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quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

DESENCARNAÇÕES COLETIVAS


DESENCARNAÇÕES COLETIVAS
           Sendo Deus a Bondade Infinita, por que permite a morte aflitiva de tantas pessoas enclausuradas e indefesas, como nos casos dos grandes incêndios?
          (Pergunta endereçada a Emmanuel por algumas dezenas de pessoas em reunião pública, na noite de 28 de fevereiro de 1972, em Uberaba, Minas Gerais.)
 Resposta:
           Realmente reconhecemos em Deus o Perfeito Amor aliado à Justiça Perfeita. E o Homem, filho de Deus, crescendo em amor, traz consigo a Justiça imanente, convertendo-se, em razão disso, em qualquer situação, no mais severo julgador de si próprio.
          Quando retornamos da Terra para o Mundo Espiritual, conscientizados nas responsabilidades próprias, operamos o levantamento dos nossos débitos passados e rogamos os meios precisos a fim de resgatá-los devidamente.
          É assim que, muitas vezes, renascemos no Planeta em grupos compromissados para a redenção múltipla.
* * *
          Invasores ilaqueados pela própria ambição, que esmagávamos coletividades na volúpia do saque, tornamos à Terra com encargos diferentes, mas em regime de encontro marcado para a desencarnação conjunta em acidentes públicos.
          Exploradores da comunidade, quando lhe exauríamos as forças em proveito pessoal, pedimos a volta ao corpo denso para facearmos unidos o ápice de epidemias arrasadoras.
          Promotores de guerras manejadas para assalto e crueldade pela megalomania do ouro e do poder, em nos fortalecendo para a regeneração, pleiteamos o Plano Físico a fim de sofrermos a morte de partilha, aparentemente imerecida, em acontecimentos de sangue e lágrimas.
          Corsários que ateávamos fogo a embarcações e cidades na conquista de presas fáceis, em nos observando no Além com os problemas da culpa, solicitamos o retorno à Terra para a desencarnação coletiva em dolorosos incêndios, inexplicáveis sem a reencarnação.
* * *
          Criamos a culpa e nós mesmos engenhamos os processos destinados a extinguir-lhe as consequências. E a Sabedoria Divina se vale dos nossos esforços e tarefas de resgate e reajuste a fim de induzir-nos a estudos e progressos sempre mais amplos no que diga respeito à nossa própria segurança. É por este motivo que, de todas as calamidades terrestres, o Homem se retira com mais experiência e mais luz no cérebro e no coração, para defender-se e valorizar a vida.
* * *
          Lamentemos sem desespero quantos se fizeram vítimas de desastres que nos confrangem a alma. A dor de todos eles é a nossa dor. Os problemas com que se defrontaram são igualmente nossos.
          Não nos esqueçamos, porém, de que nunca estamos sem a presença de Misericórdia Divina junto às ocorrências da Divina Justiça, que o sofrimento é invariavelmente reduzido ao mínimo para cada um de nós, que tudo se renova para o bem de todos e que Deus nos concede sempre o melhor.
Emmanuel 

AS LEIS DA CONSCIÊNCIA
           A resposta de Emmanuel vem do plano espiritual e acentua o aspecto terreno da autopunição dos encarnados, em virtude de um fator psicológico: o das leis da consciência. Obedecendo a essas leis, as vítimas de mortes coletivas aparecem como as mais severas julgadoras de si mesmas. São almas que se punem a si próprias em virtude de haverem crescido em amor e trazerem consigo a justiça imanente. Se no passado erraram, agora surgem como heroínas do amor no sacrifício reparador.
          As leis da Justiça Divina estão escritas na consciência humana. Caim matou Abel por inveja e a sua própria consciência o acusou do crime. Ele não teve a coragem heróica de pedir a reparação equivalente, mas Deus o marcou e puniu. Faltava-lhe crescer em amor para punir-se a si mesmo. O símbolo bíblico nos revela a mecânica da autopunição cumprindo-se compulsoriamente. Mas, nas almas evoluídas, a compulsão é substituída pela compaixão. 
