quarta-feira, 2 de julho de 2014

Depois...



Depois...

“Depois, sobrevindo tribulação ou perseguição...” -
 Jesus. (Marcos, 4:17.)



Toda a gente conhece a ciência de começar as boas obras.


Aceita-se o braço de um benfeitor, com exclamações de júbilo, todavia, depois... quando desaparece a necessidade, cultiva-se a queixa descabida, no rumo da ingratidão declarada, afirmando-se - “ele não é tão bom quanto parece”.


Inicia-se a missão de caridade, com entusiasmo santo, contudo, depois... ao surgirem os primeiros espinhos, proclama-se a falência da fé, gritando-se com toda força - “não vale a pena”.


Empreende-se a jornada da virtude e aproveita-se o estímulo que o Senhor concede à alma, através de mil recursos diferentes, entretanto, depois... quando a disciplina e o sacrifício cobram o justo imposto devido à iluminação espiritual, clama-se com enfado - “assim também, não”.


Ajuda-se a um companheiro da estrada, com extremado carinho, adornando-se-lhe o coração de flores encomiásticas, no entanto, depois... se a nossa sementeira não corresponde à ternura exigente, abandonamo-lo aos azares da senda, asseverando com ênfase - “não posso mais”.


Todos sabem principiar o ministério do bem, poucos prosseguem na lide salvadora, raríssimos terminam a tarefa edificante.


Entretanto, por outro lado, as perigosas realizações da perturbação e da sombra se concretizam com rapidez.


Um companheiro começa a trair os seus compromissos divinos e efetua, sem demora, o que deseja.


Outro enceta a plantação do desânimo e, lesto, alcança os fins a que se propõe.


Outro, ainda, inicia a discórdia e, sem detença, cria a desarmonia geral.


Realmente, é muito difícil perseverar no bem e sempre fácil atingir o mal.


Todavia, depois...



Extraída da obra:  Vinha de Luz, psicografia do espírito Emmanuel, por Francisco Cândido Xavier, capítulo 180.


terça-feira, 10 de junho de 2014

Prudência



Prudência

 Aquietemo-nos! Relembram os Instrutores Espirituais. 

A transição recomenda prudência. 

A Pátria do Cruzeiro, com a responsabilidade de representar a fraternidade na Terra, está diante dos olhos do Mundo que aproveitando a ocasião dos jogos redescobre o Brasil. 

Colocamo-nos, nesse momento, à disposição dos benfeitores, para pedir as bênçãos para nossa gente, para nossa terra, para nosso torrão Natal. E percebemos o cuidado dos Espíritos Nobres que representam os Pais da Pátria, para zelar pelo equilíbrio, pela prudência e pela ordem. 

Os benfeitores nos recomendam prudência. Aquietarmos antes de acelerarmos; paciência, antes que a preocupação maior; oração, antes que o receio. 

Os nossos Amigos Maiores pedem que nos habituemos nesses dias: amanhecer orando pela Pátria; durante o dia, mentalizar a paz na Pátria; ao adormecer, orar pelo equilibro da Pátria, porque o mundo espiritual nobre, certamente, cuidando de nós, cria as condições de defesa para que os acontecimentos ocorram com equilíbrio, para que a ordem não se deixe vencer pela desordem, para que a prudência nos conduza com equilíbrio à condução do processo das mudanças necessárias. 

Os irmãos infelizes, acostumados à balburdia, à desordem no mundo espiritual inferior, querem aproveitar, também, no seu trabalho organizado, chamar atenção do mundo, para desmoralizar o grande Programa de Jesus para o Brasil. 

Por isso, em nome deles, nós queremos pedir aos nossos companheiros o hábito da oração em favor da paz. 

Teremos, certamente, preocupações graves que devem esperar de nós e receber das nossas orações o testemunho do equilíbrio, para que as forças do mal não encontrem espaço também em nós. 

Os espíritas conhecedores desses acontecimentos, da ação dessas criaturas infelizes, nossos irmãos, devemos estar conscientes de que representamos elos da grande corrente da Bondade que protege o grande programa que o Cristo de Deus colocou nas mãos do povo Brasileiro.

Estejamos, pois, meus irmãos, atentos, não sejamos aqueles que multipliquem as más informações e notícias, mas asserenados, aquietados, nos liguemos aos benfeitores, nesse momento importante, para que possamos transmitir para o Mundo inteiro a nossa gente tão boa, a expectativa de um ambiente de paz e de um povo ordeiro e generoso, e sobretudo Cristão. 

