Especial
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por Anselmo Ferreira Vasconcelos
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Entre tantas façanhas produzidas pelo
telescópio Hubble, algumas merecem especial destaque. Refiro-me a dez imagens
absolutamente impressionantes. São fotos simplesmente exuberantes, isto é,
verdadeiras obras-primas esculpidas em pleno cosmos por um excepcional
artista celestial: Deus. Nelas podemos perceber um pouco da grandeza do
Criador manifestada nos contornos e cores da Galáxia do Sombrero,
que dista 28 milhões de anos-luz da Terra, e é dotada de uma aparência de
tirar o fôlego (a propósito, ela abriga 800 bilhões de sóis e possui um
diâmetro de 50.000 anos-luz); da Nebulosa da Formiga,
essencialmente composta de uma nuvem de poeira cósmica e gás, distante da
nossa Galáxia, e da Terra, entre 3.000 a 6.000 anos-luz; da Nebulosa Esquimó,
que se assemelha a um rosto circundado por chapéu ou gorro enrugado, ou seja,
um anel formado por estruturas ou restos desagregados de estrelas mortas, e
distante aproximadamente 5.000 anos-luz do nosso planeta; da Nebulosa Olho de
Gato, que tem uma aparência de olho esbugalhado tal qual a do feiticeiro
Sauron do filme O Senhor dos Anéis; da Nebulosa Ampulheta,
distante 8.000 anos-luz, e que apresenta um singular estrangulamento no meio
devido aos ventos que a modelam; da estonteante Nebulosa do Cone, que possui
2,5 anos-luz de comprimento, o equivalente a 23 milhões de voltas ao redor da
Lua; da Tempestade Perfeita, isto é, uma pequena região da Nebulosa do Cisne,
distante 5.500 anos-luz (composta de um oceano de hidrogênio, bem como de
pequenas quantidades de oxigênio, enxofre e outros elementos); da Noite
Estrelada, assim denominada por recordar o famoso quadro de Van Gogh; do
enigmático redemoinho de olhos “furiosos”, isto é, duas galáxias que
literalmente se fundem (chamadas NGC 2207 e IC 2163), distantes 114 milhões de
anos-luz na longínqua Constelação do Cão Maior; e, por fim, da Nebulosa
Trifid, um maravilhoso “berçário estelar”, situado a 9.000 anos-luz da Terra,
e local onde nascem as novas estrelas (Fonte: https://fla.st/2ZJuhXP -Acessado
em 25 dez.2018.)
Apesar de tão expressivas obras
cósmicas, há um contingente considerável de criaturas humanas que duvidam da
existência de um poder maior que rege todo o universo: são os ateus que ainda
se fazem presentes na Terra. As estatísticas indicam que há cerca de749,2
milhões (11% da população mundial) deles em nosso orbe. Eles representam 85%
da população da Suécia, 81% do Vietnã, 80% da Dinamarca, 72% da Noruega, 65%
do Japão, 61% da República Checa, 60% da Finlândia, 54% da França e 52% da
Coreia do Sul.
Os países com maior número absoluto
de ateus são: China (181,8 milhões), Japão (82 milhões), Rússia (69 milhões),
Vietnã (66 milhões), Alemanha (40 milhões), França (32 milhões), EUA (26,8
milhões), Inglaterra (26,5 milhões) e Coreia do Sul (25 milhões). Cumpre
destacar que 8% dos brasileiros são ateus, agnósticos e sem religião. Em
termos de sexo, os ateus se subdividem em 56% homens e 44% mulheres. Na área
científica estima-se que ao redor de 10% assim se denomine.
Outro dado surpreendente foi revelado
por um estudo conduzido pelo Núcleo de Tendências e Pesquisa do Espaço
Experiência FAMECOS/PUCRS de 2015, denominado Ideias e Aspirações do
Jovem Brasileiro sobre Conceitos de Família. O trabalho focou em 1.500
jovens, sendo 82,5% da amostra situada na faixa etária de 18 a 24 anos e
17,5% de 25 a 34 anos. A pesquisa trouxe a lume que 19,3% declararam-se ateus
e 6,2% agnósticos, isto é, mais de 1/4 não consegue desenvolver uma noção
elementar de Deus em suas vidas. A propósito, escrevo sobre esse assunto
porque recentemente conversei com uma jovem – bacharel em Biologia pela USP –
que me confidenciou ser ateia. Disse-me com toda a clareza possível que
sentia ser alvo de preconceito em relação à sua opinião. De minha parte,
admito ter ficado perplexo a priori por descobrir uma pessoa
que tenha estudado essa área do saber, e não ter conseguido vislumbrar a “mão
de Deus” permeando a natureza.
