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quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Há esperança...

                                                                    Há esperança...

No final do ano os meios de comunicação fazem retrospectiva dos fatos ocorridos, dando ênfase ao que foi relevante em cada mês, em maior parte são fatos desastrosos e muito doloridos para muitos, enxameando a sociedade de lembranças que revivem sofrimentos de feridas ainda não cicatrizadas.

Olhando para o futuro, como alguém que está em mar revolto, tal como náufrago rodeado por entulhos que se movem ao sabor do turbilhão e vagas impedem a visão do continente que parece destacar-se ao longe, como notícia de provável salvação.

No tumulto governativo, que se alinha à perturbação da inconstância dos ventos que sopram furiosos, sem preocupação com o essencial que em parte soçobra incontinenti, aos estertores ouve-se à distância que existe possibilidade de salvamento, a vacina.

Sempre há esperança que algo se suceda quando as alternativas conhecidas parecem se esgotarem, intuitivamente todos sabem que sempre haverá um depois, embora nem todos acreditem, porque desconhecem de que são Espíritos e um de seus atributos é viver para sempre.

Mas não se está sozinho! O mundo não está à matroca! Todos os conscientes não querem morrer por um vírus e não desejam isso para outrem. Muitos corpos morreram e outros também sofrerão com esse mal, mas não a totalidade da população do mundo.

Cada época tem suas lições, mas que não são nem para os corpos vivos e menos ainda para os mortos, mas para os seus ocupantes, ou para os ex-ocupantes, são vivências para os Espíritos que passam ou passaram pela experiência, considerando que na atualidade, direta ou indiretamente, toda a população do planeta vive expectativa de contaminação, então a lição é geral e de amplo aspecto.

É momento de reflexão, como tudo neste mundo passa, essa pandemia também irá embora, em algum momento a vacina estará à disposição de todos em que pese as divergências governamentais, tecnológicas, interesses políticos ou particulares, o progresso da humanidade independe dos mortais, conquanto ofereçam resistência, má vontade, incompetência, insuficiência...  Como uma avalanche o Progresso sempre superará os impedimentos, não há força capaz de contê-lo em seus passos. É Lei Natural, atemporal.

Os sofrimentos, as aflições das mais variadas sociedades da Terra são grandes; pura verdade, mas toda mudança comportamental, reajuste das concepções morais, aprimoramento governamental nos diversos níveis não ocorre sem a quebra das estruturas estabelecidas, àquelas forjadas na corrupção e na imoralidade. A mudança para uma Era Nova da sociedade do Mundo passa pela mudança do estado espiritual de cada indivíduo que compõe os residentes do Planeta.

Assim é a razão de morrer e nascer, nascer e morrer. Tudo o que ocorre entre um ponto e outro, sair e entrar, entrar e sair da vida material são vivências do Espírito, que se educa, se corrige, faz novo planejamento para se tornar melhor. Na sociedade é como engrenagem de grande maquinismo evolutivo, oferece o seu contributo e sofre as consequências. “A cada um segundo as suas obras.”

Sucumbindo o corpo, o Espírito reingressa no mundo de que veio com a inteireza de suas condições, sendo que,  de acordo com os seus créditos morais, libera-se dos constrangimentos da vida que acaba de deixar; vem-lhe ao encontro aqueles que são afins, ajudando na adequação ao novo momento da existência. O Espírito é sempre um ser existente, jamais deixará de sê-lo.

O período entre a morte do corpo e o reingresso em nova experiência física é denominado pela Doutrina Espírita de erraticidade, ou vida errante. Nesse estado, o Espírito já recomposto à nova condição, sendo seu desejo, poderá estudar, trabalhar, conquistar novos conhecimentos, desenvolver projetos e compor equipe para executar planejamentos coletivos dentro do seu nível de competência, inclusive auxiliar os seus amigos e parentes que estão ainda no corpo carnal, ajudando-os no que puder. Outros, que não tiveram vida regular, que preferiram o caminho dos vícios, da criminalidade, alimentaram o ódio, a vingança, a inveja, que planejaram o mal em qualquer circunstância, certamente estarão lutando com o resultado de suas preferências, até que a misericórdia Divina entenda de reingressar esses sofredores em corpos de carne e ambientes sociais compatíveis com suas necessidades de restabelecimento.

Voltando à esperança, em que pese a miscelânea de desmandos governamentais, entendimentos divergentes sobre muitos fatos que levam o povo a sofrimentos diversos, não só pela pandemia existente, mas por tudo mais que se encontra em desequilíbrio na sociedade, prejudicando a possibilidade de vida harmônica, nada mais são que os resultados da própria desarmonia dos seus integrantes. Então, há esperança! Depende da conscientização de que sempre se encontrará, em qualquer época, a condição de vida que ajudou construir; pois, vai e volta, tanto no outro mundo, como aqui, sempre se deparará com a qualidade de suas próprias obras.

Não é difícil observar que num grupo nem todos sofrem o mesmo mal, do mesmo constrangimento de ordem econômico-financeira, nem os problemas sociais são idênticos, há sempre uma particularidade, o que corresponde à condição espiritual de cada indivíduo, mesmo na família consanguínea existe singularidade de toda ordem. 

