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terça-feira, 29 de outubro de 2019

Caridade


Caridade



Estamos vivendo os dias gloriosos da santificação de Irmã Dulce pela veneranda Igreja Católica Apostólica Romana.



Santificada foi toda a sua existência, em razão do seu inefável amor e socorro aos aflitos que passavam pelos seus múltiplos caminhos ricos de misericórdia.



Conheci-a, faz muitos anos. Éramos, então, muito jovens.



Foi na década de 1950, aproximadamente, quando a vi atendendo a um enfermo que  ajudava, quase o carregando sobre as costas frágeis.



Ofereci-me para ajudá-la e ela sorriu, agradeceu.



Não a conhecia naquela época. Lentamente, os seus exemplos de santa foram-se tornando populares, por atender especialmente os que se encontravam nas ruas sob as marquises dos edifícios ou nos alagados do bairro do Uruguai.



O seu vulto frágil e o seu sorriso angélico eram a presença de Jesus, junto aos Filhos do Calvário.



Intimorata e invencível, não se deixou abater pelos desafios do materialismo, pela perversidade da noite das paixões asselvajadas, pelas enfermidades, pelo descaso de muitos e sua indiferença, pela crueldade...



Com a mansidão de cordeiro, sensibilizou milhares de pessoas por ela convidadas ao amor, e com a luz da caridade iluminou e salvou vidas que se lhe entregaram em totalidade.



Não possuindo coisas, era detentora do amor de Jesus, que soube disseminar com elegância e altivez, tornando-se porto de segurança aos nautas perdidos no oceano tumultuado do abandono terrestre.



Visitei-a mais de uma vez, a fim de banhar-me na suave claridade da sua ternura e comovi-me com o seu exemplo de fé e abnegação, por sentir-me iniciante da vida sem coragem para enfrentar os dissabores por amor à Humanidade.



Aprendi a amá-la a distância, orando pelo seu holocausto em favor do mundo de paz e de justiça, de fraternidade e de equilíbrio.


Nesses passados anos, após a sua libertação do corpo, acompanhei as notícias da sua beatificação e posterior santificação, conforme os cânones e leis da sua Igreja.



Exemplo moderno da caridade recomendada por Jesus Cristo e disseminada pelo Apóstolo Paulo, ela superou as técnicas de assistência e serviço social, dignificando e promovendo os nossos irmãos em agonia, recurso que somente o amor consegue proporcionar.



Nestes dias de angústia e de sofrimento generalizado, necessitamos de incontáveis Santas Irmãs Dulce, a fim de que recuperemos a honra que abandonamos e vivamos a ética do amor que pode salvar o ser humano da sua inferioridade moral.



Sirva-nos a todos, cristãos, maometanos, judeus, indianos, religiosos e ateus, portadores de crença ou vivendo sem ela, a lição que nos ofereceu com sua existência ímpar, amando-nos e respeitando-nos, ajudando-nos reciprocamente, pois que Fora da caridade não há salvação.



Divaldo Pereira Franco

Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 17.10.2019

Em 23.10.2019.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

O Céu é de verdade!

O Céu é de verdade! 

Há alguns dias vi um filme com o título acima, onde uma criança muito inteligente (personagem) de quatro anos dizia ter ido ao Céu e relata a seu modo muitas coisas excepcionais que geravam grande conflito em seus pais, principalmente ao pai que era pastor de uma igreja. A criança narra que viu Jesus, que o acolheu no colo, e disse-lhe muitas coisas, também que encontrou seu avô paterno e outras pessoas, que com naturalidade narrava o que havia presenciado nesse ambiente, inclusive da música que ouviu e de modo geral que tudo é bem mais bonito do que aqui na Terra. É um filme de comovente ingenuidade, mas que a criança revela muitas verdades, considerando a ótica própria daquela idade e as influências de sua educação religiosa. 

Àqueles que estudam a sério a Doutrina Espírita e vivem no exercício da prática doutrinária, que visa o bem das pessoas e dos Espíritos em sofrimento que são atendidos nas reuniões próprias de esclarecimentos, sem nenhum outro interesse que não seja a prática do bem, sabem que o Céu é de verdade. 
  