Recobrando-me rapidamente do choque
inicial, busquei argumentar aludindo aos perceptíveis sinais divinos que a
tudo abrange. Não fui bem sucedido, pois encontrei intransponível barreira
por parte da minha interlocutora. Indaguei-lhe se havia tido educação
religiosa na infância, e ela confirmou-me positivamente. Perguntei-lhe ainda
se havia lido a obra A Gênese, de Allan Kardec, que
apresenta um riquíssimo tratado sobre a divindade, entre outros assuntos, e
ela também fez gesto afirmativo. Posto isto, só sobrou-me inquiri-la se algum
conteúdo havia tocado nas fímbrias do seu ser. Para minha decepção, ela negou
taxativamente qualquer aproveitamento. Na verdade, insinuou que eu pretendia
convencê-la. Eu, mais do que depressa, informei-a de que, em matéria de fé,
nós é que nos convencemos.
Senti-me compelido a falar-lhe sobre
Jesus, a sua luminosa obra, os seus milagres, a visão do Tabor, as aparições
logo após a sua morte traiçoeira, o crescimento exponencial do movimento
cristão etc. Todavia, percebi indisfarçáveis sinais de desdém da parte da
moça. Diante do quadro de radicalismo por mim divisado, assim como a
inutilidade de qualquer discussão, compreendi que, infelizmente, não havia
mais nada a fazer... Lamentei profundamente ainda existirem na face da Terra
seres humanos que sequer conseguem sentir a presença de Deus em seus corações
e inteligência. Além de não terem capacidade para explicar os cruciais
fenômenos da vida, negam veementemente a existência de uma força superior.
Por isso, orei fervorosamente pela garota que ainda não descobriu Deus.
Imaginei as duríssimas experiências
que ela enfrentará nessa amarga fase de turbulência planetária, com as suas
duras expiações coletivas e individuais, sem uma fé, sem uma crença, sem uma
luz interior para confortá-la nas horas de dor e desespero. Pobres de
espírito, penso eu, são as criaturas que se fecham cabalmente aos apelos do
mais alto à razão. Infelizes são os que se opõem sistematicamente aos raios
do amor universal.
Na verdade, melhor seria se
aceitassem a sensata recomendação do filósofo espírita J. Herculano Pires,
aduzidas no livro Libertação Espiritual:
“O homem deve conter-se nos limites
de si mesmo, cuidar das suas imperfeições, melhorar-se. Basta-lhe saber que
Deus existe, e que é justo e bom. Disso ele não pode duvidar, porque ‘pela
obra se reconhece o obreiro’, a própria natureza atesta a existência de Deus,
sua própria consciência lhe diz que ele existe, e a lei geral da evolução
comprova a sua justiça e a sua bondade. [...]”.
Com efeito, se há algo que nunca
faltou à humanidade foi o envio de missionários divinos atestando a
existência de Deus. A bem da verdade, nunca fomos abandonados pelo Criador;
Deus sempre nos supriu com o seu infinito amor. Como corretamente destacou o
Espírito Emmanuel, no livro A Caminho da Luz(psicografia de
Francisco Cândido Xavier), “Todas as raças da Terra devem aos judeus esse
benefício sagrado, que consiste na revelação do Deus Único, Pai de todas as
criaturas e Providência de todos os seres”.
O sábio mentor recorda igualmente
que:
“O grande legislador dos
hebreus trouxera a determinação de Jesus, com respeito à simplificação das
fórmulas iniciáticas, para compreensão geral do povo; a missão de Moisés foi
tornar acessíveis ao sentimento popular as grandes lições que os demais
iniciados eram compelidos a ocultar. E, de fato, no seio de todas as grandes
figuras da antiguidade, destaca-se o seu vulto como o primeiro a rasgar a
cortina que pesa sobre os mais elevados conhecimentos, filtrando a luz da
verdade religiosa para a alma simples e generosa do povo”.