           Para a boa compreensão desse problema precisamos de uma visão clara do processo evolutivo do homem. Como selvagem ele ainda se sujeita mais aos instintos do que à consciência. Por isso não é inteiramente responsável pelos atos. Como civilizado ele se investe do livre-arbítrio que o torna responsável. Mas o amor ainda não o ilumina com a devida intensidade. As civilizações antigas (como o demonstra a própria Bíblia) são cenários de apavorantes crimes coletivos, porque o homem amava mais a si mesmo do que aos semelhantes e a Deus. Nas civilizações modernas, tocadas pela luz do Cristianismo, os processos de autopunição se intensificam.
          O suicídio de Judas é o exemplo da autopunição determinada por uma consciência evoluída. O que ocorreu com Judas em vida, ocorre com as almas desencarnadas que enfrentam os erros do passado na vida espiritual. Para encontrar o alívio da consciência elas sentem a necessidade (determinada pela compaixão) de passar pelo sacrifício que impuseram aos outros. Mas o que é esse sacrifício passageiro, diante da eternidade do espírito? A misericórdia divina se manifesta na reabilitação da alma após o sacrifício para que possa atingir a felicidade suprema na qualidade de herdeira de Deus e co-herdeira de Cristo, segundo a expressão do apóstolo Paulo.
          Encarando a vida sem a compreensão das leis da consciência e do processo da reencarnação não poderemos explicar a Justiça de Deus – principalmente nos casos brutais de mortes coletivas. Os que assim perecem estão sofrendo a autopunição de que suas próprias consciências sentiram necessidade na vida espiritual. A diferença entre esses casos e o de Judas é que essas vítimas não são suicidas, mas criaturas submetidas à lei de ação e reação.
          Judas apressou o efeito da lei ao invés de enfrentar o remorso na vida terrena. Tornou-se um suicida e aumentou assim a sua própria culpa, rebelando-se contra a Justiça Divina e tentando escapar a ela.
Irmão Saulo (J. Herculano Pires)
Livro:  Chico Xavier Pede Licença – Um Aparte do Além nos Diálogos da Terra  - Cap.19
            Francisco Cândido Xavier, por Espíritos Diversos, J. Herculano Pires

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Auditórios Sofisticados


            Em todos os tempos, os oradores mais hábeis, sempre que convidados a discursar nos auditórios que se celebrizaram por aqueles que por ali passaram, tiveram a preocupação de dar à sua palavra os tons insuperáveis da sabedoria, em formulações cultas, que produzissem impacto e admiração inicial nos seus ouvintes.
            Apelavam para as técnicas do discurso, citando personagens célebres e suas palavras, em tonalidades harmoniosas unidas à gesticulação bem estudada, de forma que pudessem produzir o desejado anelo de simpatia geral.
        Era sempre muito grande a preocupação com o estilo e a forma, sem olvido, naturalmente, do conteúdo.
            Nada obstante esses cuidados, quando as ideias não lhes eram conhecidas ou não lhes despertavam o interesse imediato, os presentes desviavam a atenção, demonstrando enfado ou desprezo pelo orador e sua mensagem.
            O caso típico desse comportamento encontra-se na apresentação do Apóstolo Paulo, no  Areópago, em Atenas.
            A presunção e a falsa cultura que predominavam entre os intelectuais gregos, distantes dos postulados éticos de muitos dos seus nobres ancestrais, apesar de leve condescendência para com o expositor malvestido, deixaram de aceitar-lhe as informações, logo que ele aprofundou-se no tema, revelando a grandeza da personalidade de Jesus.
            Empanturrados do hedonismo uns, e do cinismo filosófico outros, não dispunham de espaço mental para novas formulações em torno da vida e dos seus objetivos essenciais.
            O tédio e a futilidade dominavam-lhes o comportamento, reservando a Inteligência para os sofismas, silogismos e debates intermináveis quão inúteis, em que se exibiam, cada qual pretendendo ser mais hábil e profundo conhecedor  do que o outro.
            Perderam, pela vã filosofia, extraordinária oportunidade de travar  contato com o Nazareno que desprezaram, porque ele ressuscitara, o que lhes parecia mitológico, absurdo, insensato...
            Antes havia sido Estêvão que, obrigado a defender-se das acrimoniosas e injustas acusações a respeito do seu ministério na Casa do Caminho, viu-se agredido fisicamente por Saulo, o arrogante doutor da Lei, que lhe não participava das ideias, porque aferrado ao Judaísmo decadente.
