sábado, 3 de setembro de 2011

Transição Planetária por Bezerra de Menezes



Transição Planetária por Bezerra de Menezes

Meus filhos:

Que Jesus nos abençoe.

A sociedade terrena vive, na atualidade, um grave momento mediúnico no qual, de forma inconsciente, dá-se o intercâmbio entre as duas esferas da vida. Entidades assinaladas pelo ódio, pelo ressentimento, e tomadas de amargura cobram daqueles algozes de ontem o pesado ônus da aflição que lhes tenham proporcionado. Espíritos nobres, voltados ao ideal de elevação humana sincronizam com as potências espirituais na edificação de um mundo melhor. As obsessões campeiam de forma pandêmica, confundindo-se com os transtornos psicopatológicos que trazem os processos afligentes e degenerativos.

Sucede que a Terra vivencia, neste período, a grande transição de mundo de provas e de expiações para mundo de regeneração.

Nunca houve tanta conquista da ciência e da tecnologia, e tanta hediondez do sentimento e das emoções. As glórias das conquistas do intelecto esmaecem diante do abismo da crueldade, da dissolução dos costumes, da perda da ética, e da decadência das conquistas da civilização e da cultura…

Não seja, pois, de estranhar que a dor, sob vários aspectos, espraia-se no planeta terrestre não apenas como látego mas, sobretudo, como convite à reflexão, como análise à transitoriedade do corpo, com o propósito de convocar as mentes e os corações para o ser espiritual que todos somos.

Fala-se sobre a tragédia do cotidiano com razão.

As ameaças de natureza sísmica, a cada momento tornam-se realidade tanto de um lado como de outro do planeta. O crime campeia a solta e a floração da juventude entrega-se, com exceções compreensíveis, ao abastardamento do caráter, às licenças morais e à agressividade.

Sucede, meus filhos, que as regiões de sofrimento profundo estão liberando seus hóspedes que ali ficaram, em cárcere privado, por muitos séculos e agora, na grande transição, recebem a oportunidade de voltarem-se para o bem ou de optar pela loucura a que se têm entregado. E esses, que teimosamente permanecem no mal, a benefício próprio e do planeta, irão ao exílio em orbes inferiores onde lapidarão a alma auxiliando os seus irmãos de natureza primitiva, como nos aconteceu no passado.

Por outro lado, os nobres promotores do progresso de todos os tempos passados também se reencarnam nesta hora para acelerar as conquistas, não só da inteligência e da tecnologia de ponta, mas também dos valores morais e espirituais. Ao lado deles, benfeitores de outra dimensão emboscam-se na matéria para se tornarem os grandes líderes e sensibilizarem esses verdugos da sociedade.

Aos médiuns cabe a grande tarefa de ser ponte entre as dores e as consolações. Aos dialogadores cabe a honrosa tarefa de ser, cada um deles, psicoterapeutas de desencarnados, contribuindo para a saúde geral. Enquanto os médiuns se entregam ao benefício caridoso com os irmãos em agonia, também têm as suas dores diminuídas, o seu fardo de provas amenizados, as suas aflições contornadas, porque o amor é o grande mensageiro da misericórdia que dilui todos os impedimentos ao progresso – é o sol da vida, meus filhos, que dissolve a névoa da ignorância e que apaga a noite da impiedade.

Reencarnastes para contribuir em favor da Nova Era.

As vossas existências não aconteceram ao acaso, foram programadas.

Antes de mergulhardes na neblina carnal, lestes o programa que vos dizia respeito e o firmastes, dando o assentimento para as provas e as glórias estelares.

O Espiritismo é Jesus que volta de braços abertos, descrucificado, ressurreto e vivo, cantando a sinfonia gloriosa da solidariedade.

Dai-vos as mãos!

Que as diferenças opinativas sejam limadas e os ideais de concordância sejam praticados. Que, quaisquer pontos de objeção tornem-se secundários diante das metas a alcançar.

Sabemos das vossas dores, porque também passamos pela Terra e compreendemos que a névoa da matéria empana o discernimento e, muitas vezes, dificulta a lógica necessária para a ação correta. Mas ficais atentos: tendes compromissos com Jesus…

Não é a primeira vez que vos comprometestes enganando, enganado-vos. Mas esta é a oportunidade final, optativa para a glória da imortalidade ou para a anestesia da ilusão.

Ser espírita é encontrar o tesouro da sabedoria.

Reconhecemos que na luta cotidiana, na disputa social e econômica, financeira e humana do ganha-pão, esvai-se o entusiasmo, diminui a alegria do serviço, mas se permanecerdes fiéis, orando com as antenas direcionadas ao Pai Todo-Amor, não vos faltarão a inspiração, o apoio, as forças morais para vos defenderdes das agressões do mal que muitas vezes vos alcança.

Tende coragem, meus filhos, unidos, porque somos os trabalhadores da última hora, e o nosso será o salário igual ao do jornaleiro do primeiro momento.

Cantemos a alegria de servir e, ao sairmos daqui, levemos impresso no relicário da alma tudo aquilo que ocorreu em nossa reunião de santas intenções: as dores mais variadas, os rebeldes, os ignorantes, os aflitos, os infelizes, e também a palavra gentil dos amigos que velam por todos nós.