Avançando ainda mais na elucidação do
assunto, Emmanuel propõe que:
“O Nirvana, examinado em suas
expressões mais profundas, deve ser considerado como a união permanente da
alma com Deus, finalidade de todos os caminhos evolutivos; nunca, porém, como
sinônimo de imperturbável quietude ou beatifica realização do não ser. A vida
é a harmonia dos movimentos, resultante das trocas incessantes no seio da
natureza visível e invisível. Sua manutenção depende da atividade de todos os
mundos e de todos os seres. Cada individualidade, na prova, como na redenção,
como na glória divina, tem uma função definida de trabalho e elevação dos
seus próprios valores. Os que aprenderam os bens da vida e quantos os ensinam
com amor, multiplicam na Terra e nos Céus os dons infinitos de Deus”.
Assim sendo, Emmanuel leva-nos, por
fim, a concluir que “Toda a realidade é a do Espírito e toda a paz é a do
entendimento do reino de Deus e de sua justiça”.
Allan Kardec, por sua vez, revela na
obra de sua autoria acima mencionada (Capítulo II), com muita
acuidade, que “[...] Deus não se mostra, mas se revela pelas suas
obras”.
O codificador do Espiritismo inferiu
em sem seus estudos que:
“[...] A existência de Deus é, pois,
uma realidade comprovada não só pela revelação, como pela evidência material
dos fatos. Os povos selvagens nenhuma revelação tiveram; entretanto, creem
instintivamente na existência de um poder sobre-humano. Eles veem coisas que
estão acima das possibilidades do homem e deduzem que essas coisas provêm de
um ente superior à humanidade. Não demonstram raciocinar com mais lógica do
que os que pretendem que tais coisas se fizeram a si mesmas?”
Kardec observa, com plena razão, que:
“[...] Para compreender
Deus, ainda nos falta o sentido, que só se adquire com a completa depuração
do Espírito. Mas se o homem não pode penetrar a essência de Deus, pode
ter como premissa a sua existência. O homem pode, então, pela razão chegar a
conhecer-lhe os atributos necessários e concluir que esses atributos só podem
ser divinos, deduzindo daí quem é Deus”.
Graças ao hercúleo esforço do
codificador somos informados que Deus é a expressão da suprema inteligência;
é eterno; é imutável; é imaterial; é onipotente; é soberanamente
justo e bom; é infinitamente perfeito; e é único. Os argumentos coligidos por
Kardec são tão eloquentes que somos naturalmente conduzidos a concluir que “É
assim que, comprovada pelas suas obras a existência de Deus, por simples
dedução lógica se chega a determinar os atributos que o caracterizam”.
E aí reside a questão-chave arrolada
por Kardec: dedução lógica. Como nós, espíritos impuros e imperfeitos,
queremos ter a pretensão de ter acesso direto ao Criador? Normalmente, o
cético, na sua arrogância peculiar, cogita esse direito, sem considerar,
entretanto, as premissas necessárias para tal, isto é, a conquista
intransferível da fé e o seu próprio desenvolvimento espiritual.
Ademais, o ateu, na sua
incomensurável ignorância, não consegue conceber que “... a natureza
inteira está mergulhada no fluido divino. [...]”, como destaca Kardec. O
Espírito Emmanuel pondera, com absoluta razão, em Caminho, Verdade e
Vida (também psicografado por Francisco Cândido Xavier) que “Quem
não consegue crer em Deus está doente. [...]”. Mais ainda: “O homem nada pode
sem Deus”. Por isso, creio que só indivíduos altamente presunçosos e
insipientes não sentem Deus. Viver divorciado de Deus é caminhar sem direção.
Em paralelo, até a limitada ciência humana hodierna já é capaz de conceber
Deus como um dos stakeholders. Posto isto, adverte Emmanuel
que “No fundo, há um só Pai que é Deus e uma grande família que se compõe de
irmãos” (Capítulo 20). Para ele, “A vida deveria constituir, por parte de
todos nós, rigorosa observância dos sagrados interesses de Deus” (Capítulo
21).