Orando juntos, estaremos ligando as forças vivas da bondade, que emana do coração do nosso mestre, o Cristo de Deus, estaremos oferecendo aos nossos dirigentes encarnados, aqueles homens e mulheres que têm a incumbência de zelar pelo equilíbrio e pela orientação política, econômica, social do Brasil, para que os acontecimentos, que possam ocorrer, não perturbem a generalidade da Nação, e para que o programa do Cristo se faça maior do que os transtornos, e para que, de um modo geral, todos nós contribuamos para a paz. 

Mantenhamo-nos aquietados, confiantes, vigilantes e orando, entregando-nos às mãos santíssimas de Jesus de Nazaré. 

O Anjo Ismael, aqui, na Federação Espírita Brasileira, organizou programa de trabalho intenso, com os espíritos que representam os dirigentes espirituais do Brasil, para estabelecer nos pontos estratégicos, em Brasília, nas demais cidades importantes do País, as defesas geradas, necessárias para a vigilância e para que a ordem não se perturbe. 

Não tenhamos receios, confiemos atentos. 

Os momentos políticos que vive o planeta não têm como não refletir no Brasil, e representando o foco do Mundo nesses dias é importante que estejamos aqui na nossa Casa, oferecendo o melhor ambiente vibratório de beleza espiritual, para que o Anjo Ismael possa cumprir, com o apoio dos Espíritos Nobres, o programa de Jesus. 

Os momentos recomendam prudência, como dizíamos, e cuidado. 

Oremos meus irmãos e mantenhamo-nos em paz. 

Que Jesus abençoe a Pátria que amamos, que o Cristo de Deus ilumine as consciências das nossas autoridades, que os ambientes dos jogos sejam protegidos pelas forças da luz, e que a nossa certeza na condução dessas energias nobres faça de nós também instrumento da paz. 

Que o Cristo de Deus nos abençoe, abençoe a Federação Espírita Brasileira, abençoe o nosso País, e nos inclua no grande programa dos trabalhadores do Bem. 

Abraço-vos, fraternalmente, 

José do Patrocínio.

(Degravação de psicofonia pelo médium João Pinto Rabelo, na reunião do Grupo de Assistência e Apoio aos Povos da África, na sede da FEB, no dia 10 de maio de 2014)

Extraída do portal da FEB, no endereço:
http://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2014/05/Degrava%C3%A7ao-mensagem-Jose-do-Patrocinio-GRAAPA.pdf

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Ajuda-te a ti mesmo, que o céu te ajudará

Ajuda-te a ti mesmo, que o céu te ajudará

Pedi e se vos dará; buscai e achareis; batei à porta e se vos abrirá; porquanto, quem pede recebe e quem procura acha e, àquele que bata à porta, abrir-se-á.

Qual o homem, dentre vós, que dá uma pedra ao filho que lhe pede pão? — Ou, se pedir um peixe, dar-lhe-á uma serpente? — Ora, se, sendo maus como sois, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, não é lógico que, com mais forte razão, vosso Pai que está nos céus dê os bens verdadeiros aos que lhos pedirem? (S. MATEUS, cap. VII, vv. 7 a 11.)


Do ponto de vista terreno, a máxima: Buscai e achareis é análoga a esta outra: Ajuda-te a ti mesmo, que o céu te ajudará. É o princípio da lei do trabalho e, por conseguinte, da lei do progresso, porquanto o progresso é filho do trabalho, visto que este põe em ação as forças da inteligência.


Na infância da Humanidade, o homem só aplica a inteligência à cata do alimento, dos meios de se preservar das intempéries e de se defender dos seus inimigos. Deus, porém, lhe deu, a mais do que outorgou ao animal, o desejo incessante do melhor, e é esse desejo que o impele à pesquisa dos meios de melhorar a sua posição, que o leva às descobertas, às invenções, ao aperfeiçoamento da Ciência, porquanto é a Ciência que lhe proporciona o que lhe falta. Pelas suas pesquisas, a inteligência se lhe engrandece, o moral se lhe depura. Às necessidades do corpo sucedem as do espírito: depois do alimento material, precisa ele do alimento espiritual. É assim que o homem passa da selvageria à civilização.


