sábado, 13 de abril de 2019

Complexidades do fenômeno mediúnico

Complexidades do fenômeno mediúnico

À primeira vista, o intercâmbio seguro entre os Espíritos desencarnados e os homens parece revestir-se de muita simplicidade.
Considerando-se que, após a morte do corpo, o ser apresenta-se com todos os atributos que lhe caracterizavam a existência física, é de crer-se que o processo da comunicação mediúnica torna-se natural e rápido, fácil e simples.
Como em qualquer procedimento técnico, no entanto, vários requisitos são-lhe exigíveis, o que torna a sua qualidade difícil de ser conseguida, ao mesmo tempo complexa para a sua realização.
O processo de comunicação dá-se somente através da identificação do Espírito com o médium, perispírito a perispírito, cujas propriedades de expansibilidade e sensibilidade, entre outras, permitem a captação do pensamento, das sensações e das emoções, que se transmitem de uma para outra mente através do veiculo sutil.
O médium é sempre um instrumento passivo, cuja educação moral e psíquica lhe concederá recursos hábeis para um intercâmbio correto. Nesse mister, inúmeros impedimentos se apresentam durante o fenômeno, que somente o exercício prolongado e bem dirigido consegue eliminar.
Dentre outros, vale citar as fixações mentais, os conflitos e os hábitos psicológicos do sensitivo, que ressumam do seu inconsciente e, durante o transe, assumem com vigor os controles da faculdade mediúnica, dando origem às ocorrências anímicas.
Em si mesmo, o animismo é ponte para o mediunismo, que a prática do intercâmbio termina por superar. Todavia, vale a pena ressaltar que no fenômeno anímico ocorrem os de natureza mediúnica, assim como nos mediúnicos sucedem aqueles de caráter anímico.
Qualquer artista, ao expressar-se, na música, sempre dependerá do instrumento de que se utilize. O som provirá do mecanismo utilizado, embora o virtuosismo proceda de quem o acione.
O fenômeno puro e absoluto ainda não existe no mundo orgânico relativo...
Os valores intelectuais e morais do médium têm preponderância na ocorrência fenomênica, porquanto serão os seus conhecimentos, atuais ou passados, que vestirão as ideias transmitidas pelos desencarnados.
Desse modo, a qualidade da comunicação mediúnica está sempre a depender dos valores evolutivos do seu intermediário.
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Não há dois médiuns iguais, qual ocorre em outras áreas das atividades humanas, nas quais cada pessoa apresenta-se com os seus próprios recursos, assinalada pelas suas particulares características.
Quando se tratar de médium com excelentes registros e grande fidelidade no conteúdo da mensagem recebida, eis que defrontamos alguém que repete experiências transatas, havendo sido instrumento mediúnico anteriormente.
Na variada gama das faculdades, as conquistas pessoais armazenadas contribuem para que o fenômeno ocorra com o sucesso desejado.
Seja no campo das comunicações intelectuais, seja naqueles de natureza física, o contributo do médium é relevante.
Não seja, portanto, de estranhar que um médium, psicógrafo ou psicofônico, tenha maior facilidade para o registro de mensagens de um tipo literário ao invés de outro, logrando, por exemplo, admiráveis romances e deploráveis poemas, belas pinturas e más esculturas, facilidade para expressar-se em idiomas que não apenas aquele que hoje lhe é familiar, em razão de experiências vivenciadas em reencarnações anteriores.
Também há médiuns com aptidão para receber Espíritos sofredores, o que lhes deve constituir uma bênção, facilitando-lhes a aquisição de títulos de enobrecimento, pela ação caridosa que desempenhem. Não obstante, haverá, igualmente, a mesma predisposição para sintonizar com as Entidades Nobres, delas haurindo e transmitindo a inspiração, a sabedoria e a paz.
A ideia, o impulso procedem sempre do Espírito desencarnado, porém o revestimento, a execução vêm dos cabedais arquivados no inconsciente do médium.
A luz do Sol ou outra qualquer, ao ser coada por uma lâmina transparente, reaparecerá no tom que lhe é conferido pelo filtro.
No fenômeno mediúnico sucede da mesma forma.
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Tendo em vista que a faculdade é orgânica, os recursos da aparelhagem exercem grande influência na ocorrência do fenômeno.
Assim considerando, o exercício, que educa os impulsos e comanda a passividade, é de capital importância.
À medida que vão sendo eliminados os conflitos pessoais, mais transparentes e fiéis se farão as mensagens, caracterizando os seus autores pelo conteúdo, estilo, elaboração da ideia e, nas manifestações artísticas, pelas expressões de beleza que apresentam.
A educação mediúnica, à semelhança do desenvolvimento de qualquer aptidão, impõe tempo, paciência, perseverança, estudo, interesse.
O investimento de cuidados específicos, na mediunidade, será compensado pelos resultados comprovadores da sua legitimidade, como também pelos ensinamentos e consolos recebidos na sua aplicação.
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Faculdade neutra, do ponto de vista moral, pode o indivíduo ser portador de conduta irregular com largo campo de registro, em razão do seu pretérito, enquanto outros, moralizados, não possuem as mesmas possibilidades, o que não os deve desanimar.
A moral, no entanto, é exigível, em razão dos mecanismos de sintonia que a conduta proporciona.
Uma existência assinalada pela leviandade, por abusos de comportamento, por atitudes vulgares, atrai Espíritos igualmente irresponsáveis, perversos, perturbadores e zombeteiros.
A convivência psíquica com essas mentes e seres costuma por afetar as faculdades mentais do individuo, que termina vitimado por lamentáveis processos de obsessão, na sua variada catalogação.
As comunicações sérias e nobres somente têm lugar por instrumentos dignos e equilibrados.
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Na sua condição de instrumento e na sua postura de passividade, o médium não pode provocar determinadas comunicações, mas sim, criar as condições e aguardar que ocorram.
Cabe-lhe estar vigilante para atender as chamadas que se originam no mundo espiritual, fazendo-se maleável e fiel portador da responsabilidade que lhe diz respeito.
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O fenômeno mediúnico, para suceder em condições corretas, necessita que o organismo do instrumento se encontre sem altas cargas tóxicas de qualquer natureza, porquanto as emoções em desalinho, o cansaço, as toxinas resultantes dos excessos alimentares bloqueiam os núcleos de transformação do pensamento captado nas mensagens, o que equivale a semelhantes acontecimentos em outras atividades intelectuais, artísticas e comportamentais.
Atitude física, emocional e mental saudáveis, são a condição ideal para que o fenômeno mediúnico suceda com equilíbrio e rentabilidade.
Quando acontece pela violência, sem a observância dos requisitos essenciais exigíveis, alguns dos quais aqui exarados, já que outros ainda existem e merecem estudos, estamos diante de manifestações obsessivas, de episódios mediúnicos perturbadores, nunca, porém, de fenômenos que se expressem com a condição espírita para uma vivência mediúnica dignificadora.
 Manoel Philomeno de Miranda
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, em
1º.11.1993, no Centro Espírita Caminho da
Redenção, em Salvador, Bahia.
Em 2.4.2019