Confiando em nosso Senhor Jesus Cristo, que nos delegou a honra de falar em Seu nome, e em Seu nome ensinar, curar, levantar o ânimo e construir um mundo novo, rogamos a Ele, nosso divino Benfeitor, que a todos nos abençoe e nos dê a Sua paz.

                São os votos do servidor humílimo e paternal de sempre,
    Bezerra.
17 AGOSTO 2011
MENSAGEM MEDIÚNICA DE BEZERRA
Por Divaldo Franco (13/11/2010 – Los Angeles)
extraído do site da Federação Espírita Pernambucana - http://federacaoespiritape.org/transicao-planetaria-por-bezerra-de-menezes/

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

O que faço comigo?



               
O que faço comigo?

Desafios não são adversários;são como continentes
 que nos   compete desbravar e conquistar


Iniciaremos este estudo com a citação do evangelista Mateus, 5:24: “Reconcilia-te depressa com o teu adversário”. Então perguntamos: Quem são nossos adversários? O patrão, o vizinho, o lanterneiro, a cozinheira, o dirigente... E assim vai, por uma infinidade de pessoas e circunstâncias que dia a dia ombreiam conosco ao longo do caminho e podem nos perturbar a paz. Sabemos que não temos o direito nem a possibilidade de mudarmos quem quer que seja. Estamos todos, como diz Fritjof Capra, “... na teia da vida, interagindo mutuamente, interdependentes e individuais ao mesmo tempo”. Neste bailar de acontecimentos não nos cabe imputar a ninguém os espinhos que porventura nos atingem. Os espinhos são, antes de qualquer coisa, companheiros adequados aos nossos momentos. Sabemos que nesta “Teia da Vida” estamos construindo e destituindo simultaneamente. Destituindo complexos emocionais perniciosos que, assomando do nosso inconsciente, perturbam o consciente obrigando-o, em muitos casos, a situações e comportamentos indesejados. Ao mesmo tempo estamos construindo o nosso futuro, a partir de posturas outras, ligando-nos a avanços intelecto-morais, de conformidade com o que nos aconselha Kardec quando diz: “Reconhece-se o verdadeiro espírita pelo muito que faz para domar suas más inclinações”.

Ora, se não posso imputar no outro minhas agruras e se devo domar minhas más inclinações, devo, pois, reconciliar-me comigo mesmo, quem sabe, meu maior adversário. Para tal necessito conhecer-me melhor, a partir da minha constituição mental e dos arquivos que trago, que cultuo ou que incomodam. Estamos vindo de um passado gigantesco onde paulatinamente avançamos, num caminhar lento, progressivo e espetacular. Dormimos no mineral, como disse Léon Denis. A questão 540 de “O Livro dos Espíritos” cita que: “... É assim que tudo serve, que tudo se encadeia na Natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo, que também começou por ser átomo”. Virtuosamente viemos evoluindo, passando depois pelo reino vegetal, sonhando com algo que nos tornasse coesos e prontos a vivermos com consciência. Movimentamo-nos, a seguir, pelo reino animal, desde os primeiros instantes nos oceanos até a grandiosa marcha pelas montanhas, vales e reinos outros que nos capacitaram ao despertamento, quando chegamos ao homem. Imaginamos aí a gama de arquivos que construímos ao longo deste período a partir de um arquétipo primordial. 

O sentimento de culpa é sempre um colapso
da consciência

André Luiz no livro Evolução em Dois Mundos, encerrando o terceiro capítulo, nos diz, após uma análise do tempo de viagem da mônada divina pelos reinos atrás, que: “Contudo, para alcançar a idade da razão, com o título de homem, dotado de raciocínio e discernimento, o ser, automatizado em seus impulsos, na romagem para o reino angélico, despendeu para chegar aos primórdios da época quaternária, em que a civilização elementar do sílex denuncia algum primor de técnica, nada menos de um bilhão e meio de anos”. Agora, no homem, estamos nos construindo para chegar à santidade – caminho natural. Assim sendo e com os apontamentos espíritas que nos remetem ao Evangelho de Jesus, necessitamos parar as correrias para fazer uma análise de nós próprios no tocante ao que já conseguimos de bom e ao que necessitamos realizar para que nossas vivências sejam proveitosas em termos de aprimoramento ético-moral de consequências religiosas. Ideal religião professada no íntimo de cada um de nós numa relação direta com o Pai.

Não raro encontramos nessas pesquisas pessoais os complexos das culpas e dos medos. Segundo Joanna de Ângelis, ínsito em seu livro “Conflitos Existenciais”, no capítulo seis: “A culpa é o resultado da raiva que alguém sente contra si mesmo, voltada para dentro, em forma de sensação de algo que foi feito erradamente”. Ainda a própria mentora e no mesmo livro, capítulo três, diz: “A raiva é um sentimento que se exterioriza toda vez que o ego sente-se ferido, liberando esse abominável adversário que destrói a paz no indivíduo”. Aproveitando o ensejo, citamos André Luiz que, no livro Entre a Terra e o Céu – cap. 23, anotou: “O sentimento de culpa é sempre um colapso da consciência e, através dele, sombrias forças se insinuam”.

