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domingo, 29 de janeiro de 2017

Suicídio. Matar-se! É possível?


                           Suicídio. Matar-se! É possível?


Falamos espiritualmente. O ser pensante, o que tem sensações e sentimentos é imortal. O que se pode apreender disto? O máximo possível seria inutilizar o equipamento manifestador daquele que detém a ideação, manifesta desejo, expressa emoção...  Ou seja, destrói-se somente o corpo físico.

Como nos sentimos quando iniciamos uma viagem há muito programada e cheia de expectativas de realizações felizes e no percurso diante de fato imprevisto vemos frustrada a possibilidade da sua continuidade, sendo isto totalmente alheia à nossa vontade? Sobrevém grande incômodo emocional, prejuízo financeiro... Consequências indesejáveis, mas superáveis num prazo previsível.

No entanto, quando frustramos a viagem da nossa vida pelo caminho da reencarnação (viver novamente num corpo físico) e em virtude de uma deliberação voluntária e morigerada por muito tempo, gera grande sofrimento.  A começar pela percepção de que não morreu, os problemas não ficam esquecidos, os incômodos que achávamos intransponíveis continuam muito mais intensos, porque perdemos o abafador carnal que minimizava os sofrimentos. 

Além de tudo isso, o fenômeno da morte física não ocorre com o cessar da respiração e dos batimentos cardíacos no corpo, esse fato é preliminar.  É preciso o desvencilhar dos liames que ligam o ser espiritual, que somos nós mesmos, das células constituintes do organismo, no entanto, estão imantados em consequência da intensa energia vital. Permanecendo o autocida perturbado com os acontecimentos dos momentos que se seguem ao ato extremo por tempo indeterminado.

O sofrimento é superlativo.  Vários fatos são narrados na Codificação Espírita, em contatos provocados por Allan Kardec, para fins de estudo, com suicidas de várias circunstâncias, que estão registrados na obra: “O Céu e o Inferno”, no capítulo V.

Em peça publicitária o CVV -- Centro de Valorização da Vida -- informa que a cada 40 segundos uma pessoa morre por suicídio no Mundo e cerca de 10 a 20 milhões de pessoas tentam o suicídio por ano. No Brasil, 25 morrem dessa forma por dia.
Considerando a estatística estarrecedora, registramos essas poucas linhas sobre o tema, dando oportunidade à reflexão sobre a epidemia que contraria todas as regras do bem viver exaradas por Jesus.

A vida da alma jamais terá fim. Fugir dos problemas é adiar solução.

Sempre nos encontraremos com o patrimônio moral que construímos na esteira das vidas sucessivas (entendido aqui vidas em corpos físicos). Nunca estaremos longe de nossas mazelas cultivadas, da mesma forma, das virtudes conquistadas. 

A permanência no corpo físico é experiência, sofremos provas e expiações. O objetivo é o aprimoramento do ser espiritual. Suportar dificuldades com resignação e com confiança na vitória sobre os momentos de sofrimento é conquistar a libertação de um estado de consciência maculado por atitudes negativas de alguma época, é fortalecer-se moralmente. 

Depois do trânsito pela vida material, retornaremos para a nossa vida real, porque de lá viemos, estaremos felizes ou infelizes, de acordo com as nossas possibilidades. 

Matar-se é o pior caminho. O sofrimento suportável de agora, torna-se irremediavelmente aumentado por nossa conta. Assim nos instrui a Espiritualidade Superior, através da Doutrina Espírita.

                                        Dorival da Silva    

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Solução de alguns problemas pela Doutrina Espírita 4



