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segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Os hábitos de hoje e as consequências espirituais

Os hábitos de hoje e as consequências espirituais

A vida no corpo físico é passageira, porque a vida não precisa do corpo para a sua existência. Essa vida é espírito quando fora do corpo e alma quando dá vida a um corpo. É uma situação complexa que pequena parcela da humanidade se dá conta e até mesmo as academias de ciências não prestam atenção.

Na Terra, a vida num estado mais aperfeiçoado é a do próprio homem, denominado estágio “hominal”, porque além de tudo que os reinos vegetal e animal possui tem ele desenvolvido a inteligência e a consciência, goza com seus aprendizados nobres e sofre com seus desarranjos morais.

Existe uma parcela comportamental que são os hábitos negativos, que se expressam constantemente sem o crivo da razão, tornando-se manifestação semiconsciente, e pela repetição torna-se como que coisa natural nas comunicações e convivências no grupo social, fazendo parte da comunicação daquele indivíduo.  

São observáveis naqueles que têm o hábito da reclamação, de xingamento, de palavra chula, apontamento de defeito (em tese ou apenas por força do costume) de expressão ou moral dos outros, a título de gracejo ou justificativa de suas próprias atitudes, sempre apresentando uma coloração picante.

Nem sempre pessoas com esse perfil são más, as vezes até são generosas em algumas circunstâncias, tratam com honestidade seus negócios, têm comportamento adequado na condução de sua vida, no entanto, mantêm hábitos doentios. Na vida material tem a complacência dos seus conviventes, embora incomode os mais educados, causam a si mesmos prejuízos de vários matizes que não percebem, embora sofram as consequências durante a vida.

Terminada a jornada no corpo físico volta à vida real do Espírito, que é o mundo espiritual, de onde todos vieram, no entanto, apesar de uma vida regular, mesmo tendo conquistado alguns valores durante a sua vida terrena, se localizará em faixa vibratória compatível com o seu estado espiritual, porque fora do corpo físico esses hábitos nocivos apresentam-se na forma pensamento, criando imagem e som, não favorecendo a convivência em ambiente que não seja entre os seus iguais. O que traz grande sofrimento porque o indivíduo percebe que poderia estar em situação mais favorável em muitos aspectos, mas a manifestação quase que involuntária dos seus maus hábitos não o habilita. 

Conquanto seja possível a sua reeducação na vida do espaço, será de esforço muito grande; em boa porcentagem dos que assim se encontram é preciso nova reencarnação e através da educação desde o berço não permitir que a ressonância dos velhos costumes aflore na existência nova o que exigirá esforço dos pais e do próprio reencarnante.


                                                              Dorival da Silva

quinta-feira, 23 de abril de 2015

A CADA UM



A CADA UM


“Levanta-te direito sobre os teus pés.” — Paulo. (ATOS, capítulo 14,
versículo 10.)



De modo geral, quando encarnados no mundo físico, apenas enxergamos os aleijados do corpo, os que perderam o equilíbrio corporal, os que se arrastam penosamente no solo, suportando escabrosos defeitos. Não possuímos suficiente visão para identificar os doentes do espírito, os coxos do pensamento, os aniquilados de coração.

Onde existissem somente cegos, acabaria a criatura perdendo o interesse e a lembrança do aparelho visual; pela mesma razão, na Crosta da Terra, onde esmagadora maioria de pessoas se constituem de almas paralíticas, no que se refere à virtude, raros homens conhecem a desarmonia de saúde espiritual que lhes diz respeito, conscientes de suas necessidades incontestes.

Infere-se, pois, que a missão do Evangelho é muito mais bela e mais extensa que possamos imaginar. Jesus continua derramando bênçãos todos os dias. E os prodígios ocultos, operados no silêncio de seu amor infinito, são maiores que os verificados em Jerusalém e na Galileia, porquanto os cegos e leprosos curados, segundo as narrativas apostólicas, voltaram mais tarde a enfermar e morrer. A cura de nossos espíritos doentes e paralíticos é mais importante, porquanto se efetua com vistas à eternidade.

É indispensável que não nos percamos em conclusões ilusórias.

Agucemos os ouvidos, guardando a palavra do apóstolo aos gentios.

Imprescindível é que nos levantemos, individualmente, sobre os próprios pés, pois há muita gente esperando as asas de anjo que lhe não pertencem.

Obra: Caminho, Verdade de Vida - Psicografia de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel, capítulo 79.


