Mostrando postagens com marcador embriões. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador embriões. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Quem são os presos de cadeias?




Quem são os presos de cadeias?


Todos se originaram de um pai e uma mãe. Foram, desejados ou não, foi construção do amor ou da inconsequência. Foram embriões, fetos, nascituros, criancinhas, crianças, pré-adolescentes, adolescentes, jovens...

Tiveram mães ou precariedade de mães, madrastas, avós ou “avódrastas”.  Muitos, filhos da rua. Alguns, de famílias abastadas, mas abandonados dentro de casa.  Outros, em abrigos... Poucos pais constam dos documentos de registros das crianças, àquelas que estão à margem da sociedade considerada regular.  Há covardia e irresponsabilidade enormes, em conta o estado educacional reinante. Não há respeito em relação aos outros, mesmo sendo seus filhos; não há comprometimento com a vida, mesmo sendo suas vidas; não tendo responsabilidade com a sociedade, ignoram que são peças integrantes dela, inconscientes de que dependendo de suas qualidades é a qualidade do ambiente em que se vive.

Em quantidade significativa, por falta de opção educacional, cultural, esportiva e de trabalho, foram capturados para o tráfico, para o comércio ilícito, o roubo, tornando-se criminosos inveterados.

De quem é a culpa? Pode-se dizer com certeza que a culpa é de toda a sociedade. Somente poder-se-ia dizer isenta se o número de criminosos fosse diminuto e as organizações oficiais ou não tivessem realizado a sua parte de forma que os indivíduos renitentes tivessem rejeitado todas as possibilidades para se tornarem homens de bem. O que não ocorre, existindo verdadeiro despautério na condução daquilo que é público, destruindo a cultura de educar homens ilibados, porque estariam numa sociedade lídima no transcorrer dos tempos.

Considerando o que acima se expõe, anotamos abaixo a sabedoria de Allan Kardec, quando faz esclarecimento complementar à questão 685 de O Livro dos Espíritos, publicado em 18.04.1857:

“Não basta se diga ao homem que lhe corre o dever de trabalhar. É preciso que aquele que tem de prover à sua existência por meio do trabalho encontre em que se ocupar, o que nem sempre acontece. Quando se generaliza, a suspensão do trabalho assume as proporções de um flagelo, qual a miséria. A ciência econômica procura remédio para isso no equilíbrio entre a produção e o consumo. Mas, esse equilíbrio, dado seja possível estabelecer-se, sofrerá sempre intermitências, durante as quais não deixa o trabalhador de ter que viver. Há um elemento, que se não costuma fazer pesar na balança e sem o qual a ciência econômica não passa de simples teoria. Esse elemento é a educação, não a educação intelectual, mas a educação moral. Não nos referimos, porém, à educação moral pelos livros e sim à que consiste na arte de formar os caracteres, à que incute hábitos, porquanto a educação é o conjunto dos hábitos adquiridos. Considerando-se a aluvião de indivíduos que todos os dias são lançados na torrente da população, sem princípios, sem freio e entregues a seus próprios instintos, serão de espantar as consequências desastrosas que daí decorrem? Quando essa arte for conhecida, compreendida e praticada, o homem terá no mundo hábitos de ordem e de previdência para consigo mesmo e para com os seus, de respeito a tudo o que é respeitável, hábitos que lhe permitirão atravessar menos penosamente os maus dias inevitáveis. A desordem e a imprevidência são duas chagas que só uma educação bem entendida pode curar. Esse o ponto de partida, o elemento real do bem-estar, o penhor da segurança de todos”.

As sementes da árvore-da-vida abundante para todos são existentes de todos os tempos.   Jesus, apresentou as regras do bem viver, o respeito ao próximo, o amor para com todos.  Clarificou para o Mundo a continuidade da vida após esta vida, tanto que ele retornou após a sua morte física, para comprovar essa verdade. Falou das verdades vindas de Deus através da oração, da fé, além de tudo o que demonstrou enquanto caminhava entre os homens de carne, apresentou, para que não ficassem dúvidas, as manifestações de pentecostes.  Luzes que se faziam à luz meridiana, homens e mulheres que falavam nas mais variadas línguas e dialetos, para que as pessoas vindas de todas as partes pudessem bem entender a mensagem que fluía da espiritualidade, trazendo a esperança e revelações sobre a vida nos planos espirituais.

O homem moderno, com a inteligência desenvolvida para as ciências e as tecnologias, deixou distanciar em atraso, o que já vai distante, a questão moral.  O orientador espiritual “Emmanuel”, mentor do médium Francisco Cândido Xavier, aponta em 1950, na obra Pão Nosso, capítulo 36, o ensinamento clarificador para quem presta atenção à vida: As portas do Céu permanecem abertas. Nunca foram cerradas. Todavia, para que o homem se eleve até lá, precisa asas de amor e sabedoria”.

Tudo pede esforços para se iniciar, para vivenciar e superar. Não há viagem no mundo da experiência no campo da vida física que não pedirá esforços de superação diante dos desafios que surgirão. Virtude existe quando temos que nos contrariar, existindo circunstância que nos proporciona locupletar de vantagens e vantagens aos arrepios da lei, ainda mesmo, quando tudo parece impossível de descoberto. O juiz maior é a consciência. Impossível de descoberto para os outros, que em tese não têm nada com o fato, mas o que age à sobra das normas ordenadoras da vida social, sabe e não esquece.

As consequências são sempre danosas à vida, advém os reflexos do mal, pois toda intenção negativa gera para o infrator responsabilidade correspondente.