O iluminado mentor espiritual ensina
que: “Deus é o Pai magnânimo e justo. Um pai não distribui padecimentos. Dá
corrigendas e toda corrigenda aperfeiçoa” (Capítulo 26). Concomitantemente,
Emmanuel esclarece que “O bem flui incessantemente de Deus e Deus é o Pai de
todos os homens. [...]” (Capítulo 42). Recorrendo uma vez mais à lógica, ele
propõe que “Deus é o Criador Eterno cujos desígnios permanecem insondáveis a
nós outros. Pelo seu amor desvelado criam-se todos os seres, por sua
sabedoria movem-se os mundos no Ilimitado” (Capítulo 54). Desse modo, não
podemos, por meio dos nossos restritos sentidos e conhecimentos, definir ou
delinear algo tão acima de nós. Especialmente nós que estamos nos primeiros
degraus do pensamento transcendental.
Certamente teremos muitas revelações
no momento apropriado... De qualquer maneira, Emmanuel comenta também
(Capítulo 61) que:
“Os homens não compreenderam,
ainda, que a oportunidade de cooperar nos trabalhos da Terra transforma-os em
despenseiros da graça de Deus. Chegará, contudo, a época em que todos se
sentirão ricos. A noção de ‘capitalista’ e ‘operário’ estará renovada.
Entender-se-ão ambos como eficientes servidores do Altíssimo”.
Portanto, descobrir Deus é dever e
missão de cada ser inteligente. É o primeiro grande passo na senda do
Espírito imortal. Reencontrá-lo dentro de nós talvez seja a nossa maior
conquista, pois através dela outras importantes serão obtidas no tempo
devido. Achar Deus é se iluminar. Além disso, ninguém consegue conhecer a si
mesmo sem a ajuda do Criador. Negá-lo, por outro lado, é sinal de
desinteligência e profundo atraso espiritual. Como bem explica J. Herculano
Pires, na referida obra acima destacada:
“A negação de Deus é, para o
espiritismo, como a negação do sol. O ateu, o descrente, não é um condenado,
um pecador irremissível, mas um cego, cujos olhos podem ser abertos, e
realmente o serão. Porque Deus é necessariamente existente, segundo o
princípio cartesiano. Nada se pode entender sem Deus. Ele é o centro e a
razão de ser de tudo quanto existe. Tirar Deus do Universo é como tirar o sol
do nosso sistema. Simples absurdo”.
Desse modo, portanto, só nos resta
concluir que a persistência do ateísmo na Terra, em pleno terceiro milênio da
era cristã, deve-se apenas e tão somente ao inexplicável descaso de certos
humanos que se fecham à luz da sabedoria universal.
Está página foi extraída da Revista Eletrônica "O Consolador", que poderá ser acessada através do endereço: http://www.oconsolador.com.br/ano13/618/especial.html |
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segunda-feira, 13 de maio de 2019
A inexplicável persistência do ateísmo
segunda-feira, 12 de março de 2018
Morte Assistida!?
Morte Assistida!?
Há poucos dias se lia nos meios de comunicação que uma
pessoa iria a um País estrangeiro para se submeter à morte assistida para fugir
do medo e da dor de uma doença autoimune de que era acometida.
Conquanto o respeito à decisão particular de cada pessoa,
mesmo em atitude extrema e definitiva com a própria vida, preciso é esclarecer,
conforme a Doutrina Espírita, de que a vida do ser pensante é a alma, quando
está envolvida num corpo carnal, para as experiências necessárias, que pode ser
uma expiação ou prova, o que corresponde a liberação definitiva dessas aflições
que faz parte de sua herança de outras existências.
A morte assistida, embora todas as justificativas
técnicas, médicas e até filosóficas, moralmente corresponde a um suicídio, que
terá severas consequências para o que se submete como para os que a sugerem e
implementam, pois é impedir o cumprimento de planejamento que o próprio
padecente implorou quando se encontrava em sofrimento atroz antes de adentrar a
esta vida material, acovardando-se diante do compromisso consigo mesmo,
desconsiderando que é a Lei Divina que se cumpre em seu favor, comprometendo-se
em muito para as existências futuras, além de adentrar sofrimento bem maior que
àquele que no corpo material se apresenta.