Esta mensagem foi extraída  da  página de Divaldo Franco, que poderá ser acessada através do endereço: http://www.divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=566

terça-feira, 26 de março de 2019

Ide e vivei o Evangelho


Ide e vivei o Evangelho

 É muito difícil a travessia do abismo sem a ponte do amor.

 A grande noite de estrelas luminíferas vai cedendo lugar à estrela máxima do dia.

 É a noite que precede o amanhecer da Nova Era.

 Jesus, filhas e filhos do coração, espera que cumpramos o nosso dever, e este dever é o de nos darmos uns aos outros com fidelidade, com ternura.

 Não vos preocupeis com os espinhos da estrada, nem com as dores.
 Se não tivesse havido a morte não existiria a ressurreição.

 Então, é necessário que morram as paixões inferiores para que resplandeça a luz da verdade em nossos corações.

 Este é o momento de festival do ego, e as forças tenebrosas de ontem, de hoje e um pouco de amanhã enfrentam Aquele que é o Caminho da Verdade, que é a Vida pelos caminhos da luta.

 Exultai porque conheceis Jesus, e exultai mais ainda porque Ele está anotando os vossos nomes no Livro do Reino dos Céus!

 Não vos deixeis aturdir pelo tumulto, mantendo-vos  na paz a qualquer preço.
 Não vos preocupeis com aqueles que se vos fazem inimigos. Que vós cuideis de não ter inimigos, não ser, porque muitos outros passarão pelo caminho para vos esbordoar em nome dAquele que recebeu a bofetada tendo as mãos atadas às costas, porque o Evangelho é o renascer da vida que nos chega na segunda volta de Nosso Senhor Jesus Cristo.

