Mostrando postagens com marcador Cristã. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Cristã. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 16 de abril de 2018

Fake News?!


Fake News?!

O homem desenvolveu a capacidade de pensar, de falar, de comunicar, porque esses pendores eram de sua origem, que estavam latentes na alma. O homem não surgir num átimo, porque é um ser espiritual que veio de um estado simples e de total ignorância. Nem seu corpo surgiu ao acaso, foi elaboração de tempo sem conta.

O desenvolvimento da inteligência e do sentimento sempre necessitou da existência de um organismo material adequado a cada fase, pois a inteligência e o sentimento não são materiais, mas precisam dos estímulos das vivências em repetições de longo tempo no campo material para que se estabeleçam, consubstanciando na alma os valores do indivíduo, que se perpetuam servindo de lastro para outras infindáveis aquisições, sendo que seus resultados também se ajuntarão num vórtice permanente e em velocidade que se amplia.

O objetivo é a perfeição. A origem do homem está na obra do Criador de Todas as coisas do Universo, que são perfeitas, portanto, o homem na sua origem é perfeito, porque o Criador deseja que a criatura espiritual conquiste a sua perfeição pelos méritos próprios a partir de uma base perfeita, embora simples e ignorante. Em conta disso, toda ação consciente ou inconsciente tem consequência. O indivíduo sofrerá os estímulos que serão agradáveis ou não, e terá que mediá-los porque são o resultado de suas ações.

O ser espiritual em todo o Universo utiliza o livre-arbítrio, com isto poderá fazer o que quiser, embora não deva, mas como saber se não experimentar? É pergunta óbvia. Existem no homem duas ferramentas que são atributos determinantes, a inteligência e a consciência. Numa fase preliminar prevalece a experimentação, quando se adquire o suficiente para discernir, a exigência evolutiva impõe o uso dos valores adquiridos.

Os tempos se sucederam, o ser espiritual superou as fases basilares de sua própria construção, tornou-se capaz do discernimento, pode exercer com mais propriedade a liberdade que corresponderá a sua responsabilidade. Chegou-se ao século XXI da Era Cristã. As comunicações se tornaram instantâneas com as tecnologias atuais, resultado das experiências dos tempos incontáveis desde os rudimentos das manifestações inteligentes da Humanidade da Terra. Foram os grunhidos, os gritos, a fala, os instrumentos simples de madeira ou pedra, sofisticações possíveis com o uso de chifres e outros cônicos para ampliar o poder da comunicação. A mensagem era levada de viva voz, depois a escrita, surge o telégrafo, o telefone, o fac-símile, e mais recentemente a rede de computadores, disseminando as redes sociais ao alcance de todos os homens, indistintamente.

A procriação gera corpos, a alimentação mantém a organização fisiológica, a comunicação alimenta a alma. Ela tem relevância, porque não se faz maquinalmente como na troca de energias para a produção de corpos ou a alimentação para a energização do organismo. Assim, a comunicação exige intenção, planejamento e meios para alcançar os objetivos.  Já não é a busca de algo, por acertos e erros, trata-se de aplicação superior da inteligência e da tecnologia. Com isso, responsabilidade se torna enorme diante da própria consciência e da Consciência Cósmica.

Encetar mensagem facciosa, por si só, é erro grave, visando tirar vantagem, ludibriando consciências, enganando a massa que não sabe discernir, engendrando piora para o sistema de vida, em virtude da intenção de indivíduos em objetivar o ganho de poder econômico e político é gravíssimo, pois compromete milhões de almas. Almas são vidas permanentes e em constante evolução, que sofrem e ressentem as experiências que viveram por sua própria escolha, e as que lhes foram impostas.

A mentira não cessa com o eco de sua emissão, ela ressoa indeterminadamente com as suas consequências. Os responsáveis por essas iniciativas mentirosas, que percorrem instantaneamente no meio social, gerando resultados imediatos, demandarão tempo indeterminado para solução das consequências danosas provocadas.

Ninguém tem o direito de fazer da mentira uma profissão, a nenhum pretexto, é antiético, totalmente contrário aos objetivos da vida. A harmonia geral é meta a se alcançar, o que coaduna com a harmonia Divina.

