sendo que todo desequilíbrio começa na própria criatura e depois se manifesta no meio em que vive, com suas ações desordenadas ou imorais, causando males ao meio ambiente e a sociedade. Não podemos esquecer: “A semeadura é livre, mas a colheita será obrigatória.” 

Que o Ano Novo seja bom!  

                                    Dorival da Silva 

 

Nota: As obras básicas da Doutrina Espírita (O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno, e A Gênese) podem ser baixadas gratuitamente do sítio da Federação Espírita Brasileira (FEB), através do endereço eletrônico abaixo:  

quinta-feira, 18 de julho de 2024

E se fosse com você?

                                             E se fosse com você? 

    Publico novamente a página abaixo, considerando os embates nos diversos meios de comunicação, inclusive entre os congressistas que criam as leis normativas sobre os conflitos de nossa época.  Embora o tema venha sendo tratado como algo banal, há um arrefecimento moral conveniente ou proposital do comportamento social desses tempos. No entanto, a situação na visão espiritual é gravíssima, sendo de grande comprometimento moral voluntário dos partidários dessa licença legal, com total desconsideração pelo Criador de todas as coisas e por aqueles que têm a oportunidade evolutiva impedida com a nova reencarnação.  

    Com essas considerações, vale a indagação: E se fosse com você?  Devemos refletir que, caso o aborto se torne prática comum, sem nenhuma preocupação moral, qualquer um de nós poderá ser vítima, assim vitimizando a própria humanidade.   

    Desejo que façam uma leitura reflexiva do texto, pois se trata da manutenção da própria vida humana no nosso Planeta.  

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Aborto (III) 

        Considerando a atualidade, precisamos ter ciência de que é imprescindível nascermos de novo. Sem a existência do pai e da mãe não há como produzir corpos humanos. A equipagem reprodutiva feminina, que custodia a formação orgânica do ser humano até o nascimento e dispõe do recurso de aleitamento e os cuidados que garantem o início da jornada corporal, é intransferível por natureza e um contributo irrecusável à Vida. 

        A formação de um corpo no útero feminino, constituindo-se em um ser humano, funciona como um caminho de passagem, onde um ser espiritual integrará a população com a indumentária que aí se construirá pela sua influência, na qualidade de modelador da massa carnal, que, nesse ambiente, é formada pelas células sexuais que se fundiram.   

É necessário considerar que, antes do corpo, existe um ser espiritual que irá modelar tal estrutura em gestação, com os fatores que atenderão ao seu planejamento, apesar das características genéticas herdadas dos pais.  Assim, o corpo em formação não pertence à mãe, mas sim ao Espírito em retorno à vida carnal.  A mulher oferece o seu tributo à Vida, na condição de coautora com a Providência Divina, dando oportunidade transformadora ao estado daquele que nascerá para o mundo, tirando proveito evolutivo das experiências que se darão no transcorrer da existência. 

        Na Lei Natural, sendo os Homens (a Humanidade) Criaturas, e sabendo que os atributos de Deus são a perfeição, o amor e a justiça, todas as circunstâncias para se nascer estão sob a mais justa condição. 

        A lei civil de nenhuma Nação pode derrogar a Lei Divina, sob nenhum aspecto; pode, no entanto, infringir a Lei Natural, o que cedo ou tarde apresentará consequências para os responsáveis e a coletividade que enganosamente se “beneficiou” desse arranjo aos seus interesses imediatistas. 

        Campanhas ideológicas para a interrupção da gravidez em qualquer fase da vida do nascituro, ou da vida cronológica da mãe, não encontram justificativa diante da consciência. Há, no entanto, uma situação em que se admite a realização do aborto, quando verdadeiramente as conclusões médicas atestam que a mãe tem risco de morte, em virtude da gestação, sendo preferível que a mãe continue a sua jornada. “Preferível é sacrificar-se o ser que ainda não existe a sacrificar-se o que já existe. ¹” 

        A reencarnação é o caminho evolutivo mais eficaz para o aprendizado e a solução de problemas estabelecidos pelo Espírito em outra vida.  O aborto é um obstáculo promovido pelo egoísmo, pelo desrespeito a si mesmo e pela desconsideração com a Divindade. Todos somos Espíritos e dependemos de renascer para continuar o caminho do progresso. 

