Nos dias que se correm a corrupção
grassa nos mais variados segmentos das organizações sociais, sejam: na
política, no esporte, em grande parte das governanças nacionais. É grande
mácula na tessitura social. Sendo que o
tecido social somente existe porque o elemento primordial existe, o homem.
A qualidade desse elemento essencial é o
resultado de sua formação. O homem é
formado com uma personalidade – persona
– a partir de seu surgimento na família, desnudo fisicamente de tudo, com um
patrimônio impossível de avaliado, pois está adormecido nas profundidades
espirituais, que surgirá gradativamente conforme o amadurecimento dos componentes:
físico, intelectual e moral, que ensejarão sua revivência, ampliação,
enriquecimento ou deformação.
Ninguém nasce com a destinação de ser
corrupto, imoral, criminoso... Os
desvios comportamentais, aquilo que destoa da ética, tem por origem o exemplo e
muita vez nos pequenos exemplos. Exemplo: Numa família, toca-se o telefone. A
mãe atende. Pergunta-se se o senhor dos
Anzóis se encontra. -- Deixe-me ver (e o
referido senhor está à mesa, à sua vista. À vista da criança de cinco anos que
também observa). A senhora retorna ao
telefone e indaga sobre do que se trata? – É sobre uma duplicata. -- Está bem,
vou verificar. Abafa o bocal do telefone e relata qual é o interesse e houve
do marido: -- Fala que eu não estou. -- Está bem! Responde ao telefone: -- Ele não se encontra,
ligue num outro momento... A criança está atenta. O pai brada: -- Que pagar que
nada, esse sujeito é um “chato”! Possivelmente,
o fato nessa casa deve se repetir por outras vezes no transcorrer dos dias, em
situações variadas, com a presença do filho. Pois, até se acha vantagem
demonstrar a “esperteza”. Essa criança, salvo
exceção, tem grande possibilidade de vir a copiar o desvio de conduta ética dos
pais, pois tanto a mãe como o pai exemplificam a mentira, a falta de
compromisso com a educação mais elementar.
Essa criança deverá vir a ser um médico,
um político, um gestor público, um operador
judicial... Como agirá quando for
detentor de poder. Será que a multidão
de leis conseguirá moldá-lo numa condição moral, lídimo de conduta, capaz de
gerir os interesses sociais, sem desvirtuá-los?
Pouco provável.
A sociedade que quiser ver bem conduzido
as riquezas comuns, deverá bem conduzir a educação de seus filhos. O antídoto contra a corrupção precisa vir
antes dela, deverá estar instalado na intimidade da pessoa. Cada um se apresenta com o que tem cultivado
em si mesmo – “... onde está o teu
tesouro, aí estará o teu coração” – S.
Mateus, 6:21.
“Em
torno de todos existe uma nuvem de testemunhas (Hebreus, XII:1); [... não temais,
porque não há nada encoberto que não se deva tornar conhecido, nem oculto, que
não se venha a saber.] - (S. Mateus, 10: 26); fazei aos homens tudo o que queirais que
eles vos façam, ... (S. Mateus, XXII: 34 a 40); tratai todos os homens
como queríeis que eles vos tratassem. (S. Lucas, VI: 31).”
Há dois mil anos a melhor ética está ao alcance de toda a
Humanidade e teve a mais grave chancela, a crucificação de quem nada devia,
apenas era o maior antídoto à corrupção; nos dias atuais não existe outro
medicamento mais eficaz, o seu uso é livre, no entanto, poucos se propõem à
autoaplicação de salutar terapia.
A sociedade estertora, temos
contribuição a oferecer. Qual é o nosso
quinhão?
Dorival da Silva
Nenhum comentário:
Postar um comentário