O
capacete
“Tomai também o capacete da salvação” - Paulo.
(Efésios, 6:17.)
Se é justa a
salvaguarda de membros importantes do corpo, com muito mais propriedade é
imprescindível defender a cabeça, nos momentos de luta.
Aliás, é razoável
considerar que os braços e as pernas nem sempre são requisitados a maiores
dispêndios de energia.
A cabeça, porém,
não descansa.
A sede do
pensamento é um viveiro de trabalho incessante.
Necessário se faz
resguardá-la, defendê-la.
Nos movimentos
bélicos, o soldado preserva-a, através de recursos especiais.
Na luta diária
mantida pelo discípulo de Jesus, igualmente não podemos esquecer o conselho do
apóstolo aos gentios.
É indispensável que
todo aprendiz do Evangelho tome o capacete da salvação, simbolizado na
cobertura mental de ideias sólidas e atitudes cristãs, estruturadas nas
concepções do bem, da confiança e do otimismo sincero.
Teçamos, pois, o
nosso capacete espiritual com os fios da coragem inquebrantável, da fé pura e
do espírito de serviço. De posse dele enfrentaremos qualquer combate moral de
grandes proporções.
Nenhum discípulo da
Boa Nova olvide a sua condição de lutador.
As forças
contrárias ao bem, meu amigo, alvejar-te-ão o mundo íntimo, através de todos os
flancos. Defende a tua moradia interior. Examina o revestimento defensivo que
vens usando, em matéria de desejos e crenças, de propósitos e ideias, para que
os projéteis da maldade não te alcancem por dentro.
Conteúdo extraído da
obra: Vinha de Luz, ditada pelo Espírito Emmanuel, pela psicografia de Francisco
Cândido Xavier, capítulo 140, ano 1951.
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Reflexão:
A mensagem acima inspirada na anotação de Paulo, o apóstolo dos Gentios, “Tomai também o capacete da salvação”, leva-nos a entender a grandiosidade do
alerta de Emmanuel, quanto a “defesa
da moradia interior”. “Todos
os flancos” por onde
poderemos ser atingidos somente existirão de acordo com a nossa permissão, se
fraquejarmos diante das vicissitudes que a trajetória pela vida no corpo enseja.
A resistência é um estado moral lúcido que deveremos construir a nosso favor. É
para isto que o Evangelho de Jesus está disponível no Mundo.
“Teçamos, pois, o nosso capacete espiritual
com os fios da coragem inquebrantável, da fé pura e do espírito de serviço. De
posse dele enfrentaremos qualquer combate moral de grandes proporções.”
Esse
recurso de defesa é íntimo, portanto, individual, depende do estado de
entendimento próprio. É trabalho intenso de reflexão sobre o resultado de
nossas atitudes. A única ferramenta capaz de acessar o fulcro de atitude
infeliz é o pensamento através da reflexão, daquilo que conhecemos de nós, por
isso a necessidade do autoconhecimento. Corrigido esse polo irradiador é nossa
melhor defesa sobre esse ponto moral, porque não encontraremos ressonância de
mesma qualidade no ambiente de convivência que mais nos contaminaria, em conta
a similitude.
“Examina o revestimento defensivo que vens usando, em matéria
de desejos e crenças, de propósitos e ideias, para que os projéteis da maldade
não te alcancem por dentro.”
O
que se origina em nossa intimidade, o que alimentamos, o que buscamos na nossa
vida? Fortalecemo-nos com esses recursos, defendendo-nos com os propósitos e
ideias no bem, ou aceitamos as influências do meio, do que está fora, indo ao
encontro do que não convém ao nosso interesse moral?
Somente
seremos atingidos por investidas negativas se frequentarmos a mesma faixa
vibratória, para isso precisaremos estar desejando, pensando e comprazendo com
as mesmas coisas. Muitas vezes ocorre por nossa invigilância. Tornamo-nos presas dóceis, por que estamos
iludidos, somamos com o mal até que a dor consiga nos despertar. Dessa forma, o
mal não nos atacou, o convidamos. Não estávamos preparados para a defesa, não
havíamos construído um arsenal moral, embasado no conhecimento, na vivência do
bem, na reflexão profunda sobre a vida.
“Tomai
também o capacete da salvação”,
da nossa malignidade. Somente nós poderemos adoecer a nossa alma e da mesma
forma curá-la. A salvação é a alma sadia e sábia. Assim é o grande projeto de
Jesus, que o anunciou, e compromissou-se com o Criador de que: “das ovelhas que o Pai lhe confiou nenhuma
se perderᔹ. Jesus trabalha incansavelmente,
arregimentando os recursos possíveis à nossa condição, através da grande
falange de benfeitores que sob suas orientações conduz a Humanidade da Terra,
àquela que se arrasta ao peso da materialidade, para que desperte do pesadelo
que ela mesma se impôs. Ele não poderá fazer a parte que nos compete no nosso
progresso espiritual, respeita o livre-arbítrio.
“A cada um segundo as suas obras”.
¹Obra:
Caminho, Verdade e Vida, capítulo. 2, Emmanuel, psicografia: Francisco Cândido
Xavier.
Dorival da Silva