Quem são os presos de cadeias?  Todos que praticam o mal e não se redimem. Existem as prisões de grades e paredes materiais, como as psicológicas e as espirituais, sempre será necessário corrigir os efeitos dos desatinos, das insinceridades, dos desrespeitos à vida, à organização social.

                                                    Dorival da Silva

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

CÉLULAS-TRONCO

Entrevista de José Raul Teixeira, orador espírita conhecido nacional e internacionalmente, à revista eletrônica  "O Consolador", conforme endereço web abaixo.


– Há muitos debates sobre células-tronco embrionárias. Considerando como são formados os embriões resultantes da fertilização in vitro, é-nos difícil entender que a todos eles estejam ligados Espíritos, visto que, para um mesmo casal, produzem-se diversos embriões, dos quais alguns são implantados e outros mantidos em baixíssima temperatura. Se tudo correr bem na gestação, é comum que os embriões congelados sejam esquecidos e, por conseguinte, jamais utilizados. Em alguns países, como a Inglaterra, a lei estipula um prazo, findo o qual eles são eliminados. Ainda que não se tratando de uma posição do Espiritismo, e sim um argumento pessoal, como você vê essa questão?  

Raul Teixeira: Sendo uma pessoa vinculada às ciências, vejo como muito delicada essa questão, tendo em vista muitos posicionamentos extremadamente apaixonados e que nos remetem aos tempos distantes das posições ultramontanas em relação ao progresso científico.

É comum que os religiosos, em geral, evoquem para si o direito de atuar nas suas crenças como bem o desejem ─ ainda que toda a sociedade se depare, incontável número de vezes, com posicionamentos argumentativos e práticas ardilosos, anti-sociais e mesmo criminosos contra o povo ─, sem admitirem qualquer intromissão de cientistas, nenhuma opinião que se oponha aos seus intentos ou que não façam parte dos seus quadros, quase sempre distanciados dos verdadeiros fins dos ensinamentos imortais deixados por Jesus Cristo e por outros Missionários espirituais da humanidade. Contudo, quase sempre os mesmos religiosos arrogam-se o direito de não somente opinar mas de determinar sobre as reflexões e práticas da Ciência, como se fossem detentores da absoluta verdade.

Afora os posicionamentos políticos, laboratoriais, comerciais e demais interesses particulares que se atiram nos caminhos dos cientistas-pesquisadores ─ que costumam estar presentes nessas discussões, fazendo lobbies em favor de empresas ou de grupos, com os quais se deve ter muita cautela pelo cinismo e pelas pressões com que atuam ─, sou de parecer que aos religiosos caberia ressaltar e propagar a realidade espiritual do ser humano, trabalhar na educação moral dos indivíduos, o que lhes possibilitaria tomar as melhores decisões diante do mundo e diante da Espiritualidade, deixando àqueles que assumiram responsabilidades perante a Ciência o labor que lhes cabe, oferecendo, quando solicitados, os seus mais lúcidos pareceres que deverão ser tão lúcidos quão desapaixonados. O que não me parece coerente é que os religiosos desejem governar todos os ângulos de visão da sociedade, como se tivessem o privilégio da verdade sobre os demais pensadores.

Indiscutivelmente, encontraremos abusos que à justiça caberá questionar e corrigir, evocando os preceitos éticos imponentes. O que creio não ser razoável é partirmos do princípio de que, por adotar posições muitas vezes materialistas ou ateístas (em relação aos preceitos e dogmas das religiões institucionais), devam os cientistas ser considerados como não sérios ou como irresponsáveis. Entendo que deveremos respeitar esse grande pugilo de pesquisadores que têm oferecido suas vidas em prol de uma sociedade melhor, permitindo que realizem seus empreendimentos, seus trabalhos, suas pesquisas.

Tenho ouvido do Espírito Camilo que muitos desencarnados, retidos em situações de complexos conflitos e sofrimentos no além, são visitados e indagados quanto ao interesse que tenham de servir de instrumentos ao progresso da Ciência no mundo, apresentando-se para animarem embriões que se prestarão às pesquisas. Findadas as experiências, essas entidades que reencarnariam em delicadas situações de enfermidades físicas, mentais ou sócio-econômicas, ou todas conjugadas, logram obter melhorias significativas nos processos em que estão incursas. São muitas as que aceitam e que são levadas a tais lidas nas esferas do trabalho científico.

É real que nem todos os embriões, tendo-se em vista as fases iniciais em que são tomados, estão ligados a inteligências espirituais, mas outros tantos estão, sim, animados por essas entidades referidas, ou seja, as que se apresentam para servir de “cobaias” nas atividades de pesquisas científicas.

Há, por outro lado, uma questão que se quer calar. Por que há defesas tão extremadas dos possíveis embriões com ligações espirituais, enquanto que não há a mesma paixão pelas crianças já reencarnadas, malnascidas, abandonadas nas ruas ou nos orfanatos? O que deve passar pela mente geral relativamente a tais crianças e os citados embriões? Por que não costumamos ver ninguém solicitar aos laboratórios detentores dos embriões algum deles como filho? Diante das quantidades que são atiradas fora, após os períodos exigidos por lei, é de estranhar que ninguém reclame uns dois ou três para serem cuidados, implantados na condição de filhos, de modo a salvá-los da destruição... 

Extraída de entrevista publicada no jornal O Imortal de fevereiro de 2009
http://www.oconsolador.com.br/ano4/178/raulteixeiraresponde.html