            Entre apupos e vociferações de toda ordem, o jovem cristão enfrentou os tiranos sem disfarçar a nobreza dos postulados que abraçava, abordando com lógica irretorquível as lições libertadoras de Jesus, por aquele mesmo sodalício condenado à morte pouco antes, porque se não submetera às suas tricas e objurgatórias.
            A simplicidade e profundeza dos conceitos emitidos irritavam os opositores que, incapazes de debater no campo das ideias, apelavam para a desordem e a força, em vãs tentativas de intimidar o apóstolo preparado para o martírio.
            Ainda hoje encontram-se no mundo os grandiosos auditórios onde desfilam as vaidades e multiplicam-se os déspotas disfarçados de portadores do conhecimento e formadores de opiniões.
            Normalmente asfixiados pelo soez materialismo ou pelo daninho fanatismo religioso, consideram-se os únicos pensadores capazes de traçar comportamentos culturais para os demais, situando-se acima daqueles que não compartem as suas opiniões. E aureolando-se dos louros da vitória em simulacro de parceiros das musas e dos deuses do Olimpo da cultura.
            Parecem impassíveis às propostas de desenvolvimento intecto-moral fora das suas escolas de pensamento e de fé, combatendo com acrimônia tudo e todos que se proponham a melhorar a situação espiritual da sociedade.
            Suas tribunas e cátedras estão sempre reservadas aos pares, àqueles que são portadores dos títulos lisonjeiros que se permutam na disputa do estrelado magnífico da exaltação do ego.
            Não que sejam escassos aqueloutros que, igualmente portadores dos louvores dos centos de cultura e de ciência, estão abertos a novas reflexões e análises do que ignoram, abraçando os resultados defluentes da investigação que se permitem afanosamente, de imediato transmitidos aos demais.
            São esses verdadeiros estoicos da abnegação e da coragem que mantêm acesa a claridade do conhecimento livre, que se reconhecem como aprendizes da Vida, sempre crescendo no rumo da plenitude intelectual, sem a perda dos elevados compromissos éticos indispensáveis à existência enobrecida.
            Diante dos paradoxos de tal natureza, torna-se imprescindível a todo aquele que divulga as incomparáveis lições em torno da imortalidade da alma não temer a presunção e o fastio da falsa e dourada cultura, usando cátedras, tribunas ou os singelos recintos de edificação espiritual, qual o fizeram a princípio, Estêvão na Casa do Caminho e Paulo nas mais diversas situações, inclusive na Domus Aurea, em Roma, diante da truculência de Nero, cirurgiando os tumores malignos da hipocrisia e da promiscuidade, enquanto aplicava o mercúrio cromo para a cura desses males, em forma da mensagem de Jesus.
            Provavelmente, os untuosos dominadores mundanos rejeitarão a partitura musical da inolvidável Palavra, mas nunca se olvidarão desses momentos sinfônicos em que a escutaram, apesar dos ouvidos entorpecidos pela mentira e a mente atribulada pelos interesses subalternos.
            Nunca preocupar-se em demasia, portanto, todo aquele que se dispõe a elucidar a ignorância e disseminar a verdade em nome de Jesus, especialmente através do Espiritismo, com os cultores da Inteligência trabalhada pelo academicismo tradicional, mais preocupado em dar brilho ao conhecimento, colocando os seus iluminados distante das necessidades humanas, que alguns se recusam atender.
            As tribunas clássicas dos debates culturais vêm sendo corroídas pelo tempo, que lhes tem imposto novos comportamentos, enquanto os exemplos daqueles que usam a palavra na construção e manutenção da ética da solidariedade e do amor permanecem solucionando os graves problemas que afligem a sociedade.
            A palavra espírita é simples e desataviada, tendo como escopo conduzir as mentes e os sentimentos às esferas da harmonia mediante a razão e o discernimento, porque totalmente livre de adereços e dependências do status quo.
            Ela é destinada a todos os indivíduos que se encontram na Terra, sejam eles intelectuais ou modestos cultivadores do solo, administradores poderosos ou mendigos, exemplos de saúde ou enfermos, possuidores de riquezas materiais ou despojados de todos os bens, qual ocorreu com os ensinamentos de Jesus que foram direcionados para todos os biótipos humanos. Entretanto, não será ouvida pelos discutidores inveterados, pelos que se encontram empanturrados de presunção e se acreditam bem situados nos acolchoados da inutilidade.
