domingo, 8 de janeiro de 2023

NÃO PERTURBEIS

  NÃO PERTURBEIS 

 “Portanto, o que Deus ajuntou

não o separe o homem.”

Jesus. (MATEUS, capítulo 19, versículo 6.) 


 A palavra divina não se refere apenas aos casos do coração. Os laços afetivos caracterizam-se por alicerces sagrados e os compromissos conjugais ou domésticos sempre atendem a superiores desígnios. O homem não ludibriará os impositivos da lei, abusando de facilidades materiais para lisonjear os sentidos. Quebrando a ordem que lhe rege os caminhos, desorganizará a própria existência. Os princípios equilibrantes da vida surgirão sempre, corrigindo e restaurando...  

A advertência de Jesus, porém, apresenta para nós significação mais vasta.  

“Não separeis o que Deus ajuntou” corresponde também ao “não perturbeis o que Deus harmonizou”. 

 Ninguém alegue desconhecimento do propósito divino, O dever, por mais duro, constitui sempre a Vontade do Senhor. E a consciência, sentinela vigilante do Eterno, a menos que esteja o homem dormindo no nível do bruto, permanece apta a discernir o que constitui “obrigação” e o que representa “fuga”. 

 O Pai criou seres e reuniu-os. Criou igualmente situações e coisas, ajustando-as para o bem comum. Quem desarmoniza as obras divinas, prepare-se para a recomposição.  

Quem lesa o Pai, algema o próprio “eu” aos resultados de sua ação infeliz e, por vezes, gasta séculos, desatando grilhões...  

Na atualidade terrestre, esmagadora percentagem dos homens constitui-se de milhões em serviço reparador, depois de haverem separado o que Deus ajuntou, perturbando, com o mal, o que a Providência estabelecera para o bem. 

 Prestigiemos as organizações do Justo Juiz que a noção do dever identifica para nós em todos os quadros do mundo. Às vezes, é possível perturbar-lhe as obras com sorrisos, mas seremos invariavelmente forçados a repará-las com suor e lágrimas. 


(Página extraída da obra: Caminho, Verdade e Vida - psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel, capítulo 164, publicada em 1948 – mantivemos a ortografia vigente naquela época)

  

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REFLEXÃO - Jesus, o Mestre e Guia da Humanidade, lançou para o Mundo as pegadas de verdades. Vem posteriormente seus prepostos, dentre muitos, o Espírito Emmanuel e Franciscos Cândido Xavier (médium), que fazem fluir para os homens ampliação de entendimento, aclarando com suas elevações o que para os seres simples em evolução não podiam perceber do enunciado.  

Vejamos o quanto se amplia em entendimento o registro: “Não separeis o que Deus ajuntou” corresponde também ao “não perturbeis o que Deus harmonizou”. O que se referia somente à união de cônjuges, ampliou-se magistralmente para maioria das coisas importantes para a vida. Pois, “não perturbeis o que Deus harmonizou”. É de se perguntar: o que Deus não harmonizou? Do Criador nada surge que não seja harmônico, pois é de Sua Natureza. Todo o Universo é harmônico!  

"O homem não ludibriará os impositivos da lei, abusando de facilidades materiais para lisonjear os sentidos. Quebrando a ordem que lhe rege os caminhos, desorganizará a própria existência." A Natureza no seu estado primitivo, em todos os reinos, inclusive o hominal, é harmônica, segue a Lei original, cumpre suas finalidades. O ser humano, a partir do desenvolvimento intelectual, do despertar para o poder, o acumular de riquezas, os mais fortes encherem-se de presunção para o domínio dos mais fracos, o domínio do orgulho e do egoísmo, aí começam os desequilíbrios, as desarmonias.  

