quinta-feira, 14 de junho de 2018

Procedimentos para afastar os maus espíritos - Parte 1



 Especial


por Rogério Coelho


Procedimentos para afastar os maus espíritos
Parte 1
A linguagem dos Espíritos é o verdadeiro critério pelo qual podemos julgá-los

Experimentai se os Espíritos são de Deus. (I João, 4:1)

Espalham-se os mais dolorosos processos obsessivos em toda a Terra... Magotes de criaturas sofrem sob o guante terrível e cruel da atuação invisível dos Espíritos obsessores. Casos existem em que, conquanto se apresente de maneira clara e ostensiva a influência e atuação dos Espíritos maus, os envolvidos permanecem – por ignorância ou preconceito – cépticos quanto a tais influências... E então, muitos encarnados devidamente atuados pelos agentes das trevas, têm os mais esdrúxulos e até mesmo violentos comportamentos sem que providência alguma seja tomada com relação aos obsessores que continuam agindo e influenciando livremente [1].
Jamais podemos olvidar ou menoscabar a informação obtida por Kardec na questão 459 de “O Livro dos Espíritos”: “... Eles, (os Espíritos) influenciam os encarnados muito mais do que podemos imaginar, visto que, de ordinário, são eles que os dirigem”.
O nosso querido médium e orador espírita fluminense Raul Teixeira conta em uma de suas notáveis palestras o diálogo que manteve (durante uma reunião mediúnica) com um Espírito inimigo da luz que fez uma declaração estarrecedora: disse o Espírito que temos nós (encarnados e desencarnados) um trabalho em comum junto aos enfermos nos dois planos da vida. Só que nós, os encarnados, retiramos os Espíritos sofredores dos sítios onde até então estavam homiziados e os encaminhamos para os departamentos de auxílio e esclarecimentos do Mundo Maior, comprazendo-nos com isso; considerando tal façanha uma verdadeira vitória contra as trevas! Mas eles, (os inimigos da luz) não retiram de onde estão, os Espíritos que lhes caem na rede, especialmente se se trata de espíritas em suas Instituições: após transformá-los em agentes de seus interesses escusos e malsãos, deixam-nos dentro das respectivas casas espíritas para causar todo tipo de problemas aos verdadeiros trabalhadores de Jesus. Isso explica as enormes dificuldades enfrentadas pelos arraiais espiritistas da atualidade, visto que não são poucos, segundo declara o referido Espírito, os que são arrebanhados para os seus nefastos e sufocantes domínios!...
"O orgulho, a labilidade, o descuido e a fraqueza do homem são o que empresta força aos maus Espíritos”. Esta é uma informação importante inserta na questão 498 de “O Livro dos Espíritos”.
Ademais, os processos obsessivos e influenciações espirituais de modo geral, estão associados à  aquiescência  de quem lhes oferece sintonia, visto que todos  os  desvios  das  Leis  Divinas  e  as deformidades  morais  agem  no sentido  de  facultar  "plugs"  de induções   magnéticas,   facilitando  o  acoplamento  entre  os componentes do processo obsessivo. Resulta daí o raciocínio lógico de que o sucesso do obsessor reside no fato de não encontrar defesas e resistências em sua vítima, que, ao contrário, lhe oferece toda reciprocidade exigida para o nefasto e pernicioso processo obsessivo.
Segundo Allan Kardec [2], “(...) a intromissão dos Espíritos enganadores nas atividades espíritas e em especial nas comunicações escritas é uma das maiores dificuldades do Espiritismo; sabe-se, por experiência, que eles não têm nenhum escrúpulo em tomarem nomes supostos, e mesmo nomes respeitáveis. Há meios de afastá-los? Aí está a questão! Certas pessoas empregam, para esse fim, o que se poderia chamar de procedimentos, quer dizer, sejam fórmulas particulares de evocação, sejam espécies de exorcismos, como fazê-los jurarem em nome de Deus de que dizem a verdade, fazê-los escrever certas coisas, etc... Conhecemos alguém que, a cada frase, intimava o Espírito para assinar seu nome; se fosse a verdade, ele escreveria o nome sem dificuldade; se fosse o falso, ele se deteria logo, ou no meio, sem poder terminá-lo; vimos essa pessoa receber as comunicações mais ridículas da parte dos Espíritos que assinavam o nome de empréstimo com uma firmeza perfeita. Pois bem! Declaramos nós que se alguns Espíritos, um pouco mais escrupulosos, detêm-se pela ideia de um perjúrio ou de uma profanação, há os que juram tudo o que se quer, que assinam todos os nomes, que se riem de tudo, e afrontam a presença dos mais veneráveis sinais, de onde concluímos que, entre o que se pode chamar de procedimentos, não há nenhuma fórmula, nenhum expediente material que possa servir de preservativo eficaz.
Nesse caso, dir-se-á, não há senão uma coisa a fazer, que a de parar de escrever. Este meio não seria melhor; longe disso, seria pior em muitos casos. Dissemos, e não poderíamos repeti-lo muito, que a ação dos Espíritos sobre nós é incessante, e não é menos real porque é oculta. Se ela deve ser má, será mais perniciosa ainda pelo fato de que o inimigo estará oculto; pelas comunicações escritas, ele se revela, se desmascara, sabe-se com quem se tem relação, e pode-se combatê-lo. Mas se não há nenhum meio de afastá-lo, que fazer então?! Não dissemos que não haja nenhum meio, mas somente que a maioria daqueles que se empregam são impotentes; aí está o assunto que nos propomos desenvolver.
