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segunda-feira, 13 de abril de 2020

Domingo, dia claro...


Domingo, dia claro...

As notícias não são boas, anúncio de mortes nas maiores cidades do Mundo, nos países ricos e nos pobres também, é a pandemia: Coronavírus.

Olhando pela janela contemplo no quintal uma atmosfera linda, o Sol brilha mostrando luz suave, o ar leve carrega o perfume que colhe das flores, as plantas estão muito verdes, os pássaros se manifestam sem preocupação, a Natureza se posta com a sua grandeza.

Jornais de folhas, de televisão, de rádio se manifestam sem detença em notícias de toda ordem, numa concorrência exorbitante de mais e mais atualizações da desgraça que atinge milhares de almas que sofrem com a contaminação e multidões outras aflitas para não se contaminarem com o vírus que pode causar o mal.

Autoridades que exigem o recolhimento das populações nos lares, outras que solicitam o relaxamento de tal iniciativa, visando preservar as questões econômicas; populares que querem retornar ao trabalho, pois precisão resguardar o pão de cada dia; outros que são autorizados por servirem a setores considerados indispensáveis ao atendimento básico da sociedade, tais como farmácias, supermercados, postos de combustíveis, hospitais...

Governos montam hospitais de campanha às pressas, prevendo a impossibilidade de atendimento condizente ao número crescente de contaminados e previsão catastrófica da quantidade de doentes nos próximos meses; há busca infrene de equipamentos auxiliares à respiração, pois a doença viral exaure consideravelmente a capacidade respiratória dos contaminados mais graves, levando os mais suscetíveis, idosos e detentores de doenças crônicas, com frequência, à morte.

Os interesses políticos estendem o seu manto sobre a desgraça, buscando retirar o que pode de capitalização para os poderes, dos poderosos que nem sabem se verão o fim da pandemia, que se mostra demorar em ter solução. É mando e desmando dos antagonistas do poder de um lado, é revolta de apaniguados insatisfeitos de outro, parte da população se levanta em protesto, sem ao certo sobre o quê; vez que todos estão num barco em comoção, num incêndio alimentado por muitos combustíveis emocionais e de insensatez.

Países buscam equipamentos que salvaguardam a fisiologia respiratória dos possíveis internados em situação agravada, pois é vital, no entanto, os centros produtores desses recursos não têm a quantidade suficiente e a capacidade de produção também não atende à demanda de todos. Existe a lei de mercado, a falta do produto inflaciona os preços, os mais pobres não podem adquirir o que precisa, a força econômica sobrepõe os mais fracos, que ficam em segundo plano, assim se verifica a pandemia que avança sem detença, causando mortes em quantidade inimaginável.

Os templos religiosos, os cinemas, os teatros, os “shoppings”, o comércio e a indústria estão vazios às custas de decretos oficiais, tudo com o propósito de se evitar a disseminação do contágio pela movimentação das pessoas, buscando-se o alongamento do enraizamento  desse mal de forma generalizada em curto prazo, o que seria uma tragédia humana, considerando a impossibilidade de acolhimento em hospitais a massa de gente em estado desesperador de insuficiência respiratória incontrolável.  Certamente a morte desassistida se daria em toda parte, o que se pretende evitar, dando condições para se salvar a maior parte dos doentes.   
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O indivíduo que busca se esgueirar do contato com o tal vírus, que lhe poderá comprometer a máquina de carne é também um Espírito, ou se quiserem uma Alma, que está passando um período de experiência neste Mundo, será que todos se lembram disso? Será que a fé que professamos nos prepara para momento tão decisivo? Mesmo que fiquemos doentes coletivamente, o caminho a percorrer é exclusivo, mesmo cercado de assistentes, o desfecho é solitário, se for o ponto final da existência. Caso isto ocorra o corpo já não importa, a própria circunstância levará às finalidades. E nós que não findamos, apenas nos liberamos do corpo, como nos encontraremos? Esta é a pergunta excelente. O que virá depois!

Se faz necessário a humildade. Se não é agora que deixaremos a carcaça, será mais adiante, poderá demorar décadas, mas o dia chegará.

O momento é adequado para olharmos para dentro, a lógica nos mostra que não será com os olhos que conhecemos, será com as ondas criadas pela reflexão, poderíamos dizer com o olhar da alma, da análise, da crítica e da síntese.

A busca do autoconhecimento, da descoberta das virtudes e dos defeitos, dos vícios... Viver a relação humana com mais cuidado, observando para aprender.

Esse retorno para casa é mais significativo, além de representar o que é praxe, também diz que precisamos ir mais além. Aproveitar bem o tempo, tornando-o útil. Compreendendo que toda ocupação nobre é ocupação produtiva. Sejam em atividades materiais, intelectuais, ou na atenção à criança ou ao velho, a importância é como se faz.

Jesus, o Cristo, lecionou: “Amar o próximo como a si mesmo” e a Doutrina Espírita ensina: “Fora da caridade não há salvação”. 
  