O HOMEM DEPOIS DA MORTE
 
144. Como se opera a separação da alma e do corpo? É brusca ou gradual?
O desprendimento opera-se gradualmente e com lentidão variável, segundo os indivíduos e as circunstâncias da morte.
Os laços que prendem a alma ao corpo não se rompem senão aos poucos, e tanto menos rapidamente quanto mais a vida foi material e sensual. (O Livro dos Espíritos, no 155.)
145. Qual a situação da alma imediatamente depois da morte do corpo? Tem ela instantaneamente a consciência de si? Em uma palavra, que vê? Que experimenta ela?
No momento da morte, tudo se apresenta confuso; é-lhe preciso algum tempo para se reconhecer; ela conserva-se tonta, no estado do homem que sai de profundo sono e que procura compreender a sua situação. A lucidez das ideias e a memória do passado lhe voltam, à medida que se destrói a influência da matéria de que ela acaba de separar-se, e que se dissipa o nevoeiro que lhe obscurece os pensamentos.
O tempo da perturbação, sequente à morte, é muito variável; pode ser de algumas horas somente, como de muitos dias, meses ou, mesmo, de muitos anos. É menos longa, entretanto, para aqueles que, enquanto vivos, se identificaram com o seu estado futuro, porque esses compreendem imediatamente a sua situação; porém, é tanto mais longa quanto mais materialmente o indivíduo viveu.
A sensação que a alma experimenta nesse momento é também muito variável; a perturbação, sequente à morte, nada tem de penosa para o homem de bem; é calma e em tudo semelhante à que acompanha um despertar plácido.
Para aquele cuja consciência não é pura e amou mais a vida corporal que a espiritual, esse momento é cheio de ansiedade e de angústias, que vão aumentando à medida que ele se reconhece, porque então sente medo e certo terror diante do que vê e sobretudo do que entrevê. A sensação a que podemos chamar física, é a de grande alívio e de imenso bem-estar, fica-se como que livre de um fardo, e o Espírito sente-se feliz por não mais experimentar as dores corporais que o atormentavam alguns instantes antes; sente-se livre, desembaraçado, como aquele a quem tirassem as cadeias que o prendiam.
Em sua nova situação, a alma vê e ouve ainda outras coisas que escapam à grosseria dos órgãos corporais. Tem, então, sensações e percepções que nos são desconhecidas. (Revue Spirite, 1859, pág. 244: “Mort d’un Spirite”. — Idem, 1860, pág. 332: “Le réveil de l’Esprit”. — Idem, idem, 1862, págs. 129 e 171: “Obsèques de M. Sanson”.)
OBSERVAÇÃO — Estas respostas e todas as relativas à situação da alma depois da morte ou durante a vida, não são o resultado de uma teoria ou de um sistema, mas de estudos diretos feitos sobre milhares de indivíduos, observados em todas as fases e períodos da sua existência espiritual, desde o mais baixo ao mais alto grau da escala, segundo seus hábitos durante a vida terrena, gênero de morte, etc.
Muitas vezes diz-se, falando da vida futura, que não se sabe o que nela se passa, porque ninguém no-lo veio contar; é um erro, pois são precisamente os que nela já se acham, que, a respeito, nos vêm instruir, e Deus o permite hoje, mais que em nenhuma outra época, como último aviso à incredulidade e ao materialismo.
146. A alma que deixa o corpo, pode ver a Deus?
As faculdades perceptivas da alma são proporcionais à sua purificação: só as de escol podem gozar da presença de Deus.
147. Se Deus está em toda parte, por que nem todos os Espíritos podem vê-lo?
Deus está em toda parte, porque em toda parte Ele irradia, podendo dizer-se que o Universo está mergulhado na divindade, como nós o estamos na luz solar; os Espíritos atrasados, porém, estão envolvidos numa espécie de nevoeiro que O oculta a seus olhos, e que se não dissipa senão à medida que eles se desmaterializam e se purificam. Os Espíritos inferiores são, pela vista, em relação a Deus, o que os encarnados são, em relação aos Espíritos: verdadeiros cegos.
148. Depois da morte, tem a alma consciência de sua individualidade? Como a constata e como podemos constatá-la?
Se as almas não tivessem sua individualidade depois da morte, isto, para elas, como para nós, seria o mesmo que não existirem; não teriam caráter algum distintivo; a do criminoso estaria na mesma altura que a do homem de bem, donde resultaria não haver interesse algum em fazermos o bem.