            Verberando o erro e orientando a conduta saudável, a Mensagem deve chegar aos ouvidos das necessidades como brisa perfumada em plena primavera, que impregna e nunca mais desaparece.
            Em qualquer lugar, portanto, seja a nobre sala das conferências, o modesto recinto da Casa Espírita, o santuário da Natureza, o confortável areópago das grandes cidades, o contanto com o transeunte, o verbo eloquente e abençoado poderá atender os transeuntes carnais, para os quais os Espíritos nobres elaboraram, com Allan Kardec, a Codificação.

Vianna de Carvalho
(Página psicografa pelo médium Divaldo Pereira Franco,
 no dia 10 de junho de 2011, no G-19, em Zurique, Suíça.) –
Extraída da revista REFORMADOR, da FEB, nº 2.193,
  dezembro de 2011.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Comunhão com o mais Além



Nos dias mais tumultuosos da atividade cristã, durante as perseguições iniciadas por Saulo e pelo Sinédrio, assim como aquelas desencadeadas mais tarde pelos imperadores romanos, a comunhão com o Mais Além constituiu o estímulo e fortalecimento da fé, para que os apóstolos e mártires pudessem enfrentar os inimigos comuns, dominados pela coragem e pelo arrebatamento espiritual.
As incomparáveis comunicações dos Espíritos com os trabalhadores da seara de Jesus vitalizavam-nos, oferecendo-lhes o divino pábulo para que não desfalecessem no turbilhão dos ódios desenfreados que lhes arrebatavam tudo, humilhando-os, afligindo-os e roubando-lhes as vidas mediante a urdidura de planos nefandos.
A tirania farisaica era hábil em criar situações persecutórias, refinando sempre os métodos de antagonismo através das infindáveis arengas com que envolviam a lei mosaica de tal forma que ninguém, tornado sua vítima, conseguia fugir às injunções cruéis que promovia. Dessa inesgotável e generosa fonte da imortalidade jorrava a água lustral e cristalina que dessedentava as vítimas e as sustentava antes e durante os testemunhos vigorosos.
Os métodos insanos das bastonadas e chibatadas, dos ferimentos nos lábios e na face,  logo seguidos do apedrejamento até a morte, quando não era utilizada a cruz de vergonha e de supremo desprezo pela vida dos outros, sempre se caracterizavam pela absoluta ausência de compaixão, de misericórdia, de respeito, demonstrando a ferocidade maldisfarçada pelas vestes impecáveis e pela conduta de gestos medidos...
Os romanos, por sua vez, eram específicos em punições perversas em que dilaceravam as vítimas ou as queimavam com o azeite fervente, com ferros em brasa, em combates com as feras, com os centuriões ou simplesmente os martirizavam nos espetáculos burlescos, disfarçados de teatro do horror, em que padeciam cruelmente na representação de irônicas peças mitológicas da tragédia ancestral...
Infelizmente, o ser humano sempre descobre métodos bárbaros para afligir as demais criaturas, atingindo supremos níveis de bestialidade que é despertada de maneira rápida e por qualquer pequena faísca de ira que se converte em ódio.
Surpreende a qualquer estudioso dos espetáculos circenses e das infames perseguições contra os discípulos de Jesus, a coragem com que enfrentavam o martírio, muitas vezes cantando, sem o menor rancor pelos seus insensíveis algozes, o que mais os exasperavam...
Essa força desconhecida provinha do Mestre amado e da certeza do valor das Suas promessas, bem como da presença dos Espíritos amigos e protetores que os assistiam, infundindo-lhes ânimo sempre novo e vitalidade desconhecida.
Quanto mais terríveis eram as tenazes com que tentavam silenciá-los, mais altivez e dignidade revestiam as vítimas das cruentas injunções.
Esses inexcedíveis amigos desencarnados rociavam com a sua ternura as ardências das dores acerbas, lenindo os sentimentos dos valorosos servidores transformados em réprobos, fazendo que as suas existências fossem o testemunho ímpar da sua crença libertadora.