 Ide e vivei o Evangelho!

 Avançai no rumo certo da verdade e amai a qualquer preço.

 Não há outra alternativa senão o amor para este momento de total integração no espírito da vida.

 Que nos abençoe o Mestre de todos nós e recebei o abraço afetuoso dos Espíritos-espíritas que aqui estamos convosco nestes dias de conquista da plenitude espiritual. Muita paz, meus amigos, e o carinho do servidor humílimo e paternal de sempre.

Bezerra.

 Psicofonia do médium Divaldo Pereira Franco, ao término da sua conferência, na manhã de 17 de março de 2019, em Pinhais, na realização do programa da XXI Conferência Estadual Espírita promovida pela Federação Espírita do Paraná.
Em 19.3.2019.

terça-feira, 19 de março de 2019

A felicidade está ali...

A felicidade está ali... 

 

Quem não quer felicidade?  

Quem não a busca?  

Parece fugidia.  

Está sempre ali.  

 

Trabalha, trabalha para alcançá-la;  

Riqueza e poder não a convencem;  

Pobreza e a mendicância não a comovem;  

Está sempre ali.   

 

Não adianta chamar com todas as forças;  

Parece não ouvir, será indiferente?  

Desejo enorme de alcançar a felicidade.  

Está sempre ali.  

 

Momento existe de compreender a felicidade.  

Não está distante,   

Mesmo não tendo distância.  

Mora naquele que a nutre.  

 

Felicidade faz morada na alma que ama.  

Amar é combustível da felicidade;  

Quanto mais se consome, mais felicidade se tem.  

Felicidade, felicidade...


Dorival da Silva   

sexta-feira, 8 de março de 2019

"EU PROTESTO”



"EU PROTESTO”

#Artigo Divaldo Franco

Lamentavelmente, a liberdade é uma conquista que nem todos os seres humanos compreendem. Alguns setores da sociedade confundem-na com a libertinagem, a permissão que lhes faculta o direito ao desrespeito a tudo quanto lhes perturba ou lhes impõe disciplina moral. Cada dia acompanhamos a perversão dos costumes e os atentados de vária ordem, utilizados insensatamente por esses libertinos escudados no direito que negam aos outros.

Não há muito, em nome da cultura, vimos exibir-se despido um homem no Museu de Arte Moderna de São Paulo, que se dispôs permitir-se apalpar por crianças em nome da liberdade. Outras exposições perversas foram apresentadas em Porto Alegre e em Belo Horizonte, em nome da arte, em espetáculos chulos e de baixo padrão moral, numa apresentação psicopatológica, exaltada pelos mesmos representantes do chamado progresso cultural. Há poucos dias, em São Paulo, no desfile do Carnaval, a Escola de Samba Gaviões da Fiel exibiu um quadro horripilante, ironizando Jesus, que era apresentado semidespido, surrado por Satanás, que o martirizava com um tridente, matando-O, enquanto caveiras sambavam em Sua volta. O espetáculo vulgar e agressivo mereceu a revolta de muitos foliões e pessoas outras que não puderam compreender a razão pela qual esse extraordinário vulto, considerado o maior da humanidade, cujo berço dividiu a História, naquela situação profundamente vexatória e agressiva não somente à Sua memória, assim como a todos aqueles que O respeitamos e cultuamos em nosso comportamento.

Com que direito esses sambistas arbitrários se permitiram denegrir a figura do Homem de Nazaré, respeitado mesmo por aqueles que não Lhe seguem as diretrizes filosóficas e religiosas? Esse comportamento viola todos os valores morais que a liberdade concede, naturalmente exigindo consideração ao direito dos outros. Sou espírita-cristão que aprendi com Ele a respeitar todas criaturas, credos e ateísmo, impositivos sociais e morais, não me podendo calar ante a afronta vil e zombeteira dos carnavalescos embriagados pelas paixões subalternas... Não é a primeira vez que a crueldade ateísta de alguns indivíduos tenta macular a figura incorruptível de Jesus. Incomodados com a grandeza e excelência dos Seus ensinamentos, que eles não têm valor moral para vivenciar, dominados por conflitos sexuais e de outra ordem, buscam desacreditar o incomparável pensador e Mestre, que vem iluminando a consciência da sociedade desde há dois mil anos.

Tem-se insistido em informar que Jesus era gay, em tentativa de diminuir-lhe a dignidade, e advogam, ao mesmo tempo, que os gays merecem todo respeito e consideração. Claro que os gays são credores de nosso respeito, pois que são pessoas normais e dignas, mas aqueles que assim procedem visam diminuir-Lhe o conceito de honradez, o que não deixa de ser um paradoxo. Espero que outros cristãos decididos apresentem a sua recusa e protesto a esses adversários da dignidade humana, demonstrando-lhes que as suas demências não servirão de modelo moral à sociedade em construção neste momento quando iniciamos uma Era Nova de justiça e amor. Jesus não é apenas um símbolo do Mundo melhor, mas o exemplo que é guia para a conquista da plenitude."

Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, de 7 de março de 2019.

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quinta-feira, 7 de março de 2019

Caridade essencial


Caridade essencial

“E a caridade é esta: que andemos segundo os seus mandamentos. Este é o mandamento, como já desde o princípio ouvistes; que andeis nele.” - João. (II João, 6.)

Em todos os lugares e situações da vida, a caridade será sempre a fonte divina das bênçãos do Senhor.

Quem dá o pão ao faminto e água ao sedento, remédio ao enfermo e luz ao ignorante, está colaborando na edificação do Reino Divino, em qualquer setor da existência ou da fé religiosa a que foi chamado.

A voz compassiva e fraternal que ilumina o espírito é irmã das mãos que alimentam o corpo.

Assistência, medicação e ensinamento constituem modalidades santas da caridade generosa que executa os programas do bem. São vestiduras diferentes de uma virtude única. Conjugam-se e completam-se num todo nobre e digno.

Ninguém pode assistir a outrem, com eficiência, se não procurou a edificação de si mesmo; ninguém medicará, com proveito, se não adquiriu o espírito de boa-vontade para com os que necessitam, e ninguém ensinará, com segurança, se não possui a seu favor os atos de amor ao próximo, no que se refira à compreensão e ao auxílio fraternais.

Em razão disso, as menores manifestações de caridade, nascidas da sincera disposição de servir com Jesus, são atividades sagradas e indiscutíveis. Em todos os lugares, serão sempre sublimes luzes da fraternidade, disseminando alegria, esperança, gratidão, conforto e intercessões benditas.

Antes, porém, da caridade que se manifesta exteriormente nos variados setores da vida, pratiquemos a caridade essencial, sem o que não poderemos efetuar a edificação e a redenção de nós mesmos. Trata-se da caridade de pensarmos, falarmos e agirmos, segundo os ensinamentos do Divino Mestre, no Evangelho. É a caridade de vivermos verdadeiramente nEle para que Ele viva em nós. Sem esta, poderemos levar a efeito grandes serviços externos, alcançar intercessões valiosas em nosso benefício, espalhar notáveis obras de pedra, mas, dentro de nós mesmos, nos instantes de supremo testemunho na fé, estaremos vazios e desolados, na condição de mendigos de luz.

Mensagem extraída do livro: Vinha de Luz, Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, capítulo 110, ano 1951.

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Reflexão:  O apóstolo João diz: “andemos segundo os seus mandamentos” – os de Jesus, o que não se entende levar os mandamentos no bolso ou embaixo do braço para recitá-los nas esquinas, nos templos ou qualquer outra ocasião.

Como nos coloca o espírito Emmanuel, através da psicografia de Francisco Cândido Xavier, esse “andemos segundo os seus mandamentos” é a caridade essencial, o que corresponde à internalização na alma do ensinamento do Mestre, não somente como registro intelectual, mas na vivência transformadora do indivíduo, sendo o devolvimento consciente do ser espiritual. De braços cruzados, de mente estacionária nos oferecimentos do mundo não chegará nesse objetivo espiritual, precisa de esforço contra o comodismo, o aceitar tudo pronto, o que lhe é oferecido pelo mundo, através dos mecanismos existentes em cada época: televisão, todos os meios de comunicação existentes, os divertimentos que se tornaram necessidades e até dependências para muitos, encobrindo a busca da essencialidade de vida.

As ferramentas tecnológicas existem para auxiliar o homem na execução do que é repetitivo e exaustivo, no encurtamento das distâncias, na melhor aplicação da inteligência – o que deve ser a favor de sua evolução espiritual -- , de forma que tenha condições de destinar maior tempo para o estudo, para a busca e entendimento daquilo que a tecnologia não lhe pode oferecer, que é tratar das questões espirituais, porque somente com os recursos da alma: inteligência, sentimentos, sensibilidade e uma fé que raciocina é possível elevar-se além dos limites da matéria.

Por outro lado, é bom entender que os tempos são de busca das claridades espirituais em nossas vidas, e a página em análise nos mostra grandemente quanto precisamos caminhar nesse rumo. Veja que faz referência aos atendimentos das necessidades do próximo carente através da entrega de medicamentos, alimentação e outros atendimentos o que é bastante saudável e tem o seu valor, pois atende ao que precisa, trata-se da caridade material, meritório e desejável que isto se dê. Até aqui atendemos orientação religiosa, organizações sociais, costumes e tradições de família ou de grupo de pessoas dedicadas a suprir as carências sociais, interpretação de livros sagrados que nos geraram deveres, como se fossem uma penalidade a cumprir. No entanto, realizamos bem, mas ao redor de nós e não na nossa intimidade, o que quer dizer em nós mesmo, na nossa alma.

Cabe-nos um questionamento: Qual a finalidade de estarmos aqui no Mundo? Salvarmos a nossa alma. Corrigirmo-nos naquilo que não fizemos bem em outra vida, ajustar com os credores as pendências que nos incomodam o espírito, adquirir virtudes e aprender a realizar o bem e nos distanciarmos da materialidade através da caridade espiritual; é o que se precisa entender, porque grande parte de nós entramos na vida material, através do renascimento, e continuamos a realizar ações no entorno de nós, porque não atendemos ao ensinamento de Jesus: “Buscai e achareis”, “batei e se te abrirá” e pedi e se te dará”.

Sempre a indicação de ação espiritual, porque é na essência da vida que precisamos trabalhar. É saber o porquê da Vida, não se deixar conduzir pela massa, somos seres lúcidos e temos o dever de tomarmos as rédeas da vida em nossas próprias mãos, ou seja, saber o que estamos fazendo aqui nesta vida.

Vou transplantar adiante o último parágrafo da mensagem acima, considerando a grandiosidade do ensinamento: Antes, porém, da caridade que se manifesta exteriormente nos variados setores da vida, pratiquemos a caridade essencial, sem o que não poderemos efetuar a edificação e a redenção de nós mesmos. Trata-se da caridade de pensarmos, falarmos e agirmos, segundo os ensinamentos do Divino Mestre, no Evangelho. É a caridade de vivermos verdadeiramente nEle para que Ele viva em nós. Sem esta, poderemos levar a efeito grandes serviços externos, alcançar intercessões valiosas em nosso benefício, espalhar notáveis obras de pedra, mas, dentro de nós mesmos, nos instantes de supremo testemunho na fé, estaremos vazios e desolados, na condição de mendigos de luz". 

É bom destacar o apontamento de que sem vivermos a mensagem de Jesus, realizaremos grandes feitos lá fora de nós, mas permaneceremos vazios e desolados, na condição de mendigos de luz. Assim, diante das dificuldades da vida em que deveremos enfrentá-las sozinhos, porque as grandes provações, nos momentos mais críticos da vida são solitários, conquanto às vezes cercados de muitos, mas espiritualmente estaremos sós, apenas com os recursos espirituais que dispomos.

A caridade essencial nos liberta da insegurança, do medo, porque aclara o caminho, percebe-se a vida além dos limites da matéria, antecipa em parte a vida espiritual, a morte na verdade é apenas um fato previsto e que ninguém ignora, sabendo que a vida não sofre interrupção, apenas se liberta das amarras que a retém no mundo material, alçando voo em planos espirituais que as letras não são capazes de descrever, se merecermos.


Caridade essencial... 

                                                                  Dorival da Silva

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

... Perdão!

... Perdão!  

 

Quantos atrozes sofrimentos carregam muitas almas. Ódio, desejo de vingança, pérfidos sentimentos, ressentimento alimentado por muitos anos de um determinado fato gravoso ocorrido, mas também existe o ressentimento de fato que se supunha ocorrido, nunca verdadeiramente apurado. Situações que viajam no tempo, transcendem a vida física e acompanham a alma na jornada para o outro lado da vida, porque, afinal, o sofrimento pertence à alma e não ao corpo.  

 

Após a morte do corpo, estando no campo espiritual, toda a vivência negativa de um Espírito reflete nele mesmo, que cultiva os mesmos desejos, tal como citado de início, porque não é capaz de perdoar a traição, a ofensa, a agressão a si ou a um familiar, a deslealde de alguém que detinha a sua confiança, a indiferença...  É voz corrente que o perdão é difícil de conceder diante de ocorrências tão graves. É uma grande verdade e exige um esforço enorme, precisa revolver toda uma construção de sofrimentos na intimidade da alma.   

 

Faz-se necessário recordar que somos Almas imortais, que temos um objetivo inevitável que é o progresso, o que corresponde a entender o aprimoramento intelectual e moral de si mesmo que se dá em vista da convivência com os demais filhos da Criação, que diante de Deus são irmãos, pois fluíram da mesma origem. Eles, como todos nós, erram em graus diferentes, gerando consequências incontroláveis de variadas gravidades, sendo que a intensidade pertencerá ao ofendido, que inconscientemente dará valor emocional e potenciará a ofensa, caso não perdoe o ofensor.    

 
 

Cabe acrescentar que as circunstâncias que nos envolvem são heranças nossas, considerando que se nada de grave tem origem em nossas ações nesta vida, certamente ocorreu em outra existência, porque no estágio espiritual em que nos encontramos ainda temos muito o que nos corrigir e resgatar para a liberação da consciência da mácula que a incomoda.   

 

Jesus, o Cristo, que é o Psicólogo da Vida, leciona ensinando ao apóstolo Pedro quando Lhe pergunta: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu hei de perdoar? Até sete?   Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete; mas até setenta vezes sete.” (Mateus, 18: 21 e 22).  Este ensinamento tem importância capital para a Humanidade, porque é o antídoto para grande parte das dores existentes, das doenças sem origem aparente, que corroem a Alma, porque evita os crimes, as vinganças de toda ordem, o maldizer, as lamentações, o ódio, a relembrança do fato que não se apaga...  Se o ofendido morrer nesse estado emocional desequilibrado, terá dificuldades no outro lado da vida, pois a intensidade vibratória fora da matéria aumenta grandemente, e se está em sofrimento, este tende ficar mais intenso.   

 

O perdão das ofensas não é uma covardia, como é comum atribuir uma condição de fraqueza a quem perdoa uma agressão. Na verdade, é uma demonstração de sabedoria, pois requer o esforço e a aplicação dos recursos morais, emocionais e intelectuais que permitem ao ofendido discernir e reconhecer a falibilidade do próximo. Isso permite que o ofensor enfrente as consequências de suas ações, inevitavelmente virão, especialmente quando se tem conhecimento e respeito pela Lei Divina.  

 

Quando a Lei Maior fará isto? O ofensor, que nem ao menos se incomodou com o que fez e não demonstrou nenhum sentimento de arrependimento, terá que enfrentar as consequências. Isto é muito questionado quando se trata desse tema evangélico; no entanto, a resposta virá no tempo, se dará nas vidas sucessivas, é preciso que o ofensor que dorme para as questões espirituais acorde e veja as consequências de suas ações, que estão gravadas em si mesmo, pois trará as feridas na alma, entendendo que a única forma de se curar é a modificação do seu estado interior realizando o bem. A consciência não dorme indefinidamente.   

 

Deus permite o esquecimento do passado e oferece a oportunidade de uma vida nova em um novo corpo, a reencarnação, para que possamos corrigir os fatos ofensivos de outras existências junto aos ofendidos, os credores, seja na condição de filho, irmão, pai, mãe, amigo, patrão, empregado... Erramos em tantas circunstâncias e as oportunidades correspondem a essas circunstâncias nas vidas sucessivas.   

 
O perdão não tira o direito de buscar a lei civil ou criminal para reparos ou a contenção necessária, levando em conta o fato material ou moral.  O que importa é como lidar com a situação sem se exacerbar o estado emocional e espiritual, o que não poderá corresponder a intenção de vingança, mas acomodar o fato de maneira que não trará outras consequências gravosas, se necessário.  

 

O perdão tem um efeito grandioso para quem perdoa, mas não livra o ofensor de suas responsabilidades em qualquer momento. Na verdade, como nos ensinam os postulados espíritas, a ofensa atinge primeiramente o ofensor e a ele pertencerá até devida solução.  É semente de planta ruim que poderá apresentar seus frutos imediatamente ou aguardar tempo próprio para eclodir.  

 
O perdão é divino, nos livra de muitos atrasos no caminho da sublimação.   

 

Perdão!   

Dorival da Silva