A individualidade da alma é mostrada de modo material, por assim dizer, nas manifestações espíritas, pela linguagem e qualidades próprias de cada qual; uma vez que elas pensam e agem de modo diferente, umas são boas e outras más, umas sábias e outras ignorantes, querendo umas o que outras não querem, o que prova evidentemente não estarem confundidas em um todo homogêneo, isso sem falar das provas patentes que nos dão, de terem animado tal ou tal indivíduo na Terra.
Graças ao Espiritismo experimental, a individualidade da alma não é mais uma coisa vaga, porém o resultado da observação.
A própria alma reconhece sua individualidade, porque tem pensamento e volição próprios, que distinguem umas das outras; verificando ainda a sua individualidade por seu invólucro fluídico ou perispírito, espécie de corpo limitado, que faz dela um ser distinto.
OBSERVAÇÃO — Há quem pense poder fugir à pecha de materialista por admitir um princípio inteligente universal, do qual uma parte absorveríamos ao nascermos, formando dela a nossa alma e restituindo-a depois da morte à massa comum, onde com outras se confundiria, tal como gotas d’água no oceano.
Este sistema, espécie de transição, não merece mesmo o nome de Espiritualismo, pois é tão desolador quanto o materialismo.
O reservatório comum do conjunto universal equivaleria ao aniquilamento, porquanto ali não haveria mais individualidades.
149. O gênero de morte influi no estado da alma?
O estado da alma varia consideravelmente segundo o gênero de morte, mas, sobretudo, segundo a natureza dos hábitos durante a vida. Na morte natural, o desprendimento se opera gradualmente e sem abalo, começando mesmo antes que a vida esteja extinta. Na morte violenta, por suplício, suicídio ou acidente, os laços são partidos bruscamente; o Espírito, surpreendido, fica como que tonto com a mudança nele efetuada, e não acha explicação para a sua situação.
Um fenômeno, mais ou menos constante em tal caso, é a persuasão em que ele se conserva de não estar morto, podendo essa ilusão durar muitos meses e mesmo muitos anos. Neste estado, ele se locomove, julga ocupar-se dos seus negócios, como se ainda estivesse no mundo, e mostra-se espantado de não lhe responderem, quando fala.
Essa ilusão também se nota, fora dos casos de morte violenta, em muitos indivíduos, cuja vida foi absorvida pelos gozos e interesses materiais. (O Livro dos Espíritos, no 165. — Revue Spirite, 1858, pág. 166: “Le suicidé de la Samaritaine”. — Idem, 1858, pág. 326: “Un Esprit au convoi de son corps”; idem, 1859, pág. 184: “Le Zouave de Magenta”; idem, 1859, pág. 319: “Un Esprit qui ne se croit pas mort”. — Idem, 1863, pág. 97: “François Simon Louvet”. )
150. Para onde vai a alma depois de deixar o corpo?
Ela não vai perder-se na imensidade do infinito, como geralmente se supõe; erra no espaço e, o mais das vezes, no meio daqueles que conheceu e, sobretudo, que amou, podendo instantaneamente transportar-se a distâncias imensas.
151. Conserva a alma as afeições que tinha na vida terrena?
Guarda todas as afeições morais e só esquece as materiais, que já não são de sua essência; por isso vem satisfeita ver os parentes e amigos e sente-se feliz com a lembrança deles. (Revue Spirite, 1860, pág. 341: “Les amis ne nous oublient pas dans l’autre monde”. — Idem, 1862, pág. 132.)
152. Conserva a alma a lembrança do que fez na Terra? Tem ela ainda interesse pelos trabalhos que não pôde completar?
Depende da sua elevação e da natureza desses trabalhos.
Os Espíritos desmaterializados pouco se preocupam com as coisas materiais, de que se julgam felizes por estar livres. Quanto aos trabalhos que começaram, segundo sua importância e utilidade, inspiram a outros o desejo de terminá-los.
153. Encontra a alma no mundo dos Espíritos os parentes que ali a precederam?
Não só os encontra, como também a outros muitos, seus conhecidos de outras existências.
Geralmente, aqueles que mais a amam vêm recebê-la à sua chegada no mundo espiritual, e ajudam-na a desprender-se dos laços terrenos. Entretanto, a privação de ver as almas mais caras é, algumas vezes, punição para os culpados.
154. Qual, na outra vida, o estado intelectual e moral da alma da criança morta em tenra idade? Suas faculdades conservam-se na infância, como durante a vida?
O incompleto desenvolvimento dos órgãos da criança não dava ao Espírito a liberdade de se manifestar completamente; livre desse invólucro, suas faculdades são o que eram antes da sua encarnação. O Espírito, não tendo feito mais que passar alguns instantes na vida, não sofre modificação nas faculdades.
