Pandemia
Dores que percorrem o tempo.
Valores equivocados que a humanidade se atribui,
Inconscientemente, usufruem de prazeres que trazem infelicidade.
Esqueceu-se da essência da vida.
A crença cega de que alguém dará solução às aflições
É motivo de mais sofrimento,
Expectativa do impossível desvia-se do compromisso;
Somos a solução dos próprios infortúnios.
Há liberdade para realizar, usar e desfrutar,
Alimentar ilusões é plantar desastre nos próprios passos.
A colheita é de frutos do que se plantou,
Ninguém ignora a sua semeadura.
Coletivamente caminhamos como manada,
Lidera-se inconsequência à guisa de verdade.
Interesses ignóbeis a pretexto de produção lídima;
Culpas retardatárias que fluem diante de catástrofe anunciada.
Sempre é tempo de mudar as ânsias da alma,
Parada abrupta na desenfreada correria desperta do sono,
A vida existe e pede mudança de rumo.
O interesse maior é a vida que não finda.
Tudo que palpamos é importante, se soubermos avaliar;
Torna-se tormento, caso venhamos abusar;
O que é moral tem que prevalecer,
A lucidez se faz aguardar.
Sofrer por sofrer não altera o nosso estado de ignorância,
A clareza do entendimento é resultado do pensamento, da meditação;
A escuridão por séculos nos invadiu, somente interesses materializantes importavam;
Agora, a alavanca do progresso nos impõe a dor que atormenta.
Voluntariamente o incauto se aprisiona;
O condenado que se penaliza.
Aturdido, sem saber por onde atacará a criatura desconhecida,
Criação inconsciente do próprio apenado.
Há esperança.
Alguém há mais de dois mil anos a trouxe,
Ninguém está desamparado, a vida não se extinguirá;
Somente se aguarda o despertar da consciência.
O mal não durará mais do que o combustível que o alimenta;
A fé que permite o raciocínio altera o estado de sofrimento;
“Conhecereis a verdade e ela vos libertará.”
Embora o sofrimento, a meta é a felicidade.
Dorival da Silva