Fermento
velho
“Alimpai-vos,
pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa.” - Paulo. (I
Coríntios, 5:7.)
Existem
velhas fermentações de natureza mental, que representam tóxicos perigosos ao
equilíbrio da alma.
Muito
comum observarmos companheiros ansiosos por íntima identificação com o
pretérito, na teia de passadas reencarnações.
Acontece,
porém, que a maioria dos encarnados na Terra não possuem uma vida pregressa
respeitável e digna, em que possam recolher sementes de exemplificação cristã.
Quase
todos nos embebedávamos com o licor mentiroso da vaidade, em administrando os
patrimônios do mundo, quando não nos embriagávamos com o vinho destruidor do
crime, se chamados a obedecer nas obras do Senhor.
Quem
possua forças e luzes para conhecer experiências fracassadas, compreendendo a
própria inferioridade, talvez aproveite algo de útil, relendo páginas vivas que
se foram. Os aprendizes desse jaez, contudo, são ainda raros, nos trabalhos de
recapitulação na carne, junto da qual a Compaixão Divina concede ao servo
falido a bênção do esquecimento para a valorização das novas iniciativas.
Não
guardes, portanto, o fermento velho no coração.
Cada
dia nos conclama à vida mais nobre e mais alta.
Reformemo-nos,
à claridade do Infinito Bem, a fim de que sejamos nova massa espiritual nas
mãos de Nosso Senhor Jesus.
Página extraída da obra: Vinha de Luz, pelo
Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, capítulo 64.
A
Nuvem
É uma
camada que divide dois espaços.
Abaixo
circulam as fraquezas humanas, as paixões, o egoísmo, o preconceito, as dores,
as incertezas e os conflitos.
Acima, a
imensidade plena de luz, a amplidão estelar, as harmonias, o bem, a paz
infinita.
A
personalidade humana é essa nuvem com tudo aquilo que dela esteja abaixo.
Aprenda
a transpor essa barreira no universo do seu próprio ser.
O que
está acima é a sua individualidade, a sua essência, a luz de sua realidade espiritual,
os vastíssimos horizontes do saber e do sentir.
Busque
essa dimensão.
Aprenda a
superar os próprios limites.
Descubra
a Vida.
Página extraída da obra:
Minuto de Luz – Pastorino – Ariston S. Teles, capítulo 91.
Reflexão:
As páginas
acima apresentam argumentos que se somam levando-nos a percepções de grande
profundidade, indo além dos limites da vida material. Falam-nos do nosso estado de alma, na nossa
condição de reencarnados, que recebemos as influências de nossas realizações
anteriores à esta existência e nos remetem para depois da vida presente. Anotemos
que ao adentrarmos nesta vida física e ao sairmos dela, estamos com um estado
de consciência contido entre dois pontos, poderíamos dizer diques que nos
circunscrevem no espaço e no tempo, é a vida material. No entanto, a vida do
Espírito não tem interrupção, somente teve início, jamais terá fim. É a vida
sempre existente que adentra um corpo que se forma e dele sai quando a
programação se cumpre ou as circunstâncias providenciam.
Sobre o “fermento velho”, a referência de Paulo¹,
explana significativamente o Espírito Emmanuel, “sobre a fermentação mental”, é o ressentir de nós mesmos, seja
consciente – fatos desta vida --, ou muitos outros, inconscientes, de vidas
anteriores.
Emmanuel faz apontamento sob a ótica de quem
vê do plano espiritual, afirmando, quanto nós aprendizes, devemos avaliar essa
realidade onde estamos inseridos: “Acontece,
porém, que a maioria dos encarnados na Terra não possuem uma vida pregressa
respeitável e digna, em que possam recolher sementes de exemplificação cristã.”
A observação do que ocorre na sociedade global, mesmo na nossa comunidade,
leva a essa conclusão, pois, agimos como somos, com o que conquistamos em todos
os tempos, porque tudo está estabelecido em nós, nas profundezas da própria
alma.
Com essa própria herança nos manifestamos,
agimos e reagimos na presente vida física, a separação do que é inconsciente e
o que é consciente é muito tênue, através das tendências e das aptidões, dos
valores inatos, para o bem ou para o mal, constata-se quem somos e como somos.
Viemos
na esteira dos tempos construindo dificuldades para nós mesmos, não podemos nos
esconder dessa realidade, vejamos o que Emmanuel informa: “Quase todos nos embebedávamos com o licor mentiroso da vaidade, em administrando
os patrimônios do mundo, quando não nos embriagávamos com o vinho destruidor do
crime, se chamados a obedecer nas obras do Senhor.” Não restam dúvidas, que
embora sustentássemos as insígnias e intitulássemos cristãos, apenas nos
beneficiávamos do poder que o nome do Senhor Jesus proporcionava aos nossos
desejos irrefreáveis de locupletar de vantagens. Não éramos verdadeiros
cristãos.
O
Amigo espiritual que discorre sobre o “fermento velho” anota, ainda: “Muito comum observarmos companheiros
ansiosos por íntima identificação com o pretérito, na teia de passadas reencarnações.” São frequentes as repetições de hábitos e
costumes que ficaram arraigados na nossa alma nas experiências transatas, tais
como: os vícios, a arrogância, a violência, a deslealdade, a infidelidade... As consequências continuam nos afetando,
causando sofrimentos a nós mesmos e aos outros.
Sobre o texto: “A Nuvem”, o autor faz um paralelo
onde situa a personalidade – a vida atual – como o divisor de dois espaços, que
podemos considerar dois estados de alma, quando registra: “Abaixo circulam as fraquezas humanas, as paixões, o egoísmo, o
preconceito, as dores, as incertezas e os conflitos.
Acima, a imensidade plena de luz, a amplidão estelar, as
harmonias, o bem, a paz infinita.” Mostra-nos o que somos e
como estamos e onde deveremos chegar. Não adianta alimentarmos ilusões,
procurarmos subterfúgios, postarmo-nos na condição de vítimas, é imprescindível
caminhar, abandonar os antigos ranços que alimentam a nossa vaidade e fortalecem
o nosso egoísmo.
A mensagem
de Jesus tem por finalidade proporcionar aos Espíritos, que somos todos nós,
oportunidade de entender que a vida material é a grande oportunidade para a
renovação, considerando o esquecimento do passado, permitindo que vivamos
novamente com os nossos defeitos para corrigi-los, para que nos harmonizemos com
aqueles que rivalizamos, que agora são nossos filhos, pais, irmãos... A oportunidade é para que nos tornemos
verdadeiros cristãos, sem outro propósito, se não o bem pelo bem.
Toda a
promessa de Jesus é para o melhoramento da alma, objetivando a paz e a
felicidade que acontecerão na própria alma, pois, a herança recai sobre aquela
que a conquistou.
(¹) – Paulo (I Coríntios,
5:7)
Dorival da Silva