Raiva, culpa e ego. Sabemos que o ego representa um conjunto de ideias, vontades e pensamentos que movem a pessoa e desenvolvem a sua perspectiva diante da sua própria vida. O ego provoca aceitação e admiração própria. Isto, dentro das informações correntes em vários compêndios principalmente da psicologia analítica. Joanna de Ângelis informa que o ego é o “Responsável pela diferenciação que o indivíduo é capaz de realizar entre seus próprios processos internos e a realidade”. Então, a culpa por algum comportamento infeliz vai gerar raiva e afetará sobremodo o ego, gerando reações no campo individual de relações consigo mesmo ou com outrem. Em contrapartida e, por excelência, existe a perspectiva de despertar o Self; ou seja: o Deus em si, o Eu interno. 

Errar é do homem, persistir no erro é atitude infantil

Continuando nossas análises, não fica difícil concluir que os medos gerados pela culpa e pela raiva podem nos tornar seres violentos e agressivos, tanto fisicamente quanto verbalmente, motivados por inseguranças. Inseguranças geram desproteções próprias e naqueles que estão à nossa volta. Passamos assim a viver de forma incompleta, sempre observando as reações dos outros a nosso respeito e nos defendendo, acuados, de adversários visíveis e invisíveis, pessoas ou circunstâncias. Daí assomam as personas (máscaras) nas quais nos escondemos temerosos de enfrentar os adversários criados e nem sempre reais que vão surgindo à medida que não os combatemos. É sabido que nos é cobrado segundo nossas possibilidades. Errar é do homem, persistir no erro é atitude infantil.

Enquanto estamos aprendendo, experimentando, aprimorando, o Espírito vai-se ajustando para viver dentro das Leis Naturais instituídas por Deus. Quando passamos a repetir os erros dentro das lições já aprendidas e consolidadas em nosso cognitivo, passamos a nos culpar por aquelas ações. Exemplos disso são os destemperos da sexualidade, dos vícios da ingestão de drogas alucinógenas, do álcool, do tabaco, de alimentos em demasia, falácias infelizes, julgamentos de outrem e uma infinidade de atitudes incoerentes com o homem espiritual que precisa despertar em si o Self.

Não raro passamos a ser manipulados por pessoas e situações que nos constrangem e constrangem a quem nos quer bem. Chegados a este ponto, necessitamos repensar os efeitos danosos de todo esse envolvimento psicológico infeliz que nos trazem aborrecimentos, dificultando-nos uma marcha saudável e eficaz. Daí surge a questão dos enfrentamentos.

Muito interessante quando lemos no livro: “Triunfo Pessoal” da citada mentora, capítulo cinco: “A maturidade psicológica induz o ser humano aos enfrentamentos sucessivos do seu processo de individuação”.  Segundo Jung, “A individuação é um processo através do qual o ser humano evolui de um estado infantil de identificação para um estado de maior diferenciação, o que implica uma ampliação da consciência”. Importante quando nos colocamos como observadores do nosso processo de libertação das ideias e posturas antigas, transformando-as em hélices em movimento, autoaspirando-se para melhor nos conduzir no processo da evolução. 

É bom que aprimoremos o caráter,
sublimando os sentimentos

Antes, renascíamos, crescíamos, trabalhávamos e desencarnávamos em sucessivas ocasiões, sem o conhecimento exato do que aqueles eventos nos proporcionavam. Dessa forma andávamos, ríamos, trabalhávamos em algo e exaltávamos nossas personas e nos comprazíamos com suas empedradas formações e consolidações. A individuação, contudo, ficava fora do contexto ou, quando muito, era realizada de maneira lenta nem sempre consciente. Agora, com as aberturas que “O Livro dos Espíritos” nos oferece, vamos observar que a dinâmica da vida nos exige participação consciente. Na questão 23 do referido livro, somos informados de que “O espírito é o princípio inteligente do universo”. Quando pensamos em universo, algo superior aflora em nossas mentes e logo vem a reflexão: o que é o universo, para que serve em nossas vidas? Por que os monges orientais se ligam tanto a ele? E um campo imenso de pesquisas se apresenta a nós dentro do nosso processo de crescimento pela individuação.

Para entendermos tudo isto que se nos oferece por novos desafios é bom que enfrentemos todas as nossas imperfeições morais. É bom que aprimoremos o caráter, sublimando os sentimentos. “Os enfrentamentos são campos de luta, nos quais o ser cresce e desenvolve os inestimáveis recursos adormecidos no Self, que se encontram à sua espera para oferecerem a contribuição da paz do Nirvana” – apontamentos de Joanna de Ângelis no livro “Triunfo Pessoal”. Vemos, às vezes, pessoas estáticas perante suas culpas. O medo de enfrentá-las faz com que o tempo passe e elas nunca saiam dos estados infelizes nos quais estão projetadas. Vivem iludindo-se. Vivem perambulando em torno de si mesmas, buscando ali e acolá o próximo momento satisfatório que as farão rir e se divertir das suas risadas, para logo em seguida retornarem ao estado quase, se não completo, de depressão pela imersão dos sentidos no vale escuro de cavernas mentais. Ei-las, pois, amedrontadas. Segundo Victor Hugo, no livro Párias em Redenção: “O medo é verdugo impiedoso dos que lhe caem nas mãos. Produz vibrações especiais que geram sintonia com outras faixas na mesma dimensão de onda, produzindo o intercâmbio infeliz de forças deprimentes, congestionantes”. Daí, muitas vezes a pessoa agride para se defender ou foge para não lutar. Sabemos que o Espírito não tem fim, conforme consta na questão 83 de “O Livro dos Espíritos”. Viveremos infinitamente neste cômputo de inseguranças? Seria um destronar do Projeto Divino que nos criou para vivermos com Deus, na glória eterna da Luz.