Mas, bem pouca coisa é, imperceptível mesmo, em grande número deles, o progresso que cada um realiza individualmente no curso da vida. Como poderia então progredir a Humanidade, sem a preexistência e a reexistência da alma? Se as almas se fossem todos os dias, para não mais voltarem, a Humanidade se renovaria incessantemente com os elementos primitivos, tendo de fazer tudo, de aprender tudo. Não haveria, nesse caso, razão para que o homem se achasse hoje mais adiantado do que nas primeiras idades do mundo, uma vez que a cada nascimento todo o trabalho intelectual teria de recomeçar. Ao contrário, voltando com o progresso que já realizou e adquirindo de cada vez alguma coisa a mais, a alma passa gradualmente da barbárie à civilização material e desta à civilização moral. (Vede: cap. IV, nº 17.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXV, itens 1 e 2.)

Extraído  Revista Eletrônica "O Consolador", no endereço:
http://www.oconsolador.com.br/mensagens.asp?r=1

quinta-feira, 29 de maio de 2014

A verdadeira propriedade



A verdadeira propriedade

O homem só possui em plena propriedade aquilo que lhe é dado levar deste mundo. Do que encontra ao chegar e deixa ao partir goza ele enquanto aqui permanece. Forçado, porém, que é a abandonar tudo isso, não tem das suas riquezas a posse real, mas, simplesmente, o usufruto. Que é então o que ele possui? Nada do que é de uso do corpo; tudo o que é de uso da alma: a inteligência, os conhecimentos, as qualidades morais. Isso o que ele traz e leva consigo, o que ninguém lhe pode arrebatar, o que lhe será de muito mais utilidade no outro mundo do que neste. Depende dele ser mais rico ao partir do que ao chegar, visto como, do que tiver adquirido em bem, resultará a sua posição futura. Quando alguém vai a um país distante, constitui a sua bagagem de objetos utilizáveis nesse país; não se preocupa com os que ali lhe seriam inúteis. Procedei do mesmo modo com relação à vida futura; aprovisionai-vos de tudo o de que lá vos possais servir.

Ao viajante que chega a um albergue, bom alojamento é dado, se o pode pagar. A outro, de parcos recursos, toca um menos agradável. Quanto ao que nada tenha de seu, vai dormir numa enxerga. O mesmo sucede ao homem à sua chegada no mundo dos Espíritos: depende dos seus haveres o lugar para onde vá. Não será, todavia, com o seu ouro que ele o pagará.

Ninguém lhe perguntará: Quanto tinhas na Terra? Que posição ocupavas? Eras príncipe ou operário? Perguntar-lhe-ão: Que trazes contigo? Não se lhe avaliarão os bens, nem os títulos, mas a soma das virtudes que possua. Ora, sob esse aspecto, pode o operário ser mais rico do que o príncipe. Em vão alegará que antes de partir da Terra pagou a peso de ouro a sua entrada no outro mundo. Responder-lhe-ão: Os lugares aqui não se compram: conquistam-se por meio da prática do bem. Com a moeda terrestre, hás podido comprar campos, casas, palácios; aqui, tudo se paga com as qualidades da alma. És rico dessas qualidades? Sê bem-vindo e vai para um dos lugares da primeira categoria, onde te esperam todas as venturas. És pobre delas? Vai para um dos da última, onde serás tratado de acordo com os teus haveres. Pascal. (Genebra, 1860.)

Extraído de O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo XV, item 9, Allan Kardec

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Jesus Cristo, mito ou realidade?

ANDRÉ LUIZ ALVES JR.
locutorandreluiz@hotmail.com
Curitiba, PR (Brasil)
André Luiz Alves Jr.


Jesus Cristo, mito ou realidade?

Frequentemente me deparo com o questionamento de alguns leitores acerca da existência de Jesus. "Não há registros concretos que comprovem a passagem do Nazareno na Terra", eles alegam. Para alguns, Cristo não seria uma personalidade histórica, mas sim uma figura mitológica criada em algum momento no passado.

O assunto é capaz de instigar discussões acaloradas e merece um estudo aprofundado, haja vista que tais questionamentos desafiam quase um terço da população mundial (2 bilhões de cristãos) e, também, a história da humanidade.  