Certo é que para àqueles que não aceitam os princípios doutrinários espíritas, tais como: A reencarnação, a comunicabilidade dos Espíritos, a preexistência e a pós-existência do Espírito em relação a presente vida, a existência dos mundos habitados; a continuidade da vida depois da morte do corpo; a existência de trabalho, de estudo, de crescimento em aprendizagem em todos os campos dos saberes, de cidades espirituais organizadas, fica mais difícil compreender que o Céu é de verdade. 

Certamente não estamos nos referindo ao Céu das doutrinas religiosas tradicionais: contemplativo, ocioso, enfadonho e inútil, pois nem mesmo quem prega essa ideia acredita na sua existência, que foge totalmente a qualquer lógica e bom senso. Serviu grandemente para criar céticos nestes últimos séculos.  

O Céu de verdade inicia-se agora se não se iniciou anteriormente, o que pode ter ocorrido em vida passada, é conquista individual e intransferível, ninguém poderá conquistar um Céu para quem quer que seja, mesmo para o seu maior amor. Não se trata de egoísmo, é lei natural.  Temos o dever de auxiliar, quando temos clareza de entendimento, a que os que se acham em nosso alcance de influência sejam levados à conquista de equilíbrio intelectual, emocional e espiritual suficiente para galgar um estado celeste, dentro da relatividade de suas conquistas. O que corresponde a um estado espiritual melhorado, que o coloca numa faixa vibratória mais favorável, correspondendo a condição conquistada pelos seus esforços.  

Fórmulas prontas não existem para isto, existem pensamentos, filosofias, ciências que nos auxiliam nessa busca pessoal, sendo o pensamento cristão o melhor deles, ampliado pelos esclarecimentos oferecidos pela Doutrina Espírita, que avulta em muito a clareza dos ensinamentos de Jesus, cuidando do essencial, deixando à parte o que atendeu a outros interesses pelos que manipularam o que era verdadeiramente original, desvirtuando-os e cristalizando-os nos dogmas, proporcionando dúvidas e incertezas que geraram o ceticismo, a noite das almas. 

Deixando o corpo físico, a Alma leva consigo o patrimônio cultivado e vai aportar-se na faixa vibratória correspondente a que vive, pois é a soma das qualidades que possui.  Encontrará um número grande de seus iguais por afinidade, e sendo na vida material feliz, mais feliz estará, porque na soma das vibrações de muitas almas felizes proporciona um ambiente vibratório grandioso de paz, de ações no bem, de realizações nobres, de convivência de confiança, sem as necessidades que conhecemos na vida da Terra.  

Ninguém pode duvidar que o Céu existe e todos estão a caminho para ele, mas o encontrarão quando conquistar a si mesmos, conscientes de suas responsabilidades diante da Vida Universal, na compreensão das Leis Divinas, estar certo que a vida aqui é para ser vivida dentro dos ensinamentos que Jesus trouxe ao Mundo, mas não da forma desfigurada como o homem apresentou para a Humanidade da Terra, atendendo a interesses indignos, calcados na ignorância, no egoísmo e no orgulho.  

O Céu existe de verdade, é conquista pessoal, é de entendimento gradual, pede esforços; ninguém conquista o Céu com absurdos filosóficos e nem com comportamentos esdrúxulos.  O exemplo da Humanidade é Jesus. Como foi que Ele viveu?  A verdade de Jesus precisa ser seguida, porque assim se chegará ao estado de plenitude.  Não se precisa imitar o que o homem fez com Jesus, isso Ele não veio ensinar.  

“O Céu é de Verdade”, depende de nós! 

                                                                  Dorival da Silva 

quinta-feira, 17 de maio de 2018

RESSURREIÇÃO DA CARNE


No final do texto publicado neste Blog em 11.05.2018, com o título: Pluralidade das existênciasAllan Kardec solicita ver o parágrafo “Ressurreição da carne”, questão 1010 de O Livros dos Espíritos, que abaixo inserimos tanto como seu comentário que amplia a compreensão desse tema. Considerando que a resposta da questão 1010 é dada pelo espírito São Luiz.