O temor não é boa companhia de jornada

Se ainda não fez, é hora de enfrentar seus adversários, que não estão lá fora e sim dentro de cada um. É hora de reconciliar-se com eles, como nos aconselha Jesus. O temor não é boa companhia de jornada. Os cuidados sim. Estes o são. Desta forma devemos nos preparar para enfrentarmos com galhardia e bom senso nossas culpas, medos e inseguranças. De acordo com Joanna de Ângelis: “Faz-se necessária uma vinculação profunda com o Self, que adquirirá maior conscientização dos relacionamentos indispensáveis com o seu núcleo na psique”. Bom pesquisarmos nossas companhias, aquelas para as quais abrimos sorridentes as portas das nossas casas ou as visitamos contentes, trocando presentes e informações, brindando em festas convulsas isto ou aquilo. A elas estamos também abrindo as portas dos nossos corações e mentes, arquivando fatos que irão gerar reações. Que bom preservarmos nossos lares!

Lembramo-nos de que conhecemos uma pessoa que dizia existir em sua cidade natal um menino que falava com Deus, na intimidade do seu quarto. Todos riam de tal afirmativa. Um dia paramos para pensar na validade daquela história. Ora, se Deus está dentro de nós, se Seu Reino é semente plantada, necessitando rega, como nos disse Jesus na Parábola do Semeador, então podemos, dentro das nossas particularidades espirituais, conversar sim com o Pai. Ele nos responderá de acordo com nossos entendimentos e, desta forma, estaremos nos vinculando ao Self que nos dirá a melhor forma de proceder para sairmos vencedores em nossas lutas, vencendo os vícios e entronizando as virtudes. Fazendo silêncios para que eles possam nos aconselhar.

O conteúdo religioso é de vital importância na psicoterapia do enfrentamento. Conhecer a Verdade para, através dela, libertar-se. Lutar contra as paixões primitivas, transformando impulsos inferiores em emoções de harmonia. Não fugir, ocultar-se dos demais ampliando a mágoa contra a sociedade e contra si próprio.” Além destas sábias orientações, Joanna de Ângelis ainda nos informa: “À medida que o ego se faz consciente dos valores ínsitos no Self torna-se factível uma programação saudável para o comportamento, trabalhando cada dificuldade, todo desafio, mediante a reconciliação com sua realidade eterna”.

Agora podemos nos perguntar: O que faço comigo? Vergasto-me ante adversários ou os transformo em continentes que devo desbravar e conquistar? É bom que nos amemos, nos respeitemos. Que nos tornemos unos com a Criação, pois somos partes integrantes de um todo de luz, portanto, somos luzes. É bom que enfrentemos com sensatez nossos limites, estendendo-os com prazer, sendo vitoriosos e, por isso, virtuosos. Nada de carregar o mundo nas costas e sim caminharmos nele de olhos fixos nos céus das nossas consciências superiores.

GUARACI LIMA SILVEIRA
glimasil@hotmail.com
Juiz de Fora, MG (Brasil)