                                               Dorival da Silva



Incluo parte da dedicatória do Espírito Irmão X existente na abertura da obra: Cartas e Crônicas, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, 1966, como segue:

"Num belo apólogo, conta Rabindranath Tagore que um lavrador, a caminho de casa, com a colheita do dia, notou que, em sentido contrário, vinha suntuosa carruagem, revestida de estrelas. Contemplando-a, fascinado, viu-a estacar, junto dele, e, semiestarrecido, reconheceu a presença do Senhor do Mundo, que saiu dela e estendeu-lhe a mão a pedir-lhe esmolas...

-- O quê? -- Refletiu, espantado -- o Senhor da Vida a rogar-me auxílio, a mim, que nunca passei de mísero escravo, na aspereza do solo?

Conquanto excitado e mudo, mergulhou a mão no alforje de trigo que trazia e entregou ao Divino Pedinte apenas um grão da preciosa carga.

O Senhor agradeceu e partiu.

Quando, porém, o pobre homem do campo tornou a si do próprio assombro, observou que doce claridade vinha do alforje poeirento... O grânulo de trigo, do qual fizera sua dádiva, tornara à sacola, transformado em pepita de ouro luminescente...
Deslumbrado, gritou:

-- Louco que fui!... Porque não dei tudo o que tenho ao Soberano da Vida?"

                                      *

       Na atualidade da Terra, quando o materialismo compromete edificações veneráveis da fé, no caminho dos homens, sabemos que o Cristo pede cooperação para a sementeira do Evangelho Redivivo que a Doutrina Espírita veicula. (...).

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Há muita diferença e Muito se pedirá...


Há muita diferença


“E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou.” – (Atos, 3:6.)

É justo recomendar muito cuidado aos que se interessam pelas vantagens da política humana, reportando-se a Jesus e tentando explicar, pelo Evangelho, certos absurdos em matéria de teorias sociais.
Quase sempre, a lei humana se dirige ao governado, nesta fórmula: – “O que tens me pertence.”
O Cristianismo, porém, pela boca inspirada de Pedro, assevera aos ouvidos do próximo:
– “O que tenho, isso te dou.”
Já meditaste na grandeza do mundo, quando os homens estiverem resolvidos a dar do que possuem para o edifício da evolução universal?
Nos serviços da caridade comum, nas instituições de benemerência pública, raramente a criatura cede ao semelhante aquilo que lhe constitui propriedade intrínseca.
Para o serviço real do bem eterno, fiar-se-á alguém nas posses perecíveis da Terra, em caráter absoluto?
O homem generoso distribuirá dinheiro e utilidades com os necessitados do seu caminho, entretanto, não fixará em si mesmo a luz e a alegria que nascem dessas dádivas, se as não realizou com o sentimento do amor, que, no fundo, é a sua riqueza imperecível e legítima.
Cada individualidade traz consigo as qualidades nobres que já conquistou e com que pode avançar sempre, no terreno das aquisições espirituais de ordem superior.
Não olvides a palavra amorosa de Pedro e dá de ti mesmo, no esforço de salvação, porquanto quem espera pelo ouro ou pela prata, a fim de contribuir nas boas obras, em verdade ainda se encontra distante da possibilidade de ajudar a si próprio.
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Mensagem extraída da obra: Pão Nosso, psicografia de Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Emmanuel, capítulo 106.
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Muito se pedirá àquele que muito recebeu

       “O servo que souber da vontade do seu amo e que, entretanto, não estiver pronto e não fizer o que dele queira o amo, será rudemente castigado. Mas aquele que não tenha sabido da sua vontade e fizer coisas dignas de castigo menos punido será. Muito se pedirá àquele a quem muito se houver dado e maiores contas serão tomadas àquele a quem mais coisas se haja confiado.”  (Lucas, 12:47 e 48.)