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Reflexão

        Na Terra estamos hospitalizados, embora entramos neste hospital conhecedores da necessidade de conquistarmos a saúde, quando do planejamento da reencarnação, agora estamos esquecidos que precisamos tomar os medicamentos que nos restituam a vitalidade e o equilíbrio espiritual. É essa saúde que precisamos. É conquista definitiva. Mas como há o esquecimento providencial de nossas existências anteriores e dos tempos que estivemos na espiritualidade, preferimos acolher as influências do meio em que estamos vivendo, e permitir o uso do livre arbítrio contra os interesses primordiais de nós mesmos.  Escolhendo quase sempre as atitudes agravantes de nossas deficiências espirituais.
     Muitas vezes preferimos maquiar a nossa situação, demonstrando exteriormente alegria, conforto e equilíbrio falsos, porque não é o que estamos sentindo. Na intimidade encontramos um vazio profundo, impossível de preenchimento com os valores e meios exteriores, por mais bonitos ou agradáveis que possam parecer. São as doenças da alma, que não recebem o tratamento devido, embora não faltem os fármacos receitados pela medicina. Estes tratam os resultados apresentados no corpo físico, mas não a causa que se encontra no Espírito. É certo que temos o dever de cuidar do aparelho físico, entretanto, não somos o físico, apenas o utilizamos para manifestação na vida material, em virtude de nossas necessidades espirituais.
         A inteligência, os recursos emocionais que cada um de nós possui, e também os defeitos, representados pelos vícios, desequilíbrios, que se apresentam como as doenças crônicas no campo da psiquiatria, bem como as virtudes são patrimônio cultivado na alma. 
         O medicamento excelente é a aplicação das lições do Evangelho de Jesus em nossas vidas, de forma nenhuma desejar modelá-las aos interesses particularistas, mas através das reflexões verdadeiras, das renúncias à satisfação dos apetites negativos, da luta infrene para a educação dos olhos, ouvidos, pensamentos... Substituindo os hábitos feios e negativos por outros equilibrados e nobres.
         Se estamos fisicamente doentes, em tratamento severo, que tenhamos esperança, que meditemos com confiança em Jesus,  modifiquemos o rumo dos interesses imediatistas.  É grande a oportunidade de se conhecer, de se descobrir. A vida espiritual jamais terá fim, o corpo é equipamento de evolução para a alma, este finda a sua utilidade.  No entanto, é preferível um corpo todo roto, mas que a alma esteja exultante com suas vitórias, sobre si mesma.
      A paz e a felicidade que todos almejamos são conquistas fluidas na alma e exigem grandes esforços.

            Reflexão inspirada no texto inicialmente colocado.  

                                                       Dorival da Silva




quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

A Ciência em Kardec - Parte 2 e final

NUBOR ORLANDO FACURE                                              
lfacure@uol.com.br                                            
Campinas, SP ( Brasil)

Nubor Orlando Facure

A Ciência em
Kardec
Parte 2 e final

 