*   *   *
Em todas as épocas da humanidade sempre foram ouvidas as vozes do Além-túmulo, confirmando a sobrevivência da vida ao fenômeno desagregador da morte biológica. Foram os imortais que comunicaram ao mundo físico a sobrevivência em inequívocos testemunhos da imortalidade.
Suas vozes claras e dignificantes ressoaram do túmulo convidando os demais seres humanos a reflexionar em torno dos seus ensinamentos, ora em forma de cantos de sublime beleza, noutros momentos em informações complexas e verdadeiras, mas também mediante os graves distúrbios obsessivos que esmagavam os deambulantes carnais.
Constituindo a população pulsante do Universo, os Espíritos, no Cristianismo, têm sido a força viva e atuante ao lado dos seus irmãos da retaguarda material deles necessitados.
Jesus dialogou com alguns, apresentassem-se na condição de vampirizadores das energias das suas vítimas, ou vingadores das ofensas sofridas e não desculpadas ao longo do tempo, de igual maneira com o inesquecível legislador Moisés e o profeta Elias no memorável fenômeno da transfiguração, quando esses O reverenciaram...
Foram, no entanto, a Sua ressurreição gloriosa e a Sua convivência com os discípulos, que assinalaram de maneira explícita e grandiosa o intercâmbio espiritual que o Espiritismo adota na vivência dos seus postulados, ensinados pelos próprios mentores e guias da sociedade.
Mediante esse intercâmbio de bênçãos reformulam-se conceitos existenciais, abrem-se espaços para a esperança e a certeza da continuidade do amor além dos limites orgânicos e para a felicidade sem jaça após o portal de cinza e de lama da sepultura.
Por isso, as células cristãs do Espiritismo sempre terão nas comunicações espirituais, a fonte geradora de luz da imortalidade, para diminuir as sombras do caminho evolutivo, para a sustentação do ânimo dos seus membros, para o encorajamento ao trabalho, quando o desfalecimento ameace ou as perseguições, que prosseguem sob outros aspectos, atemorizem os corações menos fortalecidos.
Jamais faltam o convívio com os imortais, as claridades da sua sabedoria, a presença estimuladora, o doce encantamento das suas vozes, sustentando as forças combalidas ou não dos transeuntes terrestres.
A caridade deles para com os seus irmãos reencarnados é imensa, estando sempre às ordens, testemunhando-lhes fidelidade e amor, a fim de que todos possam alcançar os altiplanos da espiritualidade em clima de festa de corações e arrebatamento das emoções superiores.
Por sua vez, sustentados pela mágica assistência desses anjos tutelares, os lidadores do bem terão mais encantamento para seguir adiante, assinalando a sua passagem na Terra em sombras com as estrelas luminosas da sua bondade e da afeição a todos os seres, semeando esperança e alegria de viver, superando as angústias da morte e os desencantos da existência.
Desse modo, mantém-te atento às inspirações que procedem do Mais Além, deixando-te conduzir pelos formosos Benfeitores da humanidade que trabalham ao teu lado em favor do mundo melhor e da sociedade mais feliz.
Não fosse esse formidando auxílio e muito mais difícil seria o prosseguimento dos ideais superiores, em face dos enfrentamentos perversos da cultura imediatista e ateia que vive na Terra.
*   *   *
Nos inolvidáveis dias do martirológio cristão, enquanto as lágrimas e as angústias dilaceravam as esperanças das vítimas, confundindo-se com a psicosfera pestilenta dos recintos infelizes, os angélicos amigos espirituais esparziam o zéfiro perfumado e aguardavam que as carnes despedaçadas libertassem-lhes os Espíritos, a fim de os conduzirem aos páramos celestiais, vitoriosos após as refregas impostas pela evolução.
Seja em qual situação te encontres hoje, recorda Jesus sempre amoroso, oferecendo-te apoio e vontade, ao mesmo tempo facultando que os Seus embaixadores rompam a cortina de matéria e entrem em contato contigo através dos fios invisíveis da inspiração e do apoio.
Segue adiante sem temor, porque o curso da vida não se encerra no túmulo, e além dele estua o amor vigilante e misericordioso.
Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na manhã de 8 de junho de 2011 na residência de Josef Jackulak, 
em Viena, Áustria.