Mostrando postagens com marcador comunicação. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador comunicação. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 28 de janeiro de 2025

O Mundo e sua Atualidade

                                       O Mundo e sua Atualidade. 

Refletindo sobre o momento atual do mundo, nota-se que as sociedades se sustentam basicamente em perspectivas sobre o que virá a ser. Certeza, certeza do que será concretamente, não se tem.  

Nos meios de comunicação que “governam” as pessoas -- seja no ambiente social, político, esportivo e outros -- há um excesso de análises dos fatos e ocorrências que, em sua maioria, influenciam negativamente suas vidas. Criam-se expectativas sobre tudo, mas estas já morrem na próxima argumentação do próximo analista. Convocam-se especialistas para opinarem sobre isso ou aquilo; projetam-se possibilidades que são tomadas como certas, no entanto, aqueles de detêm poder para concretizar tais possibilidades nem sequer tomam conhecimento disso.  

Logo, novos argumentos sobre os mesmos assuntos, inconclusivos, que não resultam na solução de nada. Isso ocorre em uma infinidade de meios de comunicação e, em muitas situações, não passa de opiniões -- apenas opiniões -- que não estão embasadas em estudos ou fundamentações testadas sobre suas possibilidades.  

Há muito interesse em se preencher o tempo desta ou daquela programação dos meios de comunicação de massa, que alegam: informar.  Nem sempre, porém, se preocupam com a qualidade ou a utilidade do que informam!  

O ideal seria que os meios de comunicação se preocupassem em formar cidadãos de bem. Certamente, não haveria audiência suficiente para esse propósito, e o ganho financeiro seria modesto. O que seria certo é que não precisaríamos de tantos meios de comunicação bombardeando vinte e quatro horas a mente dos incautos.  

A liberdade de expressão é muito mal compreendida. Ela não existe para atender interesses exclusivistas. A tão almejada liberdade de expressão traz atrelada um componente muito sério, que muitas vezes não recebe atenção: a responsabilidade. E não apenas a responsabilidade regida pelos códigos legais, mas também a responsabilidade moral, que nasce junto com a liberdade, pois está ligada à consciência 

É preciso destacar que a comunicação e a expressividade do pensamento são manifestações que surgem na intimidade de um Espírito, que utiliza seu organismo físico para se expressar e, por meio desses meios modernos de comunicação, amplia seu desejo de propagar o que é de seu interesse.  

Quando esse Espírito, que neste mundo está reencarnado, sabe que toda iniciativa implica responsabilidade e que suas consequências podem ser positivas ou negativas, ele deve assumir ambas. As ações que produzem o bem trarão satisfação e alegria e servirão de base para novas iniciativas positivas.  Contudo, as ações negativas resultarão em sofrimentos, que caberá a ele resolver em algum momento, mesmo em vidas futuras.  

As dificuldades mais complexas de serem resolvidas são as que prejudicam a parte emocional das pessoas. Essas dificuldades influenciam o caminho para costumes degenerativos da moralidade, a adoção de hábitos nocivos que geram vícios destrutivos e tantos outros problemas similares. As consequências danosas levarão os indivíduos a se sentirem enganados em sua confiança ou inocência, gerando para seus causadores problemas de difícil solução, talvez ao longo de séculos! 

É bom lembrar o ensinamento do filósofo Sócrates, conhecido como “As Três Peneiras”.  

Segundo a história, um jovem procurou Sócrates para contar algo sobre outra pessoa. O filósofo, então, perguntou se o que ele queria contar havia passado pelas três peneiras: 

1ª. Verdade: O que você quer contar é um fato? Você tem certeza de que é verdade? 

2ª. Bondade: O que você vai contar é algo bom? Ajuda a construir ou destrói a reputação do próximo?  

3ª. Necessidade: É realmente necessário contar isso? Vai resolver alguma coisa ou ajudar a comunidade?  

Se o que você quer contar passar por essas três peneiras, então pode ser compartilhado. Caso contrário, é melhor esquecer e não espalhar a informação. 

 

Sócrates viveu há 2400 anos e, na historieta acima, demonstra que a responsabilidade da comunicação nasce com a liberdade de expressar o que se pensa, pois, uma vez realizada a comunicação, não é possível anular o que foi impregnado na consciência de outra ou outras pessoas. 

Atualmente, qual é a quantidade de consumidores de informações e suas respectivas multiplicações? Inumeráveis!   Assim, a responsabilidade pela qualidade da comunicação se potencializa grandemente. 

A comunicação é própria do ser humano; nós a realizamos desde o nascimento. E, ao deixamos a vida física, continuamos nos comunicando.  

Aqui, na vida reencarnada, o que se comunica carrega no conteúdo a qualidade do comunicante, revelando o nível evolutivo do Espírito que se manifesta -- sua cultura, educação, moralidade, intencionalidade e os valores espirituais que possui.   