Há esperança! Ninguém se extingue, apenas precisa vencer as suas mazelas, buscar o seu aprimoramento moral, espiritualizar-se. O Evangelho de Jesus mostra o caminho, embora não obrigue ninguém a segui-lo. O sofrimento, de qualquer ordem, é próprio do transeunte da vida, tanto como a paz e a felicidade são de sua conta, se para isso trabalhar.

Há esperança! Todos serão vencedores, quando se propuserem se vencer do egoísmo e do orgulho, da presunção e da ignorância, reconhecendo que pela sabedoria e a humildade serão reconhecidos senhores do Universo. Pandemias não existirão, pobreza, doenças e problemas sociais degradantes não se conhecerão, pois, somente as realizações nobres pulularão os pensamentos, divinizando cada vez em maior escala as consciências vencedoras de si mesmas.

Há esperança!...

                       Dorival da Silva

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

A Lei de Amor

A Lei de Amor

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Fazei aos homens tudo o que queirais que eles vos façam, pois é nisto que consistem a lei e os profetas.  (Mateus, 7:12.) 
- O Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo XI -Itens 8 e 9
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O amor não dá para racionalizar.
O amor não dá para medir.
O amor não dá para pesar.
O amor não dá para prender.
O amor não dá para dar.
O amor não dá para fazer.

O que se pode é amar, simplesmente.

O amor não tem cor, mas pode ter todas as cores.
O amor não tem perfume, mas pode ter todos os aromas.
O amor não tem tamanho, mas pode abranger o Universo.

Jesus demonstrou como amar o próximo, mas poucos O compreenderam.
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Reflexão: Aqui não é o amor no sentido vulgar do termo, mas esse sol interior que condensa e reúne em seu ardente foco todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas (1).

Quando Jesus pronunciou a divina palavra — amor —, os povos sobressaltaram-se e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo (2).

Chamo homem vicioso a esse amante vulgar, que mais ama o corpo do que a alma (3).

O amor está por toda parte em a Natureza, que nos convida ao exercício da nossa inteligência; até no movimento dos astros o encontramos. É o amor que orna a Natureza de seus ricos tapetes; ele se enfeita e fixa morada onde se lhe deparem flores e perfumes. É ainda o amor que dá paz aos homens, calma ao mar, silêncio aos ventos e sono à dor (3).

Entretanto, por mais que façam [os homens], não logram sufocar o gérmen vivaz que Deus lhes depositou nos corações ao criá-los. Esse gérmen se desenvolve e cresce com a moralidade e a inteligência e, embora comprimido amiúde pelo egoísmo, torna-se a fonte das santas e doces virtudes que geram as afeições sinceras e duráveis e ajudam a criatura a transpor o caminho escarpado e árido da existência humana (4).

                                           * * *

Quanto tempo precisaremos ainda para compreender o que está exposto deste a antiguidade longínqua, Sócrates, Platão, Jesus, a Doutrina Espírita, a Ciência Moderna, a Tecnologia, as experiências atuais esmiuçadas pela imprensa – positivas e negativas, que somente o amor, aquele da Lei de Amor, poderá apaziguar a volúpia dos corações e mentes egoístas da sanha de poder?

É certo que o Planeta tem governança espiritual, mas a humanidade tem o direito ao livre-arbítrio, o que se espera dos homens é o aprimoramento intelectual e moral.  O que diz adiantamento intelectual caminhou significativamente, no entanto, compromete-se no campo moral em grande monta, relevando-se parcela de exceção, que evolui no anonimato, eliminando de si mazelas de outras épocas, embora sofrendo as consequências do desgoverno, da violência, da escassez de tudo, compondo as misérias que os portentosos do poder não desejam ver e examinar, porque lhes traz incômodo, não lhes é produtivo, não lhes é alvissareiro.

Ilusão alimentada pelo egoísmo exacerbado, de duração ínfima na vida terrena, que trará sofrimentos inenarráveis quando despertar, após a morte física, no mundo espiritual, onde a ilusão deixa sua máscara e terá que encarar a consciência, o juiz implacável. Examinará as minúcias da existência passada no corpo físico e suas consequências, dará crédito no que for de direito e exigirá correção naquilo em que se desviou, qualificando-se a gravidade.
 
Nova oportunidade se clamará. Será nas mesmas condições como na vida anterior? Será no mesmo local? Com as mesmas pessoas? O mesmo círculo social? Certamente não! A reencarnação é recurso evolutivo. Precisa que o Espírito encontre as circunstâncias necessárias e justas para a sua condição. Normalmente encontrará as adversidades como colheita do plantio que realizou na vida anterior se a consciência carrega o traço da irresponsabilidade conveniente. Assim, não poderá reclamar de seu próprio veredito, porque não há na Lei Divina vingança, mas justiça, exatamente de acordo com cada necessidade.

Deus é amor (Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.), como sintetizou com grandeza o apóstolo João.  (1 João 4:8)

A Lei de Amor está em toda a Natureza. É a vibração permanente do próprio Criador de Todas as Coisas.  Ficar distante dela é estar em sofrimento. Harmonizar-se com ela é encontrar a paz e a felicidade.
                                                                   Dorival da Silva

1)- O Evangelho Segundo Espiritismo. Capítulo XI, item 8.
2)- Idem.
3)- Idem, Introdução, Resumo da Doutrina de Sócrates e Platão, item XVI.

4)- Idem, capítulo XI, item 9, pelos Espírito Fénelon (Bordeaux, 1861)