segunda-feira, 15 de agosto de 2011

ANOTAÇÕES DA MEDIUNIDADE

Anotações da Mediunidade   
 Francisco Cândido Xavier

Emmanuel

Recebamos a experiência, por mais difícil, com a luz da confiança no Senhor que, nos oferecendo a luta depuradora, nos possibilita a própria regeneração.
Podemos e devemos esposar a nossa iniciação, no aprimoramento para a Vida Superior, começando a ser bons.
Desperta e faze algo que te impulsione para a frente na estrada de elevação.
A vida não te reclama atitudes sensacionais, gestos impraticáveis, espetáculos de súbita grandeza...
Pede simplesmente sejas sempre melhor para aqueles que te cruzem os passos.
No lar, na profissão, nos templos da fé, na intimidade ou na via pública, somos convidados ao bem que Jesus testemunhou, a fim de que a nossa diretriz, a expressar-se no exemplo, projete-se nas mentes que nos rodeiam, induzindo-as à renovação.
Se a semente recusasse o sacrifício no seio da gleba em que aprende a morrer para ressurgir a benefício dos outros, não colheríamos o grão que nos supre o celeiro e, se o grão repelisse a mó que o desintegra, a pretexto de conservar-se, não disporíamos do recurso indispensável do pão que nos alimenta.
Não olvidemos que, tanto quanto possível, ao invés de rogarmos auxílio, antes de tudo, devemos auxiliar, na certeza de que, se a nossa palavra elucida e reanima, somente a nossa atitude positiva na prática dos princípios que propagamos será bastante forte para reformar-nos.
Anota, em torno de ti mesmo, a grande família humana reclamando-te pão e luz, esperança e consolo.
Guardemos a correta atitude do aprendiz do Senhor que não desconhece o sacrifício de si mesmo como estrada única para a ascensão a que se propõe.
Fenômenos mediúnicos serão sempre motivos de experimentação e de estudo, tanto favorecendo a convicção, quanto nutrindo a polêmica, mas educação evangélica e exemplo em serviço, definição e atitude, são forças morais irremovíveis da orientação e da lógica, que resistem à dúvida em qualquer parte.
Mediunidade é instrumento vibrátil e cada criatura consciente pode sintonizá-lo com o objetivo que procura.
“Acharás o que buscas” ensina o Evangelho, e podemos acrescentar “farás o que desejas”.
Assim sendo, se te relegas à maledicência, em breve te constituirás em veículo dos gênios infelizes que se dedicam à injúria e à crueldade.
Se te deténs na caça ao prazer dos sentidos, cedo te converterás no intérprete das inteligências magnetizadas pelos vícios de variada expressão.
... Todavia, se te empenhas na boa vontade para com os semelhantes, imperceptivelmente terás o coração impelido pelos mensageiros do Eterno Bem ao serviço que possas desempenhar na construção da felicidade comum.
Observa o próprio rumo para que não te surjam problemas de companhia.
Eleva-te no aperfeiçoamento próprio e caminharás de espírito bafejado pelo concurso daqueles pioneiros da evolução que te precederam na jornada de luz, guiando-te as aspirações para as vitórias da alma.
... Não nos esqueçamos, porém, de que o movimento é de intercâmbio.
Se o homem recebe o concurso dos Espíritos Benfeitores, é natural que os Espíritos Benfeitores algo esperem igualmente do homem.
Nada existe sem permuta ou sem resultado.
O lavrador planta as sementes e recolherá os frutos.
O lapidário auxilia a pedra, que lhe retribui, mais tarde, com a sua beleza e brilho.
... E nós, que tanto temos recebido de Jesus, que oferecemos em troca?
Mediunidade sem exercício no bem é semelhante ao título profissional sem a função que lhe corresponde.
Não procures o médium dos Espíritos Benfeitores qual se fosses defrontado por um ser sobrenatural.
O médium é um companheiro.
É um trabalhador.
É um amigo.
E é sobretudo nosso irmão, com dificuldades e problemas análogos àqueles que assediam a mente de qualquer espírito encarnado.
Não alegues a suposta ingratidão dos outros para desertar da Seara do Bem.
Na engrenagem da vida, cada qual de nós é peça importante com funções específicas.
Ninguém recebe o conhecimento superior tão-só para o proveito próprio.
Saibamos dividir o tesouro da compreensão em parcelas de bondade.
Seja qual for o contratempo que se te erija em obstáculo na estrada a percorrer, age para o bem.
Nem sempre conseguirás materializar os amigos da Vida Maior para satisfazer a sede de verdade que tortura a muitos de nossos companheiros na Terra, mas sempre podes substancializar essa ou aquela providência suscetível de prodigalizar-lhes tranqüilidade e consolação.
Nem sempre obterás a mensagem de determinados amigos que residem no Mais Além, para a edificação imediata dos que sofrem no Plano Físico; entretanto, sempre podes improvisar algum recurso com que se lhes restaurem a energia e o bom ânimo.
Nem sempre lograrás a cura de certas enfermidades no corpo de irmãos padecentes; todavia, sempre podes lenir-lhes o coração e aclarar-lhes a alma com o apoio fraterno, habilitando-lhes a mente para a cura espiritual.
A terra é médium da flor que se materializa, tanto quanto a flor é medianeira do perfume que embalsama a atmosfera.
O Sol é o médium da luz que sustenta o homem, tanto quanto o homem é o instrumento do progresso planetário.
Todos os aprendizes da fé podem converter-se em médiuns da caridade, através da qual opera o Espírito de Jesus de mil modos diferentes, em cada setor de nossa marcha evolutiva.
Ampara os teus semelhantes e encontrarás a melhor fórmula para o seguro desenvolvimento psíquico.
Amontoavam-se vermes onde se congregam frutos desaproveitados ou apodrecidos, assim como a luz brilha onde encontra força ou material que lhe sirva de combustível.
O médium, para servir a Jesus de modo positivo e eficiente, no campo da Humanidade, precisa aperfeiçoar-se à instrução, ao conhecimento, ao preparo e à própria melhoria, a fim de que se faça filtro de luz e paz, elevação e engrandecimento para a vida e para o caminho das criaturas.
Quem deseje crescer para a Espiritualidade Superior não pode menosprezar o alfabeto, o livro, o ensinamento e a meditação.
Jesus é o nosso Divino Mestre.
Eduquemo-nos com Ele, a fim de que possamos realmente educar.
Por mais que se fale em mediunidade, é forçoso referir-nos sempre à disciplina que só a Doutrina Espírita consegue orientar para o bem.
Agir no bem é buscar a simpatia dos Espíritos Sábios e Benevolentes, encontrando-a.
Para curar, é preciso trazer o coração por vaso transbordante de amor e, quem realmente ama, não encontra ensejo de reclamar.
 (Registros colhidos na obra de mesmo nome, da biblioteca virtual do sítio "www.oconsolador.com.br)

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

MADALENA



MADALENA

“Disse-lhe Jesus: Maria! — Ela, voltando-se, disse-lhe: Mestre!” -
(JOÃO, capítulo 20, versículo 16.)