Percepção da dor e visão

Nós já sabemos desde o século passado quais são os neurônios envolvidos na percepção da dor e das imagens visuais. O neurologista conhece todo o trajeto percorrido pela sensação de uma espetada na pele e que provoca dor. A mesma coisa para os objetos registrados pela retina e que o cérebro codifica em imagem. O que nós já sabemos, também, é que todo esse trajeto de vias nervosas representa apenas uma pequena percentagem nos dois fenômenos, a percepção de dor e a visão dos objetos.
Nos dois casos, o mais importante é o processo mental que interpreta a dor e que dá significado às imagens. Dizem os neurologistas que esse fenômeno mental depende de uma série de fatores. A maneira como expressamos a nossa dor e damos significado ao que estamos vendo está fortemente ligada à nossa cultura, à personalidade, às experiências anteriores, às memórias, ao ambiente. Na verdade, tanto a dor como a visão são processos mentais interpretativos, ou, como dizem neurologistas mais liberais, tudo não passa de “uma opinião pessoal”.
É surpreendente o que podemos aprender n´O Livro dos Espíritos, que nos ensina como esses dois fenômenos afetam o espírito: “A lembrança que da dor a alma conserva pode ser muito penosa”. “A dor que sentem não é, pois, uma dor física propriamente dita: é um vago sentimento íntimo... porque a dor não se acha localizada e porque não a produzem agentes exteriores” (O Livro dos Espíritos, pergunta 257).
Quanto à visão (perguntas 245, 246 e 247), “ela reside em todo ele. Veem por si mesmos, sem precisarem de luz exterior. Como o Espírito se transporta aonde queira, com a rapidez do pensamento, pode-se dizer que vê em toda parte ao mesmo tempo”.
A Neurologia deverá confirmar no futuro essas duas informações que Kardec nos legou para estudo. Precisará, inicialmente, considerar a mente como sinônimo de alma. 
O tempo 
Na teoria mecanicista de Newton, o tempo era considerado uma grandeza absoluta, caso contrário, os cálculos que mediam as distâncias entre os planetas dariam errados. Einstein, entretanto, perverteu essa relação, propôs a relatividade do tempo, aumentando a precisão dessas medidas.
Independente das proposições científicas, os filósofos sempre conjeturaram sobre a natureza do tempo. Henri Bergson deu-nos a afirmação poética de que “o Tempo da consciência não é o mesmo Tempo da Ciência”. Para o senso comum, todos nós já constatamos que o passar do tempo é circunstancial. Basta esperar o ano para os alunos da escola, os meses para a mulher grávida, os dias para quem paga o aluguel, as horas para quem marcou um encontro, os minutos para o trem passar e os milésimos de segundos para a Fórmula 1.
A Neurologia vê a noção de tempo como uma experiência nitidamente mental, ocupando diversas áreas do cérebro ao mesmo tempo.
Kardec recebeu dos Espíritos a informação de que “o tempo é apenas uma medida relativa da sucessão das coisas transitórias; a eternidade não é suscetível de medida alguma, do ponto de vista da duração; para ela, não há começo, nem fim: tudo é presente” (A Gênese, cap. VI, item 2). Precisamos destacar esta afirmação de consequências e complexidade extraordinárias: para o Espírito tudo é presente. 
As propriedades da matéria 
Em O Livro dos Espíritos (perguntas 29 a 34) ficamos sabendo sobre a existência de um só elemento primitivo que dá origem a todas as propriedades da matéria. Estando presos à realidade material do nosso mundo, conseguimos identificar as propriedades químicas e físicas da matéria grosseira que compõe nossa dimensão física. Entretanto, o elemento primitivo (fluido cósmico), que se expande por todo universo, tem propriedades especiais que ainda não conhecemos e que dão à matéria a capacidade de experimentar todas as modificações e adquirir todas as propriedades. Dizem então os Espíritos “que tudo está em tudo”.
Só assim poderemos entender as expressões extraordinárias dos fenômenos mediúnicos de efeitos físicos, quando as leis de ponderabilidade são pervertidas. Uma pedra, tão sólida como a conhecemos, pode atravessar um telhado e se acomodar dentro de um armário fechado. São essas mudanças nas propriedades da matéria que o fluido cósmico realiza e que a Ciência ainda não conhece, por ignorar os princípios de sua atuação.
Ainda não temos alcance, também, para compreendermos a extensão da ligação espiritual que esse fluido universal permite à matéria submeter-se ao pensamento de Deus. Em A Gênese (capítulo II) dizem os Espíritos que “cada átomo desse fluido, se assim nos podemos exprimir, possuindo o pensamento, isto é, os atributos essenciais da divindade e estando o mesmo fluido em toda parte, tudo está submetido à sua ação inteligente, à sua previdência, à sua solicitude”. “A natureza inteira está mergulhada no fluido divino.” 
O pensamento criativo e as ideias fixas 
O imaterialismo de Berkeley (Donald George Berkeley, filósofo irlandês, 1685-1753) propunha que o “existir não é mais do que ser percebido”. “A matéria só existe quando percebida.” “As percepções visuais não são de coisas externas, mas simplesmente ideias na mente.” Sócrates afirmava que “as coisas existem em virtude de como as percebemos”. Em O Livro dos Espíritos (pergunta 32) os Espíritos ensinam que as qualidades dos corpos (“os sabores, os odores, as cores, as qualidades venenosas ou salutares”) só existem devido à disposição dos órgãos destinados a percebê-las. É bem assim que a Neurologia de hoje compreende a percepção que fazemos de um objeto que atinge nossos sentidos.
Propostas da atualidade estão afirmando que a matéria só se manifesta como interação mental. Entretanto, os neurologistas ainda não conseguem compreender a natureza da criação mental, a não ser quando um comportamento expressa uma resposta a um estímulo sensorial. O pensamento intuitivo ou o pensamento abstrato estão longe de qualquer experimento laboratorial.
Na doutrina espírita aprendemos que o pensamento procede do Espírito, fonte de energia criadora que usa o cérebro como instrumento de suas ideias.
No campo do pensamento os Espíritos acrescentaram conhecimento inédito e tão extraordinário que até hoje a Ciência sequer tem instrumentos para estudá-lo. Dizem os Espíritos que o pensamento atua sobre o fluido universal criando nele “imagens fluídicas”, o pensamento se reflete no nosso envoltório perispirítico, como num espelho, e aí de certo modo se fotografa.
“Esse fluido (perispirítico) não é o pensamento do Espírito; é, porém, o agente e o intermediário desse pensamento. Sendo quem o transmite, fica, de certo modo, impregnado do pensamento transmitido” (A Gênese, capítulo II, item 23).
Daí a gravidade de nos escravizar a pensamentos persistentes que nos aprisionam; a desejos que nos perturbam; a vinganças que não se justificam; a ódios que não se apagam; a paixões que nos desequilibram; a projetos que não temos alcance. São todas elas “ideias fixas” que se “materializam” em nossa esfera mental, criando “ideias-formas”, “imagens fluídicas”, “miasmas mentais” que justificam as inúmeras expressões de neuroses e psicoses comuns na psicopatologia humana. 
Vitalismo 
Para Cláudio Galeno, médico do século II, existiriam forças de atração e repulsão para manterem os órgãos em funcionamento. Para ele, a vida seria mantida por um elemento imaterial denominado pneuma vital, situado no coração, difundindo-se pelo sangue existente nas veias. No cérebro, ele é transformado em pneuma animal, permitindo reagirmos aos estímulos dos sentidos e, no fígado, em pneuma natural com a propriedade de assimilar os alimentos. As teorias de Galeno foram aceitas por mais de 12 séculos.
No início do século XVI Georg Stahl reviveu o vitalismo defendendo a existência de uma “alma sensitiva” necessária para a manutenção da vida. Nessa ocasião Stahl sofreu uma ferrenha oposição das teorias mecanicistas defendidas principalmente por Frederich Hoffman. Excluindo a existência da alma, Hoffman via nos processos vitais apenas fenômenos de fermentação de substâncias e combustão de gases, explicando, assim, a digestão e a respiração.
A doutrina espírita revive com força o vitalismo. Ensina que existe um elemento imaterial que mantém a vida na matéria orgânica (O Livro dos Espíritos, perguntas 60 a 67) e, “sem falar do princípio inteligente, que é questão à parte, há na matéria orgânica um princípio especial, inapreensível e que ainda não pode ser definido: o princípio vital” (A Gênese, capítulo X, item 16). 