"Os princípios equilibrantes da vida surgirão sempre, corrigindo e restaurando..." Estes princípios existem na própria Lei Natural, que não estão escritos, são de fato fatos que surgirão no momento em que a harmonia sofre a perturbação. Exemplo se conhece: o desmatamento indiscriminado, gera a mudança do regime de chuvas, desertifica o solo, secam-se rios, destroem-se as faunas. Assim, todos os reinos são desarmonizados, mas o homem, que com a inteligência desenvolve meios para o atendimento a seus interesses, no entanto, seu egoísmo e ganância, não se importa com as consequências, sofrerá a escassez e tudo o mais que disso derivar. Surgirão doenças, inseguranças sociais, intranquilidade para se viver, até que aprenda a respeitar a Natureza e se eduque, para com ela se harmonizar novamente. O que não se dará numa única existência, ensejará muitas vidas para tal conscientização e ação reversa no rumo da harmonia. Sempre que renascemos encontramos o ambiente em que viveremos tal como ajudamos conservar ou não.  

"O Pai criou seres e reuniu-os. Criou igualmente situações e coisas, ajustando-as para o bem comum. Quem desarmoniza as obras divinas, prepare-se para a recomposição." Todas as coisas existentes na Terra, que não foi o homem que fez, é obra de Deus, a favor do homem, no sentido raça humana. Formada de espíritos mais adiantados em relação aos demais reinos, porque tem inteligência contínua, consciência de si mesmo, capacidade de discernimento... E assume as suas responsabilidades, no nível de sua consciência, ainda, nesta vida, e com continuidade das consequências após a morte de seu corpo, que vem da Natureza e a ela retorna, permanecendo o ser pensante que utilizava tal indumentária. Quem desarmoniza a casa do Pai, prepare-se para a recomposição. É da Lei. Sem esse esforço não há alívio da consciência. Logicamente, da consciência despertada pelo sofrimento das desarmonias que causou, sendo seu portador obrigado trabalhar para a harmonização, porque a lucidez indica que sem isso não há paz! 

"Quem lesa o Pai, algema o próprio “eu” aos resultados de sua ação infeliz e, por vezes, gasta séculos, desatando grilhões..." Esta colocação nos dá a ideia da necessidade da reencarnação, o retorno à carne muitas vezes, porque estamos moralmente vinculados às nossas mazelas e precisamos refazer o caminho percorrido consertando os desarranjos de tempos passados. Todo uso além do necessário é desrespeito à Lei de Deus. Com as muitas oportunidades de renascer sofremos as dificuldades e a escassez resultados dos abusos. Assim, nos educamos tomando consciência de que o necessário basta!  

"Na atualidade terrestre, esmagadora percentagem dos homens constitui-se de milhões em serviço reparador, depois de haverem separado o que Deus ajuntou, perturbando, com o mal, o que a Providência estabelecera para o bem." Este trecho merece muito a nossa atenção. Todos, com raríssimas exceções, estamos no contexto reparador, tentando harmonizar a parcela que nos cabe no ambiente perturbado em que vivemos. Tanto da Natureza, como do tecido social que nossos atos esgarçaram.  

"Prestigiemos as organizações do Justo Juiz que a noção do dever identifica para nós em todos os quadros do mundo. Às vezes, é possível perturbar-lhe as obras com sorrisos, mas seremos invariavelmente forçados a repará-las com suor e lágrimas." (Este excerto apresenta total clareza, assim, não farei comentário). 

Quanto aprendemos com uma página que, coada pela mediunidade das estâncias maiores da Vida, nos salpica de verdades que estavam diante de nossos olhos e não víamos?

 

  Dorival da Silva 

sábado, 31 de dezembro de 2022

Ano Novo

 Ano Novo 

 

Na vida tudo é cíclico! 

O calendário se renova. 

Para alguns o ciclo se encerra, 

Para outros se inicia. 

 

O Ano Novo poderá ser novo para alguns 

Ou a permanência, no velho, para outros. 

Muitas aflições ficam no Ano que termina, 

Tantas outras fluem para o Ano Novo. 

 

O Ano Novo é ciclo que se inicia para àqueles que se renovam. 

É a mesmice para quem se rebela e prefere os ressentimentos. 

O calendário está na parede, no celular... 