Na vida espiritual, tudo isso se torna claro para o próprio Espírito, que revela com seu pensar o que está em sua intimidade. Suas vibrações perispirituais se manifestam em imagens, sons e olores, sem possibilidade de esconder nada. Por isso, a educação e a moralidade sadias são tão importantes para sublimar o Espírito.  

O que seria crucial para a Humanidade global encontrar a paz desejada? Compreender e viver verdadeiramente a mensagem central dos ensinamentos de Jesus Cristo: “Amar a Deus de todo o teu coração…” e “Amar o próximo como a ti mesmo”.   

Isso, no entanto, não retiraria o direito de pensar de maneira divergente, de ter ideias, objetivos e ideais diferentes, pois isso é próprio da criatividade pessoal e do exercício do livre-arbítrio -- uma lei imutável. Mas existiria um senso de responsabilidade consigo mesmo e um respeito a Deus e ao próximo.  

                                                 Dorival da Silva 

Nota: As obras básicas da Doutrina Espírita (O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno, e A Gênese) podem ser baixadas gratuitamente do sítio da Federação Espírita Brasileira (FEB), através do endereço eletrônico abaixo:  

domingo, 1 de março de 2020

Higiene da Alma

Higiene da Alma  

 

A Humanidade avançou significativamente em ciências e tecnologias. Conquistou muito conforto com a comunicação instantânea, locomoção em veículos dos mais variados com demanda de poucos esforços, os sistemas de saúde têm muitas alternativas no socorro das deficiências orgânicas, as vacinas acautelam das investidas de variadas moléstias, a produção de alimentos suplanta constantemente seus próprios limites...  

 
Tudo isso é de grande importância e representa conquista do homem, dos esforços das gerações, das experiências bem estudadas, é ponto evolutivo de reconhecimento incontestável. Entretanto, a sociedade se renova constantemente, com a existência de extremos, sendo que uns usufruem dos avanços que proporcionam vantagens e comodidades para a vida e outros lutam contra a escassez de toda ordem, desde a alimentação insuficiente, falta de acesso à cultura, desemprego, desassistência da saúde, precariedade de moradia e tantas outras necessidades que não alcançam atendimento, não pela inexistência de meios, mas pela centralização de riquezas nas mãos de poucos.  

 

No entanto, a opulência de uma parte da sociedade e a carência da outra, fenômeno que se distribui gradativamente nas várias faixas da organização social, fazendo com que todos sofram. Sendo que o constante ressurgimento das gerações novas que substituem as que se envelhecem, pelo processo denominado pela Doutrina Espírita de reencarnação, ou seja, o retorno do Espírito, que viveu em geração anterior, para um novo corpo.  

 

Esse processo, que nos dias atuais já se entende bem, é a Justiça Divina, que se cumpre através das oportunidades, quantas forem necessárias, para que a Humanidade caminhe para o grande objetivo da vida, que é a desmaterialização da Alma. Existe o desinteresse da posse pela posse, mas também existe a compreensão dos objetivos dos elementos materiais, suas construções e descobertas nas várias latitudes da vida, que deverão servir à evolução do Espírito, que deve estar ciente da responsabilidade individual com as coletividades atuais e futuras. Sendo que o reencarnado de agora retornará após findar esta experiência, nas gerações de amanhã. Assim, sempre encontraremos a vida na Terra com a qualidade que ajudamos construir e individualmente encontraremos as consequências de nossas ações boas ou ruins.  

 
A Higiene da Alma se dá naturalmente em andamento lento na ida e vinda do Espírito para a vida num corpo material. Nesse transcurso, ora se encontra no meio das facilidades e colhe experiências, em outro momento se acha no meio da escassez e conhece os efeitos das carências, vive a crueza das necessidades que no futuro reconhecerá que foi vítima de si mesmo, em conta os desperdícios no tempo da opulência e a indiferença com aqueles que seus olhos não alcançavam, mas que existiam.   

 
A Doutrina Espírita, que está à disposição do mundo há mais de 160 anos, veio abrir os horizontes da Humanidade em relação à vida do espírito na eternidade. Ela evidencia a necessidade do espírito de transitar por inúmeras vivências em um corpo material, seja na terra ou em outro planeta, para alcançar a conscientização da busca pela higienização da alma, em um esforço para um avanço mais rápido.   

 

O que fazer? Como fazer? Se houvesse uma receita pronta, seria maravilhoso. No entanto, cada indivíduo é um mundo, com necessidades específicas, consciência e vontade próprias, decide por si e tem o livre-arbítrio.  O Evangelho de Jesus Cristo é um guia, quando bem compreendido, pois com as meditações de seus ensinamentos, com a interiorização de seus valores abstraídos dessa busca, com a moralização do Espírito, faz-se a luz. Já não se caminhará na escuridão dos interesses mundanos, mas terá clareza pela compreensão dos objetivos da vida, a meta a ser atingida, e a percepção dos consertos que nos cabem realizar em nós mesmos.   