OBSERVAÇÃO — Nas comunicações espíritas, o Espírito de um menino pode, pois, falar como adulto, porque pode ser Espírito adiantado. Se, algumas vezes, adota a linguagem infantil, é para não tirar à mãe o encanto que sempre está ligado à afeição de um ente frágil, delicado e adornado com as graças da inocência. (Revue Spirite, 1858, pág. 17: “Mère! Je suis là”.)
Podendo a mesma questão ser formulada acerca do estado intelectual da alma dos imbecis, idiotas e loucos depois da morte, encontra-se a solução no que precede.
155. Que diferença há, depois da morte, entre a alma do sábio e a do ignorante, entre a do selvagem e a do homem civilizado?
A mesma, pouco mais ou menos, que existia entre elas durante a vida; porque a entrada no mundo dos Espíritos não dá à alma todos os conhecimentos que lhe faltavam na Terra.
156. Progridem as almas, intelectualmente, depois da morte?
Progridem mais ou menos, segundo sua vontade, e algumas se adiantam muito; porém, têm necessidade de pôr em prática, durante a vida corporal, o que adquiriram em ciência e moralidade. As que ficaram estacionárias, recomeçam uma existência análoga à que deixaram; as que progrediram, alcançam uma encarnação de ordem mais elevada.
Sendo o progresso proporcionado à vontade do Espírito, há muitos que, por longo tempo, conservam os gostos e as inclinações que tinham durante a vida, e prosseguem nas mesmas ideias. (Revue Spirite, 1858, pág. 82: “La reine d’Oude”; idem, pág. 142: “L’Esprit et les héritiers”; idem, pág. 186; “Le tambour de la Bérésina”; idem, 1859, pág. 344: “Un ancien charretier”; idem, 1860, pág. 383: “Progrès des Esprits”; idem, 1861, pág. 126: “Progrès d’un Esprit pervers”.)
157. A sorte do homem, na vida futura, está irrevogavelmente fixada depois da morte?
A fixação irrevogável da sorte do homem, depois da morte, seria a negação absoluta da justiça e da bondade de Deus, porque há muitos que não puderam esclarecer-se suficientemente na existência terrena, sem falar dos idiotas, imbecis, selvagens e de elevado número de crianças que morrem sem ter entrevisto a vida. Mesmo entre os homens esclarecidos, há muitos que, julgando-se assaz perfeitos, creem-se dispensados de estudar e trabalhar mais, e não é isto prova que Deus nos dá de sua bondade, o permitir que o homem faça amanhã o que não pode fazer hoje?
Se a sorte é irrevogavelmente fixada, por que morrem os homens em idades diferentes, e por que, em sua justiça, não concede Deus a todos o tempo de produzir a maior soma de bem e reparar o mal que fizeram?
Quem sabe se o criminoso que morre aos trinta anos, não se teria tornado um homem de bem, se vivesse até aos sessenta? Por que Deus lhe tira assim os meios que concede a outros?
Só o fato da diversidade das durações da vida e do estado moral da grande maioria dos homens, prova a impossibilidade, admitida a justiça divina, de ser a sorte da alma irrevogavelmente fixada depois da morte.
158. Qual, na vida futura, a sorte das crianças que morrem em tenra idade?
Esta questão é uma das que melhor provam a justiça e a   necessidade da pluralidade das existências. Uma alma que só tiver vivido alguns instantes, sem fazer nem bem nem mal, não pode merecer prêmio nem castigo, pois, segundo a máxima do Cristo — cada um é punido ou recompensado conforme suas obras — é tão ilógico como contrário à justiça de Deus admitir-se que, sem trabalho, essa alma seja chamada a gozar da bem-aventurança dos anjos, ou que desta se veja privada; entretanto, ela deve ter um destino qualquer. Um estado misto, por toda a eternidade, seria igualmente uma injustiça.
Uma existência logo em começo interrompida, não podendo, pois, ter consequência alguma para a alma, tem por sorte atual o que mereceu da existência anterior, e futuramente o que vier a merecer em suas existências ulteriores.
159. Têm as almas ocupações na outra vida? Pensam elas em outra coisa, a não ser em suas alegrias e sofrimentos?
Se as almas não fizessem mais que tratar de si durante a eternidade, seria egoísmo, e Deus, que condena essa falta na vida corporal, não poderia aprová-la na espiritual. As almas, ou Espíritos, têm ocupações em relação com o seu grau de adiantamento, ao mesmo tempo que procuram instruir-se e melhorar-se. (O Livro dos Espíritos, no 558: “Ocupações e missões dos Espíritos”.)
160. Em que consistem os sofrimentos da alma depois da morte? Irão as almas criminosas ser torturadas em chamas materiais?
A Igreja reconhece perfeitamente, hoje, que o fogo do inferno é todo moral e não material; porém, não define a natureza dos sofrimentos. As comunicações espíritas colocam os sofrimentos sob os nossos olhos, e, por esse meio, podemos apreciá-los e convencer-nos de que, apesar de não serem o resultado de um fogo material, que efetivamente não poderia queimar almas imateriais, eles, nem por isso, deixam de ser mais terríveis, em certos casos.