Não se pode perder de vista que os Espíritos constituem todo um mundo, toda uma população que preenche o espaço, que circula ao nosso lado, e que se mistura a tudo aquilo que, fazemos. Se o véu que no-los oculta viesse a ser levantado, vê-los-íamos, ao redor de nós, irem, virem, seguir-nos ou evitar-nos segundo o grau de sua simpatia; uns indiferentes, verdadeiros vadios do mundo oculto, os outros muito ocupados, seja consigo mesmos, seja com os homens aos quais se agarram, com um objetivo mais ou menos louvável, segundo as qualidades que os distinguem. Veríamos, em uma palavra, o dublê do gênero humano com as suas boas e suas más qualidades suas virtudes e seus vícios... Essa companhia, da qual não podemos escapar, porque não há lugar tão oculto que seja inacessível aos Espíritos, exerce sobre nós e com o nosso desconhecimento uma influência permanente. Uns nos conduzem ao bem, os outros ao mal, e nossas determinações, muito frequentemente, são o resultado de suas sugestões; felizes somos quando temos bastante lucidez para discernir a boa ou a má senda à qual procuram nos arrastar...
Uma vez que os Espíritos não são outra coisa senão os próprios homens despojados de seu envoltório somático grosseiro, senão as almas que sobrevivem ao corpo, disso resulta que há Espíritos desde que haja seres humanos no Universo.
(...) A intromissão dos maus Espíritos nas comunicações escritas não é um perigo do Espiritismo, uma vez que, se houver perigo, o perigo existe sem isso, porque é permanente; eis do que não se poderia muito persuadir-se: é simplesmente uma dificuldade, mas da qual é fácil triunfar tomando-a convenientemente.
Pode-se primeiro colocar como princípio que os maus Espíritos não vão senão lá onde alguma coisa os atraia; portanto, quando se misturam às comunicações, é porque encontram simpatias no meio onde se apresentam, ou pelo menos lados fracos dos quais esperam se aproveitar; em todo o processo, é que não encontram uma força moral suficiente para repeli-los. Entre as causas que os atraem, é necessário colocar em primeira linha as imperfeições morais de toda natureza, porque o mal simpatiza sempre com o mal; em segundo lugar, a muito grande confiança com a qual se acolhe suas palavras. Quando uma comunicação acusa origem má, seria ilógico disso inferir uma paridade necessária entre o Espírito e os evocadores; frequentemente, se veem as pessoas mais honradas expostas aos embustes dos Espíritos enganadores, como acontece no mundo, pessoas honestas enganadas por velhacos; mas quando se está atento, os velhacos não têm o que fazer; é o que acontece também com os Espíritos. Quando uma pessoa honesta é engana- da por eles, isso pode prender-se a duas causas: a primeira é uma confiança muito absoluta que a dissuade de todo exame; a segunda, que as melhores qualidades não excluem certos lados fracos que dão presa aos maus Espíritos, ansiosos em agarrar os menores defeitos da couraça. Não falamos do orgulho e da ambição, que são mais do que defeito, mas de certa fraqueza de caráter, e, sobretudo de preconceitos que esses Espíritos sabem explorar habilmente lisonjeando-os, e, a esse respeito, tomam todas as máscaras para inspirar mais confiança.
As comunicações francamente grosseiras são as menos perigosas, porque não podem enganar a ninguém; as que mais enganam, são aquelas que não têm senão uma falsa aparência de sabedoria ou de seriedade, em uma palavra, a dos Espíritos hipócritas e dos pseudossábios; uns podem se enganar de boa fé, por ignorância ou por fatuidade, os outros não agem senão por astúcia. Vejamos, pois, o meio para desembaraçar-se deles: a primeira coisa é de início não os atrair, e evitar tudo o que possa lhes dar acesso. As disposições morais são, como vimos, uma causa preponderante; mas, abstração feita dessa causa, o modo empregado não é sem influência.
Entre as causas que influem poderosamente na qualidade dos Espíritos que frequentam os círculos espíritas, não se pode omitir a natureza das coisas das quais se ocupam. Aqueles que se propõem um objetivo sério e útil atraem, por isso mesmo, os Espíritos sérios; aqueles que não têm em vista senão satisfazerem uma vã curiosidade ou seus interesses pessoais se expõem pelo menos às mistificações, se não tiverem piores. Em resumo, podem-se tirar das comunicações espíritas os mais sublimes ensinamentos, os mais úteis, quando se sabe dirigi-las; a questão toda está em não se deixar prender pela astúcia dos Espíritos zombeteiros ou malevolentes; ora, para isso, o essencial é saber com quem se lida.
Escutemos primeiro, a esse respeito, os conselhos que o Espírito São Luís ofereceu, na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, por intermédio do senhor R..., um de seus bons médiuns. Esta é uma comunicação espontânea, que recebeu um dia em sua casa, com a missão de transmiti-la: "qualquer que seja a confiança legítima que vos inspirem os Espíritos que presidem aos vossos trabalhos, há uma recomendação que não poderíamos muito repetir, e que deveríeis sempre ter presente no pensamento quando vos entregais aos estudos: é de pesar e amadurecer, é submeter ao controle da razão mais severa todas as comunicações que recebeis; de não negligenciar, desde que uma resposta vos pareça duvidosa ou obscura, em pedir os esclarecimentos necessários para vos fixar”. (Continua no próximo número.)