                                                                             Dorival da Silva

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RESSURREIÇÃO DA CARNE

1010. O dogma da ressurreição da carne será a consagração da reencarnação ensinada pelos Espíritos?
                  
“Como quereríeis que fosse de outro modo? Conforme sucede com tantas outras, estas palavras só parecem despropositadas, no entender de algumas pessoas, porque as tomam ao pé da letra. Levam, por isso, à incredulidade. Dai-lhes uma interpretação lógica e os que chamais livres pensadores as admitirão sem dificuldades, precisamente pela razão de que refletem. Por que, não vos enganeis, esses livres pensadores o que mais pedem e desejam é crer. Têm, como os outros, ou, talvez, mais que os outros, a sede do futuro, mas não podem admitir o que a ciência desmente. A doutrina da pluralidade das existências é consentânea com a justiça de Deus; só ela explica o que, sem ela, é inexplicável. Como havíeis de pretender que o seu princípio não estivesse na própria religião?”

— Assim, pelo dogma da ressurreição da carne, a própria Igreja ensina a doutrina da reencarnação?

“É evidente. Demais, essa doutrina decorre de muitas coisas que têm passado despercebidas e que dentro em pouco se compreenderão neste sentido. Reconhecer-se-á em breve que o Espiritismo ressalta a cada passo do texto mesmo das Escrituras sagradas. Os Espíritos, portanto, não vêm subverter a religião, como alguns o pretendem. Vêm, ao contrário, confirmá-la, sancioná-la por provas irrecusáveis. Como, porém, são chegados os tempos de não mais empregarem linguagem figurada, eles se exprimem sem alegorias e dão às coisas sentido claro e preciso, que não possa estar sujeito a qualquer interpretação falsa. Eis por que, daqui a algum tempo, muito maior será do que é hoje o número de pessoas sinceramente religiosas e crentes.”
SÃO LUÍS

(Allan Kardec faz argumentação complementar ampliando entendimento)

Efetivamente, a Ciência demonstra a impossibilidade da ressurreição, segundo a ideia vulgar. Se os despojos do corpo humano se conservassem homogêneos, embora dispersos e reduzidos a pó, ainda se conceberia que pudessem reunir-se em dado momento. As coisas, porém, não se passam assim. O corpo é formado de elementos diversos: oxigênio, hidrogênio, azoto, carbono, etc. Pela decomposição, esses elementos se dispersam, mas para servir à formação de novos corpos, de tal sorte que uma mesma molécula, de carbono, por exemplo, terá entrado na composição de muitos milhares de corpos diferentes (falamos unicamente dos corpos humanos, sem ter em conta os dos animais); que um indivíduo tem talvez em seu corpo moléculas que já pertenceram a homens das primitivas idades do mundo; que essas mesmas moléculas orgânicas que absorveis nos alimentos provêm, possivelmente, do corpo de tal outro indivíduo que conhecestes e assim por diante. Existindo em quantidade definida a matéria e sendo indefinidas as suas combinações, como poderia cada um daqueles corpos reconstituir-se com os mesmos elementos? Há aí impossibilidade material. Racionalmente, pois, não se pode admitir a ressurreição da carne, senão como uma figura simbólica do fenômeno da reencarnação. E, então, nada mais há que aberre da razão, que esteja em contradição com os dados da Ciência.

É exato que, segundo o dogma, essa ressurreição só no fim dos tempos se dará, ao passo que, segundo a Doutrina Espírita, ocorre todos os dias. Mas, nesse quadro do julgamento final, não haverá uma grande e bela imagem a ocultar, sob o véu da alegoria, uma dessas verdades imutáveis, em presença das quais deixará de haver cépticos, desde que lhes seja restituída a verdadeira significação? Dignem-se de meditar a teoria espírita sobre o futuro das almas e sobre a sorte que lhes cabe, por efeito das diferentes provas que lhes cumpre sofrer, e verão que, exceção feita da simultaneidade, o juízo que as condena ou absolve não é uma ficção, como pensam os incrédulos. Notemos mais que aquela teoria é a consequência natural da pluralidade dos mundos, hoje perfeitamente admitida, enquanto que, segundo a doutrina do juízo final, a Terra passa por ser o único mundo habitado.

quarta-feira, 1 de junho de 2016

AS FESTAS DE JUNHO


AS FESTAS DE JUNHO



Maria Helena Marcon




Com o mês de junho, chegam as comemorações festivas que envolvem, normalmente, Escolas, Clubes e, chegam, à conta de novidade, até as Casas Espíritas.



