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quinta-feira, 18 de maio de 2017

Vigiar e Orar, a que propósito?

Vigiar e Orar, a que propósito?


Cada indivíduo é um mundo em particular, que carrega no seu arcabouço íntimo um patrimônio gigantesco que acumulou nos milênios e milênios transcorridos para a sua formação. Sempre registrou em si mesmo todas as experiências que se deram conscientemente ou não, viveu-se muitas eras quase que como ser autômato, sem lucidez, até que a consciência começou a aparecer dando-lhe autonomia, que crescia lentamente.

No tempo que se corre, o homem avançou em inteligência e desenvolveu o estado moral, apesar deste se encontrar num estágio longe do ideal. Sendo a condição moral desenvolvida objeto primacial da existência na vida física. Existindo uma demora excessiva para se alcançar esse ideal, porque exige muito esforço para essa conquista. Grande parte dos indivíduos pensa alcançar a paz e a felicidade permanentes no mundo exterior com viagens extraordinárias, usos extravagantes e gastos exorbitantes com fantasias.

No seio do patrimônio extraordinário de cada um existem registros de vivências descabidas para os dias atuais, que quando se deram ofereceram satisfação pessoal, poder, ganhos de riquezas, evidência...  Geralmente satisfazendo em muito o estado egoístico individual ou coletivo à época.  Conquanto não se lembre, está no mundo interior de cada pessoa a sua experiência, refletindo na vida atual como pendor, como tendência.

Dessa forma, vê-se no mundo exterior com maior interesse o que ressoa na intimidade, no entanto, fixa-se na vantagem, satisfação, e outros sentimentos que poderão advir de tal ou tal ação, não necessariamente favorável ao aprimoramento moral, pois é a antecipação da busca de reviver àquilo que já usufruiu em algum tempo, que está registrado no mundo interior de cada indivíduo.

Aí se encontra a necessidade de vigiar, não vigiar o que está ao redor, o que nos chega de fora, mas vigiar o que surge da intimidade, desejos nem sempre claros, apesar de indicar um rumo para satisfazê-los. Grande parte deles instigados pelo movimento, cor, palavra, perfume, som, gesto, etc., observáveis em qualquer parte. Em conta disso, preciso é se conhecer, acautelar-se, aprender a meditar sobre os fatos e suas consequências correspondentes aos desejos surgidos da intimidade.

Ao mesmo tempo vem a oração, elemento essencial para o discernimento nos momentos decisivos da vida. Com a oração eleva-se a frequência vibratória da alma, alcançando faixa de pensamento acima do habitual, comungando com ideias mais claras que favorecem a lucidez, permitindo maior capacidade moral para contrariar as ideias surgidas que em grande parte são prejudiciais e levarão a nova falência moral, apresentando a repetição de desdobramento infeliz. Através da oração e a elevação vibratória que se entra em contato com os “Seres Espirituais”, também designados por Santos, Espíritos Superiores, conforme a designação religiosa, favorecendo a inspiração de pensamentos novos e nobres que sobrelevam os que estão engastados no mundo íntimo, fazendo que estes percam um pouco de sua influência sobre as novas escolhas.

A dificuldade na busca da melhoria moral reside naquilo que interessa muito, que precisa ser interrompido ou abandonado, mas custa sentimentos, que precisam ser contrariados e negados, e é ato voluntário, pois que tudo está em si mesmo. Aí está a razão de vigiar para se saber do surgimento do próprio indivíduo daquilo que se deve corrigir, porque não lhe convém; e a oração que proporciona a lucidez e a força moral suficiente para vencer-se a resistência da própria vontade surgida da profundidade da alma.

“Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal?”

“Um sábio da antiguidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo.” 1


                                                    Dorival da Silva



1.                             1. Questão 919 de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Na intimidade do ser


Na intimidade do ser

“Vós, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, revesti-vos de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade.” - Paulo. (Colossenses, 3:12.)