 Principalmente ao ensino dos Espíritos é que estas máximas se aplicam. Quem quer que conheça os preceitos do Cristo e não os pratique, é certamente culpado; contudo, além de o Evangelho, que os contém, achar-se espalhado somente no seio das seitas cristãs, mesmo dentro destas quantos há que não o leem, e, entre os que o leem, quantos os que o não compreendem! Resulta daí que as próprias palavras de Jesus são perdidas para a maioria dos homens.
O ensino dos Espíritos, reproduzindo essas máximas sob diferentes formas, desenvolvendo-as e comentando-as, para pô-las ao alcance de todos, tem isto de particular: não é circunscrito; todos, letrados ou iletrados, crentes ou incrédulos, cristãos ou não, o podem receber, pois que os Espíritos se comunicam por toda parte. Nenhum dos que o recebam, diretamente ou por intermédio de outrem, pode pretextar ignorância; não se pode desculpar nem com a falta de instrução, nem com a obscuridade do sentido alegórico. Aquele, portanto, que não aproveita essas máximas para melhorar-se, que as admira como coisas interessantes e curiosas, sem que lhe toquem o coração, que não se torna nem menos vão, nem menos orgulhoso, nem menos egoísta, nem menos apegado aos bens materiais, nem melhor para seu próximo, mais culpado é, porque mais meios tem de conhecer a verdade.
Os médiuns que obtêm boas comunicações ainda mais censuráveis são, se persistem no mal, porque muitas vezes escrevem sua própria condenação e porque, se não os cegasse o orgulho, reconheceriam que a eles é que se dirigem os Espíritos. Todavia, em vez de tomarem para si as lições que escrevem, ou que leem escritas por outros, têm por única preocupação aplicá-las aos demais, confirmando assim estas palavras de Jesus: “Vedes um argueiro no olho do vosso próximo e não vedes a trave que está no vosso.”  
Por esta sentença: “Se fôsseis cegos, não teríeis pecados”, quis Jesus significar que a culpabilidade está na razão das luzes que a criatura possua. Ora, os fariseus, que tinham a pretensão de ser, e eram, com efeito, os mais esclarecidos da sua nação, mais culposos se mostravam aos olhos de Deus do que o povo ignorante. O mesmo se dá hoje.
Aos espíritas, pois, muito será pedido, porque muito hão recebido; mas também aos que houverem aproveitado, muito será dado.
O primeiro cuidado de todo espírita sincero deve ser o de procurar saber se, nos conselhos que os Espíritos dão, alguma coisa não há que lhe diga respeito.
O Espiritismo vem multiplicar o número dos chamados. Pela fé que faculta, multiplicará também o número dos escolhidos.
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Textos extraídos de O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, capítulo XVIII – Muitos os chamados, pouco os escolhidos, itens 10 e 12.
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Reflexão:
       "Cada individualidade traz consigo as qualidades nobres que já conquistou e com que pode avançar sempre, no terreno das aquisições espirituais de ordem superior".  
           Nesse dizer de "Emmanuel" fica a síntese do registro evolutivo de cada um de nós. Ninguém pode ser àquilo que ainda não conquistou espiritualmente, o que se vê cotidianamente são mostras de como se pretende apresentar. É a hipocrisia. A personalidade que idealizamos para a conquista daquilo que atende às nossas ansiedades e interesses, muitas vezes desonestos.
             A figura maiúscula de Pedro exalta o que interessa ao "ser" imortal, dando de si as vibrações que exalavam de seu espírito para atender o vazio espiritual do pedinte, expressando excepcionalmente o ensinamento que perpetua, sem que a grande maioria dos que se dizem cristãos o compreende em profundidade -- "E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou."
              A necessidade maior do reencarnado está na sua alma, é a razão de estar vivendo num corpo físico, que necessita de muita assistência, a condição emocional de desiquilíbrio e a precariedade social são os resultados do que somos, considerando que percebemos apenas a parte aparente do "iceberg", caso tivéssemos consciência da integralidade certamente não nos suportaríamos.
              As carências da alma se preenchem com os recursos conquistados pela própria alma. O que é material por mais valor possa ter na ótica do mundo deve ser considerado apenas na condição de meio para a realização do bem. A realização que movimenta a intenção, as emoções, pede superação de dificuldades, apurando a capacidade de discernimento, a oportunidade de decidir e de avaliar se o que resulta é bom ou não para si e para outrem.  O bem ou mal são as consequências das iniciativas ou não.
            No Evangelho Segundo o Espiritismo apresenta análise do ensinamento de Jesus: "Muito se pedirá àquele que muito recebeu", o que é uma lógica límpida, é justiça Divina. Não há reparo! Não é possível que se permitisse que um mestre em matemática claudicasse em operações básicas, certamente se exigirá exatidão em matéria complexa compatível com a sua competência. Assim é na questão espiritual, a consciência não ficará satisfeita se não cumprirmos com os deveres que nos são próprios. Havendo descumprimento pela falta de compromisso, deslealdade, relaxamento, displicência e irresponsabilidade, tudo o que defluir em prejuízos sejam no campo material ou moral será exigido reparação, nesta vida ainda ou em outra, e as dificuldades serão correspondentes ao nosso estado de consciência. As dificuldades materiais ou emocionais são os desforços que fizemos para não fazer ou mal fazer o que tínhamos possibilidades de fazer bem, com resultados benfazejos proporcionadores de paz e felicidade.
           "O Espiritismo vem multiplicar o número dos chamados. Pela fé que faculta, multiplicará também o número dos escolhidos."  As verdades estão colocadas e não há possibilidade de retrocesso, o que a vida propõe é a plenitude, esta é a meta, o atraso na caminhada é por conta de cada indivíduo, chama-se indivíduo porque é um mundo próprio, é autônomo, no entanto, não conseguirá alcançar o objetivo se não souber estender os braços para servir e as emoções para consolar àqueles que ainda estão no esforço de superação de suas mazelas.
              A Doutrina Espírita contém os ensinamentos orientadores, como a trombeta que aponta a direção, ater-se a isso é escolher-se investindo no aprimoramento de si mesmo, multiplicando o número dos alçados no mundo dos escolhidos.
                                                   Dorival da Silva