O sonambulismo 

Na atualidade o sonambulismo já não desperta o mesmo interesse e prestígio que desfrutava no tempo de Kardec. Tratados com casuística volumosa foram escritos por Ambrose-August Liébeaut, Abade Faria e Charles Richet. A escola de Charcot em Paris o acolhia como forma de terapia em suas pacientes histéricas.
Kardec dá notícia de ter estudado o sonambulismo em todas as suas fases durante 35 anos (O Livro dos Espíritos, Introdução). Nessa mesma obra ele escreve várias páginas fazendo um “resumo teórico do sonambulismo, do êxtase e da dupla vista”. Deixa claro que “para o Espiritismo, o sonambulismo é mais do que um fenômeno psicológico, é uma luz projetada sobre a psicologia. É aí que se pode estudar a alma, porque é onde esta se mostra a descoberto”.
Nesse resumo Kardec discorre sobre o sonambulismo natural e o magnético e destaca a clarividência como um atributo da alma, permitindo ao sonâmbulo ver em todos os lugares aonde sua alma possa transportar-se. Nessa visão a distância, “o sonâmbulo não vê as coisas de onde está o seu corpo, como por meio de um telescópio. Vê-as presentes, como se achasse no lugar onde elas existem, porque sua alma, em realidade, lá está” (O Livro dos Espíritos, questão 455). 