[1] KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 88.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2006, q. 459.
 
[2] KARDEC, Allan. Revue Spirite. Setembro de 1859. Araras: IDE, 1993, p. 225 a 232.


(http://www.oconsolador.com.br/ano12/570/especial.html)

Página extraída da Revista Eletrônica "O Consolador", que poderá ser acessada através do endereço eletrônico acima.

sexta-feira, 1 de junho de 2018

Dias de caos


Dias de caos

Democracia constitui o mais audacioso e nobre estado de liberdade para a governança de um povo. Acostumadas as criaturas aos regimes arbitrários e violentos, acreditam que o direito da força é capaz de substituir a força do direito, e normalmente derrapam no cerceamento das liberdades de pensar, de agir, de contribuir em favor da coletividade.

De igual maneira os regimes totalitários utilizam-se da fragilidade e ignorância do povo para instalar-se, mediante promessas de suborno das consciências e de falsa igualdade de direitos, estimulando as classes menos favorecidas para a fidelidade, oferecendo-lhes migalhas, enquanto se locupletam no abuso do poder e da indignidade, mantendo a miséria moral, social e econômica.

A comodidade, fruto inevitável do desconhecimento dos direitos à cidadania, acredita-se feliz com os parcos recursos que lhe são fornecidos pelo Estado delinquente, e homenageia os seus ditadores como sendo salvadores dos seus problemas.

É muito mais fácil oferecer-se pão e circo às massas do que dignidade aos indivíduos.

A situação lamentável em que se encontra a sociedade brasileira neste momento, resulta, sem dúvida, da negligência dos governantes anteriores que estabeleceram leis injustas e inadequadas para manter-se no poder, pensando somente nos seus e nos interesses dos partidos aos quais pertencem.

Esses administradores infiéis contam com o apoio dos enganados que se fanatizam e somente pensam nas miseráveis compensações que recebem, levando a nação ao caos da desordem e do sofrimento. Nesse clima de instabilidade e desconforto encontram-se os vírus das desoladoras revoluções e desastrosas soluções para pior.

Este é um momento muito grave, talvez dos mais difíceis para a nacionalidade brasileira.

Não é momento para humor, mas para a busca de soluções legais, a fim de que se voltem a instalar a serenidade e o respeito aos códigos que vigem em toda sociedade democrática.

Quando, porém, o desprezo pelas leis e a corrupção se instalam nas altas cortes da administração, que deveriam pautar a sua conduta pelos estatutos da dignidade, o problema faz-se mais grave, exigindo que o povo venha às ruas impor o cumprimento dos deveres por aqueles que devem zelar pela honradez da sociedade.
Não foram outros os motivos que derrubaram a Bastilha em 14 de julho de 1789 e deram início à Revolução Francesa, que também derrapou nos tremendos crimes do denominado período do terror.