O Surgimento do Cristo Mitológico Jesus nunca foi uma unanimidade e este fato não é novidade para ninguém. Desde o início de suas pregações Ele encontrou ferrenhos oponentes. Na medida em que seu ministério crescia, as investidas dos antagonistas se tornavam cada vez mais violentas, resultando em sua prisão e crucificação. Mesmo após o padecimento de Jesus no calvário, a perseguição aos cristãos continuou, mas nem sempre de forma violenta. Algumas centenas de cristãos foram martirizados nos circos romanos, outros ridicularizados pelos intelectuais que tentavam dissuadir o cristianismo. Os mais esclarecidos disseminaram a ideia de que Jesus foi uma figura mitológica, ou seja, nunca existiu. Mas, apesar dos esforços contrários, o movimento cristão resistiu e se perpetuou.

Quase dois milênios se haviam passado e por volta do ano de 1790, na era do Iluminismo francês, pensadores como Constantin François Volney e Charles François Dupuis ressuscitaram a ideia de que Jesus havia sido criado. Essas opiniões ficaram conhecidas como o "Mito de Cristo" ou "Jesus Mítico" (inexistência da figura de Jesus).

O Iluminismo foi um movimento cultural racionalista criado com o intuito de reformar o conhecimento herdado da tradição medieval. Esse conhecimento, até então, era ditado pela imperiosa Igreja romana, daí o surgimento da teoria do Mito de Cristo. Era uma forma de confrontar a razão e a fé.

Jesus Mítico não se propagou como apostavam os iluministas, a religiosidade da grande massa era maior. Apesar de não ganhar força, a teoria polêmica ainda é levantada por céticos na era moderna. Em 2002, o italiano Luigi Cascioli processou a Igreja por acreditar que aquela instituição alimentava a mentira da existência de Jesus. A ação judicial, após percorrer todas as instâncias, foi arquivada por falta de provas. 

Confrontando as ideias anticristãs - A primeira argumentação de um cético é a de que não há provas concretas da vida do Nazareno. "Jesus não deixou escrito sequer uma frase, não há vestígios arqueológicos e documentais que comprovem sua vida e seu apostolado", alegam.

Se analisarmos a questão por esse prisma, veremos que Sócrates, por exemplo, também não documentou suas ideias, mas nem por isso deixou de ser um dos maiores e mais conhecidos filósofos da antiguidade, pois seus pensamentos foram anotados e difundidos por seus discípulos, dentre eles, Platão. Exatamente como aconteceu com Jesus e seus apóstolos.

Vejamos outros questionamentos levantados pelos não cristãos: 

1) Relatos Bíblicos: Os mais religiosos rebateriam as críticas relacionadas a Jesus referenciando o Novo Testamento, entretanto, para os opositores do Nazareno, a Bíblia não é um registro histórico aceitável. A justificativa seria que os quatro evangelhos canônicos teriam sido formulados muito depois da crucificação do Salvador. Além disso, dois dos evangelistas (Lucas e Marcos) sequer conheceram o Carpinteiro de Nazaré, portanto suas escrituras são baseadas em relatos de terceiros. Outro aspecto relevante do ponto de vista anticristão é de que os pergaminhos originais foram editados diversas vezes pela Igreja, até chegar ao formato atual, além de terem sido copiados e traduzidos para outros idiomas, o que pode adulterar significativamente a essência dos textos.
De fato, existem contradições entre os evangelhos do Novo Testamento, todavia a existência de Jesus é uma unanimidade entre eles, inclusive nos evangelhos apócrifos (que não estão na Bíblia). Boa parte dos estudiosos acredita que menos de 20 por cento do que lemos nos evangelhos são os dizeres originais do Messias. Nem mesmo os pesquisadores mais incrédulos refutam a ideia de o "Filho de Deus" ser um personagem histórico.

2) Conspiração Romana: Para alguns teólogos, a criação da história de Jesus teria sido uma estratégia política dos romanos para pacificar os ataques violentos dos judeus que viviam na Palestina da época. Essa argumentação é contraditória, pois a sociedade romana era politeísta e socialmente segregada. A personalidade Nazarena (que defendia um único Deus misericordioso e a igualdade entre os homens) diverge das convicções religiosas e sociais daquela civilização. Os Deuses da mitologia romana eram temperamentais e um patrício jamais aceitaria ser comparado a um escravo.