Dos fatos mais significativos do Evangelho, a primeira visita de Jesus, na ressurreição, é daqueles que convidam à meditação substanciosa e acurada.
Por que razões profundas deixaria o Divino Mestre tantas figuras mais próximas de sua vida para surgir aos olhos de Madalena, em primeiro lugar?
Somos naturalmente compelidos a indagar por que não teria aparecido, antes, ao coração abnegado e amoroso que lhe servira de Mãe ou aos discípulos amados...
Entretanto, o gesto de Jesus é profundamente simbólico em sua essência divina.
Dentre os vultos da Boa Nova, ninguém fez tanta violência a si mesmo, para seguir o Salvador, como a inesquecível obsidiada de Magdala. Nem mesmo “morta” nas sensações que operam a paralisia da alma; entretanto, bastou o encontro com o Cristo para abandonar tudo e seguir-lhe os passos, fiel até ao fim, nos atos de negação de si própria e na firme resolução de tomar a cruz que lhe competia no calvário redentor de sua existência angustiosa.
É compreensível que muitos estudantes investiguem a razão pela qual não apareceu o Mestre, primeiramente, a Pedro ou a João, à sua Mãe ou aos amigos. Todavia, é igualmente razoável reconhecermos que, com o seu gesto inesquecivel, Jesus ratificou a lição de que a sua doutrina será, para todos os aprendizes e seguidores, o código de ouro das vidas transformadas para a glória do bem. E ninguém, como Maria de Magdala, houvera transformado a sua, à luz do Evangelho redentor

Extraída da obra: Caminho, Verdade e Vida,
psicografia de Francisco Cândido Xaiver,
ditada pelo espírito Emmanuel, capítulo 92,
copiada do sítio: www.oconsolador.com. BR

sábado, 30 de julho de 2011

Dr. Bezerra de Menezes - Mensagem

Mensagem do espírito Dr. Bezerra de Menezes transcrita da obra: Transtornos Psiquiátricos e Obsessivos, psicografado por Divaldo Franco, pelo irmão espiritual Manoel Philomeno de Miranda, 1ª edição, 2008, página 237...