O tempo real se conta nos sentimentos, nas emoções e na importância que se lhe dá. 

 

Para muitos, o Ano Novo é a mudança de calendário; 

Para outros é um novo tempo, a esperança, a concretude. 

O Ano Novo é novo ou não, conforme se vive. 

Viver um novo tempo ou se limitar a permanecer no passado é condição do estado de Espírito, lucidez ou escuridade, o que corresponde à felicidade ou a sua ausência. 

 

Embora a felicidade seja relativa na Terra, 

Viver com bom ânimo e clareza de seu destino, 

A confiança no Criador, a fé, o desejo de acertar e se renovar são sempre impulsos para um novo tempo. 

O otimismo, o pensar no bem são estímulos para construção de novo tempo na alma de cada indivíduo, assim, sempre haverá um Ano Novo... 

 

Dorival da Silva 

segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

Corpo humano! Suas finalidades!

  Corpo humano! Suas finalidades! 

O corpo humano, tal como quaisquer instrumentos desenvolvidos, tem suas finalidades. No entanto, os instrumentos industrializados são inanimados, podem ser eletrificados ou eletrônicos, ou, ainda, robóticos. São construídos conforme as necessidades e para utilidades específicas. Esses atendem suas finalidades até que fiquem superados ou imprestáveis, ou ainda, até que seus responsáveis desliguem de sua fonte de energia. Podemos dizer que as suas vidas dependem da fonte energética, como a orientação de sua fabricação.  

Para existir um corpo humano, o processo é complexo, pois que não se fabrica, é preciso do envolvimento de duas pessoas, que serão pai e mãe, e fornecerão os elementos iniciais dessa composição unicelular, que aglutina as cargas genéticas destes, doando suas características, constituindo um ser independente e único dentre os bilhões de outros existentes no Mundo.  

Esse organismo que vai se construir, composto de muitos órgãos autônomos, interligados e dependentes entre si, sua existência depende da manutenção da carga de energia vital. Ainda, depende de algo que lhe dará a forma, a conformação, seu único utilizador. Esse utilizador é o Espírito. No caso, um Espírito. Que se vincula àquele corpo no exato momento da concepção. É Vida nos aspectos: Inteligência, moral, vontade e tudo o mais que um ser humano pode apresentar.  

O Espírito que se prepara para reencarnar, no corpo que vai se formar, é composto também de uma cobertura fluídica que se chama perispírito, é o corpo do Espírito. É esse envoltório espiritual que se liga na concepção e será o modelador do corpo de carne que se vai desenvolver no ventre da mãe.  Assim, embora as características genéticas herdadas dos pais, sofrerá a influência desse corpo organizador, o perispírito, que dará a conformação necessária para os propósitos daquele que irá renascer, condizente com a sua programação.   

A título de exemplo, caso o Espírito que retornará seja de inteligência superior e proporcionará o desenvolvimento de algo de grande valor para benefício da sociedade, o seu cérebro de carne terá uma condição especial para possibilitar a manifestação da inteligência espiritual. Desse modo, fluirá para o mundo material os conteúdos para se alcançar os objetivos planejados.  De outra forma, sendo o Espírito de inteligência superior, no entanto, que em situação anterior utilizou mal os seus recursos intelectuais, causando mal para si mesmo, e à sociedade, gerando mácula na sua consciência, o seu perispírito, que estará impregnado dessa energia desequilibrada, causará deformidade na formação do novo cérebro, ao nível correspondente ao estado espiritual de culpa. 

No mesmo sentido, ocorrem os nascimentos de corpos com aleijões e supressão de membro; ou, cegueira, mudez e surdez -- às vezes, essas três ocorrências num mesmo indivíduo --, depende do nível de culpa que aquele Espírito carrega.  Não se trata de castigo, apenas o encontro do infrator com as consequências de suas obras, que arrependido luta por se ressarcir perante a própria consciência.  