3) A construção do mito pelos cristãos primitivos: Outro argumento levantado é que o Mito Jesus fora criado pelos cristãos pioneiros. Seria possível um grupo de modestos trabalhadores idealizar uma personalidade grandiosa como Jesus? E como um mito poderia ter atravessado períodos históricos sem ser esquecido? É improvável que grande parte da humanidade viveria todo esse tempo acreditando em uma figura alegórica. Se Jesus não existiu, deve-se imaginar como um mito poderia alterar tanto a história da humanidade.

Evidências históricas sobre Jesus - Antes de mais nada, é necessário responder à seguinte indagação: O que difere uma figura mitológica de uma personalidade histórica?
Para os historiadores comprovarem a existência de um personagem histórico é necessário buscar três razões primárias: documentos de historiadores antigos,impacto histórico e outras evidências históricas e arqueológicas. Convenhamos, essas lacunas são inteiramente preenchidas por Cristo. 

Documentos de Historiadores: O primeiro documento histórico que apresentaremos é intitulado "Antiguidades Judaicas", do ano 93 d.C, de autoria do historiador Flávio Josefo, nascido poucos anos após a crucificação de Jesus:

“Naquele tempo viveu Jesus, um homem santo, se ele pode ser chamado de homem, pois realizou trabalhos poderosos, ensinou os homens, e recebeu com prazer a verdade. E ele foi seguido por muitos judeus e muitos gregos [...]"(Flávio Josefo - Antiguidades Judaicas)

Para os historiadores modernos, Flávio Josefo é considerado uma importante referência sobre a história de Jesus por ser um estudioso considerado imparcial, ou seja, não pertenceu ao movimento cristão, o que evidencia a existência do Cristo histórico.

Outro historiador referenciado é o romano Gaio Suetônio Tranquilo. Este também possui grande credibilidade em função de suas biografias sobre os doze Imperadores Romanos, de Júlio César a Domiciano. A obra denominada De Vita Caesarum, escrita provavelmente durante o período de Adriano, faz menção sobre os cristãos:

"Nero infligiu castigo aos cristãos, um grupo de pessoas dadas a uma superstição nova e maléfica.(Gaio Suetônio - De Vita Caesarum)

Por último e não menos importante, vamos encontrar Cornélio Tácito, nascido 25 anos antes da crucificação de Jesus e que também cita o enviado de Deus em seu último trabalho histórico de nome "Anais":

"Christus, o que deu origem ao nome cristão, foi condenado à extrema punição [i.e crucificação] por Pôncio Pilatos, durante o reinado de Tibério; mas, reprimida por algum tempo, a superstição perniciosa irrompeu novamente, não apenas em toda a Judeia, onde o problema teve início, mas também em toda a cidade de Roma." (Cornélio Tácito - Anais)

Além desses historiadores mencionados existe a confirmação de pelo menos 19 escritores seculares antigos que fizeram referência a Jesus como uma pessoa real. As fontes que aludem ao Messias são inúmeras. Existem mais livros sobre Ele do que qualquer outra personalidade histórica, o que seria impossível para uma figura mitológica.

Impacto Histórico: É evidente o impacto que a personalidade Nazarena causou na história da humanidade. Poderíamos enumerar uma centena deles, a começar pelo calendário ocidental, que é contado a partir de seu nascimento na Terra. Nosso tempo é dividido em antes de Cristo (a.C) e  depois de Cristo (d.C), este fato por si só dispensa explicações.

Outras evidências: Vários especialistas em história (e que não se comunicam entre si) utilizam-se das mesmas fontes para afirmar que Jesus é uma figura real. Os estudiosos defendem que o Messias fora, na pior das hipóteses, um pregador judeu da Galileia. Entre os mais descrentes, Ele era visto como um curandeiro carismático, um filósofo, ou um reformista igualitário. Esses argumentos convergem com as ideias de religiões não cristãs, dentre elas o Judaísmo, principal religião na época de Jesus.

A corrente dominante do judaísmo rejeita a proposta de Jesus ser o Messias, por não ter nem realizado as profecias messiânicas do "Tanach", nem apresentar as qualificações pessoais do Messias, o que não contradiz sua existência. Os judeus reconhecem em Jesus um bom judeu, que transmitiu os ensinamentos religiosos, éticos e morais que recebeu do Judaísmo.