São as chamadas festas juninas, que iniciam no dia 13 de junho, dia de Antônio de Pádua, alcança o dia 24, festividade alusiva a João, o Batista e culmina a 29 do mesmo mês, com a festa a Pedro, o Apóstolo, em conformidade com o calendário católico.



Alerta-nos o Espírito André Luiz, pela psicografia de Waldo Vieira, no opúsculo Conduta Espírita que ao espírita compete dispensar sempre as fórmulas sociais criadas ou mantidas por convencionalismos ou tradições que estanquem o progresso, recordando ainda que o espírita não se prende a exterioridades.



Evocando, em rápido giro histórico, as origens das ditas festas, que têm no fogo o seu elemento mais representativo, vamos encontrá-las relacionadas às celebrações do solstício do verão na Europa e com os cultos devidos aos deuses da fecundação. Com ritos de fogo, comemorava-se a aproximação das colheitas, ao mesmo tempo em que se pedia aos deuses a proteção contra o demônio da peste, esterilidade e estiagem.



Todos os antigos povos da Terra celebravam, em meados de junho, os fogos em honra do Sol. Eram sempre dias festivos, quando os seres humanos cantavam hinos de louvor e faziam os seus pedidos. As pessoas jovens e crianças dançavam em volta das fogueiras, enquanto os mais velhos cantavam em coro canções de agradecimento.



Ainda não existiam os fogos de artifício mas as fogueiras representavam uma obrigação e tradição nas comemorações das festas juninas. Costumeiramente altas, elas serviam como termômetro para que os adivinhos pudessem dizer do tempo que faria durante o outono, a época das colheitas. Conforme a direção que o vento soprasse a fumaça das enormes fogueiras, o tempo futuro seria propício ou não para a boa colheita.


A Igreja, em determinado momento, decidiu por associar tais festejos aos seus feriados em homenagem a Santo Antônio, São João e São Pedro, passando a constarem do seu calendário.



No Brasil, as festividades juninas vieram juntamente com os portugueses e espanhóis católicos e sofreram influências também dos africanos, em especial dos moradores das Ilhas dos Açores, que incluíram muito de folclore nas comemorações religiosas de então.



Com as tradições europeias, as festas juninas assumiram algumas características próprias, no território nacional. Coincidentemente, nesta época do ano, as pinhas maduras dos pinheiros brasileiros deixam cair ao chão o pinhão, pronto para ser consumido. Isso foi aliado, ainda, à época da colheita da batata-doce, do milho e outros artigos que são consumidos ao redor das fogueiras.



O traje caipira e o casamento, tão comuns em qualquer festa junina, têm sua explicação. O primeiro, na tradição brasileira, copiando-se do caboclo o modo de vestir, andar e falar. Acrescentou-se a figura das sinhazinhas, numa rememoração aos dias das autênticas, que povoaram a História nacional, no auge dos engenhos e das fazendas, em dias não muito distantes.



A tradição do casamento vem de outros continentes, pois o mês de junho representava para os povos que emigraram para o nosso país, a abundância em época de início de colheita. Os pais podiam promover grandes festas nos casamentos, unindo os dois moços e homenageando, por sua vinculação ao Catolicismo, Santo Antônio, São João e São Pedro, com fogueiras, danças e outras características das festas juninas.



Entendendo que a Doutrina Espírita é eminentemente educativa e o templo Espírita é Escola de Espiritismo e é Hospital de Espíritos, tais comemorações não devem adentrar-lhe a intimidade.



Se o estudante comum tem compromissos com a Sociedade e o mestre-escola tem responsabilidade com as gerações que passam pelo seu gabinete, também o estudante espírita tem compromissos com o Mestre Divino, e o pregador tem deveres e responsabilidade com a alma dos alunos.



Negligenciar tais deveres é desrespeitar o salário da fé e paz interior que recebe para o honroso cumprimento das tarefas.

Por isso, honrar o templo espírita é preservar o Espiritismo contra os programas marginais, atraentes e aparentemente fraternistas, mas que nos desviam da rota legítima para as falsas veredas em que fulguram nomes pomposos e siglas variadas.



Honremos, pois, o templo espírita, fazendo dele a nossa escola de aprendizagem e renovação, para que o Espiritismo se honre conosco, felicitando-nos a vida!







Bibliografia:

Franco, Divaldo Pereira. Crestomatia da Imortalidade. Por Espíritos diversos. Salvador: LEAL, cap. 21.