Não há sofrimento por maior que possa parecer no corpo
físico que não tenha correspondência com a condição espiritual do que sofre, na
verdade, é a manifestação da mazela interior que se manifesta maculando a máquina
de carne, que lhe serve de mata-borrão expungindo a nódoa espiritual.
O sofrimento que se apresenta no corpo físico, com as
limitações, dependências de terceiros, submissão a tratamentos incômodos, tem
atenuantes, como os analgésicos e os medicamentos adequados a cada situação que
a medicina do mundo aplica eficazmente, como recursos que a Divindade permite
em favor da alma em ressarcimento de seus débitos, é acréscimo de
misericórdia. Para isso não é preciso se
ter religião e nem acreditar na existência de Deus, pois a misericórdia Divina
não depende do entendimento da criatura. No entanto, se o sofredor tem fé e
crença verdadeiras no Criador de todas as coisas, terá melhores condições para
superar os seus males com coragem, resignação, confiança e esperança que tudo
vai passar, mesmo que o corpo físico sucumba à doença, mas que a sua alma se
libertará do sofrimento.
Não se justifica interromper uma vida voluntariamente
para fugir de sofrimento, uma vez que não é o corpo que cria a doença, é a alma,
com sua carga energética desequilibrada, em razão da consciência comprometida,
que provoca a manifestação da doença no corpo, de acordo com o feito que causou
tal comprometimento. Não basta eliminar o organismo doente, sem sanar o mal da
alma.
A chamada morte assistida, apensar de todas as
justificativas que se possa intentar, não passa de ilusão, pois tira dos olhos
do Mundo a presença do sofrimento, mas não se dá nenhum suporte à alma que
continuará padecendo enormemente longe dos olhos dos que ignoram que a vida não
pertence ao corpo e que ela é independente e nunca se extingue, que somente
sofre ou é feliz segundo as suas obras. Onde estaria a justiça de Deus se
alguém sofresse o que não é de sua conta. Deus é justo!
Dorival da Silva
quinta-feira, 14 de setembro de 2017
A máquina divina
Elucidações de Emmanuel
|
por Francisco Cândido Xavier
|
A máquina divina
Meu amigo,
O corpo físico é a máquina divina que
o Senhor nos empresta para a confecção de nossa felicidade na Terra.
Os vizinhos do bruto precipitam-na ao
sorvedouro da animalidade.
Os maus empregam-na criando o
sofrimento dos semelhantes.
Os egoístas valem-se dela para
esgotarem a taça de prazeres fictícios.
Os orgulhosos isolam-na sem proveito.
Os vaidosos cobrem-na de adornos
efêmeros para reclamarem o incenso da multidão.
Os intemperantes destroem-na.
Os levianos mobilizam-na para
menosprezar o tempo.
Os tolos usam-na inconsideradamente,
incentivando as sombras do mundo.
Os perversos movimentam-lhe as peças
na consecução de desordens e crimes.
Os viciados de todos os matizes
aproveitam-lhe o temporário concurso na manutenção da desventura de si
mesmos.
Os indisciplinados acionam-lhe os
valores estimulando o ruído inútil em atividades improdutivas.
O espírito prudente, todavia, recebe
essa máquina valiosa e sublime para tecer, através do próprio esforço, com os
fios da caridade e da fé, da verdade e da esperança, do amor e da sabedoria,
a túnica de sua felicidade para sempre na Vida Eterna.
Da obra
intitulada Nosso Livro, psicografada pelo médium Francisco
Cândido Xavier, publicado em 1950.
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Reflexão: Nos
dias atuais em que há um endeusamento de si mesmo, visando a exuberância
física, com os excessos musculares, com adornamentos metálicos e outros
materiais, com enfeites pictóricos, intervenções plásticas alteradoras da
estrutura original, entre outros fazeres excepcionais, quando a “máquina
divina” não pede nada disso.
O Espírito
Emmanuel, com a lucidez que lhe é característica, com visão que transcende os
limites da materialidade, mostra que o instrumento corporal tem outra
finalidade. “O corpo físico é a máquina divina que
o Senhor nos empresta para a confecção de nossa felicidade na Terra.” O Benfeitor diz que o Senhor empresta a Máquina Divina... Essa informação leva à meditação: Embora o
corpo sirva
exclusivamente a um indivíduo, ele não lhe pertence definitivamente. Poderá
sê-lo retirado a qualquer momento, restituindo-lhe à Natureza de onde veio,
desintegrando-se definitivamente para integrar outras construções orgânicas
ou não.