Indubitavelmente, não basta apreciar os sentimentos sublimes que o Cristianismo inspira.
É indispensável revestirmo-nos deles.
O apóstolo não se refere a raciocínios.
Fala de profundidades.
O problema não é de pura cerebração.
É de intimidade do ser.
Alguém que possua roteiro certo do caminho a seguir, entre multidões que o desconhecem, é naturalmente eleito para administrar a orientação.
Detendo tão copiosa bagagem de conhecimentos, acerca da eternidade, o cristão legítimo é pessoa indicada a proteger os interesses espirituais de seus irmãos na jornada evolutiva; no entanto, é preciso encarecer o testemunho, que não se limita à fraseologia brilhante.
Imprescindível é que estejamos revestidos de “entranhas de misericórdia” para enfrentarmos, com êxito, os perigos crescentes do caminho.
O mal, para ceder terreno, compreende apenas a linguagem do verdadeiro bem; o orgulho, a fim de renunciar aos seus propósitos infelizes, não entende senão a humildade. Sem espírito fraternal, é impossível quebrar o escuro estilete do egoísmo. É necessário dilatar sempre as reservas de sentimento superior, de modo a avançarmos, vitoriosamente, na senda da ascensão.
Os espiritistas sinceros encontrarão luminoso estímulo nas palavras de Paulo. Alguns companheiros por certo observarão em nossa lembrança mero problema de fé religiosa, segundo o seu modo de entender; todavia, entre fazer psiquismo por alguns dias e solucionar questões para a vida eterna, há sempre considerável diferença.

Mensagem extraída da obra: Vinha de Luz, Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, capítulo 89.

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(Reescrito com algumas correções)

Reflexão: Dos vários ensinamentos que Emmanuel registra no capítulo acima, um deles precisamos, nesta oportunidade, dar ênfase: "(...), entre fazer psiquismo por alguns dias e solucionar questões para a vida eterna, há sempre considerável diferença."

O verdadeiro cristão sabe que aquilo que é nobre modifica a alma para melhor, que são os conhecimentos e as ações construtivos. Estes permanecerão para sempre, farão parte do edifício de si mesmo. Também sabe que tudo o que é dispensável é como a impureza do metal precioso que deverá ser expungida através do calor do cadinho, ou conscientemente revendo os próprios defeitos corrigindo-os voluntariamente. Ninguém alcançará as alturas evolutivas sem a purificação da alma. 

Não é possível saltar etapas. É preciso vivenciar cada instante. A edificação que perpetuará é erigida gradativamente. Trabalha-se a aquisição de conhecimentos, vive-se as experiências. Os resultados negativos serão expiados e provados.  Os positivos acumulados para forrar a sustentação de novas etapas evolutivas mais complexas e de maior responsabilidade.
Sem estudar e compreender as Leis Naturais da Reencarnação e do Progresso fica difícil vislumbrar o caminho da eternidade. Como as almas não morrem e precisam evoluir constantemente, para alcançar a tão desejada felicidade plena, a melhor escolha é evoluir, simplesmente. 

Independentemente de aceitar a existência da reencarnação e as demais Leis Naturais, elas sempre existiram, são as Leis de Deus, não dependem da criatura saber que existem, elas sempre estarão cumprindo as suas funções. No entanto, com o conhecimento delas, o passo evolutivo fica mais veloz, tornando o andar consciente. Existe assim uma meta conhecida. Não se anda em círculo. Embora sempre fomos guiados de alguma forma. Nunca estivemos sozinhos. Apesar disto temos o livre-arbítrio, é uma Lei da Natureza, que por questão de hábito nos leva a repetir o que estamos acostumados. "A educação é uma soma de hábitos", que poderão ser positivos ou não.

Conhecendo-se as Leis Naturais temos as rédeas da vida em nossas próprias mãos e sabendo o rumo chegaremos mais rapidamente. 

Estudar sempre! Meditar também.
                                                   Dorival da Silva