Existem, ainda, as doenças que não estão aparentes, ou não se manifestaram, o que virá no decorrer da existência, em conta a consciência culpada, por feitos no trânsito de suas vidas anteriores. Sendo que, com o despertar da consciência, sofre e quer se restaurar à normalidade da Vida espiritual, expungindo os males que incomodam. Doenças crônicas; doenças de tratamentos difíceis, demorados e limitantes; acidentes no decorrer da vida…  Todos que aqui tomamos um corpo temos alguma coisa para ajustar com a consciência, além de adquirirmos novos conhecimentos, e concretizarmos muitas coisas através das vivências. No entanto, é bom saber que existe um medicamento para a consciência em desalinho, que serve indistintamente a todos os indivíduos, independente da intensidade do problema existente, é a caridade. [Antes de tudo, mantende entre vós uma ardente caridade, porque a caridade cobre a multidão dos pecados — (1ª Epístola de Pedro, 4:8)]. 

O corpo humano é instrumento de grande oportunidade dispensada pelo Criador, em favor do progresso da criatura. Permite, o corpo, o esquecimento de tudo que ocorreu antes do nascimento, favorecendo o contato com os desafetos, os inimigos de outros tempos, que surgem na qualidade de irmão, de pai, de mãe, de conjunge, colegas de trabalho, patrão e outros de convivência na mesma sociedade. Recurso para que o ódio, rancor, desejo de vingança, e a antipatia se revertam em amizade, perdão, simpatia e amor. Sem amor não há felicidade, nem na Terra e nem na Espiritualidade.  

Os fatos bons e negativos das vidas passadas continuam nos registros espirituais, mas o cérebro do corpo novo não consegue filtrar essas recordações, mas intuitivamente algo flui do subconsciente, como nos casos da simpatia e antipatia com quem convivemos ou encontramos pela vida. As coisas boas cultivadas em outros tempos também pela intuição se apresentam, tal como a habilidade em certo estudo, facilidade para exercer esta ou aquela profissão, pendores para as Artes, etc. 

O corpo nasce cheio de vitalidade e vai se desenvolvendo pelas fases apontadas pela Ciência, até completar-se na fase adulta. No entanto, a grande finalidade desse trajeto de preparação do instrumento carnal é dar oportunidade ao melhoramento do seu habitante, com a educação iniciada no berço, proporcionando-lhe o arrefecimento dos ímpetos de violência, controle das tendências à viciação, sejam as ofertas químicas ou morais. Além de beneficiá-lo com a conquista de cultura e demais desenvolvimentos intelectuais de seu tempo.  

Um ponto de suma importância é a evangelização da criança, quando realizada com conhecimento e vivência por àqueles que a cercam, proporcionam a chegada à fase adulta com equilíbrio e lucidez sobre os porquês da vida, porque compreende em bom nível as questões espirituais da qual todos fazem parte.  

Chegada a maturidade, as forças físicas diminuem, e chegará o tempo que se esgotará definitivamente, liberando o seu utilizador que livre retornará gradativamente à integralidade da consciência, considerando a lembrança das experiências das vidas anteriores. Se constatar, em análise de si mesmo, que venceu as dificuldades que o incomodavam antes da entrada na matéria corporal e, ainda, adquiriu valores com afazeres nobres, se sentirá feliz; caso, assim, não ocorreu, tendo ampliado seus débitos, a frustração é considerável, certamente a infelicidade será a sua condição.  

O corpo não deve ser utilizado desarrazoadamente, que mesmo na própria vida física apresenta consequências danosas para o seu condutor (o Espírito), sendo que, com a proteção do corpo, o ser espiritual sente relativamente os efeitos das dificuldades, depois dele, as realidades se tornam superlativas. 

Muito mais se poderia registrar sobre a vida no corpo, apontar outras muitas finalidades, mas com o que discorremos acima, fica fácil deduzir-se outras possibilidades.  

O corpo que herdamos de nossos pais é em realidade um templo para a nossa evolução espiritual, assim, sucedem-se as gerações.  

Respeito ao corpo é respeito a si mesmo! 

 

                                    Dorival da Silva.