O que temos para
oferecer?
Provável que todos que nos leem, saibam
das passagens evangélicas que relatam o chamado milagre da multiplicação de
pães e peixes, operado por Jesus.
Em síntese, em dois momentos, a
multidão, sabendo onde estaria Jesus em dado dia, foram até Ele. O Senhor,
tomado de compaixão, curou os que estavam enfermos, devolvendo visão aos
cegos, movimento aos paralíticos, voz aos mudos, livramento aos subjugados por
espíritos infelizes e infelicitadores e tudo o mais que ali se apresentava com
as faces de padecimentos e dores.
Ao cair do dia, os discípulos
aproximaram dEle e sugerem que despeça a todos, pois era visto que estavam
famintos, o lugar era ermo, distante das vilas, e, então, poderiam ir em busca
de comida.
Jesus lhes responde que não despediria
aquelas gentes em jejum, pois desfaleceriam pelo caminho, considerando muitos
terem vindo de longas distâncias.
E recomenda o Mestre: Dai-lhe vós de comer.
Prontamente responderam eles: De onde viriam, num deserto, tantos pães para saciar tal multidão?
O
que tendes para lhes oferecer? --
Questionou Jesus.
Poucos
pães e uns peixinhos, responderam-lhe.
Mandando que a multidão se assentasse
sobre a relva, tomou os pães e peixes e, dando graças, partiu-os e deu-os aos
discípulo, e os discípulos à multidão.
Todos comeram e se saciaram, tendo sido
recolhidos vários cestos cheios de pedaços.
Os que tinham se alimentado foram quase
cinco mil homens, (ou quatro mil, em outro feito), além de mulheres e crianças.
Essas passagens são encontradas nos
relatos de Mateus 14:13 a 21 e 15:29 a 39; Marcos 6:30 a 44 e 8:1 a 9; Lucas
9:10 a 17 e João 6:1 a 14.
Que os encontros se deram, fica patente
pelo relato dos quatro Evangelistas.
Sem nos determos nos possíveis
mecanismos utilizados pela grandeza de recursos espirituais de Jesus, na
realização desses feitos extraordinários, busquemos, dentre os muitos possíveis
entendimentos e lições que daí podemos tirar, aquela para este momento de leitura.
Cada um que compunha a multidão foi em
busca de Jesus, onde Ele estava, sem mais tardança, por mais distante que
estivesse no momento, por mais sacrificial fosse a jornada. Encontrando-O,
enfermidades foram curadas, mas ainda restava a fome nas entranhas da alma, pelo
que a busca era pelo Pão da Vida, o único alimento que poderia saciar e fortalecer, de modo a poder retornar aos compromissos da vida, sem desfalecer
pelo caminho. E foram atendidos.
Destaca-se que Jesus recomenda aos
discípulos que eles atendam à multidão, segundo a necessidade que se
apresentava.
Eles não recusam fazê-lo mas ponderam
que cada um, por sua vez, pouco disponha de recursos pessoais e espirituais
para fazer frente à grandeza das necessidades.
E o Mestre e Senhor leciona,
perguntando: O que temos, vocês e Eu,
para atendermos os padecimentos dos que aqui já estão e pelo que vieram em
busca, para que, saciados, ao irem de retorno, não desfaleçam e caiam, sem
forças, pelas veredas da existência de agora em diante?
E
completa: Deem-me do que vocês dispõem de melhor, por pouco que seja, e Eu
completarei com o muito que Eu posso e, sob as graças do Pai, juntos poderemos
muito mais. Então, pelas mãos de vocês, meus discípulos, os famintos em
multidão serão alimentados.
A
migalha dos seus pães, peixes, recursos pessoais será suprida pelo milagre da
multiplicação, que se deu e se dá tantas vezes quantas as necessárias, até que
o mundo esteja saciado, em plenitude de espírito, em felicidade e paz.
Eles
estão aqui, vieram de muito longe, estão sem forças, sentados sobre a relva,
esperam com ordem e paciência, o amparo Divino.
As
curas exteriores se deram naqueles que precisavam, no entanto, famintos do pão
do Espírito, da Luz do Mundo, não podem sair de nosso lado sem o revigorante
alimento d’alma.
Espíritas, cristãos, religiosos de todas
as crenças, homens de boa vontade, respondamos ao Celeste Amigo: Que temos para oferecer ao próximo? A
multidão tem fome...
Apresentemos ao Senhor da Vida um tijolo
de amor, por migalha que seja, sempre
dispostos ao trabalho em benefício do próximo, e sobre esse tijolo Ele erguerá
o Reino de Paz sobre a Terra.
É chegada a hora. Apresentemos os pães e peixes e participemos com o
Sublime Médico de todas as almas, do milagre da multiplicação...
E os que estamos enfermos e famintos, vamos ao encontro dEle, sem mais demora, pois
Ele é o Caminho da Verdadeira Vida. Por Ele seremos curados e saciados...