            Filhos da alma:
            Que Jesus permaneça conosco!
            Neste grave momento que se vive no planeta, os espíritas conscientes das suas responsabilidades, verdadeiros cristãos que devem ser, estão convocados à construção da lídima fraternidade que deve existir entre todas as criaturas.
            Há tumulto em todos os segmentos da sociedade, nas mais diversas atividades a que os seres humanos se dedicam, lutas acerbas prevalência do ego tomam corpo dilacerando sentimentos e fragmentando construções do bem e do progresso, que passam a experimentar riscos dantes não programados.    
            O respeito pelos valores éticos cede lugar à anarquia e ao despautério que tomam conta do século, atentando contra as mais nobres conquistas do processo evolutivo. 
            Parecem vãos os mais de seis mil anos de desenvolvimento intelecto-moral, porque a invasão da loucura em nome dos direitos do cidadão, reina em toda parte, inclusive atentando contra esses decantados direitos.
            As perversões morais impõem-se, a astúcia política e a malversação do patrimônio dos povos governam mais do que os métodos da dignidade, enquanto os estadistas abandonam a respeitabilidade que lhes é exigida, para tornar-se alucinados representantes do totalitarismo, numa sofredora revolução do proletariado contra as demais camadas sociais, sem condições de conduzir as massas sempre revoltadas, que resvalam para a anarquia e o desconserto... Outros, adornados de títulos universitários, igualmente orgulhosos, esquecem do povo, assim que assumem o poder e procuram permanecer vitalícios, alterando as leis vigentes...
            O poder econômico esmaga aqueles que não podem competir ou que não têm assento à mesa das negociações nos sofisticados centros da civilização em que se reúnem, gastando somas excessivas que poderiam melhorar a situação de milhões de vidas que se estiolam na fome, nas epidemias, no abandono, na sordidez.
            O denominando clube dos países superdesenvolvidos mais exige, com imposições cruéis e intimidações nem sempre veladas, daqueles que lhes dependem da indústria, da economia, das produções, e que, paradoxalmente os sustentam, embora na miséria em que se debatem, sem preocupar-se, em absoluto, com o sofrimento da maioria dos habitantes da Terra...
            A emissão de gases que aquece o planeta e o degrada, ameaçando-o de maneira inexorável, é contestada pela força dos mais responsáveis por esse criminoso fenômeno, indiferentes às consequências que também as alcançarão em tempo mais próximo do que pensam, preocupados somente com a manutenção do seu controle sobre os outros...
            Gerando guerras infelizes e sem nenhuma justificativa, esses governantes enlouquecidos pela vaidade do poder, travestem-se de missionários de Deus, destruindo os chamados inimigos e os seus cidadãos, levando os seus países à ruína econômica, social e moral, gerando mais ódio em toda parte, assim estimulando os terríveis atos do terrorismo de toda ordem, fiéis à presunção pessoal enganosa.
            Nos seus desvarios, dão a impressão de imortais fisicamente, eternos no corpo, senhores da vida, marchando, porém, inexoravelmente, para o túmulo que os receberá em silenciosa expectativa...
            As doutrinas religiosas, que deveriam orientar os fiéis, dividem-nos, para melhor governá-los, lançando umas contra outras greis, pregando o reino dos céus e conquistando o da Terra...
            (...)
            À semelhança do que aconteceu no passado, quando veio Jesus, em situação equivalente à que  ora vivemos, recebemos o Espiritismo que nos traz de volta a revolução do amor, única possuidora dos instrumentos propiciadores de felicidade.
            Expande-se a mensagem de Allan Kardec, oferecendo esperança e conclamando à paz, à fraternidade, do auxílio recíproco, à caridade...
            Como nos temos portado, os espíritas, diante dos grandes desafios, sejamos desencarnados ou encarnados?
            Temos compreendido que a nossa contribuição de amor é de expressiva significação ante o desarvorar do ódio? Censurado os governantes e os violentos que tomam pela força tudo quanto querem, agimos de maneira diferente, em clima de respeito e de dignidade, conforme o Mestre nos ensinou? Fascinados com a revelação da imortalidade e da reencarnação, temo-nos comportado de acordo com esses postulados? Já descobrimos que podemos, sim, mudar o mudar, conforme o mudaram os mártires da fé, no passado, os escravos que encontraram Jesus e O seguiram, alterando o rumo da história?
            Não escamoteemos a verdade, disfarçando-a em relação aos nossos atos e aguçando-a quando se trata de ações negativas dos outros.
            O Espiritismo, igual ao Cristianismo, é doutrina da consciência reta e do comportamento edificante.
            Integrando-lhe as fileiras, não há como denegar-lhe os conteúdos sublimes, senão através dos atos que não correspondem aos objetivos estabelecidos.
            Porque somos poucos ou não dispomos de privilégios, sejam do poder, da fortuna, da posição social, isso não constitui impedimento ao desempenho da tarefa de dignificação humana.  
            O rociar da asa de uma borboleta no oriente repercute no equilíbrio do ocidente – assevera-se com fundamentos verdadeiros de lógica e da ciência que estuda os acontecimentos. Assim sendo, toda vibração emitida espraiar-se-á e contribuirá para efeitos inevitáveis até onde chegue.
            Nós, outros, os desencarnados conscientes dessa realidade, estamos fazendo a  nossa parte, cabendo a vós outros o dever de realizardes o que vos diz respeito. 
            Esse mister começa na conduta doutrinária perante si mesmo, prosseguindo em relação à família, à oficina de trabalho, ao grupo social, á instituição em que labora.
            Se a convicção em torno da Verdade não faculta ao espírita o autocontrole, o respeito pelo próximo, a renúncia pessoal, a humanidade em reconhecer os próprios equívocos, qual o valor atribuído à mesma?
            Jesus nos enviou como ovelhas mansas ao meio de lobos esfaimados, não admitindo a hipótese de nos tornarmos lobos também.
            Se não somos capazes de convier com aqueles que também abraçam os nossos ideais e trabalham conosco, porque divergimos num ou noutro ponto, como pretendemos transformar a Terra em um mundo feliz, se não nos transformamos para melhores nem somos felizes?
            Urge que despertemos do letargo e voltemos à ação do amor. Nenhuma força é comparável ao amor.
            -- Deem-me uma alavanca e um ponto de apoio – propôs Arquimedes de Siracusa – e eu moverei o mundo.
            Usemos o amor e renovaremos o mundo, façanha menor que a proposta pelo matemático, físico e filósofo grego.
            O amor dá-nos a dimensão da própria pequenez, mas também da importância que possuímos na Obra do Pai, concitando-nos ao crescimento no rumo do Infinito.
            Mediante a sua vivência, as virtudes reais assomarão ao nosso pensamento e tomarão conta das nossas existências, impulsionando-nos ao avanço através dos atos dignificadores.
            Não desfaleçamos, evitando, a todo custo, as contendas perversas e destruidoras.
            Somos Filhos da Luz, deixemos-nos brilhar!
            (...)
            Estais convocados para o serviço de edificação do Bem e não para as disputas mesquinhas dos transeuntes no carro carnal, que ignoram as bênçãos que defluem do milagre da vida.
            Vencei o mal que, porventura, ainda remanesça em nossos corações, abrindo espaço para o domínio do bem.
            Não estais reunidos na família espiritual em que vos encontrais, por efeito de fenômenos casuais... Assumistes compromissos antes de vos reencarnardes, trabalhando na edificação do bem juntos, cooperando uns com os outros, sob o comando d’Aquele que após vos terdes chamado, vos escolherá para tarefas mais graves e relevantes no futuro.
            Permanecei fiéis ao compromisso com Jesus e abraçai-vos uns aos outros, haurindo forças para o bom combate e sustentando-vos reciprocamente.
            O Amor não amado vos aguarda por ocasião do término da jornada.
            Que a realizeis de tal forma, que não vos seja necessário volver ao proscênio terrestre para muito corrigir e retificar em situação menos favorável...
            Exorando a Ele, nosso Guia sublime, que nos dispense sua misericórdia em forma de bênçãos, abraça-vos, o servidor humílimo e paternal de sempre,
                                                                                                                                                     Bezerra