Essas penas não são uniformes: variam infinitamente, segundo a natureza e o grau das faltas cometidas, sendo quase sempre essas mesmas faltas o instrumento do seu castigo; é assim que certos assassinos são obrigados a conservarem-se no próprio lugar do crime e a contemplar suas vítimas incessantemente; que o homem de gostos sensuais e materiais conserva esses pendores juntamente com a impossibilidade de satisfazê-los, o que lhe é uma tortura; que certos avarentos julgam sofrer o frio e as privações que suportaram na vida por sua avareza; outros se conservam junto aos tesouros que enterraram, em transes perpétuos, com medo que os roubem; em uma palavra, não há um defeito, uma imperfeição moral, um ato mau, que não tenha, no mundo espiritual, seu reverso e suas consequências naturais; e, para isso, não há necessidade de um lugar determinado e circunscrito. Onde quer que se ache o Espírito perverso, o inferno estará com ele.
Além dos sofrimentos espirituais, há as penas e provas materiais que o Espírito, se não está depurado, experimenta numa nova encarnação, na qual é colocado em condições de sofrer o que fez a outrem sofrer; de ser humilhado, se foi orgulhoso; miserável, se avarento; infeliz com seus filhos, se foi mau filho, etc.
Como dissemos, a Terra é um dos lugares de exílio e de expiação, um purgatório, para os Espíritos dessa natureza, do qual cada um se pode libertar, melhorando-se suficientemente para merecer habitação em mundo melhor. (O Livro dos Espíritos, no 237: “Percepções, sensações e sofrimentos dos Espíritos”; idem, Parte 4a: “Esperanças e consolações”, cap. I, “Penas e gozos futuros”; — Revue Spirite, 1858, pág. 79: “L’assassin Lemaire”; idem, pág. 166: “Le suicidé de la Samaritaine”; idem, pág. 331: “Sensations des Esprits”; idem, 1859, pág. 275: “Le père Crépin”; idem, 1860, pág. 61: “Estela Regnier”; idem, página 247: “Le suicidé de la rue Quincampoix”; idem, pág. 316: “Le châtiment”; idem, pág. 315: “Entrée d’um coupable dans le monde des Esprits”; idem, pág. 384: “Châtiment de l’egoïste”; idem,1861, pág. 53: “Suicide d’um athée”; idem, página 270: “La peine du talion”.)
161. A prece será útil às almas sofredoras?
Todos os bons Espíritos a recomendam e os imperfeitos a pedem como meio de aliviar os seus sofrimentos. A alma, por quem se pede, experimenta um consolo, porque vê na prece um testemunho de interesse, e o infeliz é sempre consolado, quando encontra pessoas que compartilhem de suas dores.
De outro lado, pela prece o exortamos ao arrependimento e ao desejo de fazer o necessário para ser feliz; é neste sentido que se pode abreviar-lhe as penas, quando ele, de seu lado, o favorece com a sua boa vontade. (O Livro dos Espíritos, no 664. — Revue Spirite, 1859, pág. 315: “Effets de la prière sur les Esprits souffrants”.)
162. Em que consistem os gozos das almas felizes? Passam elas a eternidade em contemplação?
A justiça quer que a recompensa seja proporcional ao mérito, como a punição à gravidade da falta; há, pois, graus infinitos nos gozos da alma, desde o instante em que ela entra no caminho do bem, até aquele em que atinge a perfeição. A felicidade dos bons Espíritos consiste em conhecer todas as coisas, não sentir ódio, nem ciúme, nem inveja, nem ambição, nem qualquer das paixões que desgraçam os homens. O amor que os une é, para os bons Espíritos, a fonte de suprema felicidade, pois não experimentam as necessidades, nem os sofrimentos, nem as angústias da vida material.
O estado de contemplação perpétua seria uma felicidade estúpida e monótona; seria a ventura do egoísta, uma existência interminavelmente inútil.
A vida espiritual é, ao contrário, de uma atividade incessante pelas missões que os Espíritos recebem do Ser Supremo, de serem seus agentes no governo do Universo — missões essas proporcionadas ao seu adiantamento, e cujo desempenho os torna felizes, porque lhes fornece ocasiões de serem úteis e de fazerem o bem. (O Livro dos Espíritos, no 558: “Ocupações e missões dos Espíritos”. — Revue Spirite, 1860, págs. 321 e 322, “Les purs Esprits: Le séjour des bienheureux”; idem, 1861, pág. 179: “Madame Gourdon”.)
OBSERVAÇÃO — Convidamos os adversários do Espiritismo e os que não admitem a reencarnação a darem, dos problemas acima apresentados, uma solução mais lógica, por outro princípio qualquer que não seja o da pluralidade das existências.