“...
empresta a máquina divina para a confecção da nossa felicidade na Terra.” Trata-se de equipamento fungível. O “Ser
pensante”, a Alma, precisa de tal máquina para sua vida temporária no mundo material na busca das experiências espirituais. Toda a alquimia com as coisas da Terra
é visando o aprimoramento da Alma, intelectual e moralmente.
Tudo o que
se valoriza intensamente no corpo implementa-se com as mesmas colorações no envoltório
da Alma, o que se denomina na Doutrina Espírita por perispírito, corpo sutil
que envolve o "Ser Pensante" - a Alma - e permanece após a morte do corpo físico. Com essa apresentação permanece-se durante a erraticidade (período entre a desencarnação e a próxima
reencarnação), com exceções e graduações próprias de cada situação.
“O Senhor nos empresta (o corpo
físico) para a confecção de nossa felicidade na Terra.” Há que se entender que o Mentor faz referência a felicidade que se
construirá na Alma, portanto, patrimônio infungível, terá continuidade após a
morte. Assim não limita a confecção de felicidade para gozo apenas enquanto
na vida material, mas para sempre. Dessa forma, transferir a condição de
usufruir felicidade com os elementos da matéria é pura ilusão, mesmo porque a
matéria nada poderá perceber, sendo o sentir um atributo da Alma.
A vida no
ambiente da Terra flui em dois planos, sendo o plano espiritual, a condição
primeira, -- pois de lá veio para lá retornará --; o plano no corpo físico é
uma viagem de oportunidades para aprendizado e aprimoramento da Alma. Numa análise mais profunda a Alma vive os
dois planos ao mesmo tempo, embora quem está na indumentária física não
perceba.
Emmanuel,
o Espírito benfeitor, faz correlação entre a condição moral e a
empregabilidade da máquina divina, que foi emprestada pela Divindade para a
confecção da felicidade, mas, o homem, pela Lei Natural tem o livre-arbítrio,
confecciona o sofrimento, para si, se não ocorre imediatamente virá no
futuro, e para os outros proporciona dificuldades, tornando para si dívidas a
serem sanadas em algum tempo. Abaixo tornamos aos registros do Benfeitor:
“Os vizinhos do bruto precipitam-na
ao sorvedouro da animalidade.
“Os maus empregam-na criando o
sofrimento dos semelhantes.
“Os egoístas valem-se dela para
esgotarem a taça de prazeres fictícios.
“Os orgulhosos isolam-na sem
proveito.
“Os vaidosos cobrem-na de adornos
efêmeros para reclamarem o incenso da multidão.
“Os intemperantes destroem-na.
“Os levianos mobilizam-na para
menosprezar o tempo.
“Os tolos usam-na inconsideradamente,
incentivando as sombras do mundo.
“Os perversos movimentam-lhe as peças
na consecução de desordens e crimes.
“Os viciados de todos os matizes
aproveitam-lhe o temporário concurso na manutenção da desventura de si
mesmos.
“Os indisciplinados acionam-lhe os
valores estimulando o ruído inútil em atividades improdutivas.”
Fechando o texto de orientação, Emmanuel, resumidamente fala de como bem utilizar a máquina divina e os resultados a se alcançar, que transcende os limites desta existência material e segue o caminho da eternidade:
“O espírito prudente, todavia, recebe
essa máquina valiosa e sublime para tecer, através do próprio esforço, com os
fios da caridade e da fé, da verdade e da esperança, do amor e da sabedoria,
a túnica de sua felicidade para sempre na Vida Eterna.”
Dorival da Silva
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quinta-feira, 13 de julho de 2017
Sementeiras e ceifas
Sementeiras e ceifas
“Porque o
que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção.” -
Paulo. (Gálatas, 6:8.)
Plantaremos
todos os dias.
É da lei.
Até os inativos
e ociosos estão cultivando o joio da imprevidência.
É necessário
reconhecer, porém, que diariamente colheremos.