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Realidade


            A vida é uma realidade. A sua continuidade após o decesso do equipamento físico é uma verdade. E que nos encontraremos, isto é, faremos encontro conosco mesmo.  Não teremos dúvida sobre tudo o que realizamos no período da vida física, pois está gravado em nós mesmo, está no perispírito.
            Encontrar-nos-emos desvestidos de qualquer subterfúgio ou ilusão.  Estaremos felizes se vencermos as pendências morais, os vícios e adquirirmos outros valores nobres; constrangidos se não fizermos os esforços necessários e que tínhamos plena condição para fazê-los a fim de suplantar os maus pendores e se ainda não acumularmos outros.
            Vamos nos colocar exatamente na faixa vibratória que nos é própria. Estaremos aí estabelecidos sem a interferência de ninguém, pois é a da Lei Natural que assim ocorra. Constataremos que os iguais, as vibrações similares se atraem, e estaremos num aglomerado dos que são parecidos como nós mesmos.  Se somos equilibrados, estaremos num padrão equivalente; se viciosos, encontraremos comunidades de mesmo teor de interesses.
            Não há céu e nem inferno. Mas realidade, a nossa realidade. Se formos perversos, encontraremos perversidade. Se sensualistas, sensualismo. Se caridosos, encontraremos caridade. Essa construção do vir a ser, do que se dará, já começou há muito tempo. Agora estamos tendo a oportunidade de redirecionar a nossa realidade, transformando-a ou ampliando-a.
            A vida espiritual é a continuidade da vida, porque a vida não cessa, só continua. O que perece é o equipamento físico. O trânsito na vida material é  de curto tempo e indefinido.  É experiência, que pode ser resgate, expiação ou aquisição. Na verdade, ocorre tudo ao mesmo tempo. Somos nós que qualificamos as experiências e as vivências, que proporcionamos o saldo de qualidade ou não da passagem pelo mundo corpóreo.
            É pura ilusão a vida desregrada, os usos e gozos demasiados, em qualquer situação. A vida existe para conquistas nobres, valores que permanecerão no ser espiritual, servindo de base para sua elevação cada vez mais ampla, porque é infinita. Cultivar as bagatelas correntes dos dias atuais, drogadição, alcoólicos, outros inebriantes da consciência, o sensualismo, a sexolatria, os consumismos inúteis, excesso de lazer, opulência..., é fator que nos atrai para aferrar ao materialismo, distanciando-nos da paz, da saúde consciencial.
            Os fatores negativos cultivados na vida material têm desdobramentos, pois tudo o que plantado cresce dá frutos. Não fosse a necessidade e a obrigatoriedade  da colheita, quer dizer, todos os nossos feitos têm consequências, e se não forem nobres trarão desdobramentos funestos, dores, aflições, refazimentos..., se forem positivos ampliarão nossa felicidade. Não podemos descurar que sempre encontraremos aqueles que prejudicamos em qualquer tempo.  Nesta ou em outra vida. As dívidas terão que ser ressarcidas, segundo a justiça da Lei de Deus. Ninguém foge desta realidade.
            Por que persistir no que não é bom. Deus não nos deu a inteligência, não nos deu o sentimento? Na trajetória dos milênios não nos deu como exemplo os profetas, Moisés, Jesus e muitos outros expoentes da Humanidade? Se existe alguma dificuldade para entender esses mensageiros e suas mensagens, permitiu, conforme promessa de Jesus, o Consolador, que é a Doutrina Espírita - grandiosa e que se amplia em novas luzes permanentemente.  É canal seguro para os que se dão ao trabalho de estudá-la e aplicá-la em suas vidas, pois nada mais é que a mensagem de Jesus, na simplicidade vivida nos primeiros tempos do cristianismo.
            Os tempos de agora são chamados modernos.  Há conhecimentos em todos os setores da vida, crescidos alcances tecnológicos, que facilitam a vida, as inteligências ampliadas, e para quê tudo isto?  Pensam que é para buscar gozos infinitos à exaustão? Estão enganados. A dor vem  logo depois para lhes informar que são seres em construção, que os pequenos avanços são apenas aumento de responsabilidades morais para consigo e para com a sociedade toda.
            Tudo o que estiver além do necessário é abuso, e esse desvio do necessário é irresponsabilidade, com preço certo e será exigido, não monetariamente, mas moralmente, ainda agora nesta vida ou depois em outra.

Dorival da Silva