 -- FIM --

O Livro: O que é o Espiritismo, pode ser consultado integralmente no endereço: 
http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/bibliotecavirtual/principal.html

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

O Ano Novo e o Tempo


O Ano Novo e o Tempo.



Ano Novo!  É esperança.  É o calendário que se renova, no entanto, o tempo continua na sua jornada infindável. A vida escolar se reinicia, as empresas encerram seus balanços e continuam a caminhada, as lavouras são transformadas e renovadas, os governos realizam novos planejamentos, as sociedades superam algumas dificuldades e se defrontam com outras exigências. A criança cresce, os adultos envelhecem... O tempo vai passando ou tudo passa pelo tempo? O tempo é algo imutável?  O que é o tempo?



Percebemos o tempo quando analisamos o que foi realizado, o realizado traz a marca de um tempo. Temos a noção de tempo verificando a sucessão de realizações. São as ocorrências. São os fatos vividos ou observados. Tempos passados longínquos, que não presenciamos, mas contamos as suas marcas. São as camadas de terras, de minérios, de fósseis, são gravuras e fotografias, filmes e escritos... Os vincos das faces, e o nevar dos cabelos...  Tudo algo realizado, existente. São os marcadores do tempo. Tudo observável pelas muitas possibilidades desenvolvidas pela Ciência.



E o tempo para a consciência. Para a vida essencial. Aquilo que não terá um fim: a alma.  Como será isto?



Entramos e saímos da vida física sucessivamente. Somos crianças, somos adultos, somos velhos, "remorremos" e renascemos... Comparativamente somos como as camadas de terras, são as muitas vidas, como um seriado dentro de uma única vida, porque nunca a nossa vida sofreu interrupção, desde a sua origem, quando o Criador nos deu o sopro existencial, desde quando existimos como Espírito, que jamais deixaremos de existir. A vida é infinita.  Como contar esse tempo, da vida que não terminará? Com qual calendário?