Outra doutrina religiosa importante na região da peregrinação do Cristo é o Islamismo. O Islã considera Jesus um mensageiro de Deus e o Messias enviado para guiar as tribos de Israel através de novas escrituras, o Evangelho. A crença no Nazareno, e em todos os outros mensageiros de Deus, faz parte dos requisitos para ser um muçulmano. O Alcorão menciona o nome de Jesus vinte e cinco vezes, mais do que o próprio Maomé, e enfatiza que Jesus foi também um ser humano mortal que, tal como todos os outros profetas, foi escolhido de forma divina para divulgar a mensagem de Deus.

A ampla documentação da vida de Jesus por escritores da época, seu profundo impacto histórico e a evidência tangível e confirmadora da história persuadiram os estudiosos de que Jesus de fato existiu.

Jesus para o Espiritismo - Inúmeras obras espíritas descrevem a vida de Cristo e seu extraordinário legado, a começar pelos livros da codificação. As referências partem da própria espiritualidade:

625. Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo? Vede Jesus. Para o homem, Jesus constitui o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a expressão mais pura da lei do Senhor, porque, sendo ele o mais puro de quantos têm aparecido na Terra, o Espírito Divino o animava.  (Allan Kardec - O Livro dos Espíritos.)

Para a Doutrina Espírita, Jesus é o modelo e guia, o Espírito mais evoluído que o Criador enviou à Terra, para servir de referência aos homens ainda imperfeitos, como demonstrado no trecho acima, retirado da obra base do Espiritismo.

Outro opúsculo que destaca a existência de Jesus como figura histórica surgiu por meio da psicografia do médium brasileiro Chico Xavier. O livro "Há Dois Mil Anos", do autor espiritual Emmanuel, retrata a história de uma de suas reencarnações, quando viveu como senador romano nos tempos de Jesus. Publius Lentulus Cornelius é o autor da famosa carta endereçada a César descrevendo a figura de Jesus. Talvez essa seja a única referência documentada da fisionomia de Cristo.

Emmanuel ainda oferece ao mundo mais um livro rico em detalhes históricos a respeito de Jesus. "Paulo e Estêvão" é uma narrativa da vida de Saulo de Tarso, um juiz do sinédrio que perseguia os cristãos e que, após uma visão de Jesus às portas da cidade de Damasco, converteu-se à doutrina do Cristo, mudando o nome para Paulo de Tarso e tornando-se um dos maiores apóstolos do Cristianismo.

Paulo, após a sua conversão, desenvolveu um trabalho extraordinário, levando a palavra de Jesus para as comunidades que ainda não conheciam o Mestre. Fundou igrejas e escreveu suas famosas epístolas. Alguns historiadores defendem que suas cartas foram os primeiros registros elaborados referenciando a vida do Carpinteiro de Nazaré.

O convertido de Damasco não conheceu Jesus pessoalmente, mas se tornou muito próximo de Simão Pedro e outros apóstolos que forneceram anotações e dados importantes sobre Ele. Pelo menos seis das treze epístolas atribuídas a Paulo tiveram sua autenticidade comprovada pelos historiadores, o que remete à veracidade de um Jesus Histórico.

Para o Espiritismo não há dúvidas de que Jesus foi uma personalidade real, que passou pela Terra para demonstrar, com seus exemplos, o caminho para o progresso moral. As opiniões contrárias constituem as diferenças da individualidade de cada Espírito, mas cedo ou tarde os incrédulos reconhecerão sua importância, como Emmanuel reconheceu:

[...] encontras, hoje, um ponto de referência para a regeneração de toda a tua
vida. Está, porém, no teu querer o aproveitá-lo agora, ou daqui a alguns
milênios. 
(Jesus dialogando com Publius Lentulus, no livro Há dois mil anos, psicografia de Chico Xavier.) 

Referências: 
Anais - Cornélio Tácito.
Antiguidades Judaicas - Flávio Josefo.
A Pesquisa do Jesus Histórico - Giuseppe Segalla.
O Livro dos Espíritos - Allan Kardec.
Há Dois Mil Anos - Chico Xavier pelo Espírito de Emmanuel.
Paulo e Estêvão - Chico Xavier pelo Espírito de Emmanuel.


Página extraída da Revista Eletrônica "O Consolador", que poderá ser acessada no endereço:
http://www.oconsolador.com.br/ano8/362/especial.html