O sono e os sonhos 

Já conhecemos muito da fisiologia do sono. Ele ocorre em ritmos com determinados padrões que são identificados pelo eletroencefalograma. A idade, o sexo, o ambiente, a alimentação, a profissão são parte dos inúmeros fatores que interferem na quantidade e na qualidade do sono. Já sabemos quanto ele nos faz falta, mas ainda não podemos dizer tudo sobre o motivo por que realmente precisamos dormir. Os sonhos estão nitidamente ligados às experiências vividas no decorrer do dia, têm relação íntima com a aquisição de memórias, mas, também, desconhecemos o seu real significado.
Freud afirmava ter percebido que seus pacientes o procuravam não só para fazerem suas queixas, mas, também, para lhes relatar seus sonhos. Isso lhe despertou a ideia de que os sonhos teriam algum sentido oculto. Seu livro “A interpretação dos sonhos”, de 1900,  desencadeou a mais extraordinária revolução sobre a mente humana. Os sonhos revelam um conteúdo insuspeitado, já que sinalizam desejos contidos no inconsciente.
Platão em sua “República” antecipara-se a Freud ao afirmar que no sono a alma tenta retirar-se das influências externas e internas e que são expressos, nos sonhos, desejos que geralmente não se expressam no estado de vigília.
Kardec, em O Livro dos Espíritos inicia o capítulo sobre a Emancipação da Alma estudando o sono e os sonhos. Os Espíritos esclarecem que durante o sono a alma se vê liberta parcialmente do corpo e “entra em relação mais direta com os Espíritos”. Nessas circunstâncias pode a alma manter contato com Espíritos familiares que a orientam e aconselham e tomam conhecimento do seu passado e algumas vezes de seu futuro. Esse é um campo para futuras investigações que precisam ser desenvolvidas e confirmadas no meio espírita. 
Tributo necessário 
Abordamos catorze tópicos de interesse científico relevante extraídos de duas obras básicas da codificação espírita. Após um século e meio algumas das suas afirmações aguardam aprovação da Ciência oficial, enquanto outras estão se confirmando gradativamente. De algum tempo para cá, o meio espírita vem-se dedicando mais sistematicamente ao estudo do Espiritismo como ciência, aliado ao seu conteúdo filosófico e às suas consequências morais. Só assim conseguiremos que a Ciência humana registre o nome de Allan Kardec como um de seus grandes vultos. É um tributo que precisamos prestar-lhe pelo legado científico que ele nos deixou.
 
Nubor Orlando Facure é médico neurocirurgião e diretor do Instituto do Cérebro de Campinas-SP. Ex-professor catedrático de Neurocirurgia na Unicamp (Universidade de Campinas), é escritor e expositor espírita.

O texto foi extraído da Revista Eletrônica "O Consolador", que pode ser acessada no endereço: http://www.oconsolador.com.br/ano7/337/especial.html

sábado, 10 de julho de 2010

Vontade

Comparemos a mente humana – espelho vivo da consciência lúcida – a um grande escritório, subdividido em diversas seções de serviço.

Aí possuímos o Departamento do Desejo, em que operam os propósitos e as aspirações, acalentando o estimulo ao trabalho; o Departamento da Inteligência, dilatando os patrimônios da evolução e da cultura; o Departamento da Imaginação, amealhando as riquezas do ideal e da sensibilidade; o Departamento da Memória, arquivando as súmulas da experiência, e outros, ainda, que definem os investimentos da alma.

Acima de todos eles, porém, surge o Gabinete da Vontade.

A Vontade é a gerência esclarecida e vigilante, governando todos os setores da ação mental.
A Divina Providência concedeu-a por auréola luminosa à razão, depois da laboriosa e multimilenária viagem do ser pelas províncias obscuras do instinto. Para considerar-lhe a importância, basta lembrar que ela é o leme de todos os tipos de força incorporados ao nosso conhecimento.

A eletricidade é energia dinâmica.

O magnetismo é energia estática.

O pensamento é força eletromagnética.

Pensamento, eletricidade e magnetismo conjugam-se em todas as manifestações da Vida Universal, criando gravitação e afinidade, assimilação e desassimilação, nos campos múltiplos da forma que servem à romagem do Espírito para as Metas Supremas, traçadas pelo Plano Divino.

A Vontade, contudo, é o impacto determinante. Nela dispomos do botão poderoso que decide o movimento ou a inércia da máquina.

O cérebro é o dínamo que produz a energia mental, segundo a capacidade de reflexão que lhe é própria; no entanto, na Vontade temos o controle que a dirige nesse ou naquele rumo, estabelecendo causas que comandam os problemas do destino.

Sem ela, o Desejo pode comprar ao engano aflitivos séculos de reparação e sofrimento, a Inteligência pode aprisionar-se na enxovia da criminalidade, a Imaginação pode gerar perigosos monstros na sombra, e a Memória, não obstante fiel à sua função de registradora, conforme a destinação que a Natureza lhe assinala, pode cair em deplorável relaxamento.

Só a Vontade é suficientemente forte para sustentar a harmonia do Espírito. Em verdade, ela não consegue impedir a reflexão mental, quando se trate da conexão entre os semelhantes, porque a sintonia constitui lei inderrogável, mas pode impor o jugo da disciplina sobre os elementos que administra, de modo a mantê-los coesos na corrente do bem.



Do cap. 2 de Pensamento e Vida, de Emmanuel, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier. (copiamos da revista eletrônica O Consolador, nº 166, de 11.07.2010: http://www.oconsolador.com.br/)