Concluímos que é cada qual um mundo singular, com suas camadas, seus fósseis, que não sendo matérias, são morais.  São os registros da construção que estamos realizando, tem entulhos, tem descartes, tem reciclados, tem readequações, tem partes bonitas e outras feias, tem desejos, tem perspectivas, tem esperanças. São as muitas experiências vividas. O resultado dessa composição de eras e vivências, vidas e vidas, vivências e vivências, realizações e frustrações, reflexões e reflexões.  A grande construção, a única porque somos singulares, nos mostra como nos apresentamos, felizes ou infelizes.



No entanto, a vida espírita não tem fim, sendo sua construção exclusivamente nossa, com um único objetivo, chegar à felicidade plena. É uma construção íntima, é um estado d'alma. A materialidade não faz parte dela. O egoísmo e o orgulho já não marcam presença, possivelmente estão na condição de fósseis. Não há mais corpo físico, não há mais renascimento... A preocupação particular já não se faz presente, não precisa mais, porque alcançou-se o objetivo da vida, mas também não existe uma vida de contemplação, de êxtase ociosa, mas sim, a vida altruística em favor daqueles que ainda não alcançaram a plenitude da vida. O trabalho e as construções continuam sempre.



Onde o tempo?
                                                            Dorival da Silva

sábado, 24 de janeiro de 2015

Terrorismo de natureza mediúnica


       
Sutilmente vai-se popularizando uma forma lamentável de revelação mediúnica, valorizando as questões perturbadoras que devem receber tratamento especial, ao invés de divulgação popularesca de caráter apocalíptico.
Existe um atavismo no comportamento humano em torno do Deus temor que Jesus desmistificou, demonstrando que o Pai é todo Amor, e que o Espiritismo confirma através das suas excelentes propostas filosóficas e ético-morais, o qual deve ser examinado com imparcialidade.
Doutrina fundamentada em fatos, estudada pela razão e lógica, não admite em suas formulações esclarecedoras quaisquer tipos de superstições, que lhe tisnariam a limpidez dos conteúdos relevantes, muito menos ameaças que a imponham pelo temor, como é habitual em outros segmentos religiosos.
Durante alguns milênios o medo fez parte da divulgação do Bem, impondo vinganças celestes e desgraças a todos aqueles que discrepassem dos seus postulados, castrando a liberdade de pensamento e submetendo ao tacão da ignorância e do primitivismo cultural as mentes mais lúcidas e avançadas...
O Espiritismo é ciência que investiga e somente considera aquilo que pode ser confirmado em laboratório, que tenha caráter de revelação universal, portanto, sempre livre para a aceitação ou não por aqueles que buscam conhecer-lhe os ensinamentos. Igualmente é filosofia que esclarece e jamais apavora, explicando, através da Lei de Causa e Efeito,  quem somos, de onde viemos, para onde vamos, porque sofremos, quais são as razões das penas e das amarguras humanas... De igual maneira, a sua ética-moral é totalmente fundamentada nos ensinamentos de Jesus, conforme Ele os enunciou e os viveu, proporcionando a religiosidade que integra a criatura na ternura do seu Criador, sendo de simples e fácil formulação.
Jamais se utiliza das tradições míticas greco-romanas, quais das Parcas, sempre tecendo tragédias para os seres humanos, ou de outras quaisquer remanescentes das religiões ortodoxas decadentes, algumas das quais hoje estão reformuladas na apresentação, mantendo, porém, os mesmos conteúdos ameaçadores.
De maneira sistemática e contínua, vêm-se tornando comuns algumas pseudorrevelações alarmantes, substituindo as figuras mitológicas de Satanás, do Diabo, do Inferno, do Purgatório, por Dragões, Organizações demoníacas, regiões punitivas atemorizantes, em detrimento do amor e da misericórdia de Deus que vigem em toda parte.
Certamente existem personificações do Mal além das fronteiras físicas, que se comprazem em afligir as criaturas descuidadas, assim como lugares de purificação depois das fronteiras de cinza do corpo somático, todos, no entanto, transitórios, como ensaios para a aprendizagem do Bem e sua fixação nos painéis da mente e do comportamento.