 
 

É preciso nos percebermos, “conhece-te a ti mesmo”. Não somos apenas um nome que marca a personalidade desse tempo de vida: José, Maria... Somos um mundo exclusivo, obra de nós mesmos, somos a própria construção que escorre numa duração de tempo sem conta, num rumo que jamais terá fim, pois caminhamos pela eternidade. Tivemos um começo e não teremos fim. O que buscamos, àqueles que estamos mais conscientes dos objetivos da nossa existência, é alcançar a essência da vida, o amor, a paz e a felicidade. O que Jesus enunciou? “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo dá.” 

 
A paz que todos buscamos não pode vir de fora, pois a paz é sentimento, é um estado de espírito, é conquista interior. Ela não será colhida no ambiente externo, até porque poderemos estar em paz mesmo em um lugar onde haja tumulto.  

 

A higiene da alma é uma depuração consciente de cada um de nós, um esforço enorme, já que os atrativos materialistas são como visgo que prende ao receptáculo de nossa predileção.  Precisamos buscar novos conhecimentos motivadores que inflamem o nosso espírito para uma modificação que proporcione melhoria. Assim, as predileções anteriores perdem força, tornando mais fácil a sua renúncia e permitindo-nos dar um passo adiante no crescimento espiritual. A prática do bem é ferramenta motivadora por excelência.   

 
É missão de cada um de nós a evangelização de nosso espírito, para que nos tornemos leves, para que soframos menos a atração das coisas materiais que tanto apreciamos. Elas nos trazem satisfação, prazer, alimentam nosso orgulho e o egoísmo, fazendo-nos sentir ilusoriamente poderosos. É preciso empobrecer a materialidade que nos trouxe até aqui, num crescimento horizontalizado. É hora de verticalizar nossa antena espiritual, conhecer novos valores e nos prepararmos para novas responsabilidades.   

 
 

Esse esforço de limpeza da alma, uma busca consciente, representa um passo adiante que nos permite alargar os horizontes e ampliar o entendimento sobre a vida, a qual ultrapassa os limites entre o berço e o túmulo.   

 
A inspiração para esta página veio da leitura da obra 'Depois da Morte', de Léon Denis, especificamente da quinta parte, 'O Caminho Reto' - A Vida Moral', da qual transcrevemos o trecho: “O Espiritismo dá-nos a chave do Evangelho e explica seu sentido obscuro ou oculto. Mais ainda: traz-nos a moral superior, a moral definitiva, cuja grandeza e beleza revelam sua origem sobre-humana.” 

 
È necessário ampliar o entendimento das mensagens deixadas por Jesus, precisamos esgarçar as letras e macerar as frases para encontrar o espírito da letra. Fazer com que essa essência de verdade interiorize em nossa alma, de forma que tenhamos condições de varar os limites materiais que tolhem a percepção da vida espiritual. Circunstância que não impede de vivermos uma vida regular na atmosfera da Terra, enquanto encarnados, mas sim uma vivência com a consciência expandida, com a compreensão diante dos fatos cotidianos, mesmos os mais dolorosos, consequências necessárias no processo evolutivo que nos alçará a patamar de maior expressão após vencida a batalha empreendida, mesmo com a sucumbência do organismo carnal.   

 
O Mestre e Guia maior da humanidade da Terra veio ao mundo para revolucionar o entendimento sobre a vida espiritual, implementou esforços gigantes nos ensinamentos, lançou sementes em todos os terrenos, preparou prepostos, sofreu as imposições da justiça do mundo de seu tempo, grafou em tintas fortes a sua mensagem nos corações dos humildes.  As suas verdades sobressaíram às forças bélicas de todos os tempos, às forças cléricais, as forças políticas e econômicas, as forças obscuras dos planos da espiritualidade inferior, sendo que toda deturpação é por conta do deturpador. A essência dos ensinamentos do Cristo é a verdade, transcendente aos limites da Terra, porque é colhida da fonte imutável do próprio Criador de Todas as Coisas.  

 
É uma ilusão o ser acreditar que está atendido simplesmente por assistir a prédicas, participar de cerimônias ou cumprir certos deveres sugeridos. Isso não satisfaz o homem inteligente, que possui um senso de responsabilidade, busca a verdade e se afasta de preconceitos. Reconhece que existe uma vida ampla além da vida do corpo, que não se deve confundir o ser espiritual que somos com a constituição orgânica que ora utilizamos para uma experiência bem curta, embora as várias décadas de existência.  

 
Jesus espera a higiene da alma de todos os que estão vinculados ao seu redil, cumprindo Sua promessa ao Pai de que nenhuma das ovelhas sob Sua condução se perderá. Para alcançar esse objetivo, Ele emprega todas as ferramentas que têm o poder de transformar a alma humana. No entanto, essa transformação nunca causará mal a nenhum ser humano em sua jornada evolutiva, pois a bandeira de Jesus é o amor e a caridade.


Dorival da Silva