Há vegetais que
produzem no curso de breves semanas, outros, no entanto, só revelam frutos na
passagem laboriosa de muito tempo.
Em todas as
épocas, a turba cria complicações de natureza material, acentuando o labirinto
das reencarnações dolorosas, demorando-se nas dificuldades da decadência.
Ainda hoje,
surgem os que pretendem curar a honra com o sangue alheio e lavar a injustiça
com as represálias do crime. Daí, o ódio de ontem gerando as guerras de hoje, a
ambição pessoal formando a miséria que há de vir, os prazeres fáceis reclamando
as retificações de amanhã.
Até hoje,
decorridos mais de dezenove séculos sobre o Cristianismo, apenas alguns
discípulos, de quando em quando, compreendem a necessidade da sementeira da luz
espiritual em si mesmos, diferente de quantas se conhecem no mundo, e avançam a
caminho do Mestre dos Mestres.
Se desejas,
pois, meu amigo, plantar na Lavoura Divina, foge ao velho sistema de semeaduras
na corrupção e ceifas na decadência.
Cultiva o bem
para a vida eterna.
Repara as
multidões, encarceradas no antigo processo de se levantarem para o erro e
caírem para a corrigenda, e segue rumo ao Senhor, organizando as próprias
aquisições de dons imortais.
Mensagem extraída da obra: Vinha de Luz, ditada
pelo Espírito Emmauel, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, capítulo 53, publicada em 1951.
Reflexão: Os homens são livres para lançarem sementes de todas as
espécies, têm o livre-arbítrio, são senhores de si mesmos; no entanto, existem
Leis que regem a Vida Universal, que são perfeitas, sendo uma dessas Leis, a de
Justiça, requer a harmonização por aqueles que tenham desajustado o contexto;
entendendo que o ajuste deverá ocorrer na intimidade individual dos desarmonizados,
pois a ordem natural depende do reajuste de cada infrator.
O Espírito Emmanuel dá o rumo: “Se
desejas, pois, meu amigo, plantar na Lavoura Divina, foge ao velho sistema de
semeaduras na corrupção e ceifas na decadência.” Assim, tudo o
que dá ênfase unicamente às conquistas materiais em detrimento das espirituais,
é plantio que merece ser analisado, se não vai obrigar o seu cultivador a
reparar a corrupção e a decadência. Aqui se trata de valores morais, que
resultam na intimidade da alma e permanecerão após a passagem pelo fenômeno da
morte física, aí se verá se o indivíduo é rico ou miserável espiritualmente.
A corrupção não é algo que se origina no ambiente externo, conquanto seja
nesse campo que se apresenta para percepção das demais criaturas. Essa
conjectura negativa tem fulcro na alma do infrator, que poderia ser
neutralizada se a vontade para esse mister existisse, ou se existisse fosse
bastante forte para a contenção. No entanto, o desejo de usufruir de vantagem
ou de sensação vai ao encontro do que lhe é impróprio, pela ausência de
reflexão sobre a consequência da iniciativa, para si e para os outros,
assumindo-se responsabilidade de difícil solução, em conta o comprometimento
moral, que não se extinguirá com a matéria.
“Cultiva o bem para a vida
eterna.” O bem que se cultiva ruma para o infinito, sempre
servindo de lastro para sua própria ampliação; o mal sempre será finito, se
apresenta resultado satisfatório por algum tempo isto é ilusório, porque o
desdobramento é danoso, sendo que tudo o que disso originar terá de ser
corrigido pelo usufrutuário dessa ilusão, o que poderá demorar muito tempo e
provocar muitas dores até que sane o mal deliberadamente praticado, às vezes perdurará
mais de uma reencarnação.
Quantos existem encarcerados em si mesmos, com os problemas emocionais
difíceis, que se arrastam a vida inteira; outros encarcerados em
corpos limitados pelos desajustes fisiológicos e motores, exigindo grandes
esforços para a manutenção da existência? Os sofrimentos de hoje não são de
responsabilidades de outrem, mas o resultado de semeadura que deveria ser
evitada e que agora apresenta os seus frutos, foi a semeadura de plantas
amargosas que oferecem os frutos correspondentes e se faz necessário o
recolhimento de todos eles. É a limpeza da consciência diante da Lei Divina.
Dorival da Silva
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