O Espiritismo ressuscita a esperança e amplia os horizontes do conhecimento exatamente para facultar ao ser humano o entendimento a respeito da vida e de como comportar-se dignamente ante as situações dolorosas.
As suas revelações objetivam esclarecer as mentes, retirando a névoa da ignorância que ainda permanece impedindo o discernimento de muitas pessoas em torno dos objetivos essenciais da existência carnal.
Da mesma forma como não se deve enganar os candidatos ao estudo espírita, a respeito das regiões celestes que os aguardam, desbordando em fantasias infantis, não é correto derrapar nas ameaças em torno de fetiches, magias e soluções miraculosas para os problemas humanos, recorrendo-se ao animismo africanista, de diversos povos e às suas superstições. No passado, em pleno período medieval, as crenças em torno dos fenômenos mediúnicos revestiam-se de místicas e de cerimônias cabalísticas, propondo a libertação dos incautos e perversos das situações perniciosas em que transitavam.
O Espiritismo, iluminando as trevas que permanecem dominando incontáveis mentes, desvela o futuro que a todos aguarda, rico de bênçãos e de oportunidades de crescimento intelecto-moral, oferecendo os instrumentos hábeis para o êxito em todos os cometimentos.
A sua psicologia é fértil de lições libertadoras dos conflitos que remanescem das existências passadas, de terapêuticas especiais para o enfrentamento com os adversários espirituais que procedem do ontem perturbador, de recursos simples e de fácil aplicação.
A simples mudança mental pra melhor proporciona ao indivíduo a conquista do equilíbrio perdido, facultando-lhe a adoção de comportamentos saudáveis que se encontram exarados em O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, verdadeiro tratado de eficiente psicoterapia ao alcance de todos que se interessem pela conquista da saúde integral e da alegria de viver.
Após a façanha de haver matado a morte, o conhecimento do Espiritismo faculta a perfeita integração da criatura com a sociedade, vivendo de maneira harmônica em todo momento, onde quer que se encontre, liberada de receios injustificáveis e sintonizada com as bênçãos que defluem da misericórdia divina.
A mediunidade, desse modo, a serviço de Jesus, é veículo de luz, de seriedade, dignificando o seu instrumento e enriquecendo de esperança e de felicidade todos aqueles que se lhe acercam.
Jamais a mediunidade séria estará a serviço dos Espíritos zombeteiros, levianos, críticos, contumazes de tudo e de todos que não anuem com as suas informações vulgares, devendo tornar-se instrumento de conforto moral e de instrução grave, trabalhando a construção de mulheres e de homens sérios que se fascinem com o Espiritismo e tornem as suas existências úteis e enobrecidas.
Esses Espíritos burlões e pseudossábios devem ser esclarecidos e orientados à mudança de comportamento, depois de demonstrado que não lhes obedecemos, nem lhes aceitamos as sugestões doentias, mentirosas e apavorantes com as histórias infantis sobre as catástrofes que sempre existiram, com as informações sobre o fim do mundo, com as tramas intérminas a que se entregam para seduzir e conduzir os ingênuos que se lhes submetem facilmente...
O conhecimento real do Espiritismo é o antídoto para essa onda de revelações atemorizantes, que se espalha como um bafio pestilencial, tentando mesclar-se aos paradigmas espíritas que demonstraram desde o seu surgimento a legitimidade de que são portadores, confirmando o Consolador que Jesus prometeu aos seus discípulos e se materializou na incomparável Doutrina.
Ante informações mediúnicas desastrosas ou sublimes, um método eficaz existe para a avaliação correta em torno da sua legitimidade, que é a universalidade do ensino,  conforme estabeleceu o preclaro Codificador.
Desse modo, utilizando-se da caridade como guia, da oração como instrumento de iluminação e do conhecimento como recurso de libertação, os adeptos sinceros do Espiritismo não se devem deixar influenciar pelo moderno terrorismo de natureza mediúnica, encarregado de amedrontar, quando o objetivo máximo da Doutrina é libertar os seus adeptos, a fim de os tornar felizes.
Vianna de Carvalho
 
Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, no

dia 7 de dezembro de 2009, durante o XVII Congresso Espírita
Nacional, em Calpe, Espanha.
Em 09.04.2012.