O Brasil, que possui tradições cristãs arraigadas e que sempre se caracterizou pelos valores da paz, deve repetir neste momento o gesto corajoso de enfrentar os dislates da corrupção e exigir imediata reforma nacional para restabelecer a paz e o progresso.

Divaldo Pereira Franco.
Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 31.5.2018.
Em 4.6.2018.

sábado, 26 de maio de 2018

Anjo misericordioso


Anjo misericordioso


As mais belas palavras entretecidas em forma de uma auréola de gratidão não expressam, realmente, a grandeza de que te revestes, anjo querido.
Sendo uma estrela luminífera, escondes a tua claridade no corpo físico, a fim de não ofuscares os caminhos que percorres, particularmente quando te tornas mãe. 
O brilho, porém, da tua luminosidade exterioriza-se e clareia a noite densa do processo de crescimento daqueles que vêm aos teus braços, na condição de filhos, na ansiosa busca do progresso e da plenitude. 
Os teus silêncios, nos momentos de testemunho, transformam-se em canções de inigualável beleza, dando sentido psicológico e harmonia à vida, porque te sacrificas em benefício daqueles que Deus te concedeu por empréstimo sublime para os conduzires ao Seu coração inefável. 
O teu devotamento contínuo constitui a lição preciosa de perseverança de quem acredita na Vida e no triunfo do Bem Eterno, nunca desistindo de lutar e de doar-se.
A tua paciência gentil e a tua serena abnegação, mesmo nas horas difíceis, são poemas vivos de amor incomum, que terminam por transformar as estruturas morais humanas deficientes em resistência e vigor para os enfrentamentos da reencarnação. 
A tua serenidade, quando tudo parece conspirar contra o êxito daqueles que educas, e a tua certeza de que o amor tudo pode, convertem-se na segurança que se faz indispensável para que a vitória seja alcançada. 
As ingratidões dos filhos não te desanimam, as vicissitudes da existência não te desarmonizam, os embates do cotidiano não te enfraquecem, e prossegues a mesma, sofrida, às vezes, perseverando, porém, nos deveres a que te entregas com doação total. 
Aprendeste a sorrir quando os teus filhos estão alegres e a chorar ante as suas preocupações e fracassos, nunca cedendo espaço ao desespero ou à revolta, quando eles não conseguem superar os impedimentos e tombam em momentâneos fracassos… 
Nesses momentos, renovada em forças e revestida de coragem, ergue-os, dando-lhes as mãos generosas e direcionando-lhes os passos no rumo certo, a fim de que recomecem e se recuperem. 
Estejas na opulência ou na pobreza total, a tua maternidade é sinal do poder de Deus que te consagrou como cocriadora, na condição de anjo do lar, a fim de que o mundo cresça e a vida humana alcance a meta para a qual foi organizada. 
É certo que nem todos os filhos sabem compreender a tua grandeza, os teus sacrifícios e lutas, mas isso não te é importante. 
Consideras antes que o teu é o dever de os amar em quaisquer situações em que se encontrem, educando-os sem cessar, amparando-os continuamente e emulando-os ao avanço com os seus próprios pés, mesmo quando tenham as pernas trôpegas e feridos os sentimentos. 
Sabes que as melhores condecorações para exornarem os heróis são as cicatrizes internas que permanecem no coração e na alma do lutador após as refregas. Por isso mesmo, insistes e perseveras sem descanso, trabalhando com esses diamantes brutos que deves lapidar, a fim de que permitam o brilho da Estrela Polar – Jesus! – no recesso do ser.
 ...E se, por acaso, a desencarnação te arrebatar do corpo, impedindo-te continuar cuidando deles, permanecerás, no Além-túmulo, inspirando-os, acariciando-os e envolvendo-os em vigorosa proteção. 
*
Doce mãezinha! 
Quando as criaturas da Terra dedicam um dia ao teu amor, apenas um entre trezentos e sessenta e quatro outros, sinalizando que já estão despertando para o significado do teu apostolado, apesar das imposições mercadológicas que esperam lucros, nessa oportunidade, quando todos deveriam oferecer-te somente amor, desejamos homenagear-te, envolvendo-te em ternura e em gratidão, pela nobre tarefa que desempenhas e pelas bênçãos que a todos nos concedes. 
Maria, a Mãe Santíssima da Humanidade, coroe-te de paz e de alegria, no teu e em todos os dias da tua existência, anjo misericordioso de todos nós!
Amélia Rodrigues 
  Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na manhã de 10 de
 março de 2006,
na residência de George e Akemi Adams,
em Santa Monica, Califórnia, EUA.
Em 23.4.2018.