“Jesus respondeu (à Nicodemos): Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo²”. 
 
        O aborto é um impedimento ao retorno de nossos amores, que vêm do mundo espiritual, e, possivelmente, de alguns desafetos. Estes estariam juntos de nós para aprender a amar. Por nossa vez, aprenderíamos a amá-los.  Impedir que o espírito renasça é criar dificuldade para o nosso retorno, quando estivermos na espiritualidade necessitados da reencarnação. O progresso espiritual é obra da solidariedade entre as criaturas. Hoje somos pais; ocorrendo a morte deste corpo, poderemos renascer como netos, bisnetos, tetranetos, ou em outra geração. Mas, se barrarmos essa possibilidade, não haverá porta para o retorno entre os que amamos.  Assim, renasceremos entre estranhos que nenhum afeto guardam por nós e nos abandonarão em qualquer lugar, deixando-nos na dependência da boa vontade de outros estranhos que, possivelmente, nos criarão, ou seremos cuidados em algum estabelecimento de apoio à criança desamparada. 

        O marido, o companheiro, o parceiro assume responsabilidade severa diante da consciência se incentivar ou for indiferente ao aborto do feto que se encontra em desenvolvimento no ventre da esposa, da companheira, da parceira, em qualquer estágio.  O pai assume compromisso idêntico ao da mãe para salvaguardar a vida do filho concebido. Não importa o estado civil, não adianta alegar que o ato sexual se deu em encontro fortuito ou casual, porque no campo da vida não cabe a inconsequência e o descomprometimento. Sempre se precisará fazer o ajuste com a consciência; os fatos não se apagam.  

                Ninguém que, por opinião, sugestão, procedimento e facilitação ao aborto, fique sem responsabilidade diante da Consciência Cósmica.  Tudo é registrado na Alma, segundo a interferência e intenção no caso. Assume as consequências do que disso resultar. Terá que se ressarcir à própria consciência, que não se calará. 

Caso a consciência esteja adormecida ou insensível, não tardará a despertar, mesmo que após o término da vida deste corpo, quando o espírito estiver no campo espiritual, onde não há engano nem subterfúgios a título de ilusórias justificativas.  

        Vê-se na imprensa instantânea deste tempo moderno notícias de legisladores que propõem a legalização do aborto, governos que permitem e outros que impedem, embora a decisão de manutenção da gravidez ou sua interrupção seja por conta da mulher, ou desta e seu cônjuge. Cientes, porém, de que nada fica encoberto aos olhos de Deus. 

        Uma das razões de estarmos no mundo é aproveitarmos a oportunidade evolutiva de existirmos num corpo. A outra, tão importante quanto esta, é oportunizar o nascimento de outros espíritos para as experiências adequadas às suas condições e necessidades espirituais. Futuramente, através de seus corpos ou de seus descendentes, nos proporcionarão o retorno em nova existência terrena para a caminhada evolutiva imprescindível. 

        Todos os espíritos no estágio evolutivo em que nos encontramos na Terra necessariamente terão que reencarnar vezes sem conta até que adquiram elevação espiritual que os desobrigue de retornar à vida material. Assim, todos precisam respeitar a Lei de Progresso, lei inderrogável, pois, é Divina, portanto, imutável.  

        Nascer, viver, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei.³ 

        Preferência à Vida, sempre!  Aborto nunca! 

                                    Dorival da Silva 

          

1.     O Livro dos Espíritos, questão 359 

2.    João 3:5-7 

3.    Dólmen de Allan Kardec, livro “Allan Kardec” vol. III, cap. 3, item 2. “A desencarnação” – Zêus Wantueil e Francisco Thiesen 

  Outras páginas que tratam desse tema publicadas neste “blog”: