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sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Aborto criminoso

Aborto criminoso 

– Reconhecendo-se que os crimes do aborto provocado criminosamente surgem, em esmagadora maioria, nas classes mais responsáveis da comunidade terrestre, como identificar o trabalho expiatório que lhes diz respeito, se passam quase totalmente despercebidas da justiça humana? 

– Temos no Plano Terrestre cada povo com o seu código penal apropriado à evolução em que se encontra; mas, considerando o Universo em sua totalidade como Reino Divino, vamos encontrar o Bem do Criador para todas as criaturas, como Lei básica, cujas transgressões deliberadas são corrigidas no próprio infrator, com o objetivo natural de conseguir-se, em cada círculo de trabalho no Campo Cósmico, o máximo de equilíbrio e com respeito máximo aos direitos alheios, dentro da mínima pena. Atendendo-se, no entanto, a que a Justiça Perfeita se eleva, indefectível, sobre o Perfeito Amor, no hausto de Deus “em que nos movemos e existimos”, toda reparação, perante a Lei básica a que nos reportamos, se realiza em termos de vida eterna e não segundo a vida fragmentária que conhecemos na encarnação humana, porquanto, uma existência pode estar repleta de acertos e desacertos, méritos e deméritos e a Misericórdia do Senhor preceitua, não que o delinquente seja flagelado, com extensão indiscriminada de dor expiatória, o que seria volúpia de castigar nos tribunais do destino, invariavelmente regidos pela Equidade Soberana, mas sim que o mal seja suprimido de suas vítimas, com a possível redução do sofrimento. Desse modo, segundo o princípio universal do Direito Cósmico a expressar-se, claro, no ensinamento de Jesus que manda conferir “a cada um de acordo com as próprias obras”, arquivamos em nós as raízes do mal que acalentamos para extirpá-las à custa do esforço próprio, em companhia daqueles que se nos afinem à faixa de culpa, com os quais, perante a Justiça Eterna, os nossos débitos jazem associados. Em face de semelhantes fundamentos, certa romagem na carne, entremeada de créditos e dívidas, pode terminar com aparências de regularidade irrepreensível para a alma que desencarna, sob o apreço dos que lhe comungam a experiência, seguindo-se de outra em que essa mesma criatura assuma a empreitada do resgate próprio, suportando nos ombros as consequências das culpas contraídas diante de Deus e de si mesma, a fim de reabilitar-se ante a Harmonia Divina, caminhando, assim, transitoriamente, ao lado de Espíritos incursos em regeneração da mesma espécie. É dessa forma que a mulher e o homem, acumpliciados nas ocorrências do aborto delituoso, mas principalmente a mulher, cujo grau de responsabilidade nas faltas dessa natureza é muito maior, à frente da vida que ela prometeu honrar com nobreza, na maternidade sublime, desajustam as energias psicossomáticas, com mais penetrante desequilíbrio do centro genésico, implantando nos tecidos da própria alma a sementeira de males que frutescerão, mais tarde, em regime de produção a tempo certo. Isso ocorre não somente porque o remorso se lhes entranhe no ser, à feição de víbora magnética, mas também porque assimilam, inevitavelmente, as vibrações de angústia e desespero e, por vezes, de revolta e vingança dos Espíritos que a Lei lhes reservara para filhos do próprio sangue, na obra de restauração do destino. No homem, o resultado dessas ações aparece, quase sempre, em existência imediata àquela na qual se envolveu em compromissos desse jaez, na forma de moléstias testiculares, disendocrinias diversas, distúrbios mentais, com evidente obsessão por parte de forças invisíveis emanadas de entidades retardatárias que ainda encontram dificuldade para exculpar-lhes a deserção. Nas mulheres, as derivações surgem extremamente mais graves. O aborto provocado, sem necessidade terapêutica, revela-se matematicamente seguido por choques traumáticos no corpo espiritual, tantas vezes quantas se repetir o delito de lesamaternidade, mergulhando as mulheres que o perpetram em angústias indefiníveis, além da morte, de vez que, por mais extensas se lhes façam as gratificações e os obséquios dos Espíritos Amigos e Benfeitores que lhes recordam as qualidades elogiáveis, mais se sentem diminuídas moralmente em si mesmas, com o centro genésico desordenado e infeliz, assim como alguém indebitamente admitido num festim brilhante, carregando uma chaga que a todo instante se denuncia. Dessarte, ressurgem na vida física, externando gradativamente, na tessitura celular de que se revestem, a disfunção que podemos nomear como sendo a miopraxia do centro genésico atonizado, padecendo, logo que reconduzidas ao curso da maternidade terrestre, as toxemias da gestação. Dilapidado o equilíbrio do centro referido, as células ciliadas, mucíparas e intercalares não dispõem da força precisa na mucosa tubária para a condução do óvulo na trajetória endossalpingeana, nem para alimentá-lo no impulso da migração por deficiência hormonal do ovário, determinando não apenas os fenômenos da prenhez ectópica ou localização heterotópica do ovo, mas também certas síndromes hemorrágicas de suma importância, decorrentes da nidação do ovo fora do endométrio ortotópico, ainda mesmo quando já esteja acomodado na concha uterina, trazendo habitualmente os embaraços da placentação baixa ou a placenta prévia hemorragípara que constituem, na parturição, verdadeiro suplício para as mulheres portadoras do órgão germinal em desajuste. Enquadradas na arritmia do centro genésico, outras alterações orgânicas aparecem, flagelando a vida feminina como sejam o descolamento da placenta eutópica, por hiperatividade histolítica da vilosidade corial; a hipocinesia uterina, favorecendo a germicultura do estreptococo ou do gonococo, depois das crises endo metríticas puerperais; a salpingite tuberculosa; a degeneração cística do cório; a salpingooforite, em que o edema e o exsudato fibrinoso provocam a aderência das pregas da mucosa tubária, preparando campo propício às grandes inflamações anexiais, em que o ovário e a trompa experimentam a formação de tumores purulentos que os identificam no mesmo processo de desagregação; as síndromes circulatórias da gravidez aparentemente normal, quando a mulher, no pretérito, viciou também o centro cardíaco, em conseqüência do aborto calculado e seguido por disritmia das forças psicossomáticas que regulam o eixo elétrico do coração, ressentindo-se, como resultado, na nova encarnação e em pleno surto de gravidez, da miopraxia do aparelho cardiovascular, com aumento da carga plasmática na corrente sanguínea, por deficiência no orçamento hormonal, daí resultando graves problemas da cardiopatia consequente. Temos ainda a considerar que a mulher sintonizada com os deveres da maternidade na primeira ou, às vezes, até na segunda gestação, quando descamba para o aborto criminoso, na geração dos filhos posteriores, inocula automaticamente no centro genésico e no centro esplênico do corpo espiritual as causas sutis de desequilíbrio recôndito, a se lhe evidenciarem na existência próxima pela vasta acumulação do antígeno que lhe imporá as divergências sanguíneas com que asfixia, gradativamente, através da hemólise, o rebento de amor que alberga carinhosamente no próprio seio, a partir da segunda ou terceira gestação, porque as enfermidades do corpo humano, como reflexos das depressões profundas da alma, ocorrem dentro de justos períodos etários. Além dos sintomas que abordamos em sintética digressão na etiopatogenia das moléstias do órgão genital da mulher, surpreenderemos largo capítulo a ponderar no campo nervoso, à face da hiperexcitação do centro cerebral, com inquietantes modificações da personalidade, a ralarem, muitas vezes, no martirológio da obsessão, devendo-se ainda salientar o caráter doloroso dos efeitos espirituais do aborto criminoso, para os ginecologistas e obstetras delinquentes. 

– Para melhorar a própria situação, que deve fazer a mulher que se reconhece, na atualidade, com dívidas no aborto provocado, antecipando-se, desde agora, no trabalho da sua própria melhoria moral, antes que a próxima existência lhe imponha as aflições regenerativas? 

– Sabemos que é possível renovar o destino todos os dias. Quem ontem abandonou os próprios filhos pode hoje afeiçoar-se aos filhos alheios, necessitados de carinho e abnegação. O próprio Evangelho do Senhor, na palavra do Apóstolo Pedro, adverte-nos quanto à necessidade de cultivarmos ardente caridade uns para com os outros, porque a caridade cobre a multidão de nossos males.

                                                              Pedro Leopoldo, 8/6/58. 

Francisco Cândido Xavier - Evolução em Dois Mundos - pelo Espírito André Luiz  - cap. 14


Miopraxia: condição de insuficiência funcional de um órgão no conjunto orgânico.
Disendocrinia: perturbação das funções endócrinas, isto é, no funcionamento das glândulas de secreção interna.
Atonizado: relativo a um órgão que sofreu perda de tônus, isto é, perda de resistência e elasticidade normais.
Toxemia: intoxicação do sangue.
Endossalpingeano: relativo ao interior da salpinge, isto é, da trompa uterina.
Ectópico: relativo ao que se realiza ou funciona fora da localização normal.
Heterotópico: referente ao que se localiza fora da posição normal, como a formação de tecido em local onde não se deveria encontrar.
Germicultura: criação ou proliferação de germes.
Hiperatividade: Atividade excessiva.
Hiperexcitação: excitação em excesso.
Hipocinesia: diminuição da atividade motora do organismo.
Histólise: relativo à histólise, destruição ou dissolução de tecidos orgânicos.
Salpingite: inflamação da salpinge, isto é, da trompa uterina.
Salpingooforite: salpingite com ooforite (ovarite), ou seja, inflamação da trompa uterina e do ovário simultaneamente.
Anexial: referente ao anexo, o qual compreende a trompa e o ovário considerados como dependência do útero.

Observação: utilizamos  o DICIONÁRIO PESSOAL - Astolfo O. de Oliveira Filho – De Londrina


sábado, 4 de agosto de 2012

A corrupção começa em casa!



Nos dias que se correm a corrupção grassa nos mais variados segmentos das organizações sociais, sejam: na política, no esporte, em grande parte das governanças nacionais. É grande mácula na tessitura social.  Sendo que o tecido social somente existe porque o elemento primordial existe, o homem.  

A qualidade desse elemento essencial é o resultado de sua formação.  O homem é formado com uma personalidade – persona – a partir de seu surgimento na família, desnudo fisicamente de tudo, com um patrimônio impossível de avaliado, pois está adormecido nas profundidades espirituais, que surgirá gradativamente conforme o amadurecimento dos componentes: físico, intelectual e moral, que ensejarão sua revivência, ampliação, enriquecimento ou deformação.

Ninguém nasce com a destinação de ser corrupto, imoral, criminoso...  Os desvios comportamentais, aquilo que destoa da ética, tem por origem o exemplo e muita vez nos pequenos exemplos. Exemplo: Numa família, toca-se o telefone. A mãe atende.  Pergunta-se se o senhor dos Anzóis se encontra.  -- Deixe-me ver (e o referido senhor está à mesa, à sua vista. À vista da criança de cinco anos que também observa).  A senhora retorna ao telefone e indaga sobre do que se trata? – É sobre uma duplicata. -- Está bem, vou verificar. Abafa o bocal do telefone e relata qual é o interesse e houve do marido: -- Fala que eu não estou. -- Está bem!  Responde ao telefone: -- Ele não se encontra, ligue num outro momento... A criança está atenta. O pai brada: -- Que pagar que nada, esse sujeito é um “chato”!   Possivelmente, o fato nessa casa deve se repetir por outras vezes no transcorrer dos dias, em situações variadas, com a presença do filho. Pois, até se acha vantagem demonstrar a “esperteza”.  Essa criança, salvo exceção, tem grande possibilidade de vir a copiar o desvio de conduta ética dos pais, pois tanto a mãe como o pai exemplificam a mentira, a falta de compromisso com a educação mais elementar.

Essa criança deverá vir a ser um médico, um político, um gestor público, um operador  judicial...  Como agirá quando for detentor de poder.  Será que a multidão de leis conseguirá moldá-lo numa condição moral, lídimo de conduta, capaz de gerir os interesses sociais, sem desvirtuá-los?  Pouco provável. 

A sociedade que quiser ver bem conduzido as riquezas comuns, deverá bem conduzir a educação de seus filhos.   O antídoto contra a corrupção precisa vir antes dela, deverá estar instalado na intimidade da pessoa.  Cada um se apresenta com o que tem cultivado em si mesmo –  “... onde está o teu tesouro, aí estará o teu coração” – S. Mateus, 6:21.

“Em torno de todos existe uma nuvem de testemunhas (Hebreus, XII:1); [... não temais, porque não há nada encoberto que não se deva tornar conhecido, nem oculto, que não se venha a saber.] - (S. Mateus, 10: 26); fazei aos homens tudo o que queirais que eles vos façam, ... (S. Mateus, XXII: 34 a 40); tratai todos os homens como queríeis que eles vos tratassem.  (S. Lucas, VI: 31).”

 Há dois mil anos a melhor ética está ao alcance de toda a Humanidade e teve a mais grave chancela, a crucificação de quem nada devia, apenas era o maior antídoto à corrupção; nos dias atuais não existe outro medicamento mais eficaz, o seu uso é livre, no entanto, poucos se propõem à autoaplicação de salutar terapia.  

A sociedade estertora, temos contribuição a oferecer.  Qual é o nosso quinhão?

Dorival da Silva