Todos estamos inseridos nesse caldo social, cada indivíduo é autoridade de si mesmo, com poder de analisar, julgar e decidir. Isso exige trabalho, observação, meditação e escolha, assim, a mentira causa seus efeitos naqueles que a acolhe. No entanto, as consequências podem respingar em toda a sociedade, quando se trata de ações majoritárias de governos ou grandes organizações.

Antes de emitir opinião, repassar informação e acolher posicionamento de quem quer que seja, é melhor fazer detida reflexão, acercar-se da veracidade dos fatos para não haver comprometimento de consciência, que trará desassossego por tempo indeterminado.

Toda comunicação carrega os seus efeitos e a responsabilidade corresponde as consequências.

                                                                         Dorival da Silva

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Espinhos na jornada cristã


Espinhos na jornada cristã

O pântano silencioso, às vezes, com águas tranquilas, guarda, na sua intimidade, a vaza fétida e venenosa.

A roseira que esplende de belas flores perfumadas, cobre as suas hastes com espinhos pontiagudos.


 Na aparência, a água destilada e o ácido sulfúrico têm a mesma apresentação.

As plantas carnívoras atraem as suas vítimas exalando suave e doce perfume...

O Sol, que aquece a vida e a mantém, é portador, também, dos raios infravermelhos e ultravioletas que danificam o organismo.

Sorrisos de amabilidade também ocultam infames traições e crueldades.


 A calúnia, a perversidade, a perseguição, nem sempre se apresentam com as características que lhes são peculiares, mantendo-se ocultas nos disfarces da hipocrisia e da desfaçatez.  

É natural, portanto, que, na estrada sublime do Evangelho, estejam escondidos espinhos que dificultam a marcha do viajor dedicado e tomado pelas emoções superiores.

São eles que testificam os valores de que o mesmo se encontra revestido, pois que, se o seu devotamente não é autêntico, logo foge do compromisso, queixando-se de dificuldades e de sofrimentos. 

Quando alguém elege o serviço de Jesus na Terra, pode ter a certeza de que a incompreensão o segue empós, a inveja o atinge com as setas da  calúnia e da deslealdade, justificando-se de mil maneiras, a fim de ocultar a face inferior que lhe é peculiar.

Todos aqueles que foram fiéis ao Mestre, ao longo dos séculos, padeceram as injunções penosas do caminho elegido para o acompanhar.

Não apenas, porém, os servidores da Verdade, mas todos os indivíduos que se destacam na comunidade pelos valores de nobreza e de dedicação à causa do Bem e do progresso das demais criaturas, são convidados ao pagamento pela glória de servir.

A sua caminhada é sempre marcada por dores inconcebíveis, por competições infames e por injunções inacreditáveis, especialmente no meio de quantos deveriam comportar-se de maneira diferente.

Sucede que a Terra é ainda o mundo de provações e ninguém consegue avançar no rumo soberano da Grande Luz sem vencer a sombra exterior, após haver superado a própria sombra interior...

Por essa razão é reduzido o número de pessoas dedicadas à construção da harmonia e da fraternidade, sendo muito mais frequentes e expressivas aquelas que aderem ao comodismo, à indiferença, à acusação indébita, à infâmia, de fendendo a sua área de dominação.

Quando se trata de uma revolução positiva e idealista, há uma recusa quase generalizada, por parte daqueles que se encontram satisfeitos consigo, com suas alegrias fisiológicas e interesses egotistas.

As ideias novas e progressistas incomodam e, além disso, os invejosos que não são capazes de superar os paladinos dos movimentos renovadores atacam-nos ferozmente, porque gostariam de estar no seu lugar, sem o conseguir.


° ° °
Sempre encontrarás espinhos sob a areia fina da estrada ou pedrouços  no terreno a conquistar.

Desde que te candidatas ao serviço do Mestre Jesus, não podes anelar por aquilo que Ele rejeitou, embora sendo o Eleito de Deus.

Toda a sua vida esteve sob acusações falsas, perseguições mesquinhas, injunções más, forjadas pelos inimigos da  Humanidade, que dela somente se beneficiam sem qualquer contribuição favorável.

Que te bastem as satisfações e prazeres da ação desempenhada e não os efeitos a que deem lugar.  

A tarefa do semeador é distribuir as bênçãos de que se faz instrumento e seguir adiante.

Quando possível, deves erradicar a erva má que lhes ameace o desenvolvimento; quando na condição de plântulas frágeis, resguardá-las das intempéries e dos inimigos naturais, sem preocupar-te contigo.

Igualmente, não guardes qualquer ressentimento em relação àqueles que se divertem com os teus sofrimentos, que se comprazem com as tuas aflições na seara. 

Eles também não passarão incólumes, pois que a vereda é a mesma para todos.

Mesmo agora, com sorrisos e esgares, aparentando felicidade, encontram-se enfermos, sofridos, necessitados...

Todos aqueles que se apresentam como privilegiados de hoje serão chamados aos testemunhos de amanhã.

Quem hoje sofre, avança para as cumeadas da interação com o Pai, através do devotamento e da sinceridade dos seus atos.

Desse modo, quanto mais diatribes te atirem, mais convicções, segurança adquires em torno da excelência do trabalho ao qual te afervoras.

Teme, porém, quando facilidades e aplausos te acompanharem no serviço. São muito perigosos, porquanto constituem retribuição pelo que foi realizado, ou apenas simulações e hipocrisias, e isso equivale a um tipo de pagamento à vaidade e à presunção.

Desde que trabalhas sob o comando do Mestre, a Ele cabem as bênçãos do futuro da tua cooperação, e a ti a alegria de estares ao seu lado.

Todos aqueles que o acompanharam, com exceção do discípulo amado, provaram os rudes testemunhos, inclusive, o holocausto da própria vida.

Que esperas, por tua vez?!

Resta-te, somente, servir mais e melhor, consciente de que o teu grão de mostarda é também valioso no conjunto da semeadura de luz.

Alegra-te, pois, quando caluniado, vilipendiado, sem razão atual, porquanto, estarás expungindo, o que representa uma verdadeira dádiva dos Céus.

Enquanto alguns estão se comprometendo, tu caminhas te redimindo, pouco te importando com a maneira pela qual isso acontece.

Tem, pois, compaixão dos teus adversários e sê-lhes amigo desconhecido e maltratado.

São poucos os seres humanos que desejam tornar-se amigos, servir durante a caminhada, que lhes é rica de carências, pródiga de diversões e escassa de abnegação.


° ° °

Onde estejas, com quem te encontres, nunca deixes de assinalar a tua presença com a ternura, a misericórdia, a alegria de amar e de servir.

As pegadas mais fortes são aquelas transformadas em luzes que brilham apontando o rumo de segurança.

Caso tenhas coragem, após sofreres os acúleos da estrada, retira-os, a fim de beneficiares todos aqueles que venham depois de ti.

Que a tua dor não seja por eles experimentada, nem os teus suores de sofrimentos íntimos derramem-se pelas faces dos futuros divulgadores do Infinito Amor.

Joanna de Ângelis

(Página psicografada pelo médium Divaldo
 Pereira Franco, na manhã de 7 de junho de 2012,
 em Helsinque, finlância.) – Extraída da Revista
 Reformador, n° 2202-setembro 2012, da FEB


quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Vigilância

Vigilância

“Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora virá o vosso Senhor.” - Jesus. (Mateus, 24:42.)
   Ninguém alegue o título de aprendiz de Jesus para furtar-se ao serviço ativo na luta do bem contra o mal, da luz contra a sombra.
    A determinação de vigilância partiu dos próprios lábios do Mestre Divino.
   Como é possível preservar algum patrimônio precioso sem vigiá-lo atentamente? O homem de consciência retilínea, em todas as épocas, será obrigado a participar do esforço de conservação, dilatação e defesa do bem.
   É verdade indiscutível que marchamos todos para a fraternidade universal, para a realização concreta dos ensinamentos cristãos; todavia, enquanto não atingirmos a época em que o Evangelho se materializará na Terra, não será justo entregar ao mal, à desordem ou à perturbação a parte de serviço que nos compete.
    Para defender-se de intempéries, de rigores climáticos, o homem edificou o lar e vestiu-se, convenientemente.
    Semelhante lei de preservação vigora em toda esfera de trabalho no mundo. As coletividades exigem instituições que lhes garantam o bem-estar e o trabalho digno, sem aflições de cativeiro. As nações requerem “casas” de princípios nobilitantes, em que se refugiem contra as tormentas da ignorância ou da agressividade, do desespero ou da decadência.
   E no serviço de construção cristã do mundo futuro, é indispensável vigiar o campo que nos compete.
   O apostolado é de Jesus; a obra pertence-lhe. Ele virá, no momento oportuno, a todos os departamentos de serviço, orientando as particularidades do ministério de purificação e sublimação da vida, contudo, ninguém se esqueça de que o Senhor não prescinde da colaboração de sentinelas.
Mensagem extraída da obra: Vinha de Luz, pelo espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, capítulo 132.


Reflexão: Não se trata de vigilância do que está ao nosso redor, trata-se de vigilância de nosso pensar,  sentir, fazer.  O Mundo é o ambiente de ação de todos os Espíritos que estão a ele vinculados, pois se trata de uma Casa adequada ao estágio evolutivo dessa massa, com as exceções devidas. Uns estão para instruir e nortear, uma multidão está para resgatar as consequências de suas ações negativas e provar se as lições foram assimiladas. 
      Dessa população uma parte significativa se diz cristã, portanto deveria se portar de acordo com a mensagem de Jesus-Cristo, o que não acontece.  Muitos se ornamentam com efeitos religiosos, citação evangélica, crucifixo, manifestação coletiva, canto, louvor... São noções preliminares do grande objetivo da existência da Humanidade da Terra, em grande parte. 
  A mensagem de Jesus tem por finalidade o despertamento do indivíduo, para que tenha consciência de que é senhor de si, tendo necessidade de  libertar-se das amarras convencionais do religiosismo, independente da designação, para se tornar instrumento modificado e lúcido, iluminando-se e estendendo contributo à coletividade. 
       Jesus, "modelo e guia da Humanidade", demonstrou a sua lucidez, que resplandecia a condição intelectual e moral, embora percebida pela multidão não se compreendia tal grandiosidade, que modificou imediatamente o contexto social, e implementando semeadura de recursos morais que eclodiriam nos séculos posteriores, com supremacia, com o advento da Doutrina Espírita, a partir da publicação de O Livro dos Espíritos, por Allan Kardec, em 1857,  quando se materializaram as revelações e elucidações do Mundo Espiritual, que foi promessa do próprio Jesus¹, que mandaria o Consolador, quando tendo chegado o tempo,  para aclarar tudo aquilo que Ele naquele momento não tinha condição de revelar, dada a precariedade evolutiva da Humanidade.
        Precisamos estar vigilantes para despertar a nossa consciência de que somos importantes, que temos um quinhão na gleba Universal, que se amplia de acordo com a capacidade conquistada, a responsabilidade que assumimos e a liberdade que a lucidez nos permite.
           Jesus aguarda que cada indivíduo se torne vigilante e livre das amarras e seja colaborador consciente na consecução de sua missão na Terra, salvando a todos do estado de ignorância sobre as questões da Vida, que transcende os limites do corpo físico e de tudo o que é percebido ao nosso redor ou num horizonte longínquo.
           Estejamos vigilantes!
¹(João, 14:15 a 17 e 26.)
                                                    Dorival da Silva.         
                             
         
       

quinta-feira, 26 de maio de 2016

O Livro dos Espíritos

O Livro dos Espíritos 

No dia 18 de abril de 1857, foi publicado em Paris, pela Editora Dentu, na Galeria d’Orléans, no Palais Royal, O Livro dos Espíritos, de autoria de Allan Kardec, obra que deveria assinalar um novo período na cultura da civilização.
Constituído por perguntas apresentadas aos Espíritos pelo emérito Professor Rivail, que mais tarde adotou o pseudônimo de Allan Kardec, em homenagem a uma reencarnação que tivera no século I a.C. nas Gálias e as respectivas respostas dos mesmos.
Inúmeros comentários nele são feitos pelo ínclito Codificador que deu à doutrina de que a obra se constitui o nome de Espiritismo, definindo-o como uma ciência que estuda a origem, a natureza, o destino dos espíritos e as relações que existem com o mundo material, é composto por 1019 questões sobre história, antropologia, filosofia, psicologia, ética e moral, religião, defluentes das pesquisas em torno da imortalidade da alma.
Produzindo uma grande celeuma na época, o extraordinário livro que abarca ímpar proposta de filosofia comportamental e moral cristã restaura os ensinamentos de Jesus, atualizando-os à luz da ciência e das conquistas modernas do pensamento.
Utilizando criteriosa metodologia de investimento de investigação da mediunidade – foram consultados centenas de médiuns de diferentes países –, o Codificador, conforme se tornou conhecido, confirmou a promessa de Jesus, quando anunciara que enviaria o Consolador para restabelecer a verdade dos Seus ensinamentos e novas informações que, no Seu tempo, a sociedade não tinha como entender.
Hoje o Espiritismo espalha-se pelo mundo, especialmente pelo Brasil, com a finalidade de confirmar a sobrevivência do Espírito à consumpção física, explicando, através da reencarnação, a Justiça Divina e abrindo largos horizontes de esperança e plenitude para todos.
Comemorando o seu 159º aniversário há poucos dias, merece ser lido e estudado, a fim de que se possa explicar os atuais conflitos que aturdem a sociedade. 
 Divaldo Pereira Franco.
Artigo publicado no jornal A Tarde,
 coluna Opinião, em  21.4.2016.
Em 25.4.2016.
 

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Fermento velho e A Nuvem

                                  Fermento velho

“Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa.” - Paulo. (I Coríntios, 5:7.)

Existem velhas fermentações de natureza mental, que representam tóxicos perigosos ao equilíbrio da alma.
Muito comum observarmos companheiros ansiosos por íntima identificação com o pretérito, na teia de passadas reencarnações.
Acontece, porém, que a maioria dos encarnados na Terra não possuem uma vida pregressa respeitável e digna, em que possam recolher sementes de exemplificação cristã.
Quase todos nos embebedávamos com o licor mentiroso da vaidade, em administrando os patrimônios do mundo, quando não nos embriagávamos com o vinho destruidor do crime, se chamados a obedecer nas obras do Senhor.
Quem possua forças e luzes para conhecer experiências fracassadas, compreendendo a própria inferioridade, talvez aproveite algo de útil, relendo páginas vivas que se foram. Os aprendizes desse jaez, contudo, são ainda raros, nos trabalhos de recapitulação na carne, junto da qual a Compaixão Divina concede ao servo falido a bênção do esquecimento para a valorização das novas iniciativas.
Não guardes, portanto, o fermento velho no coração.
Cada dia nos conclama à vida mais nobre e mais alta.
Reformemo-nos, à claridade do Infinito Bem, a fim de que sejamos nova massa espiritual nas mãos de Nosso Senhor Jesus.

Página extraída da obra: Vinha de Luz, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, capítulo 64.


A Nuvem

     É uma camada que divide dois espaços.
     Abaixo circulam as fraquezas humanas, as paixões, o egoísmo, o preconceito, as dores, as incertezas e os conflitos.
     Acima, a imensidade plena de luz, a amplidão estelar, as harmonias, o bem, a paz infinita.
     A personalidade humana é essa nuvem com tudo aquilo que dela esteja abaixo.
     Aprenda a transpor essa barreira no universo do seu próprio ser.
     O que está acima é a sua individualidade, a sua essência, a luz de sua realidade espiritual, os vastíssimos horizontes do saber e do sentir.
     Busque essa dimensão.
     Aprenda a superar os próprios limites.
     Descubra a Vida.

Página extraída da obra: Minuto de Luz – Pastorino – Ariston S. Teles, capítulo 91.


Reflexão:
      As páginas acima apresentam argumentos que se somam levando-nos a percepções de grande profundidade, indo além dos limites da vida material.  Falam-nos do nosso estado de alma, na nossa condição de reencarnados, que recebemos as influências de nossas realizações anteriores à esta existência e nos remetem para depois da vida presente. Anotemos que ao adentrarmos nesta vida física e ao sairmos dela, estamos com um estado de consciência contido entre dois pontos, poderíamos dizer diques que nos circunscrevem no espaço e no tempo, é a vida material. No entanto, a vida do Espírito não tem interrupção, somente teve início, jamais terá fim. É a vida sempre existente que adentra um corpo que se forma e dele sai quando a programação se cumpre ou as circunstâncias providenciam.
     Sobre o “fermento velho”, a referência de Paulo¹, explana significativamente o Espírito Emmanuel, “sobre a fermentação mental”, é o ressentir de nós mesmos, seja consciente – fatos desta vida --, ou muitos outros, inconscientes, de vidas anteriores.
       Emmanuel faz apontamento sob a ótica de quem vê do plano espiritual, afirmando, quanto nós aprendizes, devemos avaliar essa realidade onde estamos inseridos: “Acontece, porém, que a maioria dos encarnados na Terra não possuem uma vida pregressa respeitável e digna, em que possam recolher sementes de exemplificação cristã.” A observação do que ocorre na sociedade global, mesmo na nossa comunidade, leva a essa conclusão, pois, agimos como somos, com o que conquistamos em todos os tempos, porque tudo está estabelecido em nós, nas profundezas da própria alma.
     Com essa própria herança nos manifestamos, agimos e reagimos na presente vida física, a separação do que é inconsciente e o que é consciente é muito tênue, através das tendências e das aptidões, dos valores inatos, para o bem ou para o mal, constata-se quem somos e como somos.
      Viemos na esteira dos tempos construindo dificuldades para nós mesmos, não podemos nos esconder dessa realidade, vejamos o que Emmanuel informa: “Quase todos nos embebedávamos com o licor mentiroso da vaidade, em administrando os patrimônios do mundo, quando não nos embriagávamos com o vinho destruidor do crime, se chamados a obedecer nas obras do Senhor.” Não restam dúvidas, que embora sustentássemos as insígnias e intitulássemos cristãos, apenas nos beneficiávamos do poder que o nome do Senhor Jesus proporcionava aos nossos desejos irrefreáveis de locupletar de vantagens. Não éramos verdadeiros cristãos.
        O Amigo espiritual que discorre sobre o “fermento velho” anota, ainda: “Muito comum observarmos companheiros ansiosos por íntima identificação com o pretérito, na teia de passadas reencarnações.”  São frequentes as repetições de hábitos e costumes que ficaram arraigados na nossa alma nas experiências transatas, tais como: os vícios, a arrogância, a violência, a deslealdade, a infidelidade...  As consequências continuam nos afetando, causando sofrimentos a nós mesmos e aos outros.
       Sobre o texto: “A Nuvem”, o autor faz um paralelo onde situa a personalidade – a vida atual – como o divisor de dois espaços, que podemos considerar dois estados de alma, quando registra: “Abaixo circulam as fraquezas humanas, as paixões, o egoísmo, o preconceito, as dores, as incertezas e os conflitos.
       Acima, a imensidade plena de luz, a amplidão estelar, as harmonias, o bem, a paz infinita.”  Mostra-nos o que somos e como estamos e onde deveremos chegar. Não adianta alimentarmos ilusões, procurarmos subterfúgios, postarmo-nos na condição de vítimas, é imprescindível caminhar, abandonar os antigos ranços que alimentam a nossa vaidade e fortalecem o nosso egoísmo.
      A mensagem de Jesus tem por finalidade proporcionar aos Espíritos, que somos todos nós, oportunidade de entender que a vida material é a grande oportunidade para a renovação, considerando o esquecimento do passado, permitindo que vivamos novamente com os nossos defeitos para corrigi-los, para que nos harmonizemos com aqueles que rivalizamos, que agora são nossos filhos, pais, irmãos...  A oportunidade é para que nos tornemos verdadeiros cristãos, sem outro propósito, se não o bem pelo bem.
      Toda a promessa de Jesus é para o melhoramento da alma, objetivando a paz e a felicidade que acontecerão na própria alma, pois, a herança recai sobre aquela que a conquistou.

(¹) – Paulo (I Coríntios, 5:7)

                                                  Dorival da Silva