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quinta-feira, 5 de maio de 2016

Fermento velho e A Nuvem

                                  Fermento velho

“Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa.” - Paulo. (I Coríntios, 5:7.)

Existem velhas fermentações de natureza mental, que representam tóxicos perigosos ao equilíbrio da alma.
Muito comum observarmos companheiros ansiosos por íntima identificação com o pretérito, na teia de passadas reencarnações.
Acontece, porém, que a maioria dos encarnados na Terra não possuem uma vida pregressa respeitável e digna, em que possam recolher sementes de exemplificação cristã.
Quase todos nos embebedávamos com o licor mentiroso da vaidade, em administrando os patrimônios do mundo, quando não nos embriagávamos com o vinho destruidor do crime, se chamados a obedecer nas obras do Senhor.
Quem possua forças e luzes para conhecer experiências fracassadas, compreendendo a própria inferioridade, talvez aproveite algo de útil, relendo páginas vivas que se foram. Os aprendizes desse jaez, contudo, são ainda raros, nos trabalhos de recapitulação na carne, junto da qual a Compaixão Divina concede ao servo falido a bênção do esquecimento para a valorização das novas iniciativas.
Não guardes, portanto, o fermento velho no coração.
Cada dia nos conclama à vida mais nobre e mais alta.
Reformemo-nos, à claridade do Infinito Bem, a fim de que sejamos nova massa espiritual nas mãos de Nosso Senhor Jesus.

Página extraída da obra: Vinha de Luz, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, capítulo 64.


A Nuvem

     É uma camada que divide dois espaços.
     Abaixo circulam as fraquezas humanas, as paixões, o egoísmo, o preconceito, as dores, as incertezas e os conflitos.
     Acima, a imensidade plena de luz, a amplidão estelar, as harmonias, o bem, a paz infinita.
     A personalidade humana é essa nuvem com tudo aquilo que dela esteja abaixo.
     Aprenda a transpor essa barreira no universo do seu próprio ser.
     O que está acima é a sua individualidade, a sua essência, a luz de sua realidade espiritual, os vastíssimos horizontes do saber e do sentir.
     Busque essa dimensão.
     Aprenda a superar os próprios limites.
     Descubra a Vida.

Página extraída da obra: Minuto de Luz – Pastorino – Ariston S. Teles, capítulo 91.


Reflexão:
      As páginas acima apresentam argumentos que se somam levando-nos a percepções de grande profundidade, indo além dos limites da vida material.  Falam-nos do nosso estado de alma, na nossa condição de reencarnados, que recebemos as influências de nossas realizações anteriores à esta existência e nos remetem para depois da vida presente. Anotemos que ao adentrarmos nesta vida física e ao sairmos dela, estamos com um estado de consciência contido entre dois pontos, poderíamos dizer diques que nos circunscrevem no espaço e no tempo, é a vida material. No entanto, a vida do Espírito não tem interrupção, somente teve início, jamais terá fim. É a vida sempre existente que adentra um corpo que se forma e dele sai quando a programação se cumpre ou as circunstâncias providenciam.
     Sobre o “fermento velho”, a referência de Paulo¹, explana significativamente o Espírito Emmanuel, “sobre a fermentação mental”, é o ressentir de nós mesmos, seja consciente – fatos desta vida --, ou muitos outros, inconscientes, de vidas anteriores.
       Emmanuel faz apontamento sob a ótica de quem vê do plano espiritual, afirmando, quanto nós aprendizes, devemos avaliar essa realidade onde estamos inseridos: “Acontece, porém, que a maioria dos encarnados na Terra não possuem uma vida pregressa respeitável e digna, em que possam recolher sementes de exemplificação cristã.” A observação do que ocorre na sociedade global, mesmo na nossa comunidade, leva a essa conclusão, pois, agimos como somos, com o que conquistamos em todos os tempos, porque tudo está estabelecido em nós, nas profundezas da própria alma.
     Com essa própria herança nos manifestamos, agimos e reagimos na presente vida física, a separação do que é inconsciente e o que é consciente é muito tênue, através das tendências e das aptidões, dos valores inatos, para o bem ou para o mal, constata-se quem somos e como somos.
      Viemos na esteira dos tempos construindo dificuldades para nós mesmos, não podemos nos esconder dessa realidade, vejamos o que Emmanuel informa: “Quase todos nos embebedávamos com o licor mentiroso da vaidade, em administrando os patrimônios do mundo, quando não nos embriagávamos com o vinho destruidor do crime, se chamados a obedecer nas obras do Senhor.” Não restam dúvidas, que embora sustentássemos as insígnias e intitulássemos cristãos, apenas nos beneficiávamos do poder que o nome do Senhor Jesus proporcionava aos nossos desejos irrefreáveis de locupletar de vantagens. Não éramos verdadeiros cristãos.
        O Amigo espiritual que discorre sobre o “fermento velho” anota, ainda: “Muito comum observarmos companheiros ansiosos por íntima identificação com o pretérito, na teia de passadas reencarnações.”  São frequentes as repetições de hábitos e costumes que ficaram arraigados na nossa alma nas experiências transatas, tais como: os vícios, a arrogância, a violência, a deslealdade, a infidelidade...  As consequências continuam nos afetando, causando sofrimentos a nós mesmos e aos outros.
       Sobre o texto: “A Nuvem”, o autor faz um paralelo onde situa a personalidade – a vida atual – como o divisor de dois espaços, que podemos considerar dois estados de alma, quando registra: “Abaixo circulam as fraquezas humanas, as paixões, o egoísmo, o preconceito, as dores, as incertezas e os conflitos.
       Acima, a imensidade plena de luz, a amplidão estelar, as harmonias, o bem, a paz infinita.”  Mostra-nos o que somos e como estamos e onde deveremos chegar. Não adianta alimentarmos ilusões, procurarmos subterfúgios, postarmo-nos na condição de vítimas, é imprescindível caminhar, abandonar os antigos ranços que alimentam a nossa vaidade e fortalecem o nosso egoísmo.
      A mensagem de Jesus tem por finalidade proporcionar aos Espíritos, que somos todos nós, oportunidade de entender que a vida material é a grande oportunidade para a renovação, considerando o esquecimento do passado, permitindo que vivamos novamente com os nossos defeitos para corrigi-los, para que nos harmonizemos com aqueles que rivalizamos, que agora são nossos filhos, pais, irmãos...  A oportunidade é para que nos tornemos verdadeiros cristãos, sem outro propósito, se não o bem pelo bem.
      Toda a promessa de Jesus é para o melhoramento da alma, objetivando a paz e a felicidade que acontecerão na própria alma, pois, a herança recai sobre aquela que a conquistou.

(¹) – Paulo (I Coríntios, 